Ela sempre teve aquele tipo de comportamento passivo, onde deixava que pessoas comandassem a sua vida. E ela achou que tudo que acontecia realmente era para o seu bem. Mas agora, diante de tudo isso, percebeu o grave erro que havia cometido.
O homem colocou o roupão na sua cunhada, em uma tentativa de esconder aquela nudez, como uma proteção. E aquilo pareceu tão cavalheiro. Ele nunca foi assim com ela. Na verdade, a tratava sempre de forma tão rude, e ela não conseguia deixar de comparar.Ele esboçou um leve sorriso de satisfação quando percebeu o quanto sua esposa evitava reagir a qualquer conflito. E aquilo o agradou profundamente, embora ele não estivesse feliz com o casamento. E agindo de maneira tão cínica e natural, ele vestiu a calça do seu terno de casamento e logo depois a sua camisa. – Bom, agora que nós já temos tudo esclarecido... esposa, essa aqui é a minha amante. – Ele disse aquilo de forma tão cínica por que pensou que nada aconteceria, que quando um jarro quase o acertou por pouco, ele ficou surpreso.E foi preciso que ele desviasse mais algumas pares de vezes, enquanto a Madison reagia como uma pessoa normal pela primeira vez. E sem as amarras que o seu pai usou para cria-las, sem toda aquela pompa e fingimento, onde ela precisava fazer parecer que estava tudo sempre muito bem, muito perfeito, ela agarrou aquela veste quase transparente que a sua irmã usava e a rasgou com violência.Quando ela sentiu as mãos daquele homem em seu corpo, tentando fazer com que ela se controlasse, não pode conter seus pés. E ela esbravejou e lutou, despejando tudo que estava em seu coração durante aquele noivado.– Você é um porco, Cesare. Me solta! – Ela gritou a plenos pulmões– Você precisa se acalmar! – Ele disse aquilo de forma tão cínica que soou entediado.– Porque? – Ela jogou seu corpo para trás com toda força, desfazendo o detalhado penteado. A coroa caiu no chão e o seu barulho tilintou com o impacto.– Porque eu a trai? Precisa de um motivo? – Ele diz aquilo da mesma forma sínica de sempre, que parece quase natural dele. – Você sabe que o nosso casamento foi forçado. Eu não te amo.E ele geme de dor quando sente a cotovelada entre as suas costelas, finalmente a soltando. E na altura dos rins, ele coloca suas mãos, enquanto absorve aquele impacto. Porque ele não antecipou isso? Acontece que a Madison Reese sempre teve um histórico de calma, de mulher que não reage nunca, não importa o que aconteça. Ela era a doce garota de gelo. A garota que nunca se abala com nada. A obediente.– Você disse que me amava! – ela afirma aquilo quase como um escárnio.– Eu digo isso para todas elas, meu amor. É isso que os caras dizem quando as querem em suas camas. O que você esperava? Eu não pensei que acabaria me casando. Você mal saiu das fraldas. Sequer sabe fazer amor.Seus olhos confusos percorreram aqueles olhos claros e cristalinos. O homem era realmente lindo, mas nunca prestou. E quando ela lembrou-se das vezes em que ele pulou seu internato, na expectativa de que ela fizesse dezoito anos para deflora-la, finalmente caiu em si. Como ela havia sido inocente. Ela sempre foi assim. Um homem de vinte e oito anos não faria aquilo por amor. Porque ela não pensou nisso antes? Porque ninguém a alertou? E pensar que seu pai a colocou ali porque ficaria bem longe de homens como ele.Ela respirou fundo. – Eu achei que você gostasse disso. – Ela chora alto, mostrando seus dentes perfeitos em meio aos seus lindos lábios vermelhos.– E eu gosto. – Ele se aproxima dela. – Eu adoro fazer amor com você, e te ensinar. Mas vamos ser sinceros. Um homem precisa de um pouco de ação de vez em quando. Papai e mamãe as vezes é muito chato.A Madison chorou ainda mais com todas aquelas palavras. – Eu vou sumir da sua vida, Cesare Santorini.– Não, meu amor. Você não vai! Não pode ir a lugar algum. Você me pertence agora. As coisas serão como eu quero.– Você vai me acorrentar a cama? Sabe que é a única forma de me manter aqui com você.– Se for preciso que eu faça, sim! O seu pai me mataria se soubesse de tudo isso.Sara estava escutando tudo aquilo, e sinceramente, tudo parecia mais ofensivo agora. Ele também jurou seu amor por ela. Então, ela tentou escapar de fininho.– Você! Você não vai a lugar nenhum. – Ela disse, apontando para aquela mulher.– E é você que vai me impedir? – E ela fez questão de demonstrar seu desprezo quando analisou a Madison Reese de cima a abaixo.– Sara, não fale mais besteiras. É melhor você sair.– Porque? Você se importa tanto em perder a esposinha? A minha irmã é uma mosca morta.Ele revira os olhos por causa daquele tipo de declaração infantil. Ele sempre odiou esse tipo de comportamento. – Porque não fazemos as pazes? Eu não durmo mais com ela, e você fica. Ou nós podemos voltar para a cama, os três. – E a forma natural com que ele disse aquilo era um indicativo de que não foi a primeira vez que propôs, e tampouco que a aceitaram. Mas a Madison Reese jamais faria algo assim. Dividir o marido era demais para ela. E pareceu tão bizarro a forma como o Cesare Santorini chorou sob o caixão do próprio irmão, mas agora estava dormindo com a esposa dele. A viúva que deveria estar de luto. E ela também compreendeu o motivo certo para o vestido preto que ela usou durante a cerimônia. Aquilo jamais representou o luto pelo marido dela. – A quanto tempo vocês estão juntos? – Desde que o meu marido morreu. – Ela coloca a mão na cintura de forma tão autoritária que quase inibiu a Madison, mas não hoje. Ela jamais recuaria. – E olha, foi maravilhoso, enquanto você gastav
– Não! – Ela se rebelou pela primeira vez, o que deixou alguns convidados de boca aberta. Mas muitos deles ainda estava adorando toda aquela cena absurda. – Eu os peguei juntos. O Cesare e... – Não faça besteira, Madison. – Seu marido disse de forma reprovadora. – Dizer o que? Do que você tem medo Cesare Santorini? – Ela respira fundo varias vezes, de forma tão rápida e sem ritmo que em um momento de distração, imitando ela, seu pai fica sem ar por alguns segundos. – O que acha que as pessoas vão pensar quando souberem que você dorme com a sua cunhada? O seu irmão sequer foi enterrado direto. Tem o que? Um mês que ele morreu? Por deus, ela é a minha irmã. – Filha, nós vamos resolver isso depois do casamento. Ela ri alto, jogando a cabeça para cima. – Que casamento, papai? Todos nós sabemos que isso é uma fraude. Você nos forçou a casar. Eu não vou ficar com esse homem. – Vamos entrar. A festa acabou! – Ele grita para os convidados, mas nenhum deles está interessado em perder aque
Quando Cesare Santorini abriu a sua linda e gloriosa boca para falar algo ofensivo a sua esposa, a porta da mansão se abriu com agressividade. Ambos olharam em direção a entrada, esperando pelo pior. Mas apenas um deles realmente sentiu medo. Madison Reese sentiu suas pernas tremerem e quase falhou em ficar de pé quando viu seu pai entrar pela porta abraçado a sua irmã, que agora estava enrolada em seu paletó caro. A mulher tremia de frio enquanto se fazia de vítima, olhando para todos. Amiro Reese olhou para o homem no canto da parede, onde ainda pressionava sua filha, mas aquilo não o abalou. Na verdade, nada o abalava com facilidade, a não ser que alguém fizesse algo contra sua filha favorita. E esta, claramente não se trata da Madison Reese. Na verdade, por alguma razão, ele nutria um sentimento de ódio por ela desde muito nova. – O que raios está acontecendo aqui? – O homem disse tocando em sua cintura onde havia uma pequena pistola legalizada. O Cesare enfiou as mãos nos bol
O homem ri alto, deixando sua gargalhada invadir a sala extensa. Tanto que a Madison Reese praticamente pulou de medo. Ela odiava a forma como seu pai fazia aquilo. Sempre lhe pareceu muito sinistro, e instantaneamente, ela se lembrou de como ele costumava surra-la com o cinto depois de risos como aqueles. – Não pode estar falando sério. Eu não faria isso com a Sara. Ela é um diamante, e merece muito mais que ser a amante de um homem como você. – Eu a tratarei como a minha esposa. – O homem afirmou aquilo, dando mais uma tragada em seu charuto. Mentalmente, a Madison Reese clamou para que seu pai não aceitasse aquele termo absurdo. Porque ela deveria se sujeitar a viver daquela maneira? Seria um absurdo ter que viver assim. E sob hipótese alguma, ela voltaria a se deitar com ele. – Pai, por favor... – sua voz doce chamou a atenção de sua irmã, que franziu a testa como se aquilo lhe fosse uma afronta. A mulher ainda tremia de frio, enquanto estava parada ali, usando o terno de seu
“Você não manda mais em mim. Eu tenho dezoito anos agora!”“Ah é?” O seu pai se aproxima dela, ficando com o rosto tão próximo que pareceu querer beija-la. Mas nunca houve nenhum tipo de intimidade desse tipo com ele. “E para onde você vai? Acha que tem alguma escolha? Quem você acha que daria algum abrigo a você?”“Eu posso trabalhar. Vou me sustentar sozinha!”O homem ri alto, deixando toda sua ironia em evidência. “Você não vai conseguir nada nessa cidade. Acha que alguém dará emprego a alguém como você? Sabe muito bem que essa região é conservadora, Madison. Pare de tolice e aceite o seu destino.”Ela apenas limpa uma lágrima que ainda insistia em escorrer por seu lindo rosto de porcelana, como o de uma delicada e bem feita boneca. “Eu vou embora daqui.”“E como vai fazer isso? Não lhe darei um centavo.” E a Madison sabia bem que seu pai estava falando serio. Lembrou-se que nunca teve dinheiro algum, porque ele não lhe dava para gastar. Havia uma distinção muito clara na forma co
– Espere! – O homem impenetrável gritou naquele momento. E mesmo quando a Madison Reese continuou a caminhar, sentiu o olhar dele queimando sua pele, enquanto a encarava por trás. – Eu tenho uma proposta! Ela se virou em direção a ele com um olhar cético. Como ele ainda tinha coragem de propor qualquer coisa a ela depois de tudo? E ela se sentiu ainda mais humilhada. – Já não basta, Cesare... O que mais você quer fazer comigo? – Eu darei a sua liberdade. – Ele observou a forma como os seus lábios tremiam de uma maneira tão linda que quase sentiu vontade de beija-la, mas ele sabia que depois do que ela viu, aquilo seria algo impossível. A mulher delicada como a pluma branca de um ganso, percorreu seu olhar por aquele homem como se sentisse tanto nojo dele que pudesse vomitar. – Você é inacreditável. Eu sou livre. – Você não é, e sabe disso! – Ele apagou seu charuto ao lado do sofá, onde havia um cinzeiro que ele costumava usar no fim da tarde, quando relaxava depois de uma longa j
Quando a Madison Reese subiu até o segundo andar, notou tarde demais que aquela já não era mais a sua casa. Não havia um quarto para ela. E recolhendo toda a sua tristeza novamente, ela caminhou em direção ao quarto que estava reservado para algum hóspede no futuro. E talvez a nova dona daquela casa não gostasse daquilo, mas que escolha ela tinha? Não havia outro lugar para dormir. E definitivamente, ela não voltaria para a cama em que seu marido estava com aquela mulher a quem se recusava a chamar de irmã. Ela abriu a porta branca, e observou a decoração vitoriana daquele quarto. E mesmo com todo o luxo do ambiente, ainda se sentiu em um lugar obscuro e miserável. Como se já não lhe pertencesse mais. Talvez porque soubesse que aquele não era mais o seu lar. A Madison Reese caminhou em direção ao espelho, onde ficou parada por um tempo, apenas observando a si mesma. E naquele momento, notou o caos em seus olhos conflituosos. Sentia tanta raiva daquele homem que mal conseguia notar o
– Você precisa ser uma boa menina. A fazenda está ótima agora. As dívidas foram pagas, e eu tenho certeza que com a nova colheita, vou sair daquela pindaíba. – Eu fiz isso por você. Eu me sacrifiquei por que não queria vê-lo na rua. Mas saiba, meu pai. Eu nunca vou te perdoar por isso. – E por que acha que eu me importo com o seu perdão? Prefiro me vender a morar na rua. – E esqueceu de como é trabalhar? – Madison Reese vira seu rosto em direção a arvores que balançam com o vento e despejam folhas por todo o gramado. O homem enfia as mãos nos bolsos da forma mais despreocupada e cínica de sempre. – Na minha idade? – Ele libera um riso solo, quase como uma ironia que mal pode ser notada. – Você é muito sonhadora. Esse sempre foi o teu problema. É igual a sua mãe... – Ele retira o cigarro do bolso e o acende com um isqueiro na sua outra mão. A Madison Reese observa cada movimento, e tem a imensa e súbita vontade de estapeá-lo também. Mas bater em seu pai? Era como nos dizeres antig