Foram apenas dois meses morando com aquela mulher louca, até que ela se acostumasse com o nome. “Sara”, com certeza soava melhor que Benedict, e ela o usou deliberadamente como se fosse seu, para seduzir homens que haviam sabido da fama da garota agora tão magra quanto uma caveira. Sara Reese por muito havia ido embora, mas o seu nome perduraria naquele local como a garota de programa de rosto melancólico que chorava no palco, mas que ainda possuía uma malícia na cama, tal como uma Salomé do Egito antigo. Ela bebeu tanto e seus pulsos estavam feridos e roxos de tantas drogas injetáveis, mas nada pareceu importar-lhe, até que fora levada embora por policiais. Aquele seria o triste fim de uma mulher que fora enforcada erroneamente. Enquanto isso, Sara Reese passeava lado a lado com a Celsea, por pastos tão verdes de cheios de animais que ela jamais fora capaz de ver antes. O rio estava um pouco abaixo de onde costumavam nadar nuas, mas um homem a atacou na calada da noite, e não
Celsea acordou em um lugar branco e cheio de paz que a fez pensar no quanto havia morrido. Ela sentiu uma forte dor no peito ao imaginar que estava no céu. Ela o merecia? Não... Mas quando tentou levantar-se em direção ao paraíso, sentiu o corpo ser contido de uma forma tão sufocante que a fez ter uma terrível premonição. A garota desconfiada tentou mais uma vez, e suas sobrancelhas grossas franziram assim que seu corpo foi jogado para trás com violência. Ela gritou. – Mas... O que raios está acontecendo. – Então ela lembrou-se de um episódio de sua vida tão próximo do agora que a deixou perplexa. – Não, não, não... Como ela poderia estar em um hospício outra vez? E tudo que ela havia feito para escapar daquele lugar? E toda a dor que passara dormindo com um funcionário apenas para que ele a ajudasse. Ela tentou puxar o braço com tanta violência que eles quase se feriram com o atrito do tecido e seu pulso de pele fina e delicada. Ela gritou alto como de tudo aquilo fosse pio
Mais uma volta ao passado. A historia não contada da família Reese. Aurora Beatrice, a mãe. Tudo no passado pareceu mais Bonito. As rosas, as mulheres, até mesmo as casas pareciam mais belas que o normal. O homem em cima de um cavalo assemelhava-se a um verdadeiro nativo da região ainda pacata. Travestido de uma roupa de fazendeiro pareceu querer demonstrar o oposto do que de fato era: um magnata. O Amiro Reese sempre fora rico e estava acostumado a ter todas as mulheres para si. Até mesmo aquelas que não o queriam de volta. Ele faria qualquer coisa para suprir os próprios desejos. Aquela ruiva estonteante foi a primeira mulher que o encantou de verdade. Ele sentiu algo diferente como se a amasse de fato, embora soubesse que não havia coração capaz de qualquer sentimento puro dentro de si. O homem estava decidido, e a teve. Ele se casou com a Senhora Reese um pouco depois. E não importava o quanto ela parecesse mais interessada em conversar com um homem já casado e que tinha
Alguns dias se passaram, e tudo que a mulher precisou para salvar-se de cair em desgraça foram as boas ideias de uma enfermeira de loucos da região. Aquela mulher era conhecida por ajudar em partos, mas de certo a salvou do abandono do marido e de ser deserdada da fortuna de seu pai que tinha mais dois filhos. Ela estava com a barriga tão grande que mal podia abaixar-se com tranquilidade. E mesmo vivendo em um pesadelo com o homem tão grotesco e arrogante por dentro quanto parecia lindo e charmoso por fora. Para as pessoas, Amiro Reese era um deus, e aquela mulher a sua consorte. Ela o encarou, enquanto o pegava olhando fixamente para a barriga que escondia o bebe de outro homem, e aquilo a fez sorrir, embora ela não conseguisse entender por que não podia deixa-lo apesar de tudo. Eram os problemas da sociedade? O dinheiro que o seu amor não tinha? Os escândalos que se seguiriam ou o medo de que seu marido a matasse como havia ameaçado por diversas vezes? Ela não sabia responde
– Tem alguma coisa de errado com o bebê. – Não. Já chega. Eu estou cansado disso. Você sempre encontra desculpas! – Mas eu... – Já chega! O homem a abandonou quando ela mais precisava, assim como todos os outros. A senhora Reese não teve escolha além de arrastar-se pela sala. Ela sabia que não era inocente o bastante para merecer a confiança de seu amado, depois de usar aquela tática por tantas vezes seguidas, mas agora, de fato era serio. Ele a abandonaria daquela forma? O homem bateu a porta da sala com violência, deixando-a para trás como se tudo fosse um mero passado que ele simplesmente pudesse abrir mão sem culpa. A mulher gravida arrastou o corpo em direção ao quarto e gemeu sua dor do parto. – Ajuda! – Ela gritou. Algo não pareceu certo. A funcionária tocou o batente da porta ao frear os próprios passos largos e rápidos. – Ai meu deus. – O que? O que foi que você viu? – Senhora, eu não posso te ajudar. Mas a mulher estava a prestes a ter seu bebe, e agora
A mulher não sabia se deveria compadecer-se da senhora distinta ajoelhada na cama. Mas a realidade a atingiu como um soco violento. Ela rapidamente decidiu o que fazer. – Se o seu marido é realmente como você diz, então nós precisamos de um bebê. A senhora Reese a encarou como se fosse um demônio a sua frente. Havia algum tipo de pacto? O que ela ganharia a ajudando daquela forma? – Não... Não, isso não vai dar certo. Ele saberia. – Não vai saber. Eu garanto! Ela encarou, hesitante. Sentiu que podia aceitar a proposta, mas o quão aquilo podia parecer absurdo? – Não... – Ela gesticulou um gesto de não com o dedo indicador. – Não, a mãe dessa criança pode acabar aparecendo e pedindo ela de volta. Eu não quero esse tipo de problema. Ela pode acabar me chantageando. A enfermeira a encarou com um olhar surpreso. – Você não tem escolha, senhora Reese. Decida agora. Quer morrer ou quer um bebê nos seus braços? – Arranje um menino! – Ela afirmou como se nem mesmo desse importância
– Muito prazer, eu sou a enfermeira Carmem... Ele ignorou a mão suspensa no ar. Os olhos do homem rígido desceram em direção a cama ensanguentada. – O que aconteceu aqui? Por que esse sangue todo? – Meu marido, eu... Eu entrei em trabalho de parto e... – Se aconteceu algo com o... – Ele parou no segundo em que a viu. A bebê dormindo no colo da mãe aqueceu-lhe o coração. – É meu filho? – Amiro, eu... – A senhora Reese não sabia como contar que o bebê não era exatamente o que ele esperava que fosse. – É uma... Mas ele não esperou pela notícia. Em menos de dois segundos, ele a havia tirado dos braços de sua mãe, sem se importar que e agora ela estava chorando. O homem abriu a manta para verificar se de fato era como ele esperava que fosse. Não era. O sorriso morreu tão rápido quanto o olhar de ódio cresceu em seu rosto. – Uma menina? Eu esperei tudo isso por uma menina? Ela abaixou a cabeça de tanta tristeza. Foi a primeira vez que a enfermeira de fato sentiu pena daquela
A festa parecia tediosa, mas a senhora Reese havia acabado de chegar para abrilhantar a festa, cujo o motivo para a comemoração era o batizado de um dos garotos. Cesare Santorini tinha um rosto impassível como uma criança seria demais para a idade. A mulher chegou na casa usando saltos finos e delicados, e ele rapidamente notou como seu pai havia transformado o rosto de tédio para algo mais animado e cheio de vigor. Os olhos do senhor Santorini brilhavam de felicidade ao ver a mulher estonteante entrar no salão. Ela acabara de roubar a atenção de todos ali dentro, e naquele momento, o homem viril e mulherengo que havia nele, não pode conter-se. O senhor deixou o filho de lado e andou em direção a mulher. – Você está muito linda essa noite. – Ele disse sem qualquer pudor. Parecia haver uma clara intimidade entre os dois, mas o Amiro Reese não pareceu estar confortável com a troca de olhares. – Vocês são amigos? – O tom reprovador deixou claro para mulher. Ela teve um súbito