Quando o final de semana chegou, eu aproveitei para fazer um piquenique com o meu filho.. Julia e Diogo, era um momento nosso e mais em família impossível. Meu filho estava cada dia mais esperto.. Grande, o meu coração se apertava com a possibilidade de que daqui a um tempo, ele não seria mais uma bebê que precisaria de mim para tudo. Por outro lado eu tinha que aproveitar cada momento por e pelo.. Balancei a minha cabeça para expulsar aqueles pensamentos. Não era hora e nem lugar para aquilo.Enquanto eu tentava fazer o meu bebê comer algumas frutas, que ele só as estava usando para brincar, Diogo e Julia estavam abraçados olhando o laguinho e alguns cachorros que corriam em volta.. Com a supervisão dos seus tutores naturalmente. O clima estava muito agradável.. Mas dentro de mim, habitava uma sensação estranha. Não era por nada que eu sabia ou que poderia explicar e aquilo era o que me deixava ainda mais preocupado.. Talvez fosse apenas coisa da minha cabeça, o cansaço da semana..
Nada conseguia fazer aquela mulher sair da minha cabeça.. Dois malditos anos, que eu não pisava no Brasil.. Dois malditos anos que eu dormia e acordava pensando em olhos verdes e cabelos negros sedosos. Da noite maravilhosa que tivemos e logo depois ela sumiu e me deixou ali... No quarto do hotel, completamente perdido e de pau duro. Eu tinha muitas ideias para quando acordássemos, eu queria passar as minhas últimas horas no Brasil com ela.. E quem sabe até levá-la comigo para a Itália. Só que ao me ver sozinho no quarto eu me senti completamente abandonado e desnudo. Eu queria poder ter ficado e procurado por ela, assim como eu procurei no hotel... Mas ela pareceu ter exalado, ninguém a viu saindo para o meu total desespero. Até porquê eu sabia que ela era real, eu a tive em meus braços eu a fiz gozar várias vezes.. Eu beijei todo o seu corpo, também a vi dançando na Passione. Não era para mim ter ido lá aquela noite, mas por algum motivo eu quis conferir algumas coisas já que iria
Senti a maciez abaixo de mim ao abrir os meus olhos, eu estava na minha cama.. Tudo não havia passado de um sonho, um sonho bem real eu poderia dizer. Aqueles olhos, nunca estiveram mais vividos do que nunca, como se realmente estivessem ali na minha frente e não apenas nos meus sonhos. Daquela vez eu quase pude me ver correndo em direção a ele, mas eu ouvi a sua voz.. Eu.. Eu meu Deus, o teto estava muito branco e aquele cheiro, aquele barulho.. Eu não estava em minha casa, aquele não era meu quarto. Sentei de uma vez na cama, eu estava em um pequeno reservado de posto médico.. Deus foi tudo real, exatamente tudo real. O meu chefe.. Era o mesmo homem a quem eu me entreguei loucamente a dois anos atrás, o pai do meu filho. Naquela noite, nem os nossos nomes foram ditos.. Bem nós não tivemos tempo para aquilo, eu não achei que a boate fosse dele, achei que fosse apenas um cliente normal assim como eu. Aquilo foi como uma bomba e me fez fraquejar no momento em que eu me dei conta daqu
—Eu não estou acreditando.. Por que você não fugiu? —Julia me perguntou depois de eu ter contado a ela tudo o que havia acontecido, desde que eu botei os meus pés naquele lugar. Eu confesso que em certo momento eu realmente pensei em fugir, mas do que adiantaria? Lá é o meu trabalho, eu teria que voltar a qualquer momento e além do mais eu não sou uma covarde, eu apenas me senti amedrontada no momento e confusa.. Na verdade eu ainda estava muito confusa. Principalmente pelo jeito que Lorenzo olhava a mim e a Quim, depois que ele chegou na sala. Balancei a minha cabeça expulsando os pensamentos. —Você prestou atenção em alguma coisa que eu falei? – perguntei para ter certeza, Julia estava um tanto aérea arrumando as coisas de Diogo para levar para a cobertura. Eu não estava ajudando ela, pois Giovanni estava em meu colo.. Estava difícil fazê-lo dormir e talvez eu o quisesse mais perto de mim, com os olhinhos abertos. Eu tinha tanto medo pelo meu filho.. Pouco me importava o que poder
—Lorenzo.. Você prestou atenção em alguma coisa que eu falei? —Átila perguntou enquanto ele me mostrava o trabalho de Gabriela, que ela havia feito para o Veneza. Balancei a minha cabeça, não sei se foi em afirmação ou em negação.. Eu realmente estava aéreo desde que o destino resolveu sorrir pra mim. Trazendo a mulher que me tirou a paz por tanto tempo, sem que eu precisasse fazer nenhum esforço para aquilo acontecer.. Mas se fosse preciso eu o faria e estava disposto a tudo, Para ter ela junto a mim —Você nem se quer olhou o trabalho da garota – ele falou ganhando a minha atenção. —Eu estava.. Pensando em algumas coisas, que não tem nada a ver com trabalho —falei e vi ele levantar a sobrancelha em minha direção, dei de ombros ao virar a tela do computador para mim. Tentei focar a minha atenção na tela, mas na minha cabaça só vinha cena da interação de Gabriela com Quim. Eu fiquei tão eufórico ao vê-la que nem pensei na possibilidade de ela ter alguém, na verdade eu também não pens
Eu havia saído da sala de Lorenzo completamente aérea.. Tão aérea que eu acabei errando algumas planilhas de fornecedores que eu estava fazendo, tive que refazer tudo umas duas a três vezes.. Na verdade foram quatro vezes. Aquela conversa me deixou nervosa, e que diabos foi aquilo de dizer que eu não estava totalmente livre? Eu não sei o que deu em mim, por um momento eu quase pensei em lhe falar sobre Gio. Tamanho era o efeito que aquele homem mantinha sobre mim.. Ele me fazia testar a minha própria sanidade e os limites do meu corpo. Quando eu estava perto dele.. Partes de mim se acendia sem que eu tivesse o mínimo controle sobre aquilo. Parecia até que eu era uma marionete, pronta para cometer as loucuras que fizemos anos atrás.. Santo Deus eu precisava ir a uma igreja, aquilo não era normal.. O que o deus italiano fazia comigo era além dos limites que eu poderia suportar. Ainda tinha aquela bendita ideia de sairmos.. Eu poderia fazer aquilo, sim.. Mas também tinha Quim. Eu não q
Eu ainda estava me sentindo aérea, depois de ter sido encurralada por Lorenzo.. Podia sentir o cheiro dele ainda no meu sistema. Claro que eu sabia do que ele estava falando ao me perguntar aquilo, mas eu não me deixei de sentir.. Bem eu não raciocina a direito perto daquele homem. Eu não sabia até que ponto aquilo poderia ser perigoso para mim e para a minha sanidade mental se é que eu ainda tinha o mínimo daquilo.. Depois de todos os acontecimentos recentes, era muita coisa em tão pouco tempo. Depois da abordagem nem um pouco sutil de Lorenzo, eu não voltei a vê-lo enquanto me mantinha focada no trabalho. Sabia que ele estava resolvendo alguma coisas com Átila fora dali, Lorena havia me falando quando veio me entregar uns documentos da Passione. Eu procurei manter o meu interesse bem oculto, pois sabia que Lorena gostava de uma fofoca e de ficar sonhando acordada com a vida alheia. Eu passei uma boa parte do meu dia, resolvendo alguns fornecimentos para o Tortelline... Laura não g
—Eu te convidei.. Com a ideia de você esquecer os seus problemas, não foi para você trazê-los para cá —Julia falou, enquanto eu a ajudava preparar algo para nós comermos. Bem na verdade eu só estava atrapalhando mais do que outra coisa, tendo em vista que ela precisou me chamar atenção pela terceira vez. —Quer falar alguma coisa Gabriela? – ela questionou, estávamos sozinha na cozinha. Diogo tinha ido levar Gio para tirar um cochilo revigorante.. A casa era incrível, tinha dois quarto.. Uma sala com uma cozinha americana integrada, uma bela varanda com uma boa vista para a praia e o pôr do sol. —Eu sei é.. —parei de falar, eu não havia contado a Julia o que havia acontecido, principalmente por saber que ela não simpatizava nenhum pouco com o pai de Gio. Desde o ocorrido naquela sala, eu procurei evitá-lo como se ele fosse o próprio coisa ruim.. Não foi nenhum pouco fácil, mas eu o fiz.. Precisava daquela assimilação eu.. Na verdade é que eu passei a me sentir completamente desejosa