Não Me Abandone

—Foi um dia incrível não acha Sr. Jordan? A Beatrice adormeceu de tão cansada.-Tereza a toma dos braços do pai.

—Sim, ao menos divertiu-se .

—Acredito que sua presença fez toda diferença, vou levá-la ao quarto.

Jordan entendeu o recado da sua secretária. Por mais que ele comprasse brinquedos caros, a criança demostrou alegria com tão pouco: andando de pés descalços pelo parque, correndo pela grama sem fazer birras, sem desobediência. Qual a magia Tereza trazia consigo desde que entrou na sua casa? Ela não só era inteligente, mas tinha personalidade, destreza e beleza, aliás, muita beleza! Jordan admirava seu corpo cheio de curvas a cada movimento; seus cabelos eram como cascatas ao balançar do vento onde Jordan queria se envolver. Seus lábios, aah seus lábios ! Nunca havia visto boca tão convidativa que o fazia perder- se em pensamentos. Era uma mulher natural, cheirosa e simples; tinha mãos e pés delicados, ele gostava disso. O que jordan não entendia era o porquê desse sentimento tão Inesperado por sua secretária.

Por um lado a funcionária eficiente, por outro lado a babá perfeita, e porque não dizer...uma mãe postiça para sua Beatrice.

Poderia está confuso pela falta que sua Clarice deixara, ou simplesmente um novo amor invadia seu peito de modo dilacerado. Será que a moça mexicana o desejaria da mesma forma? Talvez, uma relação mais estreita viesse romper com seus objetivos originais de torna-se sua assistente pessoal no futuro, talento não lhe faltaria.. Não deixando de mencionar a pedra de tropeço da gerente de marketing que as vezes, servia de quebra galho para o CEO extravasar seus hormônios.

[...]

—. Sr. Jordan, precisamos falar.

—Tem que ser agora Tereza?

—É que...já é final de tarde. Preciso voltar para casa.

—que história é essa de voltar para casa, por acaso está sentido falta de alguma coisa, não já não falamos sobre isso ontem?

—Mas é que não o vi buscar uma babá na agência até o momento

—Ah! Então é isso! Está me espionando, doida para se livrar da Beatrice.

—Não, não. Eu juro que só estou a saber que rumo tomar até amanhã.

—Nenhum! Fique aqui com minha filha e eu me viro sem secretária.

—Mas Sr., o que direi na empresa faltando serviço?

—Quem é o dono de tudo aquilo?

—O Sr, é claro!- Jordan se aproxima da secretária. Ela fica desconcertada ,mas o encara

—Ô o que está pensando fazer?

—Você é um demônio Tereza!

—O quê??

Jordan a segura pelo queixo tomando seus lábios sem demora. Ela está estática, braços soltos, pernas bambas, coração a mil por hora, olhos arregalados. Ele espera a mesma reação da secretária; que corresponda o envolvendo com seus braços, mas ela permanece parada, apenas com os lábios semi abertos deixando-se ser invadida por sua língua sem nenhuma reciprocidade. Jordan percebe a merda que fez e a solta rapidamente. Ele se distancia com passos lentos e sai da sala sem nada dizer.

[...]

—Bom dia !

—Bom dia Sr, já vai para empresa?

—Não Tereza. Você é quem vai.

—Não entendi!?

—O que não entendeu? A parte que eu disse que vai para empresa? Você trabalha lá. Eu fico com minha filha. Agora desapareça da minha frente!

—Eu posso ficar hoje com ela Sr.

—Já mandei que se arrume e vá para a empresa. Seu futuro não é sendo babá da filha do chefe. Eu já pedi para uma amiga vir hoje dar suporte, amanhã teria alguém com para cuidar da Beatrice.

Tereza lacrimeja sem mais dizer uma só palavra. Ela vai até o quarto e beija a menina que inconsciente lhe abraça. Ela permanece alí por alguns minutos sem saber o que fazer. Mas deixa o apartamento em seguida. Jordan está confuso, em outras ocasiões a teria demitido. Mas aquela mulher de olhos profundos e cheiro doce o enfeitiçou.

[...]

Na Empresa

—Oi, você viu o Jordan hoje?

—Bom dia D. Anne, o Sr. Jordan virá mais tarde.

—Hum! Quanta eficiência. Sabe até meu nome.

—Eu li no seu crachá. Meu nome é Maria Tereza. – Anne perde a pose mudando de assunto.

—Você deve está bastante preparada para assumir esse cargo. O Jordan é super exigente.

—É, devo ter superado suas expectativas para ter-me contratado. Deseja mais alguma coisa?

—Não. Vou para minha sala. Volto quando ele estiver.

Tereza sentiu no tom da sua voz que tinha intimidade com seu chefe, certamente seria uma de suas conquistas na empresa. Aquele beijo no apartamento não passou de uma ação irresponsável, abusiva e negligente por parte dele. Achar que poderia se aproveitar dela usando seu poder. Por outro lado, ele era sensual, belo e sua boca macia colada a sua deslizando sua língua suavemente a deixou perdida. Jordan não parecia ser um homem capaz de amar alguém; ele havia se esforçado o máximo para curtir algumas horas ao lado da filha. Uma menina linda, carente e amorosa como Beatrice. Talvez ela tivesse perdido a chance de ter ao lado um pouco do que havia perdido no passado, enquanto carregava em seu ventre um bebê provisório sabe-se lá de quem. Mas o amor maternal, até então não esperado, tornou -se uma obsessão; ter que entregá-la horas depois aos verdadeiros pais foi difícil. Beatrice seria uma válvula de escape, mas também, ela seria para a menina uma mãe provisória que acalentaria seu pequenino ser.

[...]

— Oi Sarah, o que vamos comer hoje?- Tereza está no balcão do refeitório com sua colega.

— Hum, pelo que vejo a variedade está a nosso favor.-risos

—Vamos sentar mais distante daquela mesa, por favor!

—Qual é? Não me diga que a Anne já lhe torrou a paciência.

—Não é isso, mas ...a me olha de um jeito...

—Mas como não olhar pra você! ? Já se olhou no espelho garota?

—Para com isso Sarah, eu não tenho nada de especial.

—Ah, não mesmo. Somente uma bunda que mais se parece uma cadeira e uma pele de pêssego, o resto nem menciono para não me humilhar.- elas riem.

—Nossa, quanto exagero. Minha bunda nem é tão grande assim!

—Você tirou a sorte grande menina. Eu preciso me acabar na malhação para a minha não parecer uma tábua de passar de roupa. hahaha.

—Exagerada!

—Mas me fala, e o chefe como anda contigo? Você sabe que ela é comidinha dele não é?

—A Anne?- Tereza fala cochichando.

—Sim. Ela mesma. E o pior, eles transam após o expediente. Nem no motel tem coragem de leva-la.

—Não devíamos dar ouvidos a boatos. É chato para nós que trabalhamos diretamente com o presidente.

—Olha, não são boatos. Eu estou aqui há sete anos. Desde que d. Clarice faleceu ele pega as secretárias. Ninguém fica muito tempo porque ele demiti.

—Nossa, então meus dias estão contados. Se ele demite quem se entrega para ele, imagina quem não!

—Ah, se ele me desse bola, sei não!

—Ele nunca deu encima de você?

—Que nada! Sou uma azarada mesmo – risos

—Soube que a esposa dele deixou a menina ainda bebê, Tadinha.

—Bebê? Então você não sabe! – Sarah se certifica que ninguém está olhando e continua:—Ela morreu tentando engravidar. Tinha sérios problemas de pressão alta e alergias.

—Mas então...a filha é adotiva?

—Não, ela e fruto de uma mãe de aluguel. Usaram os óvulos congelados da morta. Ela nem chegou a ver a criança.

—Sério ?? Mas então ele devia amar essa esposa para ter uma filha mesmo ela estando morta.

—É o que parece. Mas ele nem liga para essa menina, foi o que as más línguas disseram.

—Não é bem assim!

—Como sabe?

—Eu suponho. Nenhum pai daria essa prova de amor e depois desprezar.

—Vai nessa inocente. Esse homem é frio. Ele pode ater ter amado a mulher, mas depois dela , acabou!

Após o almoço regado, a vida do chefe, Sarah volta para a diretoria e Tereza para sua sala na presidência.

Jordan chega na empresa por volta das 16:00, ele passa pela sala sem nada dizer. Alguns minutos depois Anne entra sem ser anunciada. Tereza sente-se mal com isso; certamente havia algo entre eles. Sobre a conversa no refeitório, tudo estava obscuro. Ela decide sair com uma velha amiga para desabafar para tomar uns drinks após o expediente. As 18h30 Jordan a chama na sala.

—Maria Tereza, você está dispensada por três dias. A secretária da diretoria ficará no seu lugar.

—Mas o que eu fiz? É uma suspensão?

—Claro que não! Apenas estou lhe recompensando por tomar conta da minha filha. Mas se preferir em remuneração eu enviarei um C.I ao DP para lhe restituir.

—Senhor, eu não quero folgas nem dinheiro. Faria tudo de novo sem segundas intenções.

—Eu sei. Mas aqui você não é uma babá e sim minha secretária. Não pedirei mais que olhe Beatrice, já contratei uma babá especializada.

—Tudo bem. Como queira. Mas não quero folga.

—Você é muito arrogante Maria Tereza.. Primeiro desdenha da minha fragilidade com minha filha me deixando sozinho com ela, me tratou como um abusador e agora não aceita os seus direitos.

—Vejo que já tem uma péssima ideia a meu respeito. Eu sinto muito Sr., posso me retirar? – Jordan a encara de modo sério.

—Pode sair.

Maria Tereza sai da empresa destruída por dentro. Ela não sabia o que havia de errado com seus sentimentos por aquele homem. Beatrice era um sinal que ela havia errado no passado, coincidência que gostaria de reparar. Mas seu chefe tomou repulsa por sua última reação em sua casa.

...

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