—Ali, para onde estamos indo? —Samara perguntou assim que viu que o pai estava colocando algumas malas de mão no porta-malas de um carro que lhe era estranho.Ali nunca antes tinha tido um carro, mas olhando para aqueles três homens que o acompanhavam, imaginou que o carro pertencia a um deles. Seus braços foram segurados pelo pai, que a conduziu para dentro do carro, mas ela resistiu.—Para onde estamos indo? Eu tenho o direito de saber, pai... —Ela perguntou novamente quando viu o rosto do Ali se contorcer em irritação.—Eu lhe disse que ia agradar minha princesa, não disse? Se você estava pensando em fugir para Rabat, nós iremos para Rabat.A Samara foi empurrada com força para dentro do carro, enquanto um homem se sentou à sua direita, com o Ali ficando à sua esquerda para deixá-la no meio.Os dois homens restantes sentaram-se na frente, e Ali a obrigou a se cobrir a cabeça.De repente, o carro começou a se mover e, em meia hora, eles estavam a caminho da estrada.Samara enxugava
André sentou-se em um divã requintado junto ao Connor, enquanto a música refrescava um pouco seus ouvidos.Ele não entendia nada das palavras, era tudo em árabe, e ele nunca se preocupou em aprender, mas a maioria das pessoas que atendiam o lugar entendiam muito bem o inglês e até conseguiam falar.Ele não tinha visto dançarina nenhuma, mas os charutos que estava fumando eram os mais gostosos que ele já tinha provado, e também não ia reclamar tão cedo na noite.Conversou com o Connor sobre qualquer coisa e o incentivou a tomar um drinque, pois tinha motoristas para levá-los de volta, mas o Connor recusou, embora tenha dado uma tragada no famoso charuto do qual não parou de falar desde que o experimentou.O velho Aziz veio depois de alguns minutos para se sentar ao lado deles, apresentando-os a outros velhos que estavam vestidos com roupões brancos e anéis de ouro reluzentes, o que fez os olhos do milionário se revirarem.Parecia que a boate estava tendo uma noite promissora, mas o joe
O corpo da Samara congelou.O seu sistema parou, até mesmo as lágrimas que ela não tinha conseguido deixar de derramar quando se viu no espelho lá dentro, sabendo que a sua inocência seria leiloada, ficaram em seus olhos.Houve silêncio em toda a boate. A música parou, o barulho diminuiu e a voz empolgada daquela mulher que a estava vendendo a garota, simplesmente desapareceu depois que o homem com quem ela tinha cruzado olhares jogou esse lance magnânimo.Impossível de acreditar.Samara nem sabia quanto era um milhão de dólares, assim como também não sabia qual seria o seu destino de agora em diante.Ela não consegue deixar de olhar para os velhos que estavam dando lances por ela, e foi impossível não estremecer ao pensar no que poderia lhe aguardar se caísse em tais mãos.—Temos um vencedor!!!! —Sam pulou novamente quando a mulher mais velha deu um grito e apontou para um homem alto de terno preto, que parecia misterioso na frente dela.Os homens atrás dela agarraram seu braço e, em
—André... É seu avô, Pierre... teve um infarto...—Não... —André sentiu uma dor aguda no peito, enquanto seu braço se estendia para agarrar algo, mas seu amigo Connor chegou rapidamente até ele.—André! —Connor se aproximou, mas o milionário tentou perguntar.—Ele está vivo? —Tanto Connor quanto Samara ficaram estáticos diante da pergunta, e André esperou esses segundos como se fossem eternidade.—Estamos no hospital... eles dizem que ele está em reanimação... ele estava bem... estava, não sei o que aconteceu, André...A mandíbula do homem tremeu excessivamente. Pierre era sua vida.—Ele vai ficar bem... —ele declarou com firmeza enquanto ajustava seu terno. —Vou sair o mais rápido possível para a França, meu avô vai ficar bem... eu sei.Francois aceitou sua afirmação e se despediu enquanto André ouvia ao fundo o choro de algumas mulheres em seus ouvidos.Talvez René, sua mãe, e Lucie, sua irmã, estivessem lá com seu pai.Sua mente ficou em branco, e olhando para a tela, bloqueou o ce
Samara estava de joelhos diante de sua cama, agradecendo por ter encontrado um homem como Connor. Ele havia prometido que ela poderia descansar, e que no dia seguinte a deixaria em um local seguro com algum dinheiro.Entrar neste quarto havia sido um alívio para seus ombros. Ela tinha comido tudo o que ele havia colocado na bandeja à sua frente, e com lágrimas nos olhos, não parou de ajoelhar-se para agradecer a Alá por seu resgate.Neste momento, não tinha mais nada que lhe pertencesse, exceto sua documentação. Nem mesmo o telefone com o qual poderia ter se comunicado com Jalil ou Hagar. O fato de esses homens tê-la tirado das garras daqueles velhos árabes era verdadeiramente um milagre.Ela ainda não havia terminado sua oração quando a porta do lado de fora se abriu, e ela ouviu passos do lado de fora do quarto. Deveria ser Connor, então ela se levantou rapidamente e se dirigiu para a porta.—Samara? —ela ouviu Connor e tentou sorrir enquanto se aproximava, mas seus passos se detive
Samara parpadeou várias vezes quando Connor a moveu de forma sutil e sussurrou algo que ela não pôde entender de imediato. Ela esfregou os olhos e tentou se levantar rapidamente; a manhã havia chegado, e a claridade em seu quarto confirmou isso.—É hora de irmos, Samara... —ela ouviu, e seu batimento cardíaco, anteriormente passivo, acelerou em um segundo com a informação.Ela assentiu e se apressou em se levantar, mas quando deu dois passos atrás de Connor e olhou para seu próprio corpo, percebeu que ainda estava vestida com a mesma roupa que usava desde o dia anterior.—Senhor..., espere... —Connor voltou-se para olhá-la —. Esta roupa... acho que não é apropriada para sair a lugar nenhum... eu me envergonharia muito.Ele assentiu, coçando a cabeça, entendendo o ponto, e sabendo que André não queria atrair olhares desnecessários.—Deixe-me arrumar algo, tudo bem?... agora saia para a sala, André está esperando por você, e não esqueça o que conversamos na noite passada.—Tudo bem —ela
Samara e André entraram em um carro espaçoso em frente ao hotel, enquanto Connor ocupou o banco da frente, perto do motorista. Agora ela usava um vestido de linho, que a fazia parecer mais jovem, com seu cabelo envolto em um lenço. André notou que Samara olhava pela janela e então pensou que aquela roupa não era apropriada para apresentá-la à sua família.Então ele começou...—De acordo com as informações que forneceremos, você é dos Estados Unidos... não pode usar essas roupas na França, precisamos encontrar algo melhor para você antes de nos encontrarmos com minha família... —Samara virou-se para André e assentiu.—Quais são os nomes de seus familiares? —ela perguntou interessada, e ele achou importante, embora conversar não fosse o seu ponto forte.—Pierre é meu avô... a pessoa mais importante na minha vida e a razão pela qual estamos fazendo isso... —Samara assentiu—. Francois é meu pai, um pouco intrometido, mas é o que temos. René é minha mãe e Lucie é minha irmã mais nova. Deve
André pediu seu segundo copo de uísque quando viu pela décima vez as unhas de Samara cravadas em sua mão, e uma série de imagens começaram a passar por sua cabeça. Todas escuras, é claro.Ele não tinha tido a vontade de olhá-la, nem mesmo de perguntar como ela havia conseguido mantê-lo preso, prestes a cortar a circulação de sua mão. Ela estava louca por ter tentado tocá-lo sem seu consentimento.Mas no momento em que a viu pela primeira vez depois desse incidente, percebeu que ela estava excessivamente pálida, com os olhos fechados, tremendo da cabeça aos pés. E embora pudesse dizer qualquer besteira para que o deixasse em paz, era evidente que essa era a primeira vez que ela entrava em um avião.—Connor...! —sua voz ficou alta, já estavam alguns minutos no ar, e ela não podia continuar assim.Rapidamente, Connor chegou à sua frente, onde havia apenas um assento auxiliar, nada confortável como o deles.—Sente-se... ela vai me amputar a mão... —Connor sentou-se rapidamente, e então vi