– Sam! - Uma voz masculina chamou atrás de mim. Meu subconciente avisou-me que eu conhecia a voz, mas não consegui ligar a nenhum rosto, mesmo assim, a expressão de Yuri me deu uma pequena dica.
Olhei para trás. Era Sean Jones. Sempre comprava algumas coisas com a gente. Que droga, Charlie estava bem ali. Me aproximei de Sean, fazendo um sinal com a cabeça, para que ele me acompanhasse até o outro lado da rua.
Sean tinha cabelos castanhos e ondulados, parecia fazer um tempo que não via um corte, havia também uma barba por fazer, seus olhos eram castanho cor de lama. Estava vestindo um casaco de moletom, com bermudas largas e sandalias. Um típico maconheiro.
– Sean, quantas vezes eu tenho que te dizer que nós não vendemos de dia? - Perguntei em voz baixa, sem esconder minha irritação. Sean concordou com
Naquela noite, decidi ouvir Noel. Rejeitei algumas ligações de Yuri, e passei o dia na casa de Noel. Quando a noite caiu eu fui pra casa, direto pro meu quarto. Sem sinal do meu pai. Não importava, abri meu guarda-roupa, afastei as roupas que estavam no cabide e comecei a revirar as caixas de sapato no fundo do guarda roupa. E encontrei o que procurava. A caixa preta que já estava tomando a cor de um estranho cinza desbotado. Abri a caixa e desenrolei a pistola do pano vermelho de veludo. Era uma vinte e dois. Nada muito contundente, mas isso não importava. Importava o que havia sido feita dela. Toda a extensão da pistola era desenhada. Como se ela fosse um quebra-cabeças colorido, era azul e rosa. Ganhei de Noel, em meu aniversário de dezesseis anos. Lembro-me de ter achado que não era uma arma de verdade, mas ele me ensinou a atirar no mesmo dia.– Sempre os melhores presentes
– Tudo bem Sam, eu sei como essa porcaria pega você. Não precisa esconder. - Disse ele. Era um homem baixo, precisando perder no mínimo uns dez quilos e seus cabelos grisalhos tinham entradas laterais.– Arthur, quem é? - Ouvi a mãe de Kat gritar ao longe. Kat devia ser a única garota com mais de dezesseis anos, no bairro cujo os pais ainda não tinham se divorciado. Ela também tinha um irmão de doze anos.– É a Sam Moore! - Ele gritou de volta, olhando para dentro da casa e depois voltando a olhar pra mim, negando com a cabeça.– Mande ela entrar! - A mulher gritou de volta.– Porque não entra? Só não deixe minha mulher ver isso. - O pai de Kat disse, apontando para o cigarro, mas neguei com a cabeça.– Sr. Werz, eu s&oacu
– Apareça mais vezes. - A sra. Werz pediu, quando eu e Kat já estavamos no batente da porta.– Claro, pode deixar. - Eu disse. É claro, eu não prentendia voltar para jantar junto com a família de Kat, mas isso era o educado a se dizer, certo? Nos afastamos da casa de Kat.Meu celular vibrou em meu bolso, chequei a tela. Era Yuri. Rejeitei a ligação. Eu e Yuri nunca nos separávamos, ainda mais quando íamos vender. Sempre juntas, todas as noites, mesmo quando a gente brigava, então sim, era realmente estranho passar a noite ao lado de Kat e não de Yuri, e talvez ela estivesse sentindo a mesma coisa agora.Eu não a atendi, porque era como, cortar um cordão umbilical.Percebi que eu não era a única a receber ligações. O tradicional toque do celular de Kat,
Quando não se sabe o que fazer, o que se deve fazer? No meu caso, eu nunca sabia o que devia fazer perto de Charlie, eu só sabia o que queria fazer. E as vezes, só as vezes, eu podia fazer o que eu queria.Nós duas juntas, é isso o que eu mais queria e era isso que estava acontecendo agora.Eu tinha tirado quase toda sua roupa, quando o telefone de Charlie tocou. Pelo olhar que me enviou eu pude facilmente descobrir quem era.Sempre em momentos errados.Charlie atendeu.– Oi amor, - Disse. E foi como se uma costela minha tivesse propositalmente se partido e furado meu próprio coração. Charlie havia chamado Jill de amor.De algum modo, eu tinha de responder a aquilo, deslizei minha língua por toda extensão do sexo de Charlie, mesmo que ainda estivesse coberto por u
– O que? - Murmurei olhando de Jill para Charlie.– Você acha que eu sou idiota? Saiam todas as noites e você está armada! - Charlie também elevou sua voz e isso chamou a atenção de Jill.– Você está armada? - Jill perguntou, dando-me um leve empurrão no ombro para que eu me virasse e a olhasse nos olhos.Que droga.Fiquei quieta, encarando os olhos cristalinos de Jill.Ela tomando liberdade, levantou minha camiseta e viu a arma que eu tinha ganho de Noel.– Porque está carregando uma arma? - Jill perguntou abaixando novamente minha camiseta antes que alguém pudesse ver. Novamente fiquei quieta. Será que aquele era um bom momento para entregar a Kat? Um bom momento para contar a Jill sobre um concorrente?Olhei pa
– Tá, eu to saindo daqui agora. Eu devo chegar na sua casa em trinta minutos. - Ele disse e fiquei surpresa em quão fácil pra ele havia sido em me ajudar. Ele era um cara bem legal.– Elliott, obrigada.– De nada lindinha.– Vem logo. - Eu disse antes de desligar.Ok. Eu não devia estar fazendo isso. Eu não devia proteger a Kat, ela merecia mesmo era se foder, mas Jill havia me assustado, tinha medo que ela tomasse alguma ação drástica.– Jill, eu vou pra casa e amanhã a gente conversa. - Disse eu em voz alta, ainda de costas para as duas.– Não, Sam. Vamos conversar hoje. - Respondeu.– Não, não vamos. Você e sua namorada tem muito pra conversar, eu vou encontrar o Elliott e amanh&atild
Não era especial. Eu só não a queria morta. Isso não quer dizer nada, certo? Ninguém é assim tão cruel. Não era especial. Eu não tinha nada especial com Kat. Afinal, eu amava Charlie.Fiquei em silêncio e percebi que já estávamos saindo do meu bairro e agora eu começava a me sentir sonolenta.A maioria das pessoas não entendem o porque de eu não ter um carro. Eu nem sequer tinha carteira. Isso porque eu ficava extremamente letárgica em um carro. Era como uma droga feita especialmente para que eu caísse no sono.E foi o que aconteceu.Acordei com Kat falando muito próximo de meu rosto.– Chegamos. - Disse-me e notei que estávamos em um estacionamento subterrâneo. Cocei meus olhos ainda sonolenta e saí do carro junto com Kat.– Você é como uma criança. - Disse-me ela.
– Vocês não sabem como isso mexe comigo... - A voz de Elliott me despertou de um sonho que estava ficando cada vez melhor. Um lugar cheio de Charlie, um lugar onde não havia problemas.Senti o peso do corpo aquecido de Kat sobre o meu. Ela ainda estava adormecida, dormia em paz, como se não estivesse nem um pouco preocupada com o futuro mais próximo a ela. Como ela podia se dar o luxo de dormir tão tranquilamente depois do que ela fez? Nem eu era capaz de dormir assim.Eu devo ter dormido no máximo três horas.– Se divertiu noite passada? - Elliott perguntou, um sorriso malicioso brincando no canto de seus lábios, ele tinha uma caneca em mãos, café provavelmente.– Não. - Respondi. Diferente do que ele pensava, eu e Kat não fizemos sexo noite passada. Me separei de Kat, houve