Rebecca
Quando Eric ligou para avisar que Aaron estava vindo novamente ao meu encontro, senti um frio no estômago, acompanhado por uma emoção que me envergonha: excitação. Passei todos esses dias pensando nos momentos que tivemos juntos, e saber que iria acontecer novamente me deixou nervosa e ansiosa ao mesmo tempo.
Tomei um banho, sentindo a água quente me acalmar um pouco, e depois passei hidratante por todo o corpo, agora extremamente consciente do que estava para acontecer. Abri o guarda-roupa e, entre as várias peças que comprei com o cartão que Eric me entregou, peguei um vestido justo com um decote generoso. Comprei pensando em Aaron.
Vesti o vestido e me olhei no espelho. O reflexo mostrava uma mulher provocante, atraente. Por um momento,
AaronCaminhei para o banheiro, fechei a porta e logo estava embaixo do jato de água potente, tentando lavar os resquícios da loucura que estou cometendo. Rebecca era uma tentação e eu não me sentia forte o suficiente para resistir. A cada toque, sentia-me cada vez mais encantado por aquela garota e isso não é nada bom.Preciso recarregar as energias, em todos os sentidos, para voltar ao campo de batalha. Paola e Eric estavam certos sobre uma vez apenas não ser suficiente para alcançar o meu objetivo. O que eles não sabem é que uma vez apenas também não é suficiente para mim, porém, em um sentido totalmente diferente do que eles pensam.Perdido em pensamentos e lavando o meu corpo com mais força do
RebeccaDeitada ao lado de Aaron, ainda tentando recuperar o fôlego, sinto-me flutuando. O sexo que acabamos de compartilhar foi algo intenso e apaixonado. É difícil lembrar que tudo isso é apenas um negócio. Aaron parecia tão entregue ao momento quanto eu. Ele me amou de uma maneira que parecia tão real! Minha experiência com homens é quase nula, mas não posso acreditar que um homem que não sente nada pela mulher em seus braços agiria com tanta paixão.Nada entre nós foi mecânico ou frio. Cada toque, cada beijo, foi carregado de uma intensidade que me fez esquecer de tudo, exceto de nós dois. Viro-me lentamente, sentindo um desejo crescente de tocar o rosto de Aaron, de estar mais perto dele. Quando abro os olhos e o vejo, um sorriso se forma nos meus
AaronNaquela noite, enquanto dirigia para casa após um longo dia na empresa onde fui atormentado pelo desejo por Rebecca, tomei uma decisão impulsiva. Sem pensar muito, mudei o destino e fui direto para o apartamento de Rebecca. Quando ela abriu a porta, tudo o que consegui pensar foi em beijá-la. Movido pelo instinto e um pouco de desespero, agarrei Rebecca e me entreguei ao meu desejo. Seu corpo quente e receptivo me fez esquecer qualquer lógica ou razão.— Aaron... — Rebecca murmurou, surpresa, mas não resistiu. Pelo contrário, retribuiu meu beijo com a mesma intensidade.Empurrei a porta com o pé, fechando-a com um baque. Minhas mãos exploravam seu corpo, sentindo cada curva enquanto nossos lábios se moviam em sincronia desespera
AaronA cada dia que passa, sinto-me mais atormentado com toda aquela maluquice na qual eu me envolvi ao concordar em usar Rebecca para gerar o desejado herdeiro dos Baumann. Estava cada vez mais difícil de me concentrar em qualquer outra coisa que não aquele assunto e nem mesmo o trabalho à frente de umas das empresas Baumann estava conseguindo prender a minha atenção.Alguns dias após o meu último encontro com Rebecca, estava na empresa quando decidi que não adiantava permanecer naquele lugar por mais tempo, quando eu não estava conseguindo me concentrar no trabalho. A imagem de Rebecca não saía da minha cabeça, e isso estava começando a afetar minha produtividade de maneira alarmante.Decidi voltar para
Paola Eu observei Aaron subir as escadas lentamente, como se estivesse carregando o peso do mundo em seus ombros. A cada degrau, parecia que sua determinação vacilava. Quando ele finalmente desapareceu de vista, voltei-me para Eric, que estava sentado no sofá, e soltei um suspiro.— Aaron acha que é forte, mas na verdade não passa de um fraco, o netinho do vovô — comentei, deixando minha frustração transparecer.Eric riu, um som baixo e quase cínico.— Difícil alguém ser tão frio e calculista quanto você, Paola. Você está esperando demais dele — respondeu, seus olhos brilhando
Leonel BaumannConvidei meus netos e Ettore para um jantar na mansão. Já era hora de decidir o futuro das Indústrias Baumann, e eu precisava de todos presentes para essa ocasião. Berenice, minha querida esposa, estava ao meu lado, lançando-me olhares de apoio. A sala de jantar, com seu lustre imponente e móveis antigos, estava preparada para uma noite memorável.Enquanto nos acomodamos à mesa, observei os rostos tensos dos meus netos. Aaron, com sua postura rígida e terno impecável, claramente estava à espera de algo importante. Paola, ao seu lado, tentava disfarçar sua ansiedade, mas o brilho em seus olhos a traía. Axel, sempre desconfiado, mantinha uma expressão cerrada, enquanto Anton, despreocupado, mexia no telefone e Annelise ria de algo que ele disse.Ettore, filho de um antigo funcionário falecido e meu homem de confiança, estava presente também. Para mim, ele é como um filho. Suas ações sempre foram pautadas pela lealdade e integridade, algo raro nos dias de hoje.O jantar tr
AaronVi meu avô sair da sala com passos firmes, deixando para trás um misto de incredulidade e choque em nossos rostos. Não era possível que ele realmente estivesse impondo tal condição para passar o controle das Indústrias Baumann. Um bisneto? Era isso que ele queria em troca do poder?Olhei para Paola, minha esposa, sentada ao meu lado. Ela estava linda como sempre, sua postura perfeita e seu rosto inexpressivo. Paola sempre foi a esposa troféu ideal, vinda de uma família tradicional paulistana. Elegante, educada, exatamente o que eu precisava para manter as aparências. Mas filhos? Esse era um assunto que nunca tínhamos discutido seriamente.Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Axel se dirigiu ao luxuoso bar no canto da sala. Pegou uma garrafa de uísque e serviu-se de uma dose generosa.— Alguém mais quer? — ele perguntou, sua voz carregada de sarcasmo e desdém. Ele nos olhou, sabendo que as chances de aceitar sua oferta eram poucas.Annelise foi a primeira a se levantar, ain
RebeccaDeixar minha cidade natal não foi uma decisão fácil, mas foi necessário. Minha paixão pela pintura sempre foi uma constante em minha vida. Meus pais, devotos fervorosos de uma vida simples e religiosa, nunca compreenderam essa paixão. Para eles, minha arte era uma distração tola."Você precisa se concentrar nas coisas importantes, Rebecca. Deus tem planos para você, mas a pintura não é um deles," meu pai dizia sempre, seu tom severo e inflexível. Minha mãe, embora mais compreensiva, também não conseguia enxergar além do horizonte limitado da nossa pequena cidade no interior de São Paulo.Quando finalmente tomei a decisão de ir embora, estava assustada, mas determinada. Juntei todas as minhas economias, coloquei minhas poucas roupas e meus materiais de pintura em uma mochila e deixei uma carta para meus pais, explicando minha partida. Peguei o primeiro ônibus para São Paulo, minha cabeça cheia de planos e expectativas. Quando finalmente desci na estação de metrô mais moviment