Capítulo 22Camila narrando :Minha tarde foi intensa. Eu e Guilherme fizemos amor a tarde toda, sem pressa, sem nada pra atrapalhar, só a gente dois no nosso mundo. Nunca pensei que fosse ser tão bom, tão envolvente. Cada toque, cada beijo, cada olhar… Tudo parecia se encaixar de um jeito perfeito.Agora já estava escuro e, se não fosse a fome absurda batendo, a gente provavelmente ainda estaria na cama, entre beijos e carinhos. Levantei vestida com a camisa dele, que ficava grande demais em mim, e ele veio atrás, só de bermuda, me abraçando por trás enquanto descíamos pra cozinha.Abri a geladeira, tentando pensar em algo fácil pra fazer.— Vai fazer o quê pra gente comer, amor? — ele perguntou, encostado no balcão, me olhando com aquele sorriso de quem tava gostando de me ver ali, toda desarrumada, com o cabelo bagunçado.— Não sei fazer muita coisa... Sempre tive empregada e nunca fiz nada, mas acho que sei fazer um sanduíche — falei, pegando o pão e algumas coisas pra rechear.El
Capítulo 23Camila narrando :Meu fim de semana foi perfeito. Eu estava tão feliz que nem podia acreditar. Hoje, domingo, já estávamos indo embora, então pedi um Uber para deixar o Guilherme na casa dele. Ele não queria que eu fosse, mas insisti. Eu estava colocando as coisas na minha mochila enquanto ele já estava com a dele pronta.— Já te falei que não precisa passar lá em casa. — Ele disse.Olhei pra ele, surpresa.— O que, Guilherme, tá com vergonha da sua casa? — Perguntei, rindo, mas também curiosa.Ele negou com a cabeça, me olhando sem graça.— Claro que nao. Mas eu não avisei minha mãe que ia estar com você. Eu menti pra ela dizendo que ia trabalhar. — Ele explicou.Eu olhei para ele, ainda confusa.— Por que fez isso? Você nunca falou de mim pra sua mãe? — Perguntei.Ele respondeu rapidamente.— Não. Eu falei sim, mas ela tem medo de que não vá dar certo, que dê merdä pra mim.Eu fiquei pensativa por um momento, depois falei com um sorriso.— Tudo bem. Então me deixa te dei
Capítulo 24Guilherme narrando :Eu saí do Uber, e parecia que meu coração ainda estava lá com a Camila. Eu a amava mais do que minha própria vida, e cada passo que eu dava em direção à minha casa parecia mais pesado. Quando cheguei, tomei um susto. Só abri a porta e vi minha mãe na janela, me olhando com aquele olhar que eu já conhecia muito bem.— Veio de carro com quem, Guilherme? — ela perguntou, com um tom que eu sabia que não ia ser fácil.— De Uber, mãe — respondi, tentando parecer tranquilo, mas já sentindo que ela não ia gostar da resposta.Ela me encarou com um olhar desconfiado, balançando a cabeça.— Você mentiu pra mim, filho? — ela perguntou, quase como se estivesse magoada.Respirei fundo e, vendo que não tinha mais jeito, falei a verdade.— Eu estava com a Camila, mãe. — Disse, baixando a cabeça.Ela ficou em silêncio por um momento, como se estivesse processando aquilo. Depois, negou com a cabeça, como se estivesse desapontada.— Cuidado, filho. Essa moça não é pra vo
Capítulo 25Camila narrando:Acordei com o som do despertador, aquele barulho irritante que sempre parece ser mais forte quando você não está com vontade de levantar. Olhei pro lado e vi a luz do sol entrando pela janela, iluminando a cama. Levantei devagar, ainda com preguiça. O dia já começava a clarear, e eu sabia que o tempo não ia esperar. Era hora de me arrumar.Fui até o banheiro, me encarei no espelho e dei um suspiro. O dia anterior ainda estava fresco na minha memória, o beijo de Guilherme, as palavras que ele tinha dito. Ele era diferente, e eu sentia isso, mas algo dentro de mim me dizia que eu tinha que continuar com a minha rotina. A vida não podia parar.Tirei o pijama e entrei no banho quente, deixando a água me relaxar por um momento. Quando saí, me sequei e peguei o uniforme da escola. Coloquei a blusa, a saia e, por fim, o tênis. Meu cabelo estava um pouco bagunçado, então passei a escova rapidamente, ajeitando um pouco o visual. Não queria perder a hora, mas també
Capítulo 26Camila narrando :Assim que o sinal bateu, eu e Guilherme nos olhamos rápido, como se tivéssemos sido arrancados à força daquele momento só nosso. Ele segurou minha mão e me deu um último aperto antes da gente se separar.— Depois a gente conversa mais, tá? — ele disse baixinho, olhando dentro dos meus olhos.Eu concordei com a cabeça e soltei um suspiro pesado.— Tá bom... Mas fica perto de mim no intervalo — pedi, e ele sorriu.— Sempre fico.A gente entrou na escola juntos, e eu sentia o coração ainda acelerado. Caminhamos até a sala de mãos dadas, sem pressa, como se aquele corredor fosse nosso. Quando chegamos, soltei um suspiro e sentei no meu lugar. Guilherme sentou logo atrás de mim, como sempre.O professor entrou na sala e começou a aula, mas minha mente tava longe. Eu tentava prestar atenção, mas tudo o que passava pela minha cabeça era a conversa com meu pai mais cedo e a proposta do Guilherme. Meu coração tava dividido entre o medo do que poderia acontecer e a
Capítulo 27Camila narrando :Continuação :Cruzei os braços e encarei a Nanda de cima a baixo, segurando a vontade de voar no pescoço dela.— E você, Nanda? Até quando vai continuar sendo essa pessoa podre? — cuspi as palavras, sem paciência pra falsidade dela.Ela revirou os olhos, debochada.— Ah, Camila, fala sério. Você sabe que esse tipo de gente não é pra você. Olha pra ele! — apontou pro Guilherme, como se ele fosse inferior.Senti meu sangue ferver. Antes que eu respondesse, Guilherme apertou minha mão, tentando me acalmar.— Deixa pra lá, Camila. Essa garota não merece sua energia.Mas eu não conseguia deixar passar. Dei um passo à frente, olhando bem na cara da Nanda.— Sabe o que não é pra mim? Gente nojenta como você. Que acha que vale alguma coisa só porque tem dinheiro. Você pode ter o sobrenome bonito, mas é podre por dentro.O sorriso dela sumiu na hora. Algumas pessoas ao redor começaram a olhar, percebendo a treta se formando.— Você não me conhece, Camila. Tá se ac
Prólogo : Guilherme narrando : Eu sabia que aquele dia não seria como os outros. Desde o momento em que acordei, uma sensação estranha me acompanhava, como se algo estivesse prestes a acontecer. Algo ruim. O meu instinto gritava, mas eu ignorei. Estava ansioso para ver Camila, para sentir o seu cheiro, para tê-la nos meus braços mais uma vez. Era como um vício, uma obsessão que eu não conseguia controlar. A casa de praia da família dela era o nosso refúgio, o lugar onde podíamos nos esconder do mundo. Onde ela me dizia, entre suspiros e beijos, que nunca sentiu nada igual. E eu sempre acreditei nisso. Eu acreditei que ela era minha, assim como eu era dela. Cheguei lá com o coração disparado. A porta estava entreaberta, como se estivesse me esperando. Algo no silêncio do lugar me incomodou. O som das ondas parecia distante, abafado pela sensação sufocante que tomou conta de mim. Um arrepio percorreu minha espinha. — Camila? — chamei, a minha voz soando estranha até para mi
Capítulo 2Camila narrando :Eu tinha 16 anos e, naquela época, o meu mundo ainda era a escola. Eu estava acostumada com aquele ambiente, com a rotina de ser a filha da família rica que todo mundo respeitava, ou, se fosse o caso, temia. Eu não me importava muito com isso, na verdade. Tinha meus amigos, as minhas coisas, e um futuro aparentemente já traçado. Mas tudo mudou quando ele apareceu.Ele estava no meu último ano de escola, mas era novo, um novato que parecia ter saído de algum lugar muito distante da minha realidade. Eu lembro bem do primeiro dia em que ele entrou na sala, com aquele olhar desconfiado, como se estivesse analisando cada pessoa, cada detalhe do lugar. Ele era diferente de todos os meninos que eu já conhecia, e não era só pelo jeito de andar, mais solto, mais confiante de uma maneira que eu não sabia explicar.Eu tinha acabado de sentar no meu lugar, perto da janela, quando ele entrou. Seu nome era Guilherme, e logo ele virou o assunto da turma. Gênio dos estudo