—O que você quer dizer com "acabou de recuperá-lo"? De onde você estava vindo com ele a essa hora?A mulher abraçou seu filho com desespero e negou.—Um homem o levou ontem —soluçou acariciando sua cabeça—. Ele o pegou na saída da escola e me ligou. Me disse que se eu não levasse a Anja Lieben para a sala de serviços, ia machucar meu filho!Milo apertou os lábios com frustração.—Então não havia emergência nenhuma —murmurou e viu a mulher negar.—Não... eu só quebrei aquelas garrafas para ter uma desculpa para falar com ela, ela veio comigo e depois esse homem chegou e me mandou embora. Me deu um papel com o endereço de uma praça onde tinha deixado meu filho e eu fui, fui correndo procurá-lo!Bastava olhar para o menino para notar que era verdade, e isso enfureceu Milo mais que tudo. Quem estava por trás do ataque à Anja era alguém perigoso e aparentemente disposto a tudo. No entanto, Jhon estava mais concentrado para fazer o necessário.—Senhora, este é o homem que levou seu filho? —p
As duas vans avançavam em alta velocidade pela estrada, indo em direção à fronteira com a Alemanha. Os motores rugiam enquanto o vento soprava furiosamente fora das janelas. Billy, que ia no banco do passageiro, olhava fixamente para seu laptop. Ao seu lado, outros dois homens tinham expressão concentrada enquanto esperavam o momento certo para agir.Milo dirigia com mão firme e no carro que vinha atrás deles estava Jhon junto com outro grupo de amigos.—Pessoal, tenho uma notificação! —gritou Billy quebrando o silêncio da madrugada.—O que foi, Billy? —perguntou Milo.Já estava quase amanhecendo e embora não tivessem dormido nada, todos eles pareciam saídos de um camarim de filmagem, prontos para o filme.—O carro do Hamish parou num posto de estrada a poucos quilômetros daqui. Podemos alcançá-lo se acelerarmos!Milo, que dirigia uma das vans, pisou no acelerador com determinação, impulsionando o veículo para frente.—Não vamos deixar ele escapar! Liga pro Jhon, diz o que vamos fazer.
—O resto, vamos entrar. Milo... como você quer que a gente pegue ele? —perguntou com seriedade.—Tanto faz, desde que encontrem ele. Se ele atacar, se defendam. Ah! E outra coisa. Tomem cuidado, essas fábricas abandonadas são perigosas, ainda estão cheias de máquinas que na maioria estão quebradas.Todos se certificaram de ter cuidado e entraram na suave penumbra da edificação.A equipe avançava com cautela, se movendo entre as máquinas enferrujadas, as lembranças de um passado inativo e o cheiro ruim da fábrica. Se separaram em duplas e tomaram diferentes direções para procurar o advogado.Em certo ponto, Jhon cobriu a boca e o nariz com um lenço, porque do próprio chão parecia emanar um fedor tão desagradável que provocava ânsia até num homem como ele.—Meu Deus! Por que esse cheiro horrível? —sussurrou segurando sua arma novamente.—Deve ter algum tanque de fermentação que ficou sem limpar e agora está apodrecendo —respondeu Milo—. É muito desagradável, mas também é perigoso. Tinha
Milo abriu os olhos lentamente, atordoado pela explosão e o caos ao seu redor. Sua cabeça doía horrivelmente e não sentia o corpo, e para ser honesto, tinha até medo de se examinar. Percebeu que John tinha o derrubado bem a tempo de evitar que a explosão da escotilha o atingisse. Olhou para o lado e o viu caído junto dele."Jhon... Jhon!" até achou que estava gritando, mas de sua boca não saía som nenhum.—Jhon! Milo! —As vozes dos seus companheiros chegaram nesse momento e a equipe entrou correndo sem se importar com o perigo.Um dos rapazes se inclinou sobre ele para examiná-lo enquanto Martinez checava Jhon, que abriu os olhos poucos segundos depois, também atordoado.Aos poucos Milo foi recuperando o controle sobre seu corpo e sua mente foi clareando.—Você precisa me dizer se está sentindo dor em algum lugar. Consegue mexer a mão? —perguntaram e Milo assentiu.O ajudaram a sentar no meio de um gemido incomodado e dois minutos depois ele e Jhon já conseguiam ficar de pé.—Pelo baru
Milo assentiu com um suspiro e forçou um sorriso para tranquilizar sua mãe. Saiu dali direto para casa e tomou um banho e se trocou antes de ir ver Niko, a última coisa que queria era assustá-lo. Depois se dirigiu ao apartamento de Chiara e quando chegou, encontrou o pequeno sentado numa cadeira com o olhar perdido e os braços cruzados sobre o peito.No entanto, aquela postura desapareceu imediatamente quando viu Milo aparecer.—Papai! —gritou correndo em direção a ele e Milo estendeu seus braços para alcançá-lo, segurando-o até que o susto diminuísse.Milo sabia que bem no fundo do subconsciente de Niko estava a possibilidade de ser abandonado, então não ter notícias do seu pai por tantas horas o tinha deixado muito sensível.Milo o abraçou com força e sentiu como o pequeno se agarrava aos seus braços. Ficaram assim por um bom tempo até que finalmente Milo se separou para olhá-lo nos olhos.—Ei, campeão —disse—. Você não precisa ficar assustado se o papai não estiver aqui. Não se preo
Milo se ajoelhou ao lado da cama do hospital e, com a mão trêmula, acariciou suavemente o rosto pálido de Anja. A tristeza e a preocupação se refletiam em seus olhos enquanto observava inconsciente aquela mulher que havia roubado seu coração. Sua voz, entrecortada pelo medo, se elevou num sussurro triste.—Querida, por favor, você precisa acordar —ele disse—. Niko e eu precisamos de você. Por favor, acorde. —Suas palavras pairavam no ar carregadas de angústia, ansiando desesperadamente por uma resposta—. Sei que agora é mais fácil desistir, mas você não é assim, não é? Você não é do tipo que desiste, querida, então você precisa acordar, por favor...Seus olhos cheios de lágrimas refletiam o medo e a confusão. Com um gesto silencioso, Niko se deitou ao lado de sua mãe, abraçando-a com ternura.—Bom dia! —exclamou como se isso fosse o sinal para ela abrir os olhos, e Milo sentiu que sua alma estava por um fio porque não suportava que seu filho perdesse mais alguém.—Niko, campeão, a mamã
Anja sentia que o coração sairia do peito ao perceber que mal conseguia se mexer. Seus membros pareciam pesados e sua fraqueza era evidente.—Doutor, o que está acontecendo? —perguntou Milo ao ver a cara de preocupação do médico.—Me desculpe, Anja, mas preciso fazer um novo teste de sensibilidade para termos mais certeza. Posso? —disse o médico tirando sua caneta do bolso do jaleco.—Sim... claro...O médico pegou a caneta e com delicadeza, começou a passar a ponta sobre as mãos e os pés de Anja.—Preciso que você me diga em que direção sente o toque.Anja tentou responder apesar de estar nervosa. Ela sentia cada toque, mas sua resposta era fraca, como se seus sentidos estivessem diminuídos.—Anja —disse o médico suavemente—, parece que seus nervos estão funcionando corretamente, mas você está apresentando uma fraqueza notável. Precisamos realizar mais exames para determinar o quão sério é, tudo bem? Os médicos vão levá-la e eu estarei com você em um minuto.Anja, incapaz de conter as
Momentos depois, o médico entrou com uma folha de resultados nas mãos e expressão tranquila.—Tenho boas notícias, todas boas, Anja, então por favor preciso que você fique calma —explicou—. Você ficou um tempo em hipóxia quando aconteceu o... acidente. Então é normal que fiquem algumas sequelas, mas acredite, não são tão graves. A fraqueza muscular que você tem pode ser reversível. Em alguns dias, se você evoluir bem, vamos dar alta e imediatamente começaremos com o tratamento. A melhor notícia de todas é que sua recuperação, absolutamente toda ela, dependerá de você, e já sabemos que você é uma guerreira, então com força de vontade em seis meses tudo isso terá ficado para trás.Anja assentiu enquanto um soluço escapava de seu peito.—Posso aguentar seis meses —garantiu entre lágrimas—. Eu posso aguentar seis meses.—Você pode com tudo —garantiu Milo beijando sua testa.—Então vamos nos acalmar e celebrar que você está viva e que muito em breve estará totalmente recuperada —animou o do