Colapsando a paixão

Drinks Bar

—Oi Karen, desculpa o atrazo. Bom te rever.-Elas se abraçam.

—Incrível, parece que foi ontem que estivemos juntas. Tudo está passando tão rápido!

—Pois é, dois anos lutando pelo meu MBA,; finalmente consegui o emprego sonhado. Se não fosse por você e o Nick eu não teria grana para bancar os estudos e a estadia.

—Eu bem sei da loucura que fizemos para burlar os protocolos. Se fosse para a família escolher a mãe de aluguel seria mais complicado, mas com um advogado os trâmites são mais diretos. Sinceramente Tereza, acha que valeu a pena correr o risco?

—Claro que sim. Nunca poderei agradecer a idéia do Nick congelar meus óvulos.

—Ele fez mais que isso; te credenciou onde não podia. Você sabe que seu tipo sanguíneo raro a desqualificaria para o programa.

— Devia ser o contrário, não?

—Devia, mas não é. Já pensou o que é ter apenas 1% da população mundial com esse tipagem sanguínea? Se sofrer um acidente pode vir a morrer antes de encontrar um doador compatível.

—Entendo, mas no meu caso, não implicou em nada. Ela não é minha filha, os óvulos foram da mãe.

—Não tem curiosidade para saber como a criança está?

—As vezes me pego pensando; eu cheguei amamentá-la  por uma noite.

—Para mim, mãe é aquela que gera.

—Meio contraditória sua postura, Karin.  

— Ah, não somos de ferro. Sou mulher, quero ser mãe um dia.

—Eu entendo, mas você nem imagina a baita coincidência que descobri na empresa que estou trabalhando.

—Conta logo!

—O meu chefe gato, tem uma princesinha linda de dois anos. Ele me pediu para tomar conta dela por dois dias, eu me apaixonei. Uma fofura!!

—Você é uma secretária executiva, que história doida é essa de dá uma de babá?

—Vou te falar tudinho mas antes pede duas margueritas; estou precisando relaxar.

—Hum,pelo visto tem coisa aí!

Não é o que está pensando. O cara é viúvo. Resolveu ter uma filha sozinho, mas agora está arrependido.

—Que absurdo! Criança não é descartável!

Karin pede os drinks enquanto Tereza vai ao toilette, ao retornar ela se b**e de frente com aquele homem de 1,85 bem na sua frente. Eles se olham por alguns segundos, mas Jordan somente acena com a cabeça e segue ao banheiro. Tereza volta atônita para a mesa.

—O que houve Terê? Está pálida!

—Meu chefe, ele está aqui.

—Mas onde?

—O encontrei no banheiro, ele mal me olhou nos olhos amiga, acho que serei demitida.

—Mas o que houve entre vocês de tão sério?-Jordan retorna sentando -se no bar com  um amigo.

—Não olha por favor, ele tá no bar com um cara.

—Cadê, onde? -Karen vira-se para vê-lo —Uau, ah se eu não fosse casada. Que homem!! Aliás, os dois são lindos.

—Contenha-se! Não era para ter olhado. Que vergonha.

—Deixa de bobagem, o que é bonito tem que se olhar. Encara ele bobinha.

—Tá doida! Eu pisei na bola no momento que ele mais precisou.

—Hum, acho que senti uma pitada de sentimentalismo exagerado aí.

—Não entendi? Ele é o presidente de uma das mais importantes montadoras automotivas deste país . Posso vir a ser sua CEO em alguma de suas filiais espalhadas pelo mundo.

—E daí, Maria Tereza Vilaça de Montalbán?? Relaxa e goza. Entra de cabeça na dele, se humilha, pede desculpa.

—Não sei como o Nick foi casar com você sua doida.

—Toma; bebe logo 3 margueritas de um só  gole, logo a coragem chega.

—Ele vai me mandar embora por coma alcoólico -Elas riem.

Jordan fingia não se importar, mas no fundo, queria olhar para aquele rosto exótico, aquelas covinhas ordinárias que a deixava perfeita ao sorrir. Tereza por um lado, não tirava os olhos dele. Já havia tomado cinco margueritas, levanta-se tonta dirigindo-se ao toilette; Jordan percebe que é o momento de ir atrás dela insultando-a.

—Oi Maria Tereza, vejo que é chegada uma bebida forte.

— Qual é o problema senhor? Estou de folga, posso beber até cair.

—Ah, mas não fica bem para uma secretária andar cambaleando.

—Deixe-me passar senhor Jordan. – Tereza tenta voltar à mesa mas é impedida. Jordan a segura pela cintura trazendo seu corpo junto ao dele. Tereza  sente sua respiração forte, seus lábios sendo humedecidos suave como um convite ao beijo. Ele é sedutor, mas desta vez espera que ela tome a iniciativa. Tereza ensaia algumas palavras desconexas, mas suas mãos envolve seu pescoço o trazendo para bem perto. Ela vai beijá-lo, mas ele retira seus braços se afastando, deixando-a sozinha no corredor.

—Mas que canalha! Ele me paga! -Tereza está furiosa. Jordan a fez de idiota. Ela volta ao banheiro para se recompor.

—Tereza, quase fui atrás de você, mas vi o bonitão te seguir, aí desisti. Me diz, rolou algo?-Karin está curiosa .

—Onde ele está?

—Seu chefe?

—Sim, aquele ordinário.

—Se foi. Acabou de sair.

—Ele está achando que pode me esnobar. Vai ver só.

—Uhum! Pelo visto as coisas não saíram como o esperado.

—Ele acha que por ser rico pode me humilhar? Ah,não pode mesmo!

—Ele te ofendeu?

—Antes tivesse sido isso. Tive a ponto de sentir aquela barba roçar meu rosto, mas ele me empurrou.

—Você fez isso?- Gargalhadas.

—Então, ele me segurou pela cintura e me puxou firme. Eu só precisava ficar na ponta dos pés, mas ele estava curtindo com minha cara.

—Desculpa te fazer pagar esse mico amiga, da próxima vez ele te pega de jeito.

—Não haverá uma próxima vez. Se tudo der certo e ele não me demitir; eu me manterei longe dele.

—Resumindo... Você se apaixonou.

—Não, não é nada disso Karin. Só não sou descartável. – Tereza está indisposta.

—Vamos Terê, eu te deixo em casa.

Karin leva Tereza para casa; uma pequena kitnet bastante charmosa. O prédio é antigo, porém bastante conservado e elegante. Tereza se despede da amiga. Ela sobe as escadas estilo caracol. Antes de chegar no seu andar, ela dá de cara com seu chefe a esperando, sentado.

Jordan esboça um meio sorriso. A puxa para próximo fazendo-a ajoelhar no degrau. Ele ajeita sua mecha de cabelo atrás da orelha; Tereza está perplexa, porém louca para que a tome alí mesmo. Jordan acaricia seus lábios roçando com seu polegar. Ele a olha bem profundamente como se quisesse perguntar: de que parte do universo você despencou? Tereza mal consegue respirar inebriada com aquele perfume masculino que invade sua narina. Ele a beija, mas não é somente um beijo e sim, uma explosão cósmica. Eles se levantam movidos pelo desejo agarrados ao corrimão. Tereza alcança a chave na sua bolsa abrindo a porta. Eles continuam de onde pararam. Jordan rapidamente se desfaz das roupas, Tereza está em apuros; aquele homem sabe o que quer.

—Como chegou até aqui?- ela pergunta em meio aos lábios entreabertos.

—Sou seu chefe, não se esqueça! Sei de tudo.

Jordan a carrega em seus braços levando-a para cama. Não há descrição mais perfeita que dois corpos em uníssono rompendo barreiras, quebrando protocolos. Enfim, eles se amam por horas naquela noite.

...

 

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