CAPÍTULO 3

—Anita Hamilton, Sara Smith e Anne Montoya... esta última é de ascendência latina... estas são suas fotos, nenhuma delas é virgem, mas poderiam fingir. Elas são apenas garotas que saem com homens para lhes fazer companhia, e não prestam serviços sexuais....

Era quinta-feira de manhã, e essa era a quinta tentativa da Kamile para achar uma mulher pro André.

O Connor tirou a foto da Anne Montoya, ele estava sentado ao lado do André naquele momento.

—Ela é sexy... —comentou o Connor e a Kamile olhou para ele com certa raiva. Mas apenas o André notou sua expressão.

—Eu não preciso que ela seja sexy... —disse o milionário.

—Ninguém vai acreditar em você se for com uma mulher sem estilo, André?

Ele prendeu o cabelo com força e bateu a testa na mesa.

—Quero matá-lo por ter se intrometido... se meu avô morrer por causa disso, eu o enterro vivo junto com ele...

—André, se acalme...

—Kamile, vamos fazer uma coisa, vai escolher qualquer uma, prepare-a com relação à minha família e deixe-a pronta quando eu voltar.

A Kamile piscou rapidamente.

—Pensei que você quisesse levá-la para a viagem pro Marrocos.

—Você está louca? O Connor vai viajar comigo porque não tem escolha, não vou aguentar aquela mulher por mais de 24 horas e você acha que vou levá-la para passear comigo... Kamile, quem você acha que eu sou?

Kamile pegou a pasta, e rapidamente retirou a Anne Montoya das opções, pois o olhar do Connor sobre ela não a agradou.

—Tá bom, lembre-se de assinar esses papéis para a contratação dessa moça, e está tudo pronto para que seu sócio compareça à sua reunião na próxima segunda-feira.

O André assentiu com a cabeça.

—Kamile... —advertiu o milionário—. Sabe, isso é tão confidencial quanto a minha alma, e nada disso pode vazar para a mídia. Ameace essa mulher para o resto da vida... faça-a assinar uma cláusula, tome cuidado de fechar todas as opções....

Sua assistente acenou com a cabeça, entendendo o ponto, e deu a volta na mesa para se despedir do seu amigo. 

—Tenha uma excelente viagem e me informe em breve sobre seus negócios com o velho Aziz....

André sorriu quando o avião chegou à noite, levando apenas dois seguranças, o Connor e uma mulher para seus serviços, que retornaria assim que chegassem no Marrocos.

Ele foi para uma sala privada, acendeu o charuto em seus dedos enquanto aquela mulher, que ele não conseguia lembrar o nome, abria as pernas para ele completamente nua.

Ela começou a mover os quadris de forma rápida e rude, do jeito que ele gostava, sobre seu corpo que ainda estava de cueca, enquanto ele enroscava os dedos nos cabelos dela e os puxava com força para trás.

Bateu em suas nádegas até que conseguiu ver as marcas vermelhas de sua mão na pele dela e, antes que ela caísse sobre suas pernas, de um jeito selvagem ele a virou com força e cuspiu em sua boca.

Ele tirou a cueca boxer e, pegando a cabeça da mulher, pressionou-a contra sua intimidade até que ela ficou no fundo de sua garganta, enquanto fechava os olhos com força....

Ele sorriu um pouco, quando as lágrimas escorreram pelo rosto dela. A mandíbula devia estar adormecida pelo tempo prolongado em que ela estava lhe fazendo sexo oral, mas ela não podia dizer quando e nem o momento em que ele terminaria em sua boca.

Só ele podia decidir. Só ele...

Os seus fluidos se derramaram em sua boca e, antes que ela conseguisse se limpar, ele fechou sua boca e a incentivou a engolir.

***

Chegaram no aeroporto às três da manhã, e a equipe toda do André saiu junto com ele, exceto a prostituta, da qual ele nem se despediu.

Os carros estavam prontos para ele, como programado, e foi recebido no hotel do Aziz, que ficava na cidade marroquina de Rabat.

O Connor e o André tiveram quartos privilegiados, e o milionário só tomou banho às 4h da manhã para dormir um pouco antes do seu encontro com o banqueiro, algumas horas depois.

A cidade de Rabat era uma mistura da história tradicional do passado com a modernidade estabelecida no presente. Ela ficava na costa do Atlântico, e era impossível não admirar sua paisagem.

O André nunca tinha estado no Marrocos, mas a atmosfera, sem dúvida, mudou seu mal humor, que não tinha melhorado nos últimos dias.

—Antes de chegarmos lá, quero lhe dizer que... —ele se virou para o Connor, que estava ao seu lado, dentro de um carro de luxo—... pensei na Kamile para o lugar da namorada, no assunto do meu avô...

O Connor se virou imediatamente, mas o André não o deixou reagir.

—É claro que eu descartei a ideia. Sei que você está interessado nela, ou você gosta dela, sei lá...

—Não sei do que você está falando...

—Oh, por favor Connor...! Você olha pra ela desse jeito.

—Eu não... —André lhe mostrou a mão para calá-lo.

—Só odeio o fato de que, por causa de nossa amizade, eu tenha que suportar outra idiota... mais nada.

O silêncio continuou após essa conversa e, depois de alguns minutos, o carro estacionou em frente a uma estrutura antiga, mas luxuosa.

Eles foram conduzidos para uma sala grande e cheia de objetos antigos, enquanto lhes ofereciam todo tipo de bebidas.

—Não vamos tomar nada... —disse o milionário, se sentando e o Connor ficou em pé atrás dele.

André olhou para o relógio enquanto seu joelho começava a se contrair impacientemente, era uma hora da tarde, exatamente a hora que o velho Aziz tinha lhe dito.

De repente, as portas se abriram novamente e aquele homem, com suas roupas ostensivas, entrou com um sorriso nos lábios.

—Roussel... —exclamou ele, enquanto o André se levantava. Ele pegou sua mão e se beijaram nas bochechas.

—Eu já estava ficando desesperado... —A risada do velho continuou e o convidou a se sentar.

—Não lhe ofereceram nada ainda?

André assentiu com a cabeça.

—Nós comemos há uma hora e eu não costumo beber nada quando estou a trabalho.

Aziz mexeu a mão em sinal de tédio e pediu uma bebida para ele mesmo.

—Bom, Roussel, vamos começar os negócios?

André deu um longo sorriso.

—Fui feito para isso....

A equipe administrativa chegou à mesa e o Aziz iniciou a falar da aliança bancária na qual o André investiria alguns milhões.

Tratava-se de um banco internacional, com altas participações na bolsa de valores e, embora os advogados do André não estivessem presentes, ele tinha estudado demais esse negócio e não precisava pensar duas vezes.

A reunião durou umas três horas, embora o processo de assinatura ainda não tivesse sido concluído.

Aziz ficou mais um pouco enquanto toda a papelada estava pronta e lhe contou sobre sua família e algumas outras coisas pessoais.

Eram cinco horas da tarde quando todos se levantaram, e Aziz parou o André antes de sair.

—Quanto tempo você vai ficar?

O milionário balançou a cabeça enquanto o Connor se mantinha a uma distância segura.

—Vou embora amanhã, agora vou tentar organizar a minha viagem, pois estou indo para a França.

—Oh, família, isso é muito importante, eu o parabenizo por pensar assim...

Seu olhar se conectou com o Connor e ele apertou os dentes para voltar aos olhos do Aziz.

—É... eles são a coisa mais importante para mim, além disso, meu avô está um pouco doente.

—Sinto muito...

—Não se preocupe, ele é forte.

—Bom, não posso impedi-lo, mas pelo menos me deixe fazer um convite para você hoje à noite, Marrocos tem muito para ver...

Só de pensar que o Aziz o obrigaria a ir com sua família e tomar uma xícara de chá, ele tinha vontade de morrer de desespero.

—Não Aziz, acho que nossos gostos são diferentes, vou procurar um lugar onde eu possa tomar um drinque e me divertir.

André deu um passo para sair, mas seu ombro foi apertado com força pelo velho.

A sala de reuniões tinha se esvaziado e só restavam eles três naquele momento.

—Não pense que eu não vi as notícias, querido Roussel... Eu sei do que você gosta, e é por isso que estou convidando você... vá, descanse um pouco, e por volta das oito horas, eu vou buscá-lo....

André assentiu com a cabeça, retirando agilmente a mão do ombro dele, e depois apertou a outra mão em sinal de despedida.

—Estarei esperando por você então... não me decepcione...

Aziz deu um sorriso um tanto sádico, e o André começou a sair enquanto o Connor seguia seus passos...

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