ESTERDepois de acertar todos os detalhes sobre a contratação do meu irmão como meu assistente e representante, ele ficou de pé e disse que precisava ir embora. Quando alcancei a porta, vi meu irmão cumprimentando Bruno— Bruno. Que surpresa vê-lo por aqui.— Será que posso trocar duas palavras com você?— Claro. Entre, por favor.Confesso que fui pega de surpresa por vê-lo ali, ainda mais querendo falar comigo. Assim que entramos, fechei a porta e indiquei a cadeira para ele enquanto me sentei na cadeira atrás de minha mesa.— Sobre o que quer falar?— Sobre isso aqui.Peguei o celular de sua mão e quase não acreditei quando vi a foto que ele estava me mostrando. Era a foto do casamento do meu irmão onde nos beijamos.— Você me garantiu que não havia ninguém da empresa lá no casamento do seu irmão. — Ele vociferou irritado.— E não havia mesmo... Você viu que foram poucos convidados.— Então como essa foto está circulando entre os funcionários?— Eu... Eu não sei, Bruno.— Só que por
BRUNODepois que saí da empresa com Caetano, fomos até a sorveteria mais perto dali. Ele quis sorvete de chocolate com menta e calda de chocolate e, aproveitei para pedir o de pistache para mim. Eu não devia ter aceitado ficar com o pequeno, mas ele era só uma criança e não tinha culpa de nada do que aconteceu entre eu e a mãe dele.— Tio Bruno.— O que foi, pequeno?— Você não tem namorada, não é?— Isso mesmo.— Então por que você não namora a minha mãe?— Por que está falando isso?— Porque eu escutei a vovó e o tio Caio conversando e ela falou que a mamãe precisava arrumar um namorado para ser feliz.— Eles falaram isso?— Sim, mas eu acho que a mamãe é feliz comigo. — Ele comeu uma colherada de sorvete. — Você não acha?— Tenho certeza que sim, mas acho que a sua avó estava falando sobre outro tipo de felicidade.— Só por que o meu papai virou estrelinha?— Acho que sim.— Então se você namorar ela e virar meu papai, ela vai ficar mais feliz?— Não sei.Caetano pareceu se conten
ESTERDepois que Bruno saiu com meu filho, fiz questão de acompanhar a saída do fofoqueiro do prédio da empresa. Quando voltei para minha sala, fiz uma transferência bancária para a conta de Bruno, para custear os gastos com o meu menino.Passei a tarde toda no estúdio da empresa, precisava avaliar as pessoas pré-selecionadas que dublariam os meus próximos personagens. Quando voltei à minha sala, o pôr do sol já começava a pintar o céu com tons de amarelo, laranja e dourado.Dei uma olhada no meu celular, mas não havia nenhuma mensagem ou ligação, decidi ligar para casa e Maria me informou que Bruno tinha levado Caetano para a aula de surfe. Eu tinha me esquecido completamente das aulas.Juntei minhas coisas e saí da empresa, decidindo passar na praia para verificar se eles ainda estavam por lá e, por sorte, consegui encontrar uma vaga para estacionar o carro. Caminhando pelo calçadão, acabei avistando meu pequeno, mas Bruno não estava com ele.— Filho!— Mamãe. — Ele saiu correndo em
BRUNODiante do comportamento de Ester, achei melhor ficar quieto no meu canto, se ela achava que eu tinha sido descuidado e irresponsável com o filho dela, era porque não confiava plenamente em mim e isso dizia mais sobre ela do que de mim.Logo depois que Ester foi embora da praia, juntei minhas coisas na mochila e Kai se ofereceu para me dar uma carona até em casa. Depois de um banho gelado, preparei uma comida rápida, pois estava morrendo de fome, e fiquei jogado no sofá com a companhia da gatinha.Quando ouvi batidas na porta, levantei rapidamente, tinha esperanças de que fosse Ester, mas assim que abri, me deparei com a vizinha veterinária. Já nem me lembrava do nome dela, mas aqui estava ela, parada na minha porta e segurando algumas sacolas nas mãos.— Oi, vizinha.— Bruno, ainda bem que está em casa.— Está precisando de alguma coisa?— Como você não apareceu no meu consultório, tomei a liberdade de trazer algumas coisas que a gatinha vai precisar. — Ela ergueu as sacolas.—
ESTER Eu já estava quase chegando à empresa quando meu celular começou a tocar, vi que era Bruno, mas não podia atender. Ele devia estar querendo perguntar se era para ficar com meu filho. Uma segunda ligação apareceu na tela, mas dessa vez era de Maria. Tive que estacionar o carro e atender. — Ester, que bom que consegui falar com a senhora. — Aconteceu alguma coisa? — O Caetano... Eu já procurei ele na casa toda, mas não o encontrei. — Como assim, Maria? — Ele tinha terminado de tomar o leite dele e estava jogando videogame na sala, daí aproveitei para estender algumas roupas no varal e quando voltei, ele já não estava lá. — Já perguntou se ele está na casa da vizinha? — Sim, mas ela falou que não o viu hoje. — Ele é só uma criança de seis anos, não deve ter ido muito longe, dê uma volta no quarteirão, já vou voltar para casa. Estava fazendo o retorno para pegar o caminho de volta para casa quando o nome de Bruno apareceu de novo na tela, tive que atender. — Ester. — Bru
BRUNODepois que Ester foi embora do meu apartamento, tomei um pouco mais de café e depois deixei Caetano na sala vendo desenho e brincando com a gatinha enquanto eu fui tomar um banho e me arrumar antes de sairmos para a casa dele.— A gente pode levar a meia noite com a gente?— Não, pequeno.— Por quê?— Porque gatos não gostam de ficar mudando de casa.— Será que minha mãe deixa eu ter um gatinho também?— Talvez, se você for um menino obediente e não fizer mais travessuras como a de hoje.— Eu vou me comportar, tio Bruno.Pouco tempo depois, logo que o carro estacionou em frente à casa de Ester, paguei o motorista enquanto Caetano pulava fora do carro, cruzou o jardim correndo até a porta de entrada, onde Maria já estava esperando.— Graças a Deus! — Ela exclamou enquanto abraçava o pestinha. — Você está bem?— Sim.— Nunca mais me dê um susto desses, menino.Me aproximei dos dois e antes que Caetano entrasse em casa, fiz com que ele pedisse desculpas para Maria. Logo deposis el
ESTERA reunião com um dos meus patrocinadores foi mais demorada do que eu esperava, passamos metade do dia para resolvermos orçamento para a próxima animação e só tivemos um intervalo de uma hora para almoçarmos.Estava me sentindo exausta, mas não era um cansaço fisicamente, só queria chegar em casa, poder me jogar na cama e dormir até o dia seguinte. Eu nunca gostei de reuniões muito longas, prefiro passar as horas colocando no papel as ideias da minha cabeça do que discutindo sobre finanças Fiz uma anotação mental de pedir ao meu irmão que me acompanhasse nessas reuniões.Fiquei mais do que feliz quando finalmente cheguei ao meu carro, coloquei minha bolsa no banco do carona e saí do estacionamento. Liguei o rádio no volume baixo e decidi passar no mercado antes de ir para casa, pois precisava comprar alguns lanchinhos para Caetano e, claro que, comprei uma garrafa de vinho para mim.Assim que parei o carro na garagem, vi as luzes de casa acessas. Peguei as sacolas no porta-malas,
BRUNO Depois que Ester confirmou o que eu queria ouvir, tomei a iniciativa de beijá-la. Quando a pressão dos meus lábios sobre os dela começou a diminuir, me afastei dela bem no momento em que a porta do quarto foi aberta. — Já pediram desculpas? — Caetano estava parado junto ao batente da porta. Rapidamente fiquei de pé e me adiantei em pegar o pestinha, mas ele foi mais esperto e saiu correndo pela casa e tive que ir atrás dele. Quando já estava cansado, decidi avisar Ester de que estava indo embora e acabei encontrando-a na cozinha, tomando uma taça de vinho. — Ester, eu já vou indo. — Você precisa mesmo ir embora? — perguntou enquanto se aproximava e acariciava meu peito. — Sim. — Não quer tomar uma taça de vinho primeiro? — Acho melhor não, Ester. — Você bem que podia ficar essa noite. Não resisti ao charme dela, apoiei as mãos na bancada, uma de cada lado do seu corpo, deixando-a encurralada como um ratinho acuado. Olhando no fundo de seus olhos pude ver o desejo estamp