Kimberly
Mais de um mês. Um mês inteiro desde que enviei o primeiro e-mail para Axel, o qual, claro, ficou sem resposta. Depois vieram as mensagens nas redes sociais, as tentativas de contato indiretas… mas nada. A fama dele não tornava esse contato algo fácil, e mesmo assim, uma parte de mim insistia.
Talvez fosse ingenuidade, talvez uma tentativa desesperada de resolver a situação, mas eu estava acompanhando cada movimento dele pela mídia. Quando anunciaram a contratação dele por um time inglês, Kathleen quase explodiu de empolgação, dizendo que o destino estava agindo a meu favor.
Eu hesitava em alimentar qualquer esperança, mas Kathleen insistiu. Conseguiu, por meio de contatos com jornalistas, que
AxelQuando Fred entrou na sala, eu sabia que ela viria logo atrás. Meu coração acelerou, e, por um momento, tive que me preparar mentalmente para finalmente encarar a mulher que me atormentava desde Santorini. Era estranho, porque, embora minha memória daquela noite fosse nebulosa, o impacto emocional que ela tinha sobre mim era absurdamente claro.Mas quando ela cruzou a porta e a luz suave da sala iluminou seu rosto, senti um choque tão forte que quase me fez perder o fôlego. A semelhança com Priscila, minha ex-esposa, era absurda. Por um instante, fiquei paralisado, como se estivesse vendo um fantasma. Não fazia sentido. O que era aquilo? Como era possível?Eu permaneci em silêncio, lutando para disfar&ccedi
PietraA manhã começou com uma leve brisa entrando pela casa, e, por mais que minha mente estivesse ocupada com mil pensamentos, me sentia animada. Apesar de todos os altos e baixos, as coisas pareciam estar finalmente entrando nos eixos.Entrei no quarto de Andressa com um sorriso, determinada a começar o dia com energia positiva. Ao ver que ela já estava acordada, fui direto até a janela para abrir as cortinas e deixar o sol iluminar o espaço.— Bom dia, dorminhoca — brinquei, virando-me para ela.Andressa respondeu com um "bom dia" fraco, e meu coração imediatamente apertou. Havia algo diferente no tom dela, uma falta de entusiasmo que me preocupou. AntonEstava voltando para casa depois de um dia longo na Baumann. As últimas semanas na empresa foram intensas, mas satisfatórias. Estar envolvido na gestão, aprendendo e tomando decisões reais, tinha mudado minha perspectiva sobre muitas coisas. Porém, nenhuma mudança tinha sido tão impactante quanto Pietra. O pensamento de que, pela primeira vez, eu estava construindo algo significativo, era graças a ela.Enquanto estacionava o carro na garagem da mansão Baumann, meu celular vibrou. Peguei-o automaticamente, esperando que fosse uma mensagem de Anneliese ou de algum colega do trabalho. Mas o nome que apareceu na tela fez meu coração disparar: Pietra. O alívio inicial de ouvir algo dela rapidamente se transformou em um frio na espinha ao ler a mensagem.Ela vai me deixar...
PietraA forma como Anton reagiu à notícia da gravidez foi tão inesperada, tão cheia de alegria genuína, que me deixou sem palavras. Eu havia imaginado tantos cenários diferentes em minha mente, mas nenhum deles envolvia ele me abraçando como se tivesse acabado de receber o melhor presente de sua vida. Ser mãe não era algo que eu havia planejado para agora, não nesse momento tão incerto, mas era impossível não me contagiar com a felicidade de Anton.Ele falava sem parar, planejando celebrações, imaginando como contaríamos para sua família e até sugerindo nomes para o bebê. Enquanto Anton via isso como um sonho, eu não conseguia ignorar a sensação de que, em algum momento, o chão poderia sumir debaixo de nós.Consegui convencê-lo a esperar até domingo para contar à família. Ele concordou, claro, mas a empolgação dele era tamanha que me perguntava se ele conseguiria segurar a língua até lá. Enquanto isso, meus próprios sentimentos eram uma mistura de nervosismo e ansiedade. Por mais qu
AntonA conversa com Aaron foi breve, apesar da chegada de Annelise com sua impulsividade. Quando voltei para a sala de estar, encontrei Anneliese e Pietra conversando.Anneliese ria de algo, gesticulando animadamente, mas o que chamou minha atenção foi o rosto de Pietra. Sua expressão estava distante, quase fechada, completamente diferente da mulher que eu havia deixado ali minutos antes. Era como se algo tivesse mudado drasticamente, e meu instinto gritou que havia algo errado.— Pietra, vamos? — perguntei, tentando esconder a preocupação.Ela concordou rapidamente, como se estivesse ansiosa para sair dali. Sabia que ela devia estar preocupada com os irmãos. Mesmo que Andressa estivesse se recuperando bem, Pietra nunca relaxou completamente. Era sempre vigilante, temendo que algo pudesse sair do controle, especialmente com Andressa ainda em recuperação e Isaque tão pequeno e cheio de energia.No caminho de volta para a casa dela, tentei conversar, mas suas respostas foram curtas, qu
PietraEstava arrumando o quarto de Andressa quando o som do celular vibrando sobre a mesa de cabeceira ecoou pela terceira vez naquela manhã. Nem precisei olhar para saber de quem era a chamada. Mais uma vez, Anton.Minha mão hesitou por um momento, mas continuei dobrando o cobertor, ignorando o aparelho como havia feito nas últimas vezes. Ele não desistia, e isso só tornava as coisas mais difíceis para mim.— De quem é? — perguntou Andressa, me observando com aquele olhar curioso e perspicaz que ela sempre tinha.— Número desconhecido — menti, virando-me para ajeitar os travesseiros.Andressa arqueou as sobrancelhas, sem parecer co
AntonSenti o peso de cada segundo enquanto encarava Pietra, aguardando sua resposta. A tensão no ar era quase palpável, e eu mal conseguia respirar. Tudo o que queria era estar ao lado dela, especialmente agora, quando nossa vida estava prestes a mudar de uma maneira tão grandiosa. Mas a distância que ela vinha impondo era dolorosa, como se cada recusa fosse mais uma barreira entre nós, e eu já não sabia mais como derrubar esses muros.Quando finalmente ouvi sua resposta, foi como se o ar voltasse aos meus pulmões.— Tudo bem, Anton. Você pode me acompanhar na consulta. — ela disse. — Eu sei que preciso pensar em outra pessoa até mesmo antes de pensar em mim. Eu preciso pensar no meu bebê.
Leonel BaumannConvidei meus netos e Ettore para um jantar na mansão. Já era hora de decidir o futuro das Indústrias Baumann, e eu precisava de todos presentes para essa ocasião. Berenice, minha querida esposa, estava ao meu lado, lançando-me olhares de apoio. A sala de jantar, com seu lustre imponente e móveis antigos, estava preparada para uma noite memorável.Enquanto nos acomodamos à mesa, observei os rostos tensos dos meus netos. Aaron, com sua postura rígida e terno impecável, claramente estava à espera de algo importante. Paola, ao seu lado, tentava disfarçar sua ansiedade, mas o brilho em seus olhos a traía. Axel, sempre desconfiado, mantinha uma expressão cerrada, enquanto Anton, despreocupado, mexia no telefone e Annelise ria de algo que ele disse.Ettore, filho de um antigo funcionário falecido e meu homem de confiança, estava presente também. Para mim, ele é como um filho. Suas ações sempre foram pautadas pela lealdade e integridade, algo raro nos dias de hoje.O jantar tr