Capítulo 6

DIANA

Assim que chegamos ao shopping, Thaís conseguiu estacionar na única vaga disponível no primeiro andar, tirei Helena da cadeirinha enquanto minha amiga lutava para conseguir armar o carrinho. Pedi que segurasse minha menininha e armei o carrinho.

— Como você consegue fazer isso tão rápido?

— Já tenho a prática.

Passeamos e entramos em tantas lojas que acabamos exaustas e sentadas na área de alimentação. Helena estava adorando aquele passeio e dava gritinhos de alegria.

Assim que fizemos nossos pedidos, dei a mamadeira para Helena e meu celular apitou dentro da bolsa. Pegando o aparelho, dei uma olhada, era uma mensagem do meu pai. Fiquei surpresa porque ele nunca mandava mensagem e rapidamente cliquei para abrir.

Sua mãe já deve ter lhe falado sobre a homenagem e saiba que conto com você ao meu lado. Já confirmei sua presença.”

— Você está bem, Diana? — Minha amiga perguntou parecendo preocupada.

— Sim! Acho que sim!

— O que tem aí para você ficar tão pálida de repente?

— Era uma mensagem do meu pai.

— E o que ele queria?

— Ele confirmou minha presença no evento — respondi ainda sem acreditar no que ele tinha feito.

Eu amava meu pai, queria que ele conhecesse Helena, mas ele não podia confirmar minha presença no tal evento. Eu já tinha dito para minha mãe que não iria.

— Será que ele sabe que sua mãe fez aquela exigência ridícula?

— Parece que não!

— E agora, o que você vai fazer?

— Vou ligar e dizer que não poderei ir.

— Mas você não quer tanto ver o seu pai?

— Sim!

— Eu tenho uma ideia que pode te ajudar a matar dois coelhos com uma cajadada só.

— Então me conte porque nesse momento, eu preciso de uma solução que salve a minha vida.

— Por que não conversa com o meu irmão? Ele é capaz de aceitar te ajudar, afinal, ele é doidinho por Helena.

— Não acho que seja uma boa ideia!

— Você já viu como Eric e Helena se parecem? Ele poderia se passar perfeitamente por pai dela — falou e apontou para Helena no carrinho.

— Não quero envolver seu irmão nisso, ele já deve ter os problemas dele.

— Problemas? O único problema que Eric deve ter é decidir qual é a próximo prato que vai acrescentar no cardápio do restaurante.

— Você acha que ele aceitaria?

— Claro! Quando é essa m*****a festa?

— No próximo final de semana.

Thaís tirou o celular do bolso e ligou para o irmão, pedindo que nos encontrasse na praça de alimentação do shopping e disse que era urgente.

Nossos pedidos chegaram e comemos conversando sobre Gustavo e outras amenidades. Poucos minutos depois Eric nos encontrou, mas não pude ficar, pois tinha que trocar a fralda de Helena. Antes que eu me afastasse totalmente, ainda consegui ouvir os dois conversando.

— Eu estava saindo da casa de nossos pais quando você ligou. O que quer?

Apressei o passo até chegar ao banheiro. Algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Era, no mínimo, constrangedor e humilhante toda a situação.

Depois de trocar as fraldas de Helena, exitei em voltar para a mesa, pois estava envergonhada demais.

Assim que me aproximei, Eric ficou de pé e pegou Helena do meu colo e minha menininha abriu um largo sorriso. Ele a jogou para o alto e fingiu morder sua barriga.

— Por que estão nos olhando? — Ele perguntou quando parou com a brincadeira e olhou em nossa direção.

— Só estávamos comparando você e Helena juntos.

Quando Eric começou a falar, voltou a se sentar na cadeira entre Thaís e eu.

— Diana, minha irmã já me resumiu toda a história e também disse que você estava com vergonha de me perguntar se eu poderia ajudá-la...

Ai meu Deus! Ela tinha mesmo contado tudo para ele — senti minhas bochechas corarem.

— E eu ficaria muito feliz de me passar por pai dessa princesinha e ainda te ajudar. — Ele concluiu.

— Você tem certeza, Eric? Eu não quero te atrapalhar.

— De jeito nenhum que me atrapalha.

— Mas e o restaurante? Teríamos que ficar por lá durante todo o final de semana e...

— A Thaís pode, perfeitamente, cuidar da cozinha e da parte administrativa, não é irmãzinha?

— Claro!

— Ah, eu não sei!

— Pelo amor de Deus, Diana! Aceita logo! — Thaís já estava impaciente.

— Você quer que eu seja o seu pai de mentirinha? — Eric perguntou para Helena e ela retribuiu com resmungos incompreensíveis e depois sorriu.

— Tudo bem! Eu aceito!

Como se estivesse entendendo tudo aquilo, Helena começou a bater palmas, despertando a atenção de todos.

Pagamos a conta e depois fomos ao parque para que Helena pudesse brincar, mas logo Thaís teve que sair porque encontraria com o Gustavo.

Permaneci sentada em um dos bancos enquanto Eric estava com Helena no parquinho. Fiquei observando os dois, primeiro foram no balanço e quando ela se cansou, passaram para o escorregador.

Quando se cansaram, Eric sentou-se ao meu lado, tirou o celular do bolso e bateu uma foto de nós três juntos.

— Por que fez isso? — perguntei.

— Se vou fingir ser pai de Helena e seu marido, é normal que eu tenha uma foto da família como fundo de tela no celular.

— Tem razão! — sorri tentando disfarçar minha vergonha.

— Foi só uma foto. Não precisa se preocupar! — Ele passou o braço pelas minhas costas.

— Vamos ter um problema se toda vez que eu me aproximar, te tocar ou te elogiar e você ficar com as bochechas coradas.

— Vou tentar me lembrar disso e não ficar corada.

— Podemos ir treinando, se quiser!

Fiquei muda. Não sabia o que falar, as palavras tinham, simplesmente, desaparecido. O que ele queria dizer com treinar? Ele frequentaria meu apartamento, ficaria me elogiando e me tocando?

— Seja lá o que está pensando, já pode voltar a sua cor normal — Ele comentou e me fez ficar ainda mais corada.

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