Asher percebeu que o rosto dela estava melhor, então finalmente a colocou no chão.— Então conversem, eu vou fazer uma ligação.Clarice assentiu e acenou para ele, como se estivesse se despedindo. No entanto, para Sterling, a cena dos dois parecia uma provocação descarada. Era como se eles estivessem se exibindo para ele, e isso fez o sangue dele ferver de raiva.Clarice teve a audácia de demonstrar afeto por outro homem bem na frente dele!Quando Asher se afastou, Clarice caminhou na direção de Sterling. O desconforto que ela sentira antes já havia passado, e agora sua expressão parecia tranquila, quase natural. Ela parou em frente ao homem, ergueu o rosto lentamente e sorriu com calma.— Se você acha que está perdendo muito com a divisão dos bens no divórcio, então podemos ajustar isso. Quero de volta os presentes que você deu para Teresa nesses anos: as joias, os carros, a casa, o salão de beleza. Depois disso, a gente divide os bens de novo! — Ela falou com um tom de ironia, mas co
Clarice achou aquilo tudo uma piada. Sterling achava que podia comentar sobre o que rolava entre ela e Asher, mas ela não podia nem mencionar Teresa. Que tipo de homem mandão era aquele?— Clarice, se você voltar pra Villa Serenidade, eu prometo chegar em casa todo dia na hora certa pra jantar com você, que tal? Se você topar, esqueço essa história de você ter dado a gravata pro Asher, fica tudo certo! — Sterling falou olhando nos olhos de Clarice, com uma seriedade que quase convenceu.Ele queria segurar Clarice por perto, nem que precisasse se humilhar um pouco. O importante era conseguir o que queria.— Sterling, meu conselho é você marcar uma consulta com um neurologista. — Ela respondeu, segurando o riso diante daquela seriedade toda.Ser amante, além de ganhar dinheiro e ainda ter liberdade no trabalho... Qualquer outra mulher já teria caído na tentação.Pena que Clarice já não sentia absolutamente nada por Sterling. Voltar atrás estava fora de cogitação.— Clarice! Não me desafi
Naquele dia, quando ela comprou a gravata, com certeza alguém viu e, de propósito, comprou o mesmo modelo para dar de presente ao Asher. Por isso, hoje o Sterling apareceu para falar sobre o assunto. — Certo, eu vou buscar o cartão! — Asher respondeu, com uma expressão séria no rosto. O inimigo estava nas sombras, enquanto ele permanecia exposto à luz. Aquilo era assustador. — Então, eu vou subir! — Clarice disse antes de se afastar. Só quando ela sumiu de vista, Asher desviou o olhar. Coincidentemente, nesse momento, o celular dele começou a tocar. Depois de terminar a ligação, Asher virou-se e entrou no carro. Clarice chegou em casa e, antes mesmo de ter tempo para descansar, a chamada de vídeo de Jaqueline apareceu na tela. Jaqueline estava preocupada com ela e queria vê-la para ter certeza de que estava tudo bem. A preocupação de Jaqueline tocou o coração de Clarice. No fundo, só Jaqueline tinha sido sempre tão boa para ela, sem pedir nada em troca. — Clarinha,
— Clarice, estou grávida. Você precisa se divorciar do Sterling o quanto antes, senão, quando a criança nascer, vai crescer sem pai. Que crueldade seria! — A voz chorosa da mulher ecoava pelo telefone.Clarice Preston apertou as têmporas com os dedos, o rosto impassível enquanto respondia com frieza:— Teresa, quer dizer mais alguma coisa? Fale logo, assim eu gravo tudo de uma vez. Vai ser útil no processo de divórcio para eu pegar mais dinheiro dele.— Clarice, sua desgraçada! Está gravando?! — Teresa gritou, furiosa, antes de desligar abruptamente.O som do telefone mudo ficou no ar. Clarice abaixou o olhar para o teste de gravidez que segurava nas mãos. As palavras "quatro semanas" saltavam da folha como se estivessem em negrito. Aquilo parecia um golpe, mas, ao mesmo tempo, uma chance de redenção.Ela havia planejado contar a Sterling sobre a gravidez naquela mesma noite, mas agora sabia que isso era desnecessário. A decisão já estava tomada: aquele filho, apesar de vir em um momen
Clarice olhou para o homem que havia falado. Era Callum Martinez, amigo de infância de Sterling. A família Martinez era uma das mais tradicionais de Londa, e Callum sempre desprezara Clarice por sua origem humilde. Contudo, aquele típico playboy arrogante não passava de uma ferramenta nas mãos de Teresa, constantemente usado por ela para atacá-la.Pensando nisso, Clarice esboçou um leve sorriso. Seus lábios vermelhos se moveram com delicadeza, e sua voz soou suave:— A senhora Teresa de quem você fala é a esposa legítima do irmão mais velho do Sterling. Se alguém ouvir o que você acabou de dizer, pode acabar pensando que existe algo... Inapropriado entre eles.Callum havia falado de propósito para irritá-la, mas Clarice não via necessidade de poupar Sterling na frente de seus amigos. Ela o amava, sim, mas não ao ponto de aceitar humilhações.Teresa, que até então parecia satisfeita, imediatamente apertou os punhos ao ouvir aquelas palavras. Uma expressão sombria passou rapidamente por
— Você não disse que alguém queria te matar? Só liguei para confirmar se você já morreu. — A voz do homem era carregada de sarcasmo. Clarice apertou o celular com força, respondendo palavra por palavra: — Eu sou dura na queda. Não vou morrer tão fácil! Assim que terminou de falar, desligou a ligação e bloqueou o número de Sterling em um movimento rápido e decidido. …Na suíte VIP de um hospital pertencente ao Grupo Davis, Teresa estava deitada na cama. Sua pele parecia pálida demais, quase translúcida, como se uma brisa pudesse derrubá-la. Sterling estava encostado em uma das paredes, segurando o celular. Seu rosto estava impassível, difícil de ler. Teresa, nervosa, tentou medir suas palavras: — Sterling, a Clarice está bem? Ele guardou o celular no bolso, sem mudar a expressão: — Ela está bem. Por dentro, Teresa amaldiçoava Clarice, mas manteve a voz doce e preocupada: — Você deveria ir para casa ficar com ela. Aqui tem médicos e enfermeiros, não precisa se preoc
— Ela sofreu um acidente de carro? — Sterling perguntou, franzindo os lábios enquanto seus olhos escuros pousavam em Jaqueline. De repente, ele se lembrou da ligação que havia recebido de Clarice na noite anterior. E se fosse verdade...Nesse momento, a porta do quarto foi aberta. Clarice entrou com sua habitual elegância fria, irradiando uma aura distante. Teresa, ao vê-la, deixou transparecer por um breve momento uma expressão sombria, mas rapidamente a substituiu por uma máscara de preocupação. — Eu ouvi dizer que você sofreu um acidente! Venha cá, deixa eu ver se está tudo bem. Foi grave? — Teresa falou com uma urgência exagerada, como se realmente estivesse preocupada. Os olhos de Sterling escureceram ainda mais. Para ele, aquilo só podia significar uma coisa: Clarice e Jaqueline haviam se unido para enganá-lo. Clarice caminhou até Jaqueline e, com um gesto protetor, puxou-a para trás de si. — Volte para casa. Deixe isso comigo. — Disse ela com firmeza. Jaqueline, in
— Sacrificar a mim para ajudar Teresa? Nem sonhe, Sterling! — Clarice falou com um sorriso no rosto, mas com a dor rasgando seu peito. — Além disso, já decidi: quero o divórcio. Me diga quando terá tempo para irmos ao cartório resolver isso. O sorriso dela era radiante, mas quanto mais brilhava, mais dolorido era o vazio dentro dela. Ela sempre soube que Sterling favorecia Teresa, mas nunca imaginou que a preferência dele fosse tão descarada. No entanto, deixar Teresa se aproveitar dela para subir na vida? Nunca! — Quer o divórcio? Então resolva primeiro o assunto do trending topic de Teresa. Depois disso, eu te dou o que você quer. Mas se eu tiver que agir, não será tão simples quanto você fazer uma retratação. — Sterling respondeu com firmeza, sem nem pensar duas vezes. Para ele, o pedido de divórcio de Clarice era apenas uma estratégia para chamar sua atenção. Ele não acreditava que ela realmente quisesse terminar o casamento. Afinal, três anos atrás, Clarice havia usado t