PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 67. Uma invasora feminina Dandara ficou paralisada, sem sequer se virar, porque tinha esperado qualquer coisa no momento em que ficaram sozinhos, menos aquela declaração tão categórica.—Como? —murmurou, engolindo em seco enquanto seu coração batia mais rápido que o de um cavalo de corrida.—Dany não é minha filha —repetiu Cameron, e ela se virou devagar sobre seus calcanhares para olhá-lo.—Mas a moça da loja disse...—Eu sei o que ela disse —respondeu ele com um suspiro—, e sei também que não corrigi, mas foi porque me pareceu que ela ia começar a flertar comigo e eu não estava interessado em permitir.Dandara franziu a testa, como se aquelas palavras não fizessem muito sentido para ela.—Mas ela realmente se parece muito com você... —murmurou, e Cameron fez aquele gesto de orgulho que era impossível de evitar.—Bom, é melhor mesmo, porque sou o tio favorito dela! —disse com um sorriso, enquanto Dandara arregalava os olhos.—Nãooo! Janick?!E Cameron foi
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 68. Um jantar em famíliaEla era terrivelmente linda, não é? Tão concentrada. E embora Cameron tivesse jurado que não iria incomodá-la com a menor insinuação, não podia evitar que, de tempos em tempos, seus olhos pousassem nela tentando encontrar algum maldito defeito, tentando ver uma mulher completamente diferente daquela por quem tinha se apaixonado.Mas como se o destino quisesse acabar com ele, a realidade era que ela não tinha mudado nada; continuava sendo uma mulher madura e sensata no trabalho, gentil e querida pelas pessoas que a rodeavam, e provavelmente uma completa louca na intimidade.Então não havia como deixar de sentir todas aquelas malditas borboletas. Cameron não tinha deixado de senti-las durante cinco anos, mas pelo menos a distância tinha adormecido esses sentimentos, um torpor que tinha se evaporado no mesmo instante em que a viu novamente.—Cameron, você está bem? —ele a ouviu perguntar de repente, e se espreguiçou, pigarreando e esfr
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 69. ReencontrosCameron queria que o chão o engolisse, e Dandara jurava que nunca o tinha visto tão vermelho e tão nervoso. Jannick e Natalie pareciam ter engolido a língua, e cada um, do seu jeito, tentava calar a Dany, enquanto Dandara corria por toda a sala da suíte com a menina em cima.—Me conta tudo, quero saber tudo! De que tamanho é a foto? —ria, perguntando para a menina com cumplicidade.E Dany, sem hesitar nem um segundo, mostrou com as mãos uma distância de cinquenta centímetros, o que era uma óbvia exageração. No entanto, isso não mudava o fato principal: Cameron tinha uma foto dela ao lado da sua cama, mesmo cinco anos depois.Dandara o viu desaparecer em silêncio em direção à varanda da suíte e, depois de colocar Dany no chão e dar-lhe um beijo, disse:—Você tem razão, as meninas sempre falam a verdade. Obrigada! —Virou-se com um sorriso e piscou para os pais dela para que se acalmassem, porque os coitados pareciam à beira de um colapso.Dand
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 70. Perguntas engasgadasE essa definitivamente era uma má notícia, porque Cameron e Noel se conheciam o suficiente para que ele soubesse que seu melhor amigo jamais falava por falar. No entanto, não tinha a menor ideia de que "não agradar" era apenas um eufemismo, porque, só um segundo depois, quando o tiro de largada fez os carros dispararem pra frente em alta velocidade, Cameron sentiu o coração subir à garganta ao ver a forma como Dandara dirigia.—Não me diz que isso é sempre assim! —rosnou enquanto seus nós dos dedos ficavam brancos sobre o parapeito, porque jamais tinha visto Dandara dirigir de uma maneira tão imprudente.—Hoje ela tá indo bem até, acredite que costuma ser pior —bufou Noel com impotência, e Cameron franziu a testa porque aquilo começava a fazer um pouco de sentido, especialmente a preocupação latente que tinha sentido na voz de John Hopkins, embora naquele momento não entendesse por quê.A corrida continuava, cada vez mais perigosa,
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja