ERICEu estava conversando com um velho amigo e sua esposa quando Thaís se aproximou de nós correndo, seus olhos arregalados, claramente, indicavam que algo de ruim tinha acontecido, mas estava tão ofegante que não consegui entender nada do que ela dizia.— Calma. Respire e beba um pouco de água — peguei um copo da bandeja de um garçom que passava por a gente.Por incrivel que pareça, minah irmã fez, pela primeira vez, exatamente o que eu falei sem nem contestar.— Está mais calma?— Sim!— Então me conte o que aconteceu para você estar desse jeito.— A Diana.— O que tem ela?— Você precisa ir atrás dela.— Por quê?— Acho que o nosso pai falou alguma coisa muito ruim para ela porque ela estava chorando e foi embora correndo.— Está falando sério? O que ele falou?— Acha que eu mentiria sobre a minha melhor amiga? Não sei o que ele falou porque não consegui ouvir.— E para onde ela foi?— Não sei, acho que para casa.— Eu vou atrás dela — comecei a me afastar da minha irmã, mas ela s
DIANA Eu estava perdida nos meus pensamentos quando o motorista do táxi me informou que precisaria fazer um desvio por causa de uma obra de recapeamento que a prefeitura estava fazendo no asfalto e, por isso, aumentaria um pouco mais o trajeto. Sem ter outro jeito, concordei, eu só queria chegar em casa. Depois de pagar ao motorista, desci do táxi e entrei no prédio, cumprimentei o porteiro noturno e ele chamou o elevador para mim. Assim que as portas metálicas se fecharam, me olhei no espelho, logo eu que nunca precisei de homem, nem dos meus pais para criar minha filha estava sendo acusada injustamente pelo pai de Eric. Quando cheguei ao meu andar, ajeitei Helena no colo e saí do elevador, mas para minha surpresa encontrei Eric sentado na porta do meu apartamento. Assim que me viu, ele correu até onde eu estava e me abraçou apertado. — O que está fazendo aqui, Eric? — Thaís me contou que você tinha saído da festa e eu vim correndo. — Não precisava ter vindo. Está tudo bem. —
ERICFoi a pior noite de toda a minha vida, além de tudo o que aconteceu entre meu pai e Diana, o que minha irmã deixou escapar reacendeu a minha pulga atrás da orelha. Muitos pensamentos inundaram minha mente quando eu, finalmente, me deitei na cama.Por que Diana não tinha comentado nada sobre a viagem comigo? Será que Thaís estava falando mesmo a verdade? Será que Diana vai aceitar almoçar na casa dos meus pais?Estava quase pegando no sono quando ouvi a porta do apartamento ser aberta, sabia que era minha irmã, mas não me levantei para confirmar. Logo depois a porta do meu quarto foi aberta e Thaís colocou a cabeça para dentro.— Você está bem, irmãozinho?— Sim, só preciso dormir um pouco.— Tudo bem. Amanhã a gente conversa.— Ok.Thaís voltou a fechar a porta e eu me virei para o lado oposto da porta. Pouco tempo depois acabei pegando no sono.Pela manhã, quando acordei, não queria ter que me levantar, a preguiça estava falando mais alto, mas eu tinha coisas para resolver e não
DIANANo horário combinado, Thaís apareceu no meu apartamento já pronta para ir ao almoço na casa de seus pais. Vendo que eu estava meio enrolada, me ajudou a pegar Helena e a bolsa que estava preparada em cima do sofá.— Tenho mesmo que ir?— Sim. Anda logo porque se não vamos chegar atrasadas.— Tá bom.Segui ela para fora do meu apartamento e tranquei a porta. Eu sentia um nó no estômago, talvez fossse por ansiedade ou por medo de não saber o que me esperava na cova do leão. Eu confiava na minha melhor amiga, mas certas coisas nem mesmo ela pode prevenir.Quando Thaís estacionou seu carro em frente a casa, descemos, respirei fundo, mas fiquei parada no mesmo lugar, ela pareceu perceber.— Você está bem?— Sim.— Então, vamos entrar?— Pode ir na frente que eu já vou.Eu precisava criar coragem antes de entrar. Vi quando Thaís entrou e falou alguma coisa com o irmão porque logo depois Eric saiu de dentro de casa e veio em minha direção.— Pretende ficar aí fora por muito tempo?— Eu
ERICQuando voltei ao jardim, desejei que um buraco se abrisse sob os meus pés e me engolisse quando vi minha mãe mostrando o álbum de fotos para Diana. Respirei fundo e caminhei até elas.— Encontrou seu pai?— Ele está no escritório e disse que conversará com Diana depois do almoço.Ela não parecia muito feliz de saber. Fiz sinal para minha mãe e minha irmã e anunciei que precisava conversar com Diana, mas tinha que ser a sós. Thaís ficou de pé e carregou Helena para dentro de casa seguida da minha mãe.— Di, a gente precisa conversar.— Eu sei.— Que história é essa de que você vai viajar para Paris?— É uma viagem de trabalho, Eric. Um cliente quer que eu esteja por perto para fiscalizar o projeto.— E por que você não me contou antes?— Não contei porque não queria estragar a sua empolgação com a festa da sua mãe.— E quanto a Helena?— Vou levá-la comigo.— E por quanto tempo vai ficar por lá?— Até o projeto ser terminado, creio que umas duas semanas no máximo.— Duas semanas?
DIANA Depois do almoço na casa dos pais de Eric e Thaís, eu fiquei um pouco mais tranquila, o pedido de desculpas tinha sido feito e eu até tinha desculpado ele. Eric tinha voltado a estar mais presente na minha rotina e Helena estava adorando, ele não voltou a tocar no assunto da minha viagem. A semana passou correndo, adiantando trabalho, procurando o passaporte de Helena e quando vi já era quinta-feira. Ganhei a sexta-feira de folga para que pudesse me preparar para a viagem, arrumar as malas, separar os documentos e me despedir dos amigos e familiares. Já era quase noite e eu estava dobrando algumas roupas para colocar na mala de Helena quando ouvi a campainha soar, deixei as coisas sobre a cama e fui atender a porta. Acabei me deparando com um entregador, fiquei sem entender nada, mas depois que ele me entregou a sacola, percebi que era do restaurante da minha melhor amiga e do irmão. Agradeci ao homem e assim que fechei a porta, peguei meu celular e tratei de ligar para Eric,
DIANA Depois que Eric me trouxe para casa, ele quis passar a noite comigo e acabei cedendo já que seria nossa última noite antes da minha viagem. Eu estava tão ansiosa que estava difícil até disfarçar, mal consegui dormir, passei boa parte da noite rolando de um lado para o outro na cama, mas sem acordá-lo. Pela manhã, quando não ouvi os resmungos de Helena, sentei-me na cama e percebi que o lugar ao meu lado estava vazio, ao pegar o celular vi que já passava do meio-dia. Saí do quarto e não encontrei mais ninguém no apartamento e, antes que eu começasse a surtar, encontrei um bilhete em cima da mesa de jantar. Di, tive que sair para ir ao supermercado, como não queria te acordar, resolvi levar Helena comigo. Espero que não fique apavorada antes de ver esse bilhete. Deixei seu café da manhã pronto na geladeira. Respirei mais aliviada quando terminei de ler o tal bilhete e só de imaginar Eric comprando as coisas com minha pequena pendurada nele pelo canguru me fez rir. Fui à cozin
ERICPela manhã quando acordei, vi que Diana estava finalmente dormindo tranquilamente depois de passar quase a noite toda acordada, por isso saí do quarto pé ante pé sem fazer o menor barulho e fui pegar uma Helena reclamona no quarto ao lado.Quando cheguei à cozinha, vi uma listinha de coisas para comprar pendurada na porta da geladeira e decidi que iria ao mercado para resolver aquilo. Dei a mamadeira para a pequena e depois veio a missão mais difícil: trocar a bendita da fralda suja. Depois de algumas ânsias de vômito, consegui me livrar da fralda. Antes de sair, porém deixei um bilhete para que Di não ficasse preocupada.Assim que voltei do mercado, encontrei Diana no quarto, terminando de se arrumar, deixei Helena livre e fiquei com o ombro encostado no batente da porta.— Sobre o que você queria conversar comigo? — Ela perguntou curiosa.— Você aceita fazer o exame de DNA hoje ainda? Eu preciso muito saber a verdade.— Mas os laboratórios não abrem hoje, Eric.— O dono da Bi