Ele revira os olhos por causa daquele tipo de declaração infantil. Ele sempre odiou esse tipo de comportamento. – Porque não fazemos as pazes? Eu não durmo mais com ela, e você fica. Ou nós podemos voltar para a cama, os três. – E a forma natural com que ele disse aquilo era um indicativo de que não foi a primeira vez que propôs, e tampouco que a aceitaram.
Mas a Madison Reese jamais faria algo assim. Dividir o marido era demais para ela. E pareceu tão bizarro a forma como o Cesare Santorini chorou sob o caixão do próprio irmão, mas agora estava dormindo com a esposa dele. A viúva que deveria estar de luto. E ela também compreendeu o motivo certo para o vestido preto que ela usou durante a cerimônia. Aquilo jamais representou o luto pelo marido dela.– A quanto tempo vocês estão juntos?– Desde que o meu marido morreu. – Ela coloca a mão na cintura de forma tão autoritária que quase inibiu a Madison, mas não hoje. Ela jamais recuaria. – E olha, foi maravilhoso, enquanto você gastava rios de dinheiro escolhendo vestidos de noiva, eu e ele nos deliciamos no provador ao lado.Cesare percebe que aquilo que ela falou só complicaria ainda mais a sua vida, e ele passa as mãos pelo rosto, porque sabe que não vai ficar por aquilo. Mulheres nunca deixam barato uma traição assim. – É melhor você sair. Me deixe falar com ela a sós!Quando ele pensou em avançar sobre a mulher ainda nua para tira-la do quarto, a Madison Reese avançou sobre ele antes, antecipando os movimentos. Ela cuspiu naquele homem por quem realmente sentia nojo agora. – Você é um porco. Eu odeio você. – E seus olhos claros estavam tão cheios de dor que quando ele os fitou, conseguiu absorver parte deles.E sinceramente, sentiu culpa pela primeira vez. Porque ele sentiu aquilo? Nem mesmo ele saberia explicar. Então ele segurou na sua recém esposa. E os longos cabelos dela balançaram, desenhando o rosto delicado e perfeito de menina inocente. A menina que ele destruiu.– Nós vamos resolver isso. Você não me odeia. Você nunca me odiaria. – ele diz, e tenta beija-la. Mas não é um beijo correspondido. É agressivo e forte. Segurando naqueles braços finos, ele deixa marcas de dedos a cada vez que ela se debatia, tentando se livrar daquelas mãos que agora sentia repulsa.E por um segundo, ele achou mesmo que ela cederia, porque já não brigava mais para se soltar, embora ainda estivesse tão frigida com ele. Porque estava lutando por ela? Nem mesmo ele sabia. Ele nunca foi de correr atrás de mulher nenhuma. Nem mesmo alguém tão linda e delicada como ela.Mas a Sara ainda estava atrás deles, e ela b**e palmas de uma maneira tão debochada. – E o casal faz as pazes. Parabéns irmã, ganhou o premio como a chifruda do ano. Você precisa de um trenó ou algo assim? – Ela ri com a própria piada.E o Cesare Santorini se distrai, pronto para brigar com ela, mas a Madison Reese o chuta forte entre as pernas, em uma tentativa bem sucedida de se livrar dele. E quando finalmente consegue, ela fita aquela mulher nua, que fazia piadas sobre ela e o fato de ter sido traída. E em um ímpeto de atitude que ela normalmente não teria, agarra os cabelos daquela mulher e a arrasta para fora do quarto. Mas mesmo que o Cesare Santorini proteste contra aquilo, ela ainda continua a fazer o que pretende. Naquela altura, ela não pensava em mais nada além de tirar aquela mulher da sua casa. Ao menos era sua por hora, porque não importava as consequências, ela ainda pretendia fugir e sumir daquele lugar, mesmo que o seu pai a deserdasse. Então ela arrastou a mulher pela escada, enquanto ela gritava ofensas que a Madison Reese sequer conseguia ouvir.E passou pela porta, onde todos os convidados estavam dançando, bebendo e comendo de uma maneira tão descontraída. Mas quando viram a mulher nua no meio da festa, até mesmo a música suave parou de tocar. Uma senhora vestida de forma tão elegante gritou no meio de todos, chamando ainda mais atenção para aquela cena grotesca, onde duas mulheres se atracavam. Mas acontece que uma delas estava sem roupas. E os homens da festa, em uma atitude de tentar conciliar as coisas, avançaram contra as mulheres. E a Madison Reese reconheceu o perfume inebriante do seu marido quando ele e a abraçou por trás. Mas ela não queria o contato dele. Ela não queria que ele a tocasse nunca mais. Então ela o agrediu também. Primeiro com um tapa forte no rosto que o espantou. Ela estava tão cheia de surpresas naquele dia.– Escolheu um péssimo dia para se rebelar! – Ele diz de forma tão calma que a irritou. E então ela tentou outra vez, mas ele conseguiu segurar seu pulso, e o torceu. – Nenhuma mulher b**e no meu rosto. Não duas vezes. – A forma dura como ele disse aquilo não doeu, mas a forma como ele a olhou. Como se quisesse esmaga-la sim.Então a Madison Reese puxou sua mão, recuperando o seu domínio novamente. E ela sentiu quando seu cabelo foi puxado dessa vez. Não era mais ela quem estava atacando. Ela não começou dessa vez. Então quando a mulher tentou dar-lhe um mata leão, Madison Reese apenas jogou seu corpo para trás, desequilibrando a mulher. E deu para ouvir o momento exato em que o seu vestido fino e caro foi rasgado por completo, deixando as pernas dela expostas. E mesmo por trás daquele vestido de princesa rasgado, dava para notar suas curvas perfeitas. O que alguns convidados não conseguiram deixar de notar. Mas ela pouco se importava com aquilo no momento.As duas mulheres apenas despencaram dentro de uma fonte de agua. E a cena pareceu tão patética na cabeça da Madison, que ela se sentiu humilhada naquele momento. E se soubesse que aquilo aconteceria, não teria se jogado de forma tão brusca.– Já chega! – O seu pai vociferou com um ódio de toda aquela cena que ela jamais o tinha visto tão bravo assim.– Não! – Ela se rebelou pela primeira vez, o que deixou alguns convidados de boca aberta. Mas muitos deles ainda estava adorando toda aquela cena absurda. – Eu os peguei juntos. O Cesare e... – Não faça besteira, Madison. – Seu marido disse de forma reprovadora. – Dizer o que? Do que você tem medo Cesare Santorini? – Ela respira fundo varias vezes, de forma tão rápida e sem ritmo que em um momento de distração, imitando ela, seu pai fica sem ar por alguns segundos. – O que acha que as pessoas vão pensar quando souberem que você dorme com a sua cunhada? O seu irmão sequer foi enterrado direto. Tem o que? Um mês que ele morreu? Por deus, ela é a minha irmã. – Filha, nós vamos resolver isso depois do casamento. Ela ri alto, jogando a cabeça para cima. – Que casamento, papai? Todos nós sabemos que isso é uma fraude. Você nos forçou a casar. Eu não vou ficar com esse homem. – Vamos entrar. A festa acabou! – Ele grita para os convidados, mas nenhum deles está interessado em perder aque
Quando Cesare Santorini abriu a sua linda e gloriosa boca para falar algo ofensivo a sua esposa, a porta da mansão se abriu com agressividade. Ambos olharam em direção a entrada, esperando pelo pior. Mas apenas um deles realmente sentiu medo. Madison Reese sentiu suas pernas tremerem e quase falhou em ficar de pé quando viu seu pai entrar pela porta abraçado a sua irmã, que agora estava enrolada em seu paletó caro. A mulher tremia de frio enquanto se fazia de vítima, olhando para todos. Amiro Reese olhou para o homem no canto da parede, onde ainda pressionava sua filha, mas aquilo não o abalou. Na verdade, nada o abalava com facilidade, a não ser que alguém fizesse algo contra sua filha favorita. E esta, claramente não se trata da Madison Reese. Na verdade, por alguma razão, ele nutria um sentimento de ódio por ela desde muito nova. – O que raios está acontecendo aqui? – O homem disse tocando em sua cintura onde havia uma pequena pistola legalizada. O Cesare enfiou as mãos nos bol
O homem ri alto, deixando sua gargalhada invadir a sala extensa. Tanto que a Madison Reese praticamente pulou de medo. Ela odiava a forma como seu pai fazia aquilo. Sempre lhe pareceu muito sinistro, e instantaneamente, ela se lembrou de como ele costumava surra-la com o cinto depois de risos como aqueles. – Não pode estar falando sério. Eu não faria isso com a Sara. Ela é um diamante, e merece muito mais que ser a amante de um homem como você. – Eu a tratarei como a minha esposa. – O homem afirmou aquilo, dando mais uma tragada em seu charuto. Mentalmente, a Madison Reese clamou para que seu pai não aceitasse aquele termo absurdo. Porque ela deveria se sujeitar a viver daquela maneira? Seria um absurdo ter que viver assim. E sob hipótese alguma, ela voltaria a se deitar com ele. – Pai, por favor... – sua voz doce chamou a atenção de sua irmã, que franziu a testa como se aquilo lhe fosse uma afronta. A mulher ainda tremia de frio, enquanto estava parada ali, usando o terno de seu
“Você não manda mais em mim. Eu tenho dezoito anos agora!”“Ah é?” O seu pai se aproxima dela, ficando com o rosto tão próximo que pareceu querer beija-la. Mas nunca houve nenhum tipo de intimidade desse tipo com ele. “E para onde você vai? Acha que tem alguma escolha? Quem você acha que daria algum abrigo a você?”“Eu posso trabalhar. Vou me sustentar sozinha!”O homem ri alto, deixando toda sua ironia em evidência. “Você não vai conseguir nada nessa cidade. Acha que alguém dará emprego a alguém como você? Sabe muito bem que essa região é conservadora, Madison. Pare de tolice e aceite o seu destino.”Ela apenas limpa uma lágrima que ainda insistia em escorrer por seu lindo rosto de porcelana, como o de uma delicada e bem feita boneca. “Eu vou embora daqui.”“E como vai fazer isso? Não lhe darei um centavo.” E a Madison sabia bem que seu pai estava falando serio. Lembrou-se que nunca teve dinheiro algum, porque ele não lhe dava para gastar. Havia uma distinção muito clara na forma co
– Espere! – O homem impenetrável gritou naquele momento. E mesmo quando a Madison Reese continuou a caminhar, sentiu o olhar dele queimando sua pele, enquanto a encarava por trás. – Eu tenho uma proposta! Ela se virou em direção a ele com um olhar cético. Como ele ainda tinha coragem de propor qualquer coisa a ela depois de tudo? E ela se sentiu ainda mais humilhada. – Já não basta, Cesare... O que mais você quer fazer comigo? – Eu darei a sua liberdade. – Ele observou a forma como os seus lábios tremiam de uma maneira tão linda que quase sentiu vontade de beija-la, mas ele sabia que depois do que ela viu, aquilo seria algo impossível. A mulher delicada como a pluma branca de um ganso, percorreu seu olhar por aquele homem como se sentisse tanto nojo dele que pudesse vomitar. – Você é inacreditável. Eu sou livre. – Você não é, e sabe disso! – Ele apagou seu charuto ao lado do sofá, onde havia um cinzeiro que ele costumava usar no fim da tarde, quando relaxava depois de uma longa j
Quando a Madison Reese subiu até o segundo andar, notou tarde demais que aquela já não era mais a sua casa. Não havia um quarto para ela. E recolhendo toda a sua tristeza novamente, ela caminhou em direção ao quarto que estava reservado para algum hóspede no futuro. E talvez a nova dona daquela casa não gostasse daquilo, mas que escolha ela tinha? Não havia outro lugar para dormir. E definitivamente, ela não voltaria para a cama em que seu marido estava com aquela mulher a quem se recusava a chamar de irmã. Ela abriu a porta branca, e observou a decoração vitoriana daquele quarto. E mesmo com todo o luxo do ambiente, ainda se sentiu em um lugar obscuro e miserável. Como se já não lhe pertencesse mais. Talvez porque soubesse que aquele não era mais o seu lar. A Madison Reese caminhou em direção ao espelho, onde ficou parada por um tempo, apenas observando a si mesma. E naquele momento, notou o caos em seus olhos conflituosos. Sentia tanta raiva daquele homem que mal conseguia notar o
– Você precisa ser uma boa menina. A fazenda está ótima agora. As dívidas foram pagas, e eu tenho certeza que com a nova colheita, vou sair daquela pindaíba. – Eu fiz isso por você. Eu me sacrifiquei por que não queria vê-lo na rua. Mas saiba, meu pai. Eu nunca vou te perdoar por isso. – E por que acha que eu me importo com o seu perdão? Prefiro me vender a morar na rua. – E esqueceu de como é trabalhar? – Madison Reese vira seu rosto em direção a arvores que balançam com o vento e despejam folhas por todo o gramado. O homem enfia as mãos nos bolsos da forma mais despreocupada e cínica de sempre. – Na minha idade? – Ele libera um riso solo, quase como uma ironia que mal pode ser notada. – Você é muito sonhadora. Esse sempre foi o teu problema. É igual a sua mãe... – Ele retira o cigarro do bolso e o acende com um isqueiro na sua outra mão. A Madison Reese observa cada movimento, e tem a imensa e súbita vontade de estapeá-lo também. Mas bater em seu pai? Era como nos dizeres antig
Ele desceu do cavalo e andou em direção a morena de roupas curtas na frente da casa. E o coração da mulher que agora parecia uma stalker no meio do mato, se afundou dentro do peito. E a sensação a lembrou de um infarto. Talvez as mulheres da era vitoriana não fossem realmente exageradas em seus desmaios de fortes emoções, afinal. Mas sua irmã recuou. – Você esta com cheiro de estabulo. – Ela o afastou, colocando sua mão na frente do próprio corpo. Naquele momento, o homem pareceu bastante insatisfeito. Ele não era o tipo de pessoa que aceitava ser rejeitado assim, mas também não bateria em uma mulher, mesmo que fosse a mais irritante das criaturas. Então, ele apenas a segurou pela cintura e a beijou com grande posse. – Essa é a sua vida agora. Se acostume com isso, com o cheiro. – Ele diz, depois que solta os lábios da mulher de sua posse. Mas antes que a Sara Reese diga algo, ela vira seu rosto na direção de sua irmã que estava parada, como se bisbilhotasse a cena, embora aquela