PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 63. Um candidatoCameron se virou, um pouco surpreso e outro tanto incrédulo, ao perceber a quem pertencia aquela voz. Se encontrou diante de um homem mais velho, cansado, e com uma expressão evidentemente estressada.—Senhor Hopkins...—Te fiz uma pergunta! Estava esperando uma maldita carta convite pra voltar? —resmungou John, enquanto Cameron apertava os lábios.—Não estava esperando nada, senhor Hopkins. Não sabia... Não sabia se seria capaz de voltar.John levou uma mão ao peito, como se estivesse tendo um infarto naquele momento. E, como não podia ser diferente, Cameron sentiu aquele soco em seu ombro; e um instante depois viu Billy passar um braço sobre os ombros de John.—Você está maluco?! —repreendeu Cameron com o mesmo sorriso amável e sincero de sempre—. Este homem já teve quase um infarto este ano! Você não pode dizer algo assim pra ele!—E o que eu deveria dizer? —replicou Cameron, enquanto Billy olhava seu melhor amigo quase com pena.—Bom, v
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 64. Seria tão ruim assim?Cameron apertou os dentes e pegou aquele copo de bebida que John tinha servido, esvaziando-o num só gole para deixá-lo de novo na mesa com um som furioso.—Você realmente acha que pode manipular assim a vida das pessoas? —disparou olhando John nos olhos e Billy deu dois passos atrás porque naquele vespeiro era melhor não se meter—. Há cinco anos você me disse pra me afastar da Dandara porque eu não era bom pra ela.—E há cinco anos eu estava certo —grunhiu John ficando sério.—Então pra que diabos você quer que eu volte agora? —disparou Cameron.—Porque você não é mais o mesmo homem de cinco anos atrás. Não é mesmo? —ressoou a resposta, com mais convicção do que esperava.—É uma porra de uma piada? Isso era realmente o que você estava procurando? Ou era o nível que você queria? Um diploma universitário? Está me dizendo que a razão pela qual agora sou bom pra Dandara é só porque tenho um diploma universitário? —silvou Cameron entre
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 65. Uma mulher surpresaCameron respirou profundamente enquanto observava pela sacada daquela janela. O hotel onde o tinham instalado era espetacular, mas isso não importava absolutamente nada. Aquela cidade tinha se tornado para ele um estranho inimigo que não o deixava respirar, porque ali mesmo, em algum lugar, estava Dandara... e não estava precisamente com ele.Mas afinal, o que ele tinha esperado? Que ela se internasse num convento só porque ele tinha decidido seguir sua vida? Que o esperasse quando jamais tinha dito que ia voltar?Aquilo estava matando-o. No entanto, não lhe restava alternativa além de terminar aquele trabalho para o qual tinha sido contratado, ou então o escritório para o qual trabalhava em Londres também o chutaria como um cachorro por descumprir o contrato.Mas, por sorte para ele, tinha uma família que o adorava, e que assim que ouviram que devia ficar em Lucerna para continuar com o trabalho do projeto, imediatamente alugaram um
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja
Furioso... não, mas frustrado e muito. Ele não conseguia entender como Andrea podia ser tão submissa com um sujeito tão desprezível. Sabia que ele era o chefe, mas que um raio caísse direto na cabeça dele se algum dia tratasse seus funcionários daquela maneira!Andrea não só se esforçava ao máximo, como fazia um bom trabalho. Era preciso ser cego para não ver que o idiota do Trembley só a diminuía daquela forma para mantê-la sob controle. E Zack não sabia por que ficava irritado com ela por permitir isso, mas o incomodava vê-la tão dócil com o chefe.Assim que a viu menos vigiada, ele a seguiu até a sala de cópias e fechou a porta atrás de si.— Ei, você nasceu com algum problema no pescoço? — perguntou, fazendo-a parar. Andrea o olhou confusa.— Como? — murmurou sem entender.— É que sua cabeça só se move pra frente e pra trás, dizendo sim. Não vi você balançar nem uma vez para os lados pra dizer não! —sibilou Zack. A moça apertou os lábios, com as bochechas coradas.— Porque nã