DIANANo horário combinado, Thaís apareceu no meu apartamento já pronta para ir ao almoço na casa de seus pais. Vendo que eu estava meio enrolada, me ajudou a pegar Helena e a bolsa que estava preparada em cima do sofá.— Tenho mesmo que ir?— Sim. Anda logo porque se não vamos chegar atrasadas.— Tá bom.Segui ela para fora do meu apartamento e tranquei a porta. Eu sentia um nó no estômago, talvez fossse por ansiedade ou por medo de não saber o que me esperava na cova do leão. Eu confiava na minha melhor amiga, mas certas coisas nem mesmo ela pode prevenir.Quando Thaís estacionou seu carro em frente a casa, descemos, respirei fundo, mas fiquei parada no mesmo lugar, ela pareceu perceber.— Você está bem?— Sim.— Então, vamos entrar?— Pode ir na frente que eu já vou.Eu precisava criar coragem antes de entrar. Vi quando Thaís entrou e falou alguma coisa com o irmão porque logo depois Eric saiu de dentro de casa e veio em minha direção.— Pretende ficar aí fora por muito tempo?— Eu
ERICQuando voltei ao jardim, desejei que um buraco se abrisse sob os meus pés e me engolisse quando vi minha mãe mostrando o álbum de fotos para Diana. Respirei fundo e caminhei até elas.— Encontrou seu pai?— Ele está no escritório e disse que conversará com Diana depois do almoço.Ela não parecia muito feliz de saber. Fiz sinal para minha mãe e minha irmã e anunciei que precisava conversar com Diana, mas tinha que ser a sós. Thaís ficou de pé e carregou Helena para dentro de casa seguida da minha mãe.— Di, a gente precisa conversar.— Eu sei.— Que história é essa de que você vai viajar para Paris?— É uma viagem de trabalho, Eric. Um cliente quer que eu esteja por perto para fiscalizar o projeto.— E por que você não me contou antes?— Não contei porque não queria estragar a sua empolgação com a festa da sua mãe.— E quanto a Helena?— Vou levá-la comigo.— E por quanto tempo vai ficar por lá?— Até o projeto ser terminado, creio que umas duas semanas no máximo.— Duas semanas?
DIANA Depois do almoço na casa dos pais de Eric e Thaís, eu fiquei um pouco mais tranquila, o pedido de desculpas tinha sido feito e eu até tinha desculpado ele. Eric tinha voltado a estar mais presente na minha rotina e Helena estava adorando, ele não voltou a tocar no assunto da minha viagem. A semana passou correndo, adiantando trabalho, procurando o passaporte de Helena e quando vi já era quinta-feira. Ganhei a sexta-feira de folga para que pudesse me preparar para a viagem, arrumar as malas, separar os documentos e me despedir dos amigos e familiares. Já era quase noite e eu estava dobrando algumas roupas para colocar na mala de Helena quando ouvi a campainha soar, deixei as coisas sobre a cama e fui atender a porta. Acabei me deparando com um entregador, fiquei sem entender nada, mas depois que ele me entregou a sacola, percebi que era do restaurante da minha melhor amiga e do irmão. Agradeci ao homem e assim que fechei a porta, peguei meu celular e tratei de ligar para Eric,
DIANA Depois que Eric me trouxe para casa, ele quis passar a noite comigo e acabei cedendo já que seria nossa última noite antes da minha viagem. Eu estava tão ansiosa que estava difícil até disfarçar, mal consegui dormir, passei boa parte da noite rolando de um lado para o outro na cama, mas sem acordá-lo. Pela manhã, quando não ouvi os resmungos de Helena, sentei-me na cama e percebi que o lugar ao meu lado estava vazio, ao pegar o celular vi que já passava do meio-dia. Saí do quarto e não encontrei mais ninguém no apartamento e, antes que eu começasse a surtar, encontrei um bilhete em cima da mesa de jantar. Di, tive que sair para ir ao supermercado, como não queria te acordar, resolvi levar Helena comigo. Espero que não fique apavorada antes de ver esse bilhete. Deixei seu café da manhã pronto na geladeira. Respirei mais aliviada quando terminei de ler o tal bilhete e só de imaginar Eric comprando as coisas com minha pequena pendurada nele pelo canguru me fez rir. Fui à cozin
ERICPela manhã quando acordei, vi que Diana estava finalmente dormindo tranquilamente depois de passar quase a noite toda acordada, por isso saí do quarto pé ante pé sem fazer o menor barulho e fui pegar uma Helena reclamona no quarto ao lado.Quando cheguei à cozinha, vi uma listinha de coisas para comprar pendurada na porta da geladeira e decidi que iria ao mercado para resolver aquilo. Dei a mamadeira para a pequena e depois veio a missão mais difícil: trocar a bendita da fralda suja. Depois de algumas ânsias de vômito, consegui me livrar da fralda. Antes de sair, porém deixei um bilhete para que Di não ficasse preocupada.Assim que voltei do mercado, encontrei Diana no quarto, terminando de se arrumar, deixei Helena livre e fiquei com o ombro encostado no batente da porta.— Sobre o que você queria conversar comigo? — Ela perguntou curiosa.— Você aceita fazer o exame de DNA hoje ainda? Eu preciso muito saber a verdade.— Mas os laboratórios não abrem hoje, Eric.— O dono da Bi
DIANAO momento da despedida foi complicado, saber que estava deixando Eric, minha melhor amiga e o meu pai para trás foi bem difícil de aguentar, mas eu tive que me manter forte e não deixar que as lágrimas escorressem pelo meu rosto. Seriam só duas semanas que eu ficaria longe, mas ainda sim, mas para mim é muito tempo.Minutos antes do momento do embarque, Eric me envolveu pela cintura, me prendendo contra seu corpo, aproveitei para inspirar fundo, guardando o cheiro de seu perfume em minha memória. Eu, com certeza, sentiria falta dele em minha rotina. Depois de muitos beijos e promessas de que me ligaria todos os dias, respeitando as quatro horas de diferença no fuso horário.Aconchegada na poltrona da primeira classe, me sentia preparada para encarar as 11h 20 min de voo até Paris, só não sabia como Helena reagiria tendo que ficar tanto tempo dentro de um avião, por sorte trouxe o tablet repleto dos desenhos que a minha pequena gosta. Era a nossa primeira viagem internacional.Qu
DIANAA semana passou correndo, tive muito trabalho no projeto de Leonardo, sem contar que a sala que me foi designada tinha uma vista perfeita da cidade e da Torre Eiffel, meu horário de trabalho era o mesmo dos demais funcionários da empresa e eu ainda podia levar minha pequena comigo já que a sala tinha isolamento acústico e o chorinho dela não incomodaria os outros.Fiquei tão imersa no andamento do projeto que não tive muito tempo para visitar os pontos turísticos famosos de Paris, mas na sexta-feira, Leonardo pediu que eu o acompanhasse numa recepção com alguns patrocinadores do projeto dele, tentei recusar, aleguei que não tinha roupa adequada.Logo depois do almoço, Leonardo bateu na porta da minha sala e anunciou que iríamos sair, achei que fosse algo relacionado ao projeto por isso não o questionei e segui. Para minha surpresa, paramos na Avenue Montaigne, onde havia lojas de grifes sofisticadas como Dior, Prada, Chanel, Versace, Louis Vuitton, Armani, Gucci, Jimmy Choo e mu
ERIC A semana tinha passado correndo e a saudade de Diana estava me apertando o peito, esse negócio de só nos falar por videochamada não era a mesma coisa. Eu não podia sentir seu cheiro, nem abraçá-la, muito menos tê-la ao meulado na cama, e, confesso que, a cama estava parecendo maior. A sexta-feira já tinha chegado, e eu estava na minha sala no restaurante quando alguém bateu à porta, permiti a entrada e um dos garçons entrou, trazia em mãos um envelope, que achei meio suspeito e, logo achei que ele estaria entregando a carta de demissão. — Isso aqui acabou de ser entregue para o senhor. — Quem mandou? — Não sei, o carteiro acabou de entregar ali na recepção. — Obrigado. Logo que o rapaz se retirou da sala, dei uma olhada no envelope, quase caí da cadeira quando vi que o remetente era o laboratório em que tínhamos feito o exame de DNA. Meu Deus. Eu não esperava receber o resultado tão rápido, doutor Marcos tinha dito mais ou menos duas semanas. Guardei o envelope na gaveta d