Enquanto Samara tomava seu café da manhã, ela observava Cecília organizar a agenda do dia, passando os dedos sobre as anotações no tablet.— Depois da sua visita ao hospital, você tem uma reunião com o chefe de segurança para revisar os protocolos da mansão. — Cecília informou, sem tirar os olhos da tela. — E à noite, um jantar com os aliados russos. onde Leonardo também vai estar presente.Samara suspirou e bebeu um gole de suco.— Meu dia está cheio… Mas o que me preocupa é onde Leonardo foi tão cedo.Cecília deu de ombros.— Ele saiu com Fellipo e Fernando antes do amanhecer. Algo sobre uma movimentação estranha no porto.Samara franziu o cenho.— Isso não é bom.Cecília hesitou um pouco antes de responder.— Eles não pareceram alarmados, mas você conhece Leonardo. Ele não deixa passar nada.Samara assentiu. Sim, ela conhecia bem seu marido. Se ele achasse que fosse algo grave, teria avisado.Terminando seu café, ela se levantou e olhou para Cecília com um sorriso travesso.— E você
Leonardo parou repentinamente antes de entrar no carro. Seus olhos brilharam de fúria, e algo dentro dele o fez virar-se de volta para o contêiner de onde o traidor tentara fugir.Sem hesitar, ele sacou a arma e disparou dois tiros certeiros no cadeado enferrujado. O estrondo metálico ecoou pelo porto, e a porta pesada se abriu rangendo. O cheiro lá dentro era sufocante—medo, suor e desespero impregnados no ar.Dentro do contêiner, pelo menos uma dúzia de jovens moças, algumas não deviam ter mais de 16 anos, se encolhiam umas contra as outras. Os olhos arregalados, os corpos frágeis marcados pelo pavor. Algumas choravam baixinho, outras nem tinham forças para reagir.Leonardo fechou os olhos por um segundo. Respiração lenta, controlada. Quando os abriu novamente, era como se um demônio tivesse despertado. Ele virou-se lentamente para o traidor, que agora se debatia no chão, tentando se afastar de Fellipo e Fernando.— Esse filho da puta estava traficando pessoas no meu território. — Su
O galpão da máfia era um lugar que poucos viam e nenhum dos que entravam contra a vontade saía vivo. As paredes de concreto tinham marcas antigas de sangue, e o cheiro de ferrugem se misturava ao de suor e desespero. No centro, uma cadeira de metal reforçada esperava pelo traidor, com correntes presas ao chão para garantir que ele não tivesse nenhuma chance de fuga.Leonardo entrou lentamente, sem pressa. Seu ferimento no ombro sangrava, mas ele sequer parecia sentir. O olhar afiado pousou sobre o homem amarrado na cadeira, que se debatia como um rato encurralado. Fellipo e Fernando estavam ao lado, frios, impassíveis.— Sabe o que eu odeio mais do que um traidor? — Leonardo murmurou, tirando lentamente seu paletó e dobrando as mangas da camisa branca, agora manchada de sangue. — Um homem que lucra com o sofrimento de inocentes. merece um tratamento de luxo.Ele pegou um alicate pesado e girou em sua mão. O brilho do metal refletiu nos olhos arregalados do desgraçado à sua frente.— Pe
Fellipo e Fernando se entreolharam, sentindo o peso das palavras de Leonardo. Eles sabiam o que isso significava. O Brasil não era um território fácil. O crime lá era brutal, sujo, e os traficantes não tinham regras. Mas também sabiam que Leonardo não deixava nada impune.— Avião pronto em poucas horas, soldados preparados. — Fellipo disse, guardando o telefone no bolso.— E nosso contato no Brasil? — Fernando perguntou.— Ele vai nos esperar no Rio. Disse que os traficantes estão se expandindo rápido, têm ligações com milícias e cartéis. Vai ser um jogo perigoso.Leonardo sorriu de canto, aquele sorriso frio de predador.— Perigoso para eles.Ele virou-se para um de seus soldados e deu um aceno.— Limpem esse merda.O capo traidor tentou dizer algo, mas uma bala entre os olhos encerrou sua última palavra. O corpo caiu pesado no chão. Leonardo ajeitou o paletó e saiu do galpão, o cheiro de sangue impregnado no ar.Horas depois, no avião particular de Leonardo…Os homens estavam armados
O restante do voo foi deles montando a estratégia pra pegar o chefe do trafico que por sinal estava preso . — Ele mesmo está enjaulado. — Fernando completou com um sorriso sarcástico. — Quanta ironia.Leonardo girou o copo de uísque em mãos, observando o líquido âmbar com um olhar calculista.— Preso, sim. Mas ainda dando ordens. — Ele disse. — Se está comandando tudo de dentro da cela, significa que tem gente do lado de fora trabalhando para ele. Isso inclui capangas e policiais comprados e de confiança dele.Fellipo concordou, analisando os documentos e fotos espalhados sobre a mesa improvisada da cabine.— Temos dois alvos: ele e os cães dele. Cortamos a cabeça da cobra e queimamos o ninho.Fernando sorriu, batendo o punho na palma da outra mão.— Adoro quando falamos em destruição.Leonardo continuou:— Nosso contato no Brasil já levantou as informações que precisamos. O chefe do tráfico está preso em um presídio de segurança máxima, mas tem privilégios. Vive como um rei lá dent
Leonardo mal teve tempo de reagir antes que Samara se jogasse em seus braços. Ele a segurou firme, sentindo o corpo dela quente contra o seu, o cheiro familiar e viciante de sua pele. O coração dele acelerou no peito.— Amore mio… — Ele murmurou contra os cabelos dela, inalando profundamente.Samara apertou-se ainda mais contra ele, enterrando o rosto em seu pescoço. O alívio e o desejo se misturavam dentro dela.— Eu senti tanto sua falta, — sua voz saiu abafada contra a pele dele.Leonardo segurou seu rosto entre as mãos, forçando-a a olhar para ele. Os olhos dela estavam brilhantes, cheios de saudade, paixão e algo mais intenso… um desejo fervente.— Eu voltei, meu amor. E estou inteiro para você.Ela não esperou mais. Capturou os lábios dele com um beijo urgente, desesperado, faminto. Leonardo retribuiu com igual intensidade, dominando-a como sempre fazia, mas deixando que ela tomasse o controle no seu ritmo.Os dedos de Samara se agarraram aos cabelos dele enquanto Leonardo a pega
Sentado na poltrona do quarto, com um copo de uísque esquecido na mão, Leonardo observava Samara dormir profundamente. O lençol desenhava as curvas do corpo dela, agora abrigando o bem mais precioso de sua vida: o filho deles. O peito subia e descia suavemente, os lábios entreabertos, um sorriso quase imperceptível. Ela estava serena.Ele passou a mão pelos cabelos, soltando um suspiro pesado. Desde o momento em que a viu pela primeira vez, soube que ela seria sua ruína. Samara entrou em sua vida como um furacão, destruindo cada barreira que ele havia erguido, e agora... agora, ele não queria mais nada além de ser dela. De protegê-la. De garantir que nada nem ninguém pudesse tocá-la.O peso dessa responsabilidade era avassalador. Ele sabia que não era um homem comum. Sabia que sua vida não era feita para o amor, para o casamento, para a paz doméstica. Mas Samara... Samara o fez querer tudo isso. Ela abriu mão da carreira, dos sonhos que construiu sozinha, para estar ao lado dele, para
Samara despertou com os primeiros raios de sol filtrando-se pelas cortinas, banhando o quarto em uma luz suave e dourada. Sentada na cama, ela observava Leonardo dormir, seu peito subindo e descendo em um ritmo tranquilo. O lençol cobria apenas parte de seu corpo, revelando os músculos bem definidos, a pele marcada por cicatrizes que contavam histórias de batalhas silenciosas.Seu olhar desceu para as mãos dele, ainda pousadas sobre seu ventre, como se, mesmo inconsciente, ele sentisse a necessidade de proteger o pequeno ser que crescia ali dentro.Um sorriso suave tomou seus lábios.Ela lembrou-se da noite anterior, do tom de voz possessivo e da faísca de ciúme nos olhos de Leonardo quando ele cogitou que poderia ser uma menina. Um amor avassalador e feroz, misturado a um instinto protetor que ele mal conseguia controlar.“Se for uma princesa, amore mio… ela nunca terá que temer nada. Porque eu serei o monstro que protegerá o castelo.”As palavras dele ecoaram em sua mente, aquecendo