PROMESSA VERMELHA.Capítulo 13. O melhor tratamentoEra um idiota, Ainara tinha sabido desde o primeiro minuto em que o conheceu, mas enquanto ele tinha continuado sendo um menino mimado ao longo de dez anos, ela tinha crescido o suficiente para não pensar em vinganças inúteis.Fazia muito tempo que Ainara tinha tirado os sentimentos do caminho, porque tinha percebido que não serviam para nada. No entanto, não podia evitar que sua cabeça fria e seu coração cheio de cadeados dessem recompensas ou castigos conforme os idiotas ao seu redor fossem merecendo.E isso incluía Mauro Keller.Suspirou ao vê-lo desligar o telefone e depois fazer um gesto de dor levando uma mão à cabeça.—Está bem? —perguntou a moça se aproximando e enrolando os dedos em seu cabelo enquanto se sentava sobre ele.—Enxaqueca, por sua culpa —resmungou Mauro.—Não me diga... sou sua dor de cabeça pessoal —sorriu ela mas a negativa a preocupou de verdade.—Não, da anestesia, me deixou umas enxaquecas horríveis —respond
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 14. Uma negativa inesperadaAinara colocou um doce na boca e ficou olhando para o teto, pensando em tudo o que tinha acontecido enquanto saboreava aquela pequena bola de açúcar, morangos e chocolate. Mauro era um idiota arrogante que tinha partido seu coração quando ela era apenas uma menina, mas naquele momento ela estava mais preocupada com os outros idiotas arrogantes que o tinham provocado.Aquilo que Charmaine tinha dito que ela era uma prostituta não a surpreendia, afinal a patricinha do seu grupinho de amizades sempre tinha babado por ele e era bem óbvio que não suportava que Mauro tinha preferido ela.No entanto, que Lugh e Cassiel estivessem metidos naquela intriga era muito curioso, considerando que poucos meses antes do assunto do acidente, Lugh tinha se tornado seu...Uma batida suave na porta anunciando o serviço de quarto a fez se espreguiçar, tinha um dia lento pela frente, e isso a incomodava porque Ainara estava acostumada a trabalhar s
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 15. Me diz que você não fez issoAinara sabia muito bem como se comunicar com o Senador Rosso sem que ninguém soubesse, tinha feito isso durante anos; no entanto desde que tinha começado a trabalhar como parte de sua equipe de campanha, tinha toda a autoridade para ligar diretamente para seu celular sem nenhum problema.—Senador —foi sua primeira palavra no momento em que o homem atendeu seu telefone, e do outro lado se fez um silêncio cheio de surpresa.—Ainara?!—Sim, sou eu. Estou em Berna agora mesmo, por favor preciso te ver —sentenciou a moça e a resposta foi exatamente a que esperava ouvir.—Não estou em Berna agora mesmo, mas me dá algumas horas e te vejo no escritório da campanha. Pode ser?—Tudo bem, espero você lá —declarou Ainara e não se importou em usar o motorista que Mauro tinha posto para ela porque estava certa de que ele daria o endereço sem hesitar.Em vez disso saiu à rua e pegou um táxi que a deixou a vários quarteirões do escri
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 16. Você é minhaMauro parecia prestes a soltar fogo pelos olhos, tinha Ainara na sua frente com aquela atitude desafiadora e aqueles papéis na mão, como se estivesse provando que era uma mulher capaz de conseguir tudo o que queria.—Você me desobedeceu!—Eu não existo para te obedecer! —sibilou ela.—Temos um contrato!—Onde você exige prazer! Prazer, menino bonito, não obediência! —sentenciou Ainara—. E tudo indica que você precisa mais de mim do que eu preciso de você.Colocou na frente dele aquele papel que tinha conseguido do funcionário e Mauro leu o nome de uma mulher.—Você a conhece?—Não, não a conheço —murmurou ele franzindo a testa—. Quem é?—A que pagou para que te negassem a licitação. E por sinal, foi Rosso quem conseguiu ela para você, então se arme de educação e agradeça a ele!Ainara ergueu o queixo para passar ao seu lado, mas aquele gesto brusco a agarrou pelo braço e a colou ao corpo de Mauro com violência. O hospital ou quem
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 17. Algo vermelhoEra um doloroso exercício de memória, mas Ainara não hesitou em fazê-lo porque sabia que não era a primeira vez que Mauro mencionava um site de prostitutas e o nome de Red.Tinha seu corpo colado ao dele, tentando escalar a respiração entrecortada daquele clímax enquanto ele apoiava a testa na parede com um cansaço tão cheio de prazer quanto de frustração.—Quanto cobrava? —perguntou devagar e ele se inclinou para trás para olhá-la nos olhos.—O quê?—Esse site de prostitutas onde você diz que eu aparecia... e me chamava Red... quanto cobrava? —insistiu Ainara e o ar voltou a correr entre eles enquanto Mauro recuava e a deixava apoiar os pés no chão novamente.Ainara o viu apertar os dentes com irritação enquanto lhe dava as costas e não se preocupou em se vestir porque nua estava mais que confortável diante dele.—Você está me sacaneando, não é? —sibilou Mauro entre os dentes e ela negou.—Não. Na verdade, não acho que você esteja
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —