Mais uma vez rejeitado, Asher sentiu um aperto no coração. Contudo, ele fez o possível para não demonstrar seus sentimentos. — Então, depois que você tiver o bebê, quero você no Bennett Jurídico! — Disse ele, tentando soar casual. Ele realmente queria que Clarice fizesse parte do crescimento do escritório, trabalhando ao lado dele para torná-lo uma referência. Clarice não conseguiu segurar o riso. — Ainda faltam alguns meses para eu ter o bebê e você já está me “reservando”? Vai que, depois que meu filho nascer, eu não queira mais ser advogada, já pensou nisso? — Eu vou esperar. Não importa quanto tempo demore, eu espero por você. — Asher respondeu com firmeza, suas palavras carregadas de um significado que ia além do trabalho. Jaqueline, ao ouvir isso, não pôde deixar de sentir inveja. Se ela tivesse um homem tão dedicado e apaixonado ao lado dela, já teria se casado há muito tempo. — Vamos deixar o futuro para o futuro, né? — Clarice desconversou, sem perceber a intenção
Sterling ouviu as palavras de Isaac e sua expressão ficou sombria. Clarice, aquela mulher, o que ela estava tentando fazer? Que ousadia era essa? — Com quem ela estava? — Perguntou Sterling, com os olhos levemente estreitados. — Asher foi buscá-la de carro. — Isaac respondeu, mas logo sentiu o ar no escritório ficar mais frio. Ele puxou levemente a gola do casaco, tentando afastar o desconforto. — E Teresa? Onde ela está? — Sterling sabia que, se continuasse a falar sobre Clarice e Asher, ficaria ainda mais irritado. Preferiu trocar de assunto. — Já a levei para casa. — Isaac respondeu, mas não conseguia prever o que Sterling estava pensando. Por isso mesmo, preferiu não acrescentar nada. — Certo. Pode sair agora. — Sterling dispensou Isaac com um gesto de mão. Isaac não perdeu tempo e saiu rapidamente, aliviado por deixar o escritório. Quando ficou sozinho, Sterling pegou o estojo de joias que Isaac havia deixado e o abriu. Lá dentro, havia um colar de diamantes, o model
Ela nunca havia sorrido para ele daquele jeito. Nunca. E não era ela que dizia amá-lo? Sterling, por muito tempo, acreditou que ela realmente o amava. Mas, naquele instante, enquanto a via sorrir abertamente para Asher, a certeza que ele tinha sobre o amor dela se desfez como areia ao vento. Ele não conseguia evitar o pensamento: Clarice nunca o amou. Esse tempo todo, ela amou aquele homem. O sentimento de traição tomou conta de Sterling como uma tempestade. Três anos. Três anos de mentiras. Como ela teve coragem de enganá-lo por tanto tempo? O coração dele parecia estar sendo esmagado por uma mão invisível. A dor era tão intensa que ele quase não conseguia respirar. A raiva o consumia por dentro, mas, ao mesmo tempo, uma sensação de impotência o dominava. Sterling não queria acreditar no que estava presenciando. Parecia que o mundo ao seu redor havia desmoronado em questão de segundos. Ele respirou fundo, tentando manter a calma, tentando controlar o turbilhão de emoções que
— Clarice, estou grávida. Você precisa se divorciar do Sterling o quanto antes, senão, quando a criança nascer, vai crescer sem pai. Que crueldade seria! — A voz chorosa da mulher ecoava pelo telefone.Clarice Preston apertou as têmporas com os dedos, o rosto impassível enquanto respondia com frieza:— Teresa, quer dizer mais alguma coisa? Fale logo, assim eu gravo tudo de uma vez. Vai ser útil no processo de divórcio para eu pegar mais dinheiro dele.— Clarice, sua desgraçada! Está gravando?! — Teresa gritou, furiosa, antes de desligar abruptamente.O som do telefone mudo ficou no ar. Clarice abaixou o olhar para o teste de gravidez que segurava nas mãos. As palavras "quatro semanas" saltavam da folha como se estivessem em negrito. Aquilo parecia um golpe, mas, ao mesmo tempo, uma chance de redenção.Ela havia planejado contar a Sterling sobre a gravidez naquela mesma noite, mas agora sabia que isso era desnecessário. A decisão já estava tomada: aquele filho, apesar de vir em um momen
Clarice olhou para o homem que havia falado. Era Callum Martinez, amigo de infância de Sterling. A família Martinez era uma das mais tradicionais de Londa, e Callum sempre desprezara Clarice por sua origem humilde. Contudo, aquele típico playboy arrogante não passava de uma ferramenta nas mãos de Teresa, constantemente usado por ela para atacá-la.Pensando nisso, Clarice esboçou um leve sorriso. Seus lábios vermelhos se moveram com delicadeza, e sua voz soou suave:— A senhora Teresa de quem você fala é a esposa legítima do irmão mais velho do Sterling. Se alguém ouvir o que você acabou de dizer, pode acabar pensando que existe algo... Inapropriado entre eles.Callum havia falado de propósito para irritá-la, mas Clarice não via necessidade de poupar Sterling na frente de seus amigos. Ela o amava, sim, mas não ao ponto de aceitar humilhações.Teresa, que até então parecia satisfeita, imediatamente apertou os punhos ao ouvir aquelas palavras. Uma expressão sombria passou rapidamente por
— Você não disse que alguém queria te matar? Só liguei para confirmar se você já morreu. — A voz do homem era carregada de sarcasmo. Clarice apertou o celular com força, respondendo palavra por palavra: — Eu sou dura na queda. Não vou morrer tão fácil! Assim que terminou de falar, desligou a ligação e bloqueou o número de Sterling em um movimento rápido e decidido. …Na suíte VIP de um hospital pertencente ao Grupo Davis, Teresa estava deitada na cama. Sua pele parecia pálida demais, quase translúcida, como se uma brisa pudesse derrubá-la. Sterling estava encostado em uma das paredes, segurando o celular. Seu rosto estava impassível, difícil de ler. Teresa, nervosa, tentou medir suas palavras: — Sterling, a Clarice está bem? Ele guardou o celular no bolso, sem mudar a expressão: — Ela está bem. Por dentro, Teresa amaldiçoava Clarice, mas manteve a voz doce e preocupada: — Você deveria ir para casa ficar com ela. Aqui tem médicos e enfermeiros, não precisa se preoc
— Ela sofreu um acidente de carro? — Sterling perguntou, franzindo os lábios enquanto seus olhos escuros pousavam em Jaqueline. De repente, ele se lembrou da ligação que havia recebido de Clarice na noite anterior. E se fosse verdade...Nesse momento, a porta do quarto foi aberta. Clarice entrou com sua habitual elegância fria, irradiando uma aura distante. Teresa, ao vê-la, deixou transparecer por um breve momento uma expressão sombria, mas rapidamente a substituiu por uma máscara de preocupação. — Eu ouvi dizer que você sofreu um acidente! Venha cá, deixa eu ver se está tudo bem. Foi grave? — Teresa falou com uma urgência exagerada, como se realmente estivesse preocupada. Os olhos de Sterling escureceram ainda mais. Para ele, aquilo só podia significar uma coisa: Clarice e Jaqueline haviam se unido para enganá-lo. Clarice caminhou até Jaqueline e, com um gesto protetor, puxou-a para trás de si. — Volte para casa. Deixe isso comigo. — Disse ela com firmeza. Jaqueline, in
— Sacrificar a mim para ajudar Teresa? Nem sonhe, Sterling! — Clarice falou com um sorriso no rosto, mas com a dor rasgando seu peito. — Além disso, já decidi: quero o divórcio. Me diga quando terá tempo para irmos ao cartório resolver isso. O sorriso dela era radiante, mas quanto mais brilhava, mais dolorido era o vazio dentro dela. Ela sempre soube que Sterling favorecia Teresa, mas nunca imaginou que a preferência dele fosse tão descarada. No entanto, deixar Teresa se aproveitar dela para subir na vida? Nunca! — Quer o divórcio? Então resolva primeiro o assunto do trending topic de Teresa. Depois disso, eu te dou o que você quer. Mas se eu tiver que agir, não será tão simples quanto você fazer uma retratação. — Sterling respondeu com firmeza, sem nem pensar duas vezes. Para ele, o pedido de divórcio de Clarice era apenas uma estratégia para chamar sua atenção. Ele não acreditava que ela realmente quisesse terminar o casamento. Afinal, três anos atrás, Clarice havia usado t