Realizada, é como me sinto olhando para o seu rosto rechonchudo, enquanto está envolvida em um sono profundo e sereno, como se não tivesse feito eu e seu pai ficar velando seu sono por quase uma madrugada. Claro, ficamos velando seu sono desde que a trouxemos para casa, mas a noite de ontem foi complicada, mas nada, absolutamente nada faz meu amor por ti mudar. A, como eu te amo minha filha. E pensar por tudo que passamos para chegar aqui, todas as vezes que não me senti boa para ser a sua mãe, não me senti capaz de zelar por você, é inacreditável como lembrar daqueles momentos já não dói mais, pelo contrário me dá forças para continuar seguindo, aprendendo um pouco mais com você.
Uma certa vez, uma amiga me disse que ser mãe, não era saber de tudo quando seu filho viesse ao mundo, era aprender pouco a pouco a cada momento com ele, e tenho que concordar, desde o seu nascimento tenho apr
ALÉM DA ALIANÇA, encontra-se disponível aqui na plataforma, só procurar em meu perfil, deixo aqui um trecho para vocês... o livro é +18... *** Já fazia um bom tempo que não me permitia me arrumar tanto, ou me sentia tão bonita. Eu ainda fazia alguns tratamentos de peles, sobrancelha dentre os mil e um cuidados que uma mulher tem, mas já fazia meses desde que meu rosto viu uma maquiagem que não resumisse em máscara para cílios, e um gloss incolor. Que eu soltava meu cabelo do clichê coque frouxo. Poderia culpar minha profissão, mas ela não era bem a culpada, visando que eu não trabalhava em uma área específica que precisava do rosto limpo, eu sinceramente havia apenas perdido o ânimo para me arrumar tanto, Téo parou gradativamente de me tecer elogios paralelos, e eu, parado de me importar com o que ele me dizia. E lá estava um dos por que um casamento pode fracassar, a falta de elogios gratuitos, e a indiferença do parcei
"Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos." — Victor Hugo *** Insegura.É como venho me sentindo nas últimas semanas.Ainda que meu marido Rafael, tente de todas as formas me ajudar, não consigo lhe dizer o que realmente se passa comigo. Não consigo evitar que as vozes em minha cabeça interfiram em minha vida. Chega a ser estranho imaginar que, até algumas semanas, acreditei estar no auge de minha felicidade! Para mim, ter um bebê seria o ápice de minha realização como mulher, mas aqui agora entrando no sexto mês de gestação, já não tenho tanta convicção. O medo de falhar insiste em me acompanhar. Ele não me deixa fazer planos. Eu nem ao menos consigo imaginar o rosto do meu bebê! E junto ao
A observo atentamente em frente ao espelho, seus olhos são tão expressivos enquanto olha o próprio reflexo que me levam a perguntar o que se passa em sua mente. Seu olhar passeia vagarosamente sobre seu corpo curvilíneo, sob a camisola fina de cetim, a sua preferida, até pousarem na barriga, onde suas mãos, mesmo um tanto relutantes, acariciam o ventre volumoso, beirando o sétimo mês de gestação. Não consigo entender o comportamento de minha esposa diante a gravidez. Poderia facilmente pôr a culpa na adolescência problemática que ela teve, porém, não vejo no que isso poderia interferir em sua maternidade. Havíamos feito tantos planos para esse momento, que agora vendo – a tão perdida, envolvida em sua bolha protetora, me deixa sem saber o que fazer. Creio que foi por isso que depois de inúmeras tentativas vãs de tentar entendê-la, a aconselhei procurar Sara, que além de psicóloga é uma
O tique taque relógio se torna angustiante conforme os minutos vão passando. Já é oito e meia da noite, o que significa que quase uma hora se passou desde que Cami entrou no banheiro. E eu me direcionei a cama, aguardando que ela saísse de lá, para conversar. Mas agora quase uma hora depois, não posso mais esperar, odeio invadir o seu espaço, mas a preocupação toma conta de mim a cada segundo que passa. E se ela estiver sentindo algo e não me chamou por conta da raiva que pareceu estar sentindo de mim? Meu corpo se arrepia todo de medo só com a suposição.Sigo o mesmo trajeto curto até nosso banheiro, e na madeira da porta, bato enquanto encosto minha cabeça no batente dela, as palavras de minha esposa ainda estão pairadas sobre mim. Eu não entendo o que realmente se passava com minha esposa, por sua expressão tudo o que ela havia pronunciado ia além de uma primeira gr
O único barulho do quarto é o bip suave do medidor de pulsação cardíaca ligado a Cami. A expressão serena, e a respiração regulada dela me trazem alívio, mas não posso dizer que essa sensação me livra do medo, do pânico que insiste em estar presente desde que a socorri. Um murmúrio baixo sai por seus lábios, o que me deixa em alerta, arrasto uma poltrona para próximo ao leito de minha esposa, sento-me perto o suficiente para pegar sua mão, onde deposito um beijo demorado. Enquanto velo seu sono, nossos melhores momentos passam como um filme em minha cabeça. Quando olhei para a garota solitária no campus da universidade me bateu a certeza de querê-la em minha vida, clichê eu sei, mas foi isso que aconteceu, e ao passar dos anos cada um de nossos momentos, até mesmo os ruins, confirmava aquela certeza. Então veio o primeiro sim, o primeiro beijo, o primeiro toque.... Eu a amei a cada segundo que pude estar do seu lado, e eu a amei mais um p
Quando minha infância passa por meus olhos como um filme, não sinto aquela nostalgia boa que a maioria dos adultos sentem, eu simplesmente não consigo me sentir bem quando as lembranças resolvem me fazer uma visita. Estaria mentindo se dissesse que nunca fui feliz, porém foram tão raros os momentos em que a felicidade fez parte da minha vida naquela época, que posso enumerá-los nos dedos. Dos meus pais, infelizmente, só me restou uma mágoa profunda, por nunca terem me dado a vida digna de uma criança, por eles não terem me amado, por estragarem o pouco que eu tinha quando me viam felizes. Mas, apesar de todos os momentos conturbados que enfrentei ainda uma menina, sou grata a Deus por ter trazido Rafael para minha vida, e com ele a esperança de dias melhores para mim. Com o tempo descobri que não ganhei apenas um amigo, namorado e consequentemente um marido, eu havia ganhado um porto seguro. Que não importava o quão ruim estivesse minha v
Minha vista começa a embaralhar quando tento pela enésima vez manter o foco na tela do computador, um suspiro longo e frustrado foge por entre meus lábios, estou parada olhando para o mesmo lugar a quase uma hora. Há fotos a tratar, entregar e orçamentos a serem feito, mas não consigo me concentrar, não consigo ao menos avaliar as fotos que minha assistente fizera! Pouso minhas mãos sobre a mesa e sobre ela descanso minha cabeça, que continua girando, latejando desde a hora que vim do consultório de Sara. Por mais que uma parte minha quisesse se apegar as palavras dela como um bote salva vidas, algo dentro de mim não permitia, ele não só me acusava, como me convencia de que eu havia sido uma mãe negligente, que só pensou em si mesmo no instante que deixei meus receios vencerem, tomando aqueles comprimidos, esquecendo-se totalmente do ser inofensivo que habitava dentro de mim. Um novo nó
Assim que fecho a porta principal de casa, meu olhar acompanha Cami, que depois de jogar sua bolsa no sofá, caminha em direção a cozinha, faço menção de acompanha-la com o propósito de retomar a conversa que iniciamos na clínica, mas meu celular toca interrompendo-me, minha mulher olha para mim brevemente, mas logo volta sua atenção para o que fosse que estivesse fazendo. Apanho meu aparelho celular no bolso da calça, e sorrio por ver que é minha mãe. — Oi mãe, tudo bem? — Indago com um sorriso em minha face, busco os olhos de Cami mais uma vez, eles me fitam, seus lábios curvam-se em um sorriso ameno. —Se está tudo bem? Como tem coragem de me perguntar isso depois de me abandonar? — Tento controlar minha risada por ver que apesar de estar fazendo seu drama rotineiro, minha mãe fala sério, uma risada e ela com certeza m