Parte 1...Natália olhou feio para Júlio que andava impaciente.— Quer fazer o favor de sentar? - o puxou.— Que demora. Ela não falou que era rápido?— E é rápido Júlio - o beliscou — Quer parar?— Estou nervoso.— Eu também - falou baixinho.Eles estavam há pouco mais de vinte minutos aguardando a assistente os chamar para a sala. Natália tinha feito uma consulta rápida com um médico de plantão e ele tirara seu sangue para o exame.Ela estava tão nervosa quanto ele, mas Júlio parecia querer chamar atenção apenas para ele. Como se ele fosse o único com algo no coração.Ela estava angustiada pela espera. Se estivesse mesmo grávida, que é o que pensava estar, em breve, ou quase em breve, seria mãe. Algo muito sério.Pelo amor de Deus, ela não tinha a menor ideia do que era ser uma mãe. Mal cuidava das coisas dela, vivia correndo de um lado para outro, como seria com uma criança envolvida?“Vou ficar louca de vez”.E ela agora ainda tinha outra coisa. A tia. Como contar isso para Célia?
Parte 2...— Ah tá... Lá vem ele de novo - balançou a cabeça mexendo as mãos na frente dele.Natália levantou e ficou andando preocupada pela sala dele. tinha muita coisa para pensar e organizar e não sabia por onde começar.— Temos que tomar algumas decisões.— Eu sei... Eu sei...Júlio estava preocupado é claro, mas ela aparentava estar muito mais e era compreensivo. Se ela não tivesse ido ajudar no escritório eles não teriam se reencontrado. E também não teriam sucumbido a uma paixão louca que deixou os dois cegos para as responsabilidades e consequências.Agora eles estavam ali, na sala dele, um mais nervoso do que o outro e pensando o que fazer. Natália estava grávida, de seu filho. Que loucura. Logo ele que não pensava em ser pai. Ao menos não depois que se separou porque antes ainda chegou a cogitar, mas a esposa além de o deixar de repente levou uma boa parte de seu dinheiro e ele teve que recomeçar.Por sorte sempre foi um cara organizado e já se preparara para situações dif
Parte 3...— Ai, para de drama - abriu bem os olhos — Você entendeu o que eu disse - soltou o ar devagar.— Tudo bem - ergueu as mãos — Acho que estamos muito emotivos, agitados e isso impede a gente de pensar direito.— Vou pra casa Júlio - se virou.— Tudo bem, eu te levo.Eles não falaram muito durante o trajeto até a casa dela. Natália estava com um bolo na garganta, preocupada com o que diria à tia e mais ainda com a mudança em sua vida. Tudo bem que Júlio não estava mesmo fugindo da situação e isso era algo positivo, mas casar?— Olha só, se for tomar alguma atitude... Fala comigo antes tá? Eu prefiro saber do que descobrir depois e ficar perdido.Ela assentiu de cabeça baixa. Ainda não tinha certeza de nada.— E minha proposta ainda está de pé.— Vou pensar, prometo - soltou o ar devagar e olhou para cima — Acho que agora tenho que ir mesmo, a tia deve estar curiosa pra saber onde ando.— Já disse que eu falo com a Célia.— Antes deixa eu decidir, tá - apertou seu joelho.— Ok
Parte 1...Natália olhou com cara de cansaço para ele. Até entendia sua insistência, mas não era certo.— Não precisa se obrigar a fazer isso.— E quem foi que disse que sou obrigado? - franziu os olhos — Eu quero.— Quer nada Júlio - abanou a mão na cara dele e deu a volta na mesa — Você só quer ser responsável porque conhece minha família, é amigo de minha tia, que por sinal sempre paparicou você - fez careta.— Nada a ver - riu de leve — Eu quero mesmo.— Eu me viro - sentou — Não precisa se preocupar com seu nome. Minha tia vai entender quando eu explicar direitinho.— Deixa de ser maluca, Natália - reclamou e fechou a cara — Estamos nessa juntos.— Então, tá - cruzou os braços — Você me ama?— O que?Ele não entendeu e respondeu rápido.— Claro que eu não te amo...— Então não tem motivo pra se casar.— Meu Deus... - cobriu a boca com as mãos e a encarou de olhos bem abertos — Você é muito doida garota. Eu estou querendo ajudar.— Ajudar é varrer o chão, guardar a roupa, fazer o
Parte 2...— É sim! - a olhou séria — Não vai ser mãe solteira se pude ter marido.— Os tempos são outros sabia?— Mimimi... - fez careta a imitando — Os tempos são outros uma porcaria - levantou o dedo — Só se for na casa dos outros porque aqui não senhora - bateu o pé.— Tia, não é assim que as coisas acontecem.— Eu sei como acontecem - apontou o dedo — E você moça vai fazer o certo. Vai se casar com Júlio. Quero essa criança em uma família.— Não posso me...— Natália - respirou fundo — Qual sua objeção em casar com ele? Júlio é bonito, educado, tem uma boa situação financeira, não é moleque e...— Credo - fez uma cara engraçada — Está fazendo propaganda dele?— Só digo o que é verdade. E ele vem da família de uma boa amiga. Sabemos bem quem ele é.— Mas não existe amor entre nós, tia - abriu os braços gesticulando muito — Foi só sexo.— Para isso é necessário pelo menos atração e isso já deu pra notar que vocês dois têm. Deixe de ser cabeça dura e aceite.— Não! - cruzou os braço
Parte 3...— Se pensar bem, estar casada não vai ser ruim - mexeu o ombro — Podemos nos ajudar, criamos nosso filho dentro de uma família e au ainda posso te ajudar com seu negócio - deu um risinho — Posso ser seu advogado particular sem cobrar nada... Talvez uma ou duas noites na cama.— Engraçadinho - mostrou a ponta da língua — Eu não preciso de um advogado particular.— Pense bem - sorriu e se aproximou.Júlio começou a enumerar as vantagens de estarem casados, colocando não só o ponto de terem um filho, como a forte atração que os uniu. Ela estava ouvindo, mas não estava levando em consideração realmente. Sabia que ele falava levado mais pelo dever e obrigação do que por outra coisa.Júlio queria honrar o nome dele e por serem amigos de ambas as famílias ele não queria que isso viesse a estragar essa relação. Mas e o futuro?— Ok, esses são bons motivos, mas e o lado ruim do casamento? Você já foi casado e deu errado.— Não tem nada a ver...— Claro que tem. Como sabe que vai da
Parte 4...Ela entrou de braço dado com a tia. Célia era sua parente mais amada e graças a ela teve uma boa vida quando os pais morreram e também de certa forma, ela tinha culpa de estar se casando com Júlio porque foi ela quem a empurrou para o escritório dele.— Sua mão está gelada - Célia disse baixinho.— Eu sei - sorriu para os convidados — Quero fazer xixi._ Garota, se você me fizer vergonha aqui no meio dessa gente eu juro que te mato - apertou seu braço e continuaram andando.Júlio estava muito bonito. Ela engoliu em seco. Estava com um terno azul escuro com uma flor delicada no bolsinho e havia cortado o cabelo. Estava barbudo.— E essa barba? - sussurou ao ficar ao lado dele.— Pra ficar diferente pra você - a beijou no rosto — Assim quem sabe você me confundia com outro e não desistia de casar - sorriu.— Idiota - murmurou sorrindo e ele piscou.A cerimônia foi rápida, mas quando chegou na parte em que o padre perguntou:— Você aceita este homem como seu legítimo esposo pa
Parte 1...Natália olhou para o padre sem entender direito o que ele dizia. Sua tia falava toda animada sobre o casamento e o padre lhe desejava felicidades e tudo mais. Ela só assentia com um sorriso.— Com licença - Júlio a puxou — Posso carregar minha esposa comigo?— Claro meu filho - Célia disse — Agora ela é toda sua - o beijou — Sempre adorei você meu menino.Natália riu. Só a tia mesmo para chamar Júlio, agora barbudo, de menino. Um homem adulto. Se despediu deles e saiu de braço dado com o marido.— E agora onde vamos, menino? - riu.— Para um lugar só nosso - abriu a porta do carro para ela — E pare de me encher com isso. Faz uma semana que vem repetindo isso - deu a volta.— Culpa da Célia - riu mais — Agora ela acha que você é o salvador da sobrinha - gesticulou rodando os olhos.— Engraçada - ligou o carro — Agora, esposa - meneou a cabeça sorrindo — Vamos viajar.— Hum, até que enfim - balançou a cabeça — Sabe que fui trabalhar pra você porque minha viagem mixou? Se tiv