Capítulo 5

ERIC

Depois que minha irmã e Diana recusaram minha companhia para ir ao shopping, recolhi as roupas da máquina de lavar, me despedi de Helena com um beijo em sua cabecinha e voltei para o meu apartamento, deixando as três sozinhas.

Quando enfim entrei em casa, fui estender toda a roupa lavada no pequeno varal de teto e no de chão.

Comi uma maçã e tomei um pouco mais de café, depois fui arrumar meu quarto. Odeio casa bagunçada, talvez seja por isso que minha irmã e eu vivemos em pé de guerra.

Já eram dez horas e eu ainda tinha que me arrumar e ir para o restaurante, afinal, o estabelecimento não abriria sozinho.

Escolhi uma calça jeans preta e uma camisa branca, calcei os tênis, pus o relógio no pulso e arrumei os cabelos.

Chegando ao restaurante, vi Oliver encostado em seu carro no estacionamento, parei ao seu lado e pedi desculpas pela demora.

Oliver e eu somos amigos desde o ensino médio e eu disse que o apoiaria quando ele decidiu fazer gastronomia, só não esperava que ele fosse se tornar um chef renomado e conhecido no mundo todo.

Aos sábados Oliver sempre vem ao meu restaurante para cozinhar suas comidas chiques e diferentes. É o dia do Oliver. Ele assume a cozinha e dita o cardápio.

— Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou assim que me viu.

— Foi uma noite de cão, irmão.

— Se precisar conversar, sabe que pode se abrir comigo.

— Foi só o meu pai que passou mal ontem a noite e acabei ficando até tarde no hospital, fazendo companhia a minha mãe.

— Sei como é difícil! Quando meu pai faleceu, eu estava longe e fiquei mal por uma semana.

— Eu me lembro.

— Mas ele tá bem, agora?

— Foi para casa hoje de manhã, fiquei de passar lá antes de vir, mas acabei me atrasando e nem consegui.

Enquanto eu abria o restaurante, ele foi direto para a cozinha, guardou suas coisas nos armários de funcionários e depois veio me encontrar em minha sala.

— Eu pensei em um cardápio especial para hoje — falou enquanto se sentava na cadeira à frente da minha mesa.

— E o que serviremos?

Oliver começou a me mostrar diversos pratos itaianos que tinha aprendido a cozinhar na última especialização que fizera em Veneza.

— De entrada teremos Grissini acompanhado de Patê de azeitonas e queijo, Caponata de Berinjela e Bruschettas... Prato principal será Sopa de capelleti, risoto 4 queijos, Nhoque e Rondelli com almôndegas e as sobremesas pensei em TiramissúPanna Cota e Cannolis.

— Uau! Achei que italianos só comiam massas — falei com sarcasmo.

— Sua visão está um pouco equivocada, meu caro amigo.

— Você acha que conseguirá dar conta disso tudo com a minha equipe?

— Claro! Adoro seus funcionários... Inclusive quando eu abrir meu restaurante, vou contratá-los.

— Nem por cima do meu cadáver!

Oliver saiu da minha sala e foi se reunir com os funcionários que já começavam a chegar. Assim que fiquei sozinho, comecei a olhar os papéis da contabilidade e o meu celular apitou em cima da mesa. Era uma mensagem de Renata.

"Não sei se devo acreditar em você, mas não se preocupe vou te dar um voto de confiança desta vez."

"Obrigado!"

Liguei para minha mãe para saber como meu pai estava e aproveitei para informar de que eu levaria o almoço para eles.

— Conseguiu falar com sua irmã?

Como eu ia explicar para minha mãe que eu tinha esquecido de falar com a doida da minha irmã sobre o acontecimento da noite?

— Desculpa, mãe! Eu nem vi Thaís.

— Já tentei ligar várias vezes, mas não estou conseguindo.

— Vou mandar uma mensagem para ela.

— Depois me dê notícias dela.

— Pode deixar, mãe!

O restaurante foi aberto algumas horas depois e não demorou muito para que os primeiros clientes começassem a chegar.

Indo até a cozinha para falar com Oliver sobre o almoço de meus pais, passei pelo salão que já estava em fervorosa.

Um dos garçons me comunicou que uma cliente em especial desejava falar comigo, então o segui e tive uma baita surpresa ao ver Renata.

— O-oi Renata!

O garçom nos deixou a sós e então ela ficou de pé e me abraçou. Fiquei um pouco confuso, pois da última vez que nos vimos pessoalmente, ela parecia que ia me matar.

— Não vai se sentar comigo?

— É que estou em horário de trabalho.

— O que vim para te falar... não vai demorar.

Acabei me sentando na cadeira de frente para ela. Estava ansioso e preocupado com o que ela poderia falar.

— Esse lugar não mudou nadinha e pelo visto, o dono também não.

— Pode ser direta, pois preciso voltar ao trabalho.

— Eu só queria falar que... Senti sua falta. Senti falta da gente, do que sentíamos um pelo outro...

— A decisão de ir embora foi sua!

— Eu sei, mas...

— Foi você que surtou quando me viu com minha irmã e a mãe da minha afilhada.

— Eu sei, Eric! Mas eu mudei e estou disposta a dar outras chance para a gente.

— Outra chance? — Ri e passei a mão pelos cabelos. — Você acha que é simples assim, Renata?

— Pode ser simples, basta você querer e você bem que queria ontem.

— Você não pode voltar anos depois e esperar que eu ainda tenha o mesmo sentimento em relação a você.

— Então você está dizendo que não sente mais nada por mim?

— Estou dizendo que sofri muito com o nosso término, mas que agora já não sou mais o mesmo bobo que você namorou... Nós mudamos, mas não vai rolar mais porque você quebrou a confiança que eu tinha em você.

— Mas isso é fácil resolver.

— Para você pode até ser, mas para mim não... Com licença, pois preciso voltar ao trabalho.

— Então a mensagem de ontem a noite não representou nada? — Ela tentou a última cartada.

— Eu estava bêbado e nem sei porquê fui te responder.

Saindo de perto da mesa, me encaminhei até obalcão, peguei o almoço dos meus pais e saí do restaurante. Quando já estava acaminho da casa deles, enviei uma mensagem para Thaís falando a respeito donosso pai.

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