Parte 1...Quando chegou em casa Natália se enfiou logo no quarto, assim não teria que dar o roteiro de tudo na viagem para a tia. Célia ira enchê-la com perguntas, já sabia.E ela não poderia dar detalhes ainda. Nem mesmo ela sabia que diabos tinha acontecido nessa viagem curta. Ainda estava besta com o que fizera.Fazia tempo que não ficava com ninguém e com Júlio tinha se empolgado, até demais.Esfregou a testa olhando para cima, deitada esparramada na cama. Que loucura tinha se metido. E isso de ter um filho? Que ideia mais louca. Assim do nada? Não deveria ter aceitado a ideia dele. Tinha que ter ido a uma farmácia e comprado a pílula do dia seguinte. Sentou pensando.“E se eu for agora? De repente ainda dá”.Ela não queria, mas tinha que admitir que havia gostado e muito de ter ficado com Júlio. De sua conversa, das risadas e claro, do sexo. E que sexo. Júlio era quase um tarado, se for comparar com outros namorados que tivera antes dele. Mas não reclamava, achou foi muito bom
Parte 2...— Vai mesmo comigo à confeitaria?— Eu disse que iria. Vamos.Ela saiu na frente e ele a seguiu com o carro. O bairro era bom, haviam muitos outros pontos comerciais e logo ele viu o luminoso em cima da fachada. Parou no estacionamento em frente, do outro lado da rua. Ela já estava na calçada o esperando.— Uau... Dona de seu próprio negócio.— E achou que eu não seria capaz?— Nunca duvidei que uma peste como você seria só mais uma. Sei que tem talentos.— Ainda bem - apontou rindo — Entra.Natália entrou e apresentou Júlio aos funcionários que estavam no balcão e o chamou lá para dentro onde ainda havia uma pequena produção.— Aqui que acontece a mágica. Já estamos quase fechando, então diminuímos a produção. Só mesmo o que precisa ficar descansando para o dia seguinte.— Meu Deus, o cheiro aqui é demais - puxou o ar.— Bom mesmo né? - sorriu — Eu adoro ficar aqui com a mão na massa.— De onde veio essa ideia?— De abrir meu negócio? - largou a bolsa na mesinha de canto e
Parte 3...— Quero que prove esses - retirou os pães recheados e colocou dois em um pratinho passando para ele — Me diz o que acha.Júlio cheirou os pães e só o cheiro já o fez ficar com água na boca. Mordeu devagar porque ainda estava quente e puxou fazendo um fio de chocolate.— Humm.... - fechou os olhos — Meu Deus...— Viu? - se balançou — Sei cozinhar de verdade.— Nossa - lambeu o dedo — Se eu comer isso todo dia vou ficar enorme.— É só fazer como eu, vai na academia. Não deixo de comer nada porque vou ficar gorda. É só gastar mais do que come e pronto.— Vai fazer essas delícias pra mim?— Pra você? - fez uma cara engraçada.— É... A gente vai ficar junto né...Quero dizer...— Ah tá - abanou a mão — Entendi. Faço sim.Ele ficou meio sem jeito. Não era bem o que queria dizer. Mas na hora saiu pela metade e ela não o deixou continuar.Ficaram comendo lado a lado. Depois ele a ajudou a limpar tudo e foram para o apartamento dele.— Pensei que morasse em uma casa.— E morava, mas
Parte 4...— Ela sabia que eu estava com você.— Como? - ele riu.— Sei lá - torceu a boca — Minha tia é meio bruxa. Várias vezes me pegou em flagrante quando eu ia sair de casa escondida.— Você era uma diaba Natália, não ficava quieta. Me lembro de suas fugas.— Parei depois de um tempo. Ficaram caras.— Como assim?— Minha tia começou a cobrar por cada uma. Toda vez que ela me pegava, eu tinha que fazer algum serviço em troca como castigo - fez careta — Depois de um tempo eu desisti - ela gargalhou — Dona Célia é fogo.— E você também - alisou sua perna.— Júlio, você gostava de me encher de propósito ou era só por acaso?— No começo foi por acaso. Tipo aquela vez em que sem querer eu pisei na cabeça da sua boneca que estava na entrada - riu e a apertou — Depois foi de propósito mesmo. Me divertia.— Isso é bullying sabia?— Não era não. Nunca te machuquei.— Mas em enchia o saco.— Ah, isso é normal. Não seja fresca.— Ei - virou-se — Não sou fresca.— Sei...— E você vai me pagar
Parte 1...Natália olhou feio para Júlio que andava impaciente.— Quer fazer o favor de sentar? - o puxou.— Que demora. Ela não falou que era rápido?— E é rápido Júlio - o beliscou — Quer parar?— Estou nervoso.— Eu também - falou baixinho.Eles estavam há pouco mais de vinte minutos aguardando a assistente os chamar para a sala. Natália tinha feito uma consulta rápida com um médico de plantão e ele tirara seu sangue para o exame.Ela estava tão nervosa quanto ele, mas Júlio parecia querer chamar atenção apenas para ele. Como se ele fosse o único com algo no coração.Ela estava angustiada pela espera. Se estivesse mesmo grávida, que é o que pensava estar, em breve, ou quase em breve, seria mãe. Algo muito sério.Pelo amor de Deus, ela não tinha a menor ideia do que era ser uma mãe. Mal cuidava das coisas dela, vivia correndo de um lado para outro, como seria com uma criança envolvida?“Vou ficar louca de vez”.E ela agora ainda tinha outra coisa. A tia. Como contar isso para Célia?
Parte 2...— Ah tá... Lá vem ele de novo - balançou a cabeça mexendo as mãos na frente dele.Natália levantou e ficou andando preocupada pela sala dele. tinha muita coisa para pensar e organizar e não sabia por onde começar.— Temos que tomar algumas decisões.— Eu sei... Eu sei...Júlio estava preocupado é claro, mas ela aparentava estar muito mais e era compreensivo. Se ela não tivesse ido ajudar no escritório eles não teriam se reencontrado. E também não teriam sucumbido a uma paixão louca que deixou os dois cegos para as responsabilidades e consequências.Agora eles estavam ali, na sala dele, um mais nervoso do que o outro e pensando o que fazer. Natália estava grávida, de seu filho. Que loucura. Logo ele que não pensava em ser pai. Ao menos não depois que se separou porque antes ainda chegou a cogitar, mas a esposa além de o deixar de repente levou uma boa parte de seu dinheiro e ele teve que recomeçar.Por sorte sempre foi um cara organizado e já se preparara para situações dif
Parte 3...— Ai, para de drama - abriu bem os olhos — Você entendeu o que eu disse - soltou o ar devagar.— Tudo bem - ergueu as mãos — Acho que estamos muito emotivos, agitados e isso impede a gente de pensar direito.— Vou pra casa Júlio - se virou.— Tudo bem, eu te levo.Eles não falaram muito durante o trajeto até a casa dela. Natália estava com um bolo na garganta, preocupada com o que diria à tia e mais ainda com a mudança em sua vida. Tudo bem que Júlio não estava mesmo fugindo da situação e isso era algo positivo, mas casar?— Olha só, se for tomar alguma atitude... Fala comigo antes tá? Eu prefiro saber do que descobrir depois e ficar perdido.Ela assentiu de cabeça baixa. Ainda não tinha certeza de nada.— E minha proposta ainda está de pé.— Vou pensar, prometo - soltou o ar devagar e olhou para cima — Acho que agora tenho que ir mesmo, a tia deve estar curiosa pra saber onde ando.— Já disse que eu falo com a Célia.— Antes deixa eu decidir, tá - apertou seu joelho.— Ok
Parte 1...Natália olhou com cara de cansaço para ele. Até entendia sua insistência, mas não era certo.— Não precisa se obrigar a fazer isso.— E quem foi que disse que sou obrigado? - franziu os olhos — Eu quero.— Quer nada Júlio - abanou a mão na cara dele e deu a volta na mesa — Você só quer ser responsável porque conhece minha família, é amigo de minha tia, que por sinal sempre paparicou você - fez careta.— Nada a ver - riu de leve — Eu quero mesmo.— Eu me viro - sentou — Não precisa se preocupar com seu nome. Minha tia vai entender quando eu explicar direitinho.— Deixa de ser maluca, Natália - reclamou e fechou a cara — Estamos nessa juntos.— Então, tá - cruzou os braços — Você me ama?— O que?Ele não entendeu e respondeu rápido.— Claro que eu não te amo...— Então não tem motivo pra se casar.— Meu Deus... - cobriu a boca com as mãos e a encarou de olhos bem abertos — Você é muito doida garota. Eu estou querendo ajudar.— Ajudar é varrer o chão, guardar a roupa, fazer o