ESTER Eu já estava quase chegando à empresa quando meu celular começou a tocar, vi que era Bruno, mas não podia atender. Ele devia estar querendo perguntar se era para ficar com meu filho. Uma segunda ligação apareceu na tela, mas dessa vez era de Maria. Tive que estacionar o carro e atender. — Ester, que bom que consegui falar com a senhora. — Aconteceu alguma coisa? — O Caetano... Eu já procurei ele na casa toda, mas não o encontrei. — Como assim, Maria? — Ele tinha terminado de tomar o leite dele e estava jogando videogame na sala, daí aproveitei para estender algumas roupas no varal e quando voltei, ele já não estava lá. — Já perguntou se ele está na casa da vizinha? — Sim, mas ela falou que não o viu hoje. — Ele é só uma criança de seis anos, não deve ter ido muito longe, dê uma volta no quarteirão, já vou voltar para casa. Estava fazendo o retorno para pegar o caminho de volta para casa quando o nome de Bruno apareceu de novo na tela, tive que atender. — Ester. — Bru
BRUNODepois que Ester foi embora do meu apartamento, tomei um pouco mais de café e depois deixei Caetano na sala vendo desenho e brincando com a gatinha enquanto eu fui tomar um banho e me arrumar antes de sairmos para a casa dele.— A gente pode levar a meia noite com a gente?— Não, pequeno.— Por quê?— Porque gatos não gostam de ficar mudando de casa.— Será que minha mãe deixa eu ter um gatinho também?— Talvez, se você for um menino obediente e não fizer mais travessuras como a de hoje.— Eu vou me comportar, tio Bruno.Pouco tempo depois, logo que o carro estacionou em frente à casa de Ester, paguei o motorista enquanto Caetano pulava fora do carro, cruzou o jardim correndo até a porta de entrada, onde Maria já estava esperando.— Graças a Deus! — Ela exclamou enquanto abraçava o pestinha. — Você está bem?— Sim.— Nunca mais me dê um susto desses, menino.Me aproximei dos dois e antes que Caetano entrasse em casa, fiz com que ele pedisse desculpas para Maria. Logo deposis el
ESTERA reunião com um dos meus patrocinadores foi mais demorada do que eu esperava, passamos metade do dia para resolvermos orçamento para a próxima animação e só tivemos um intervalo de uma hora para almoçarmos.Estava me sentindo exausta, mas não era um cansaço fisicamente, só queria chegar em casa, poder me jogar na cama e dormir até o dia seguinte. Eu nunca gostei de reuniões muito longas, prefiro passar as horas colocando no papel as ideias da minha cabeça do que discutindo sobre finanças Fiz uma anotação mental de pedir ao meu irmão que me acompanhasse nessas reuniões.Fiquei mais do que feliz quando finalmente cheguei ao meu carro, coloquei minha bolsa no banco do carona e saí do estacionamento. Liguei o rádio no volume baixo e decidi passar no mercado antes de ir para casa, pois precisava comprar alguns lanchinhos para Caetano e, claro que, comprei uma garrafa de vinho para mim.Assim que parei o carro na garagem, vi as luzes de casa acessas. Peguei as sacolas no porta-malas,
BRUNO Depois que Ester confirmou o que eu queria ouvir, tomei a iniciativa de beijá-la. Quando a pressão dos meus lábios sobre os dela começou a diminuir, me afastei dela bem no momento em que a porta do quarto foi aberta. — Já pediram desculpas? — Caetano estava parado junto ao batente da porta. Rapidamente fiquei de pé e me adiantei em pegar o pestinha, mas ele foi mais esperto e saiu correndo pela casa e tive que ir atrás dele. Quando já estava cansado, decidi avisar Ester de que estava indo embora e acabei encontrando-a na cozinha, tomando uma taça de vinho. — Ester, eu já vou indo. — Você precisa mesmo ir embora? — perguntou enquanto se aproximava e acariciava meu peito. — Sim. — Não quer tomar uma taça de vinho primeiro? — Acho melhor não, Ester. — Você bem que podia ficar essa noite. Não resisti ao charme dela, apoiei as mãos na bancada, uma de cada lado do seu corpo, deixando-a encurralada como um ratinho acuado. Olhando no fundo de seus olhos pude ver o desejo estamp
ESTER O risoto de polvo com parmesão que Bruno preparou estava muito delicioso, nunca tinha comido algo tão gostoso, parecia ter sido preparado por um chef renomado e a macarronada para o Caetano estava com uma aparência ótima. — Eu sabia que você cozinhava bem, mas esse risoto está divino. — Obrigado, Ester. — Tá muito bom mesmo, tio Bruno. Assim que terminamos de comer, avisei que iria subir para colocar meu filho na cama. Demorei mais do que esperava para voltar ao andar inferior porque meu pequeno pediu para que lessa uma história para ele. Depois de cobri-lo com a coberta, dei um beijo em sua testa e antes de sair, apaguei as luzes e encostei a porta. — Finalmente ele dormiu — reapareci na cozinha. — Desculpa ter te deixado sozinho. — Não se preocupe, sou acostumado a ficar sozinho. Bruno já tinha retirado quase tudo da mesa e lavado a louça, então terminei de retirar o restante das coisas que tinham ficado para trás. Enquanto eu guardava as toalhinhas no armário, senti
BRUNOPela manhã, acordei com a luz do sol entrando no quarto, Ester ainda estava adormecida, com os cabelos espalhados sobre o travesseiro. Saí da cama devagar para não acordá-la e tratei de fechar as cortinas, escurecendo o quarto. Peguei minhas roupas espalhadas pelo chão e vesti, saindo do quarto logo em seguida.Ao passar pelo quarto do pestinha, dei uma olhada dentro do cômodo, o menino ainda estava dormindo então decidi ir até a cozinha. Meu estômago roncou, vasculhei os armários e decidi ir até a padaria que ficava próximo dali para comprar algumas coisas e ainda fazer a minha caminhada matinal.Quando voltei para a casa de Ester, aproveitei que estavam todos dormindo e comecei arrumando a mesa. Cortei as frutas e as coloquei em bandejas, estava fazendo o café quando o pestinha apareceu. Com um sorriso no rosto e ainda de pijama.— Tio Bruno!— Bom dia, pequeno.— O que você está fazendo? — Ele perguntou enquanto arrastava o banquinho para ficar em pé ao meu lado.— Café.— Ec
ESTERQuando me ofereci para dar uma carona a Bruno até o apartamento dele, foi apenas um pretexto para ficarmos sozinhos de novo, pode beijá-lo como devia ter feito quando apareci na cozinha assim que acordei, mas como Caetano estava por ali, não pudemos. A pergunta que não quer calar é: até quando vou conseguir disfarçar na frente do meu filho.Durante o caminho até o prédio dele, Bruno permaneceu com a mão apoiada na minha coxa e, as vezes, deslizava um dedo pela minha fenda, mesmo que por cima da roupa. Aquilo estava me deixando doida e muito excitada, porém tinha que prestar atenção ao trânsito e não causar nenhum acidente.— Será que podemos sair para jantar? — Ele quebrou o silêncio e me pegou de surpresa.— Hoje?— Sim, eu conheço um restaurante não muito chique, mas servem uma comida deliciosa e tem música de qualidade.— Acho que pode ser uma boa ideia, mas...— Não se preocupe com o Caetano, conversarei com seu irmão e tenho certeza de que ele não reclamará de ficar com o s
BRUNO Eu não estava acreditando que Lia tinha vindo atrás de mim e grávida ainda por cima. Concordo que os pais dela tinham sido uns filhos da puta ao colocarem ela para fora de casa quando ela mais vai precisar deles, até queria ajudá-la, mas também não queria correr o risco de estragar as coisas com Ester, justo agora que estávamos começando a nos dar bem. Deixei que ela subisse para o meu apartamento, para tomar um banho e comer alguma coisa, e tinha que pensar na melhor forma de falar com ela que não poderia ajudá-la dessa vez e, que talvez fosse melhor ela procurar o pai da criança. Assim que entramos no apartamento, fomos recepcionados por Meia noite, que começou a se esfregar nas minhas pernas, Lia tentou acariciá-la, mas a gatinha se esquivou. Limpei a caixa de areia e coloquei ração nova no potinho de Meia noite, logo depois fui para o meu quarto. Enquanto guardava algumas roupas na mochila, ela foi para a cozinha e preparou dois sanduíches, mas rejeitei porque já tinha to