Aurora Beatrice Reese arrumou as malas e saiu de casa durante a madrugada fria. Ela sentiu os pulmões doerem violentamente, enquanto a neblina a atingia com velocidade cortante. Ela não parou. Os pés estavam praticamente congelados nos sapatos simples que trocara com uma das mulheres que trabalhava para ela. A estrada estava mais próxima quando ela avistou um dos cavalos. Os passos rápidos passaram direto por ela, por mais que a senhora Reese gritasse desesperadamente. O rosto do Tomas estava completamente impassível e ele nem mesmo a olhou. Aquele homem parecia catatônico como se não a amasse mais. – Ele não me viu. Só pode ser isso! – Ela afirmou para si mesma, tomando forças suficientes para jogar a mala nos ombros até o lugar mais longe que poderia ir. Ela estava tão cansada quando finalmente chegou a estação de trem. Tudo estava parado. As pessoas nem mesmo haviam acordado ainda, mas o homem da vida dela deveria estar ali, a esperando para fugir rumo a vida nova que tanto
Ela esperava pelo momento em que ele a apontaria uma espingarda e estourar-lhe-ia os órgãos em algum momento. Ela encarou os olhos frios no escuro quase tão denso quanto o ódio que podia sentir emanando daquele homem que a olhava de uma maneira enviesada. Aurora Beatrice Reese fechou os olhos quando ouviu a cadeira de balanço se movimentar mais uma vez. A madeira rangeu, delatando o homem que havia se levantado dela. Ele a mataria com as próprias mãos do jeito mais pessoas que poderia? Ela não sabia, mas ainda continuou parada ali, deixando-se guiar pelo que tinha que acontecer. – Faça o que você tem que fazer. Mas ele apenas se aproximou dela, deixando que os narizes estivessem tão colados que ela mal podia respirar o ar puro do ambiente. – Abra os seus olhos! Eu quero ver você. – Você esta me vendo. – Eu quero ver o seu arrependimento neles. Lentamente, ela abriu, deixando que aquele homem pudesse ver cada lagrima que deslizava dos olhos, deixando um caminho de água at
Aurora Beatrice deitou-se na cama e viu o medico a examinar, enquanto o rosto do homem que jurou perdoa-la por tudo se ela pudesse se comportar, mudava lentamente. Todo o sentimento de alegria se esvaiu quando o medico disse-lhe “ você esta grávida”. Ele nunca pensou que teria aquele tipo de sentimento de ódio por alguém que nem mesmo havia chegado ao mundo da forma que deveria. Ela sentiu a dor no coração aumentar quando notou a maneira como ele a encarou na barriga. Ele estava ansiando pela morte do bebe. Ela sabia disso. Ela sabia que precisava proteger a garotinha inocente dentro do seu ventre, mesmo que ainda não soubesse quem era ela. O tempo havia passado rápido demais enquanto ela tentava desvencilhar-se do homem que parecia mimar cada vez mais a outra filha que também não o pertencia, muito embora ele não pudesse saber disso. E enquanto Aurora Beatrice Reese alisava a barriga avantajada, ela se pegava pensando em como seria se ela pudesse dizer-lhe que Sara Reese também n
O tempo passou rápido demais para a Sara Reese que agora era uma mulher tão linda quanto mal falada pela cidade, assim como sua mãe fora um dia. O tempo passou cheio de ódio ainda mais forte para o Amiro Reese que acabou por envenenar sua esposa com ervas misteriosas que recebera de uma velha amiga. O tempo passou lento e doloroso para Aurora Beatrice Reese, cujo os médicos não puderam identificar quais eram os males que a levariam a morte, embora houvesse uma errônea suspeita de câncer. E o tempo passou como em câmera lenta para a garota maltratada durante toda a sua vida por um homem que claramente parecia a odiar. Ela suportou os piores castigos, as piores torturas e a indiferença da própria família, mas ver a mãe morrer ainda foi o pior dos castigos. Amiro sabia disso. Ele sabia que aquele seria o momento perfeito para ver a filha sofrendo. Aquele foi o instante em que ele percebeu que não sentia mais nada pela esposa que tanto desejou um dia. Ele sabia que tinha uma substitut
Madison Reese estava a algum tempo fora quando foi trazida de volta a casa. Nas mãos cerradas em uma grande tensão, ela sentiu a dor das marcas criadas pelo próprio pai que ela desejou algum dia conhecer. Ela não poderia adivinhar, e talvez jamais saberia que seu verdadeiro pai estava a definhar em uma cama de tanta tristeza a muito tempo, deixando a mulher que fizera de tudo para estar ao seu lado completamente sozinha. Mas ela sentia tanto rancor. Ela tinha ódio por saber que a sua melhor amiga deixou o mundo com uma erva que ela havia preparado, mas que havia deixado a herança na terra: a filha que deveria ser dela. Carmem já não podia mais suportar estar longe da garota, a observando em cada passo a distância. Ela precisava de vingar. Precisava ao menos mostrar que tinha algum poder sobre a vida da garota inocente. Ela tinha que marca-la, assim como o seu coração ferido sangrava todos os dias, até que o Tom se foi, dois anos depois do incidente. Madison Reese vestiu-se adequad
Cesare Santorini sentia o peito fincado em uma dor que nunca passava. Ele sentia tanta paixão por uma mulher que sentia o corpo arder. Mas ela não era para ele. Como um homem poderia casar-se com a viúva próprio irmão? Mesmo que tenha uma permissão para que ele prossiga com o próprio sentimento, ainda havia um respeito que ele não podia ignorar. Um respeito que ele não sabia que seria quebrado da pior forma em algum momento. Ele decidiu fugir da mansão. Fugir da mulher que a todo custo tentava seduzi-lo, buscando pelo calor dos seus braços durante as madrugadas frias em que ele tateava pelo escuro do quarto, acordado de desespero. As ruas da cidade eram tão frias quanto as da mansão Santorini que ele agora controlava como o único herdeiro homem da família. Haviam responsabilidades que ele precisava assumir, mas o homem ainda insistia em fugir de cada uma delas, apenas para estar longe da Sara Reese. O mundo parecia girar, mas os pés do Cesare ainda estavam estagnados no chão lad
Quando Madison Reese foi forçada a se casar com um homem que não a amava, ela sabia perfeitamente que ele não a trataria bem. Ele nunca foi uma boa pessoa para ela. Na verdade, Cesare Santorini era o tipo de homem que não foi feito para qualquer mulher. Ela ainda estava vestida de noiva quando se sentiu sozinha naquela festa tediosa. Então, arrastando os seus pés doloridos em um salto muito alto, ela entrou na mansão bem iluminada. Estava completamente vazia ali dentro. Todos os convidados do casamento se divertiam do lado de fora, exceto ela. Não havia motivos para felicidade. Não importava o quanto ela gostasse dele e o quanto se casou por amor, aquilo não parecia certo. Ter alguém que não a quer não era o ideal, e não era o aceitável. Mas quando seu pai conservador soube que ela se entregou a ele depois que o Cesare Santorini invadiu o colégio, pulando os muros para encontra-la, como um adolescente que ele estava muito longe de ser, quis que se casassem. Ele deveria assumir a resp
Ela sempre teve aquele tipo de comportamento passivo, onde deixava que pessoas comandassem a sua vida. E ela achou que tudo que acontecia realmente era para o seu bem. Mas agora, diante de tudo isso, percebeu o grave erro que havia cometido. O homem colocou o roupão na sua cunhada, em uma tentativa de esconder aquela nudez, como uma proteção. E aquilo pareceu tão cavalheiro. Ele nunca foi assim com ela. Na verdade, a tratava sempre de forma tão rude, e ela não conseguia deixar de comparar. Ele esboçou um leve sorriso de satisfação quando percebeu o quanto sua esposa evitava reagir a qualquer conflito. E aquilo o agradou profundamente, embora ele não estivesse feliz com o casamento. E agindo de maneira tão cínica e natural, ele vestiu a calça do seu terno de casamento e logo depois a sua camisa. – Bom, agora que nós já temos tudo esclarecido... esposa, essa aqui é a minha amante. – Ele disse aquilo de forma tão cínica por que pensou que nada aconteceria, que quando um jarro quase o a