Klaus
Amanda propõe que vamos até a sua casa para que elas troquem de roupa e, no curto caminho, tenho o prazer de ter a companhia de Anne, que vai no meu carro. No início, ficamos em silêncio e a cada sinal fechado aproveito para olhar para ela, até que Anne quebra o silêncio, perguntando sobre meu trabalho voluntário. Fico à vontade, pois falar da minha profissão sempre foi muito prazeroso para mim. Adam e eu ficamos esperando as meninas na sala enquanto elas se arrumam.
— E aí, cara. Como foi com a Anne?
— Nós conversamos um pouco sobre trabalho voluntário. E você, como foi com a Amanda?
— Perguntei a ela as coisas que ela gosta de fazer e foi basicamente sobre isso que conversamos.
— Cara, a Amanda está na sua, percebo pelo jeito que ela te olha. Mas a Anne não mostra nenhum interesse por mim.
— A Anne é mais na dela, Klaus, com o tempo vai ver o cara legal que você é. O primeiro passo já está sendo dado, o destino está sendo muito legal conosco, agora é só relaxar e aproveitar a noite.
Estou acostumado com as mulheres olhando-me com desejo. Meu porte físico e minha altura chamam atenção, sempre sou alvo de olhares e palavras maliciosas. Desde que coloquei meus olhos sobre a Anne, desejo-a. E, diferente da maioria das mulheres, ela não me cobiça e não me olha com malícia. Anne me vê como seu chefe, talvez como um futuro amigo, e essa porra está deixando-me ansioso. A cada dia a desejo mais e ela não dá nenhum indício que haverá algo entre nós. Estar tão próximo dela e não poder tocá-la está sendo foda.
Para piorar minha situação, Anne aparece na minha frente com um vestido justo que modela suas curvas e com os cabelos soltos. Puta que pariu, ela está ainda mais linda. Nunca tinha visto seu cabelo assim, ela sempre usava coque. Anne acaba de me foder de vez, porra de negra gostosa. Se controle, Klaus.
Adam pega a mão da Amanda e sai na frente. Anne os segue e eu fico para trás, podendo contemplar sua bunda redonda e empinada. Tenho que colocar meus pensamentos no hospital para abaixar minha ereção.
Adam nos leva a um barzinho com música ao vivo, próximo à praia. Temos uma noite agradável, faz tempo que não me sinto tão leve. Na pista de dança, ouso um pouco com a Anne e sinto que ela fica um pouco constrangida, então acho melhor não gastar todas as minhas fichas. Pode levar o tempo que for, não vou desistir dela. Leve dez dias ou a dez meses, terei Anne em meus braços e darei a ela todo o prazer que merece. Não vejo a hora de ter seu corpo debaixo do meu.
Quando chego na casa do Adam depois de sairmos do bar, vou para o quarto, tomo uma ducha e me masturbo feito um adolescente pensando na Anne, nos seus seios fartos saltando naquele vestido tomara que caia, nas suas pernas grossas expostas e na sua bunda. Que bunda! Ao pensar nela, meu prazer é instantâneo. Custo a pegar no sono pensando na minha schön, e, por isso, quando acordo do domingo já passa das onze. Vou para a cozinha e vejo Adam fazendo café.
— Bom dia, Adam. Dormi mais do que a cama.
— Bom dia, mano. Eu também acabei de acordar.
— O que vamos fazer hoje?
— Para te falar a verdade, Klaus, o que eu queria era a Amanda comigo o resto do dia, na minha cama. Fiquei com o maior tesão ontem com aquela garota.
— Te confesso que eu queria a mesma coisa. Anne está me deixando maluco.
— Klaus Hensel abrindo seu coração.
— Para de gracinha que, apesar de você ser um puto, é a única pessoa que confio e que consigo me abrir.
Adam me dá uma xícara de café.
— Estou brincando, irmão. É que você fica com uma cara de idiota quando fala da Anne.
Jogo uma banana, que está na bancada, em cima dele.
— Você é um puto mesmo, Adam. Está falando de mim e fica aí todo derretido. Amanda, ai, Amanda. Eu quero você, Amanda. — O puto joga a banana em mim de volta e cai na gargalhada.
— Até que você leva jeito, Klaus. Com as mãos na cintura e se requebrando desse jeito, está arrasando, meu marido.
— Vê se não fode, Adam.
— Você eu não quero foder não, amor. Mas a Amanda... Eu quero e muito.
— Porra, nem fala. Manter meu pau no lugar ontem foi uma missão muito difícil.
À tarde, vou com Adam para meu novo lar. Enquanto conversamos, arrumo minhas roupas no closet. Meu amigo não ficou muito satisfeito com a minha mudança, mas quando eu disse que ele teria toda a cobertura para foder Amanda sem se preocupar em ser incomodado, ele se animou. É mesmo um puto. À noite, saímos para jantar e, no restaurante, recebemos dois guardanapos, entregues pelo garçom, ambos com marca de batom e um número de telefone. O garçom nos indica a mesa de onde vieram os bilhetes e duas loiras acenam.
— Se fosse a uns dias atrás, essas loiras estariam com as pernas abertas debaixo de mim, mas não consigo nem ficar excitado com essas gostosas. Elas são o meu número, mas no momento só desejo uma doutora morena e gostosa como o inferno.
— Você sabe que nunca gostei de mulher oferecida, sempre fui o cara que prefere seduzir. E minha meta é seduzir uma negra que, para mim, se tornou muito mais do que uma simples conquista. Eu a quero como nunca quis nenhuma outra.
— Quem diria, a dupla de doutores alemães mais desejados de Berlim de quatro por duas brasileiras. Estamos fodidos, irmão. Essas mulheres serão nossa ruína.
Na segunda-feira, chego no hospital ansioso para ver minha schön. Ela me cumprimenta com um bom dia seguido de um belo sorriso quando chega. Como consegue ser tão linda assim pela manhã? Imagino-a acordando ao meu lado... Foca no trabalho, Klaus. No final do expediente, nós juntamos a minha equipe e a do Adam para fazer uma reunião; resolvemos fazer uma escala por não haver necessidade de eles estarem todos os dias nem o dia todo no hospital. No final da reunião, um dos médicos, que ficou o tempo todo ao lado das meninas, abraçou Amanda.
— Mas que porra o doutor Barreto pensa que está fazendo? — Adam fala em alemão.
Todos já haviam se retirado, ficando só os três conversando distraidamente.
— Relaxa, Adam. Eles devem ser amigos. — Volto a minha atenção para eles e o filho da puta do doutor está abraçando a Anne, com ela encostada em seu peito e sorrindo de algo que eles conversam.
— Mas que porra é essa? — falo na minha língua, puto da vida.
— Eles devem ser amigos — fala Adam com ironia. Fico muito puto de ver a Anne tão à vontade com outro cara que não seja eu.
Pigarreio.
— Doutores, aqui é local de trabalho. Outros assuntos, fora do hospital — falo, seco e firme.
— Desculpe, doutor. É que, quando fico com as minhas garotas, esqueço da vida. — Ele pega nas mãos delas e se retira.
— Filho da puta — eu e Adam falamos juntos.
— Você ouviu isso? Minhas garotas, mas que porra que está acontecendo?
Minha vontade é ir atrás deles, mas tenho que ser cauteloso, por estar em meu local de trabalho e porque Anne e eu não temos nada. É foda falar isso para mim mesmo, não posso exigir nada dela. Só não sei até quando aguentarei essa situação. Nunca fui de sentir ciúmes de nenhuma mulher com quem tive relação, e agora me vejo puto da vida e morrendo de ciúmes de uma que ainda não é minha. Estou completamente apaixonado por ela e sinto que essa paixão vai foder minha vida.
AnneNo domingo, quando chego em casa, encontro um cenário de festa. O som alto e a casa cheia, os colegas da Bruna rindo e bebendo na sala enquanto minha mãe frita salgadinhos na cozinha.— Boa tarde, doutora — Bruna fala assim que entro. Cumprimento todos, dou um beijo na minha mãe e vou para o meu quarto.Fico no quarto tentando revisar as anotações que fiz sobre alguns procedimentos necessários para uma cirurgia no coração, mas está difícil de me concentrar por causa do barulho. Minha mãe entra no quarto e diz que, se eu quiser salgadinho, é para ir lá na sala pegar porque ela não vai ficar servindo ninguém. Agradeço sua “gentileza” e digo que não quero. Assim que ela sai, meu telefone toca e é Amanda.— Já está com saudade, namorada?— Nem brinca, Ann
AnneSaio do hospital e vou ao supermercado comprar algumas coisas que estão faltando em casa. No ponto de ônibus, um sedan cinza passa por mim e buzina. Não faço ideia de quem se trata, então não me importo, pode ser só algum engraçadinho sem noção. O carro estaciona um pouco à frente e fico com medo, mas há algumas pessoas no ponto, qualquer coisa peço socorro. Fico de costas para não olhar para o carro, pedindo a Deus que meu ônibus chegue logo.— Anne. Assusto-me ao ouvir meu nome, e fico surpresa quando me viro.— João? João Carlos?— Vai dizer que eu estou tão diferente assim?— Nossa, você mudou muito.— Será que isso foi um elogio? — Ele sorri e o abraço.João estudou comigo
AnneNo caminho para o hospital, recebo uma mensagem do João dizendo que ele quer me ver, mas vou sair tarde e não sou boa companhia para ninguém hoje. Meu coração está ferido, a única família que tenho virou as costas para mim. Minha mãe, com sua atitude, deixou mais uma vez bem claro que não se importa comigo. Teve a capacidade de dizer que eu não poderia levar nada de dentro de casa, que, mesmo se o apartamento que vou morar não fosse mobiliado, eu não levaria.Minha vontade neste momento é de gritar com todo pulmão e colocar para fora tudo o que está ferindo o meu peito. Sonhei tanto em um dia me formar, melhorar de vida para dar uma condição melhor a minha família, e hoje me vejo assim, sozinha, sem o amor daquelas que têm o meu sangue.Quando entro no hospital, vou direto para a cantina. Preciso tomar um c
KlausQuando chego na rua, Anne está encostada em meu carro com a cabeça baixa. Coloco suas coisas na mala e me aproximo dela, pegando em seu rosto e levantando-o para mim. Ela está chorando e vê-la tão frágil parte meu coração. Abraço-a até que ela se acalme, seco suas lágrimas e abro a porta do carro. — Vamos, schön. Vamos sair daqui.Ela entra no carro e passa o caminho todo em silêncio. Assim que entramos em seu apartamento, coloco seus livros em cima do sofá e encosto a mala na parede.— Klaus.— Oi, schön, como você está?— Estou com vergonha de você ter presenciado tudo aquilo, me desculpe.— Shh, schön. Você não tem que se desculpar. Quis te acompanhar. E problemas a
AnneAo entrar no meu apartamento, respirei fundo e falei comigo mesma:vida nova, Anne. Chega de ficar mendigando amor da minha mãe e da minha irmã, elas me descartaram como eu fosse uma pessoa estranha e é assim que vou agir com elas daqui para frente. Sempre me virei sozinha, superando a cada dia um obstáculo. Chorei, sofri, mas não esmoreci, segui a diante mesmo quando tudo dizia não. Minhas orações eram meu combustível para seguir em frente, diante de Deus abria meu coração, e Ele sempre esteve comigo.Nas adversidades, mantinha fé na Sua palavra, que diz "o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". Em diversos momentos em nossa vida, parece que estamos em uma escuridão constante, que o sol não irá mais brilhar, como se não houvesse solução para os nossos problemas. A sensaçã
KlausHoje Anne trabalhou na parte da manhã e amanhã ela estará de folga. Sei que ela marcou encontro com aquele cara amanhã, então preciso me antecipar a ele. Hoje Anne vai entender que eu a quero, faço questão de deixar isso bem claro para ela. Com o celular em mãos, disco seu número.— Anne, é o Klaus, tudo bem?— Sim, chefe. Em que eu posso te ajudar? Aconteceu algum problema no hospital, estão precisando de mim?— Não, schön, está tudo bem. Estou te ligando para te avisar que estou saindo do hospital e indo para casa me arrumar. Às nove, passo para te pegar.Desligo o celular antes que ela invente alguma desculpa. Vou levá-la para jantar e serei direto com ela. Anne só tem uma opção, que é ser minha. Estou cansado de ficar em torno dessa mulher como um simples especta
KlausSaio da casa da Anne muito puto e com uma grande ereção.— PORRA!Soco o volante do carro repetidas vezes. Hoje vai ser impossível dormir depois de quase ter tomado a Anne por completo. Sua entrega a mim foi total, permitiu que eu desfrutasse dela com minha boca e minhas mãos que percorriam seu corpo. No exato momento que eu comecei a subir seu vestido e estava com a boca próxima ao seu seio, Amanda chegou.— Merda!Eu vou matar o filho da puta do Adam, que pelo jeito deixou Amanda escapar e empatar minha noite com a Anne. Amanda literalmente empatou minha foda. Por mais que meu pau esteja desesperado para estar dentro dela, não é apenas sexo, é muito mais. Eu a quero e a desejo de corpo e alma. Meu coração bate descompassado quando estou ao seu lado. Sinto coisas que, se relatar a alguém, vão me fazer ser visto como sens&
AnneAssim que entro no hospital e vou em direção à cantina, encontro Klaus. Olho-o um pouco envergonhada por causa de ontem e ele me dá um bom dia extremamente seco. Sinto raiva por me tratar tão friamente depois de tudo o que aconteceu entre nós. O que esse alemão está pensando?— Falou alguma coisa, doutora? — a enfermeira Carmem me pergunta assim que me sento na cadeira em frente à minha mesa. Ela está organizando meus pacientes.— Não é nada, Carmem, desculpe. Eu estava distraída. Bom dia, tudo bem?— Sim, doutora. Hoje sua agenda está cheia.— Que bom, Carmem. Estou realmente precisando ocupar minha mente, nada melhor do que trabalho para isso.Entre um intervalo e outro, lembro de como me entreguei ao Klaus, o jeito que ele me beijou e a forma como nossas línguas se movimentaram em perfei