ESTERNa volta para casa, eu já esperava que meu pequeno fosse passar mal, porque apesar de toda a minha contestação, ele se entupiu de batata frita e sorvete de chocolate no almoço. Por causa disso, a volta não foi nada tranquila e demorou muito mais do que a ida.Quando enfim chegamos na cidade maravilhosa, foi bem na hora do rush e acabamos pegando um pouco de trânsito até chegar em casa. Meu filho tinha adormecido e tive que contar com a ajuda de Bruno para carregá-lo até o sofá.— Obrigada por ter ido comigo — agradeci enquanto ele me ajudava a tirar as malas do carro.— Não foi nada, eu até faria de novo.— Esse foi o melhor final de semana que já passei em anos — fui sincera com ele.— Fico feliz por saber disso.Enquanto ele levava minhas malas para o quarto, aproveitei para abrir as janelas, deixar o ar circular e quando estava indo em direção aos quartos, acabamos nos esbarrando no corredor. Resolvi surpreendê-lo, abraçando sua cintura.— Vou sentir falta de você.— Acho que
BRUNODepois de me despedir de minha mãe, peguei um táxi e fui para casa. Tinha tanta coisa para colocar em ordem antes de começar mais uma semana. Levei a mochila a área de serviço do apartamento e coloquei as roupas sujas na máquina de lavar. Por mais que quisesse descansar, tinha que limpar a minha casa, que estava começando a acumular poeira.Assim que terminei a faxina, me sentei para verificar minha caixa de e-mails que estava lotada e quando vi já era noite. Com preguiça de fazer uma comida decente, resolvi fazer um macarrão instantâneo, desses que ficam prontos em três minutos.Quando finalmente me deitei, já era tarde e estava sentindo o meu corpo cansado, mas antes de poder finalmente dormir, peguei o celular e liguei para Ester, precisava ouvir a voz dela. Poderia parecer meio egoísta ligar para ela aquela hora, mas eu dormiria melhor se pudesse lhe explicar o que tinha acontecido para que eu saísse daquela maneira de sua casa.— Alô? — A voz dela soou meio sonolenta do out
ESTERAssim que encerrei a conversa com Bruno, voltei a me deitar e adormeci rapidamente, me sentindo um pouco mais aliviada por saber que nada de ruim tinha acontecido com ele, porém fiquei com a pulga atrás da orelha por ele ter contado sobre nós para a mãe dele.Pela manhã, quando o meu despertador tocou, já acordei me sentindo muito mais disposta, me arrumei com calma, acordei meu filho e preparei sua lancheira enquanto esperava minha dose de cafeína ficar pronta. Depois que deixei meu pequeno na escola, segui para a empresa. Enquanto cruzava o saguão em direção ao elevador, Bruno apareceu correndo, entrando também. Foi a oportunidade perfeita para ficarmos sozinhos. Logo que as portas metálicas se fecharam, Bruno enlaçou minha cintura e me puxou para mais perto e me beijou.— Bom dia, meu amor.— Bruno! Alguém pode acabar nos ver. — O alertei.— Estamos sozinhos, Ester.— Eu sei, mas alguém pode entrar a qualquer momento.— Se eu estivesse com as duas mãos livres, te agarrava ag
BRUNOEstava parado na porta da sala de Ester, estava prestes a dar meia-volta na direção de sua mesa mas aí ficaria parecendo um covarde. Respirei fundo, criando coragem e entrei.— Mandou me chamar? — falei chamando sua atenção.— Achei que não viria.— Você ainda é a minha patroa, Ester... Apesar de ser só um estagiário, não posso correr o risco de perder esse emprego.Tentei soar frio e distante porque como ela mesmo tinha feito questão de me lembrar, estávamos no ambiente de trabalho. Ela não falou nada, mas percebi quando mordeu o lábio inferior então tomei a frente e perguntei:— Sobre o que queria falar comigo?— Sobre o que aconteceu no almoço, eu...— Desculpa, Ester, mas não vou conversar sobre assuntos pessoais aqui na empresa.— Eu entendo. Só quero que você saiba que eu nao quis te magoar hoje mais cedo quando estávamos no elevador.— Tudo bem. Agora, se não tem mais nada para falar, vou voltar para a minha mesa.Já estava caminhando em direção à porta para sair de sua s
ESTERDepois que Bruno se recusou a me deixar explicar o meu lado e saiu da minha sala feito um boi bravo, preferi passar o restante do dia em minha sala, começando a elaborar uma animação que tinha planejado já fazia um tempo.Quando cheguei em casa, estava me sentindo exausta e com o início de uma dor de cabeça, mas assim que cruzei a porta, fui recepcionada pelo meu pequeno, que veio correndo e se jogou em meus braços e me deu um beijo, capaz de me fazer esquecer qualquer preocupação e espantar o cansaço.— Mamãe!— Oi, meu pequeno.— Tava com saudades.— Como foi o seu dia? — perguntei enquanto sentava no sofá com ele.— Foi bom, a Maria até brincou de dominó comigo depois que ela terminou de arrumar a casa.— É mesmo?Fiquei conversando com ele por alguns minutos e depois falei que precisava tomar um banho e ele voltou a assistir o desenho que passava na televisão. Depois que me despi, abri o chuveiro e deixei que a água quente escorresse pelo meu corpo e, foi inevitável, não me
BRUNOPela manhã, quando cheguei à empresa, notei que as pessoas, que eu achava que eram meus colegas de trabalho, me olhavam meio atravessado e cochichando entre si. Tinha algo de errado e eu não fazia ideia do que poderia ser. Assim que me sentei na minha estação de trabalho, cutuquei o braço de Kaori.— Você sabe por que estão todos me olhando com cara de poucos amigos?— Ainda não está sabendo?— Sabendo do que?Ela então pegou o seu celular e abriu um grupo, do qual eu não fazia parte. A imagem que estava na tela, me deixou petrificado. Não era possível. A maldita foto do casamento onde todos os padrinhos se beijavam estava circulando no celular de todos da empresa.— Você está mesmo junto com a Ester? — Ela perguntou num cochicho.— Pode me passar essa foto?— Claro.Um apito do meu celular indicou o recebimento da mensagem de Kaori, agradeci a ela e, rapidamente fiquei de pé e comecei a me afastar.— Aonde você vai?— Vou resolver esse problema agora mesmo.Fui até a sala de Es
ESTERDepois de acertar todos os detalhes sobre a contratação do meu irmão como meu assistente e representante, ele ficou de pé e disse que precisava ir embora. Quando alcancei a porta, vi meu irmão cumprimentando Bruno— Bruno. Que surpresa vê-lo por aqui.— Será que posso trocar duas palavras com você?— Claro. Entre, por favor.Confesso que fui pega de surpresa por vê-lo ali, ainda mais querendo falar comigo. Assim que entramos, fechei a porta e indiquei a cadeira para ele enquanto me sentei na cadeira atrás de minha mesa.— Sobre o que quer falar?— Sobre isso aqui.Peguei o celular de sua mão e quase não acreditei quando vi a foto que ele estava me mostrando. Era a foto do casamento do meu irmão onde nos beijamos.— Você me garantiu que não havia ninguém da empresa lá no casamento do seu irmão. — Ele vociferou irritado.— E não havia mesmo... Você viu que foram poucos convidados.— Então como essa foto está circulando entre os funcionários?— Eu... Eu não sei, Bruno.— Só que por
BRUNODepois que saí da empresa com Caetano, fomos até a sorveteria mais perto dali. Ele quis sorvete de chocolate com menta e calda de chocolate e, aproveitei para pedir o de pistache para mim. Eu não devia ter aceitado ficar com o pequeno, mas ele era só uma criança e não tinha culpa de nada do que aconteceu entre eu e a mãe dele.— Tio Bruno.— O que foi, pequeno?— Você não tem namorada, não é?— Isso mesmo.— Então por que você não namora a minha mãe?— Por que está falando isso?— Porque eu escutei a vovó e o tio Caio conversando e ela falou que a mamãe precisava arrumar um namorado para ser feliz.— Eles falaram isso?— Sim, mas eu acho que a mamãe é feliz comigo. — Ele comeu uma colherada de sorvete. — Você não acha?— Tenho certeza que sim, mas acho que a sua avó estava falando sobre outro tipo de felicidade.— Só por que o meu papai virou estrelinha?— Acho que sim.— Então se você namorar ela e virar meu papai, ela vai ficar mais feliz?— Não sei.Caetano pareceu se conten