—O resto, vamos entrar. Milo... como você quer que a gente pegue ele? —perguntou com seriedade.—Tanto faz, desde que encontrem ele. Se ele atacar, se defendam. Ah! E outra coisa. Tomem cuidado, essas fábricas abandonadas são perigosas, ainda estão cheias de máquinas que na maioria estão quebradas.Todos se certificaram de ter cuidado e entraram na suave penumbra da edificação.A equipe avançava com cautela, se movendo entre as máquinas enferrujadas, as lembranças de um passado inativo e o cheiro ruim da fábrica. Se separaram em duplas e tomaram diferentes direções para procurar o advogado.Em certo ponto, Jhon cobriu a boca e o nariz com um lenço, porque do próprio chão parecia emanar um fedor tão desagradável que provocava ânsia até num homem como ele.—Meu Deus! Por que esse cheiro horrível? —sussurrou segurando sua arma novamente.—Deve ter algum tanque de fermentação que ficou sem limpar e agora está apodrecendo —respondeu Milo—. É muito desagradável, mas também é perigoso. Tinha
Milo abriu os olhos lentamente, atordoado pela explosão e o caos ao seu redor. Sua cabeça doía horrivelmente e não sentia o corpo, e para ser honesto, tinha até medo de se examinar. Percebeu que John tinha o derrubado bem a tempo de evitar que a explosão da escotilha o atingisse. Olhou para o lado e o viu caído junto dele."Jhon... Jhon!" até achou que estava gritando, mas de sua boca não saía som nenhum.—Jhon! Milo! —As vozes dos seus companheiros chegaram nesse momento e a equipe entrou correndo sem se importar com o perigo.Um dos rapazes se inclinou sobre ele para examiná-lo enquanto Martinez checava Jhon, que abriu os olhos poucos segundos depois, também atordoado.Aos poucos Milo foi recuperando o controle sobre seu corpo e sua mente foi clareando.—Você precisa me dizer se está sentindo dor em algum lugar. Consegue mexer a mão? —perguntaram e Milo assentiu.O ajudaram a sentar no meio de um gemido incomodado e dois minutos depois ele e Jhon já conseguiam ficar de pé.—Pelo baru
Milo assentiu com um suspiro e forçou um sorriso para tranquilizar sua mãe. Saiu dali direto para casa e tomou um banho e se trocou antes de ir ver Niko, a última coisa que queria era assustá-lo. Depois se dirigiu ao apartamento de Chiara e quando chegou, encontrou o pequeno sentado numa cadeira com o olhar perdido e os braços cruzados sobre o peito.No entanto, aquela postura desapareceu imediatamente quando viu Milo aparecer.—Papai! —gritou correndo em direção a ele e Milo estendeu seus braços para alcançá-lo, segurando-o até que o susto diminuísse.Milo sabia que bem no fundo do subconsciente de Niko estava a possibilidade de ser abandonado, então não ter notícias do seu pai por tantas horas o tinha deixado muito sensível.Milo o abraçou com força e sentiu como o pequeno se agarrava aos seus braços. Ficaram assim por um bom tempo até que finalmente Milo se separou para olhá-lo nos olhos.—Ei, campeão —disse—. Você não precisa ficar assustado se o papai não estiver aqui. Não se preo
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja
Furioso... não, mas frustrado e muito. Ele não conseguia entender como Andrea podia ser tão submissa com um sujeito tão desprezível. Sabia que ele era o chefe, mas que um raio caísse direto na cabeça dele se algum dia tratasse seus funcionários daquela maneira!Andrea não só se esforçava ao máximo, como fazia um bom trabalho. Era preciso ser cego para não ver que o idiota do Trembley só a diminuía daquela forma para mantê-la sob controle. E Zack não sabia por que ficava irritado com ela por permitir isso, mas o incomodava vê-la tão dócil com o chefe.Assim que a viu menos vigiada, ele a seguiu até a sala de cópias e fechou a porta atrás de si.— Ei, você nasceu com algum problema no pescoço? — perguntou, fazendo-a parar. Andrea o olhou confusa.— Como? — murmurou sem entender.— É que sua cabeça só se move pra frente e pra trás, dizendo sim. Não vi você balançar nem uma vez para os lados pra dizer não! —sibilou Zack. A moça apertou os lábios, com as bochechas coradas.— Porque nã