A festa parecia tediosa, mas a senhora Reese havia acabado de chegar para abrilhantar a festa, cujo o motivo para a comemoração era o batizado de um dos garotos. Cesare Santorini tinha um rosto impassível como uma criança seria demais para a idade. A mulher chegou na casa usando saltos finos e delicados, e ele rapidamente notou como seu pai havia transformado o rosto de tédio para algo mais animado e cheio de vigor. Os olhos do senhor Santorini brilhavam de felicidade ao ver a mulher estonteante entrar no salão. Ela acabara de roubar a atenção de todos ali dentro, e naquele momento, o homem viril e mulherengo que havia nele, não pode conter-se. O senhor deixou o filho de lado e andou em direção a mulher. – Você está muito linda essa noite. – Ele disse sem qualquer pudor. Parecia haver uma clara intimidade entre os dois, mas o Amiro Reese não pareceu estar confortável com a troca de olhares. – Vocês são amigos? – O tom reprovador deixou claro para mulher. Ela teve um súbito
O casal pareceu assombrado ao olhar para trás. O homem de pé, com aquele terno caro emanava poder e punição a qualquer um que o contrariasse. Mesmo assim, o homem ainda estava ali, como um bom funcionário apaixonado, e pronto para defender sua amada do que quer que aquele senhor pudesse dizer. – Não vai sair daqui? Eu e a Aurora temos que conversar. – Senhora Reese! – Ele o corrigiu. – Senhor, Santorini. Se puder nos dar licença... Eu e ele estamos conversando. – O seu marido sabe disso? Você costuma ser assim tão fácil com todos, linda Aurora? – O que? – O homem praticamente rugiu, segurando na cintura delicada que acabara de murchar junto com a barriga outrora grande. – Tenha mais respeito por ela. Mas o senhor Santorini riu alto, exclamando a certeza das próprias palavras com uma certa arrogância. – Eu sabia que você dormia com qualquer um, mas o meu cavalariço? – Ele não é só um cavalariço para mim. Eu o amo muito e... – E o que? Pretende enrola-lo até quando?
O homem esbravejou enquanto a arrastava para dentro da mansão luxuosa, regada a bebidas guardadas em estantes de cristal e lustres de igualmente preciosidade. Ele a jogou no sofá com violência, sem temer que a estivesse machucando com brutalidade logo após um parto difícil e a morte do primogênito que ele desconhecia. – O que você estava fazendo na festa? – O que? – A mulher praticamente cuspiu as palavras assustadas. – Eu vi quando você saiu. Eu a vi levando aquele empregadinho para fora. O que você estava fazendo, Aurora. Eu juro que... A mulher o encarou com os olhos cheios de lágrimas. Ela estava tão assustada e havia um corpo debilitado incapaz de aguentar as torturas. – Eu só precisei de ajuda. Eu me senti mal. – Mentirosa! – O homem levantou a mão para golpeá-la no rosto. Algo o parou no ar. Enfurecido, Amiro Reese olhou em direção ao que o impedia de continuar sua cessão comum de tortura, quando seus olhos encontraram a mulher bonita e corpulenta que outrora havi
A bebê já estava um pouco crescida quando a antiga enfermeira chegou na casa com os olhos lacrimejando de alegria. A sua senhora a encarou com um olhar também feliz. Fazia pouco tempo em que finalmente havia conseguido domar seu marido manipulador e arrogante. – Carmem, o que foi? Por que tanta felicidade? – Eu vou me casar! – O que? – Aurora Beatrice Reese levou as mãos até a boca, em uma clara demonstração de choque e felicidade. – Com o seu... – Claro, né... – Ela fez-lhe um sinal de óbvio com o olhar. – Com quem mais seria? – Desculpe. Eu estou tão feliz que mal posso acreditar.– Como disse mesmo que ele se chamava? – Oh, isso não importa agora. Acho que a senhora deveria aparecer no meu casamento. – Eu não sei... Talvez o Amiro não goste muito da ideia. – Não se preocupe com isso. Eu sei que ele vai deixar. Ultimamente aquele homem tem parecido um cordeirinho. Aurora Beatrice Reese a encarou com severidade, como se ainda não estivesse feliz com a própria vid
O homem pareceu ter a maior carranca do mundo ao sentar-se no sofá da sala. Ele sempre fora sofisticado e bonito, mas perdia complemento o jeito ao encontrar-se com a própria esposa. Por que ele não sabia como lidar com ela? Por que não podia ser o mesmo sedutor de quando encontrava as mulheres da rua? Era sempre mais fácil com outras, e ele nunca fizera cerimonia para trai-la, mas ainda assim, reinvidicava-lhe o corpo todas as noites, mesmo após deitar-se com outras. Havia um nítido cheiro de álcool e mulheres impregnado na roupa que ele não fazia o menor esforço para esconder. Haviam rumores, mas ele apenas celebrava o quanto podia para demostrar a própria virilidade, sem notar que aquela atitude era o justo oposto para provar o que dizia aos outros e a si mesmo todos os dias. Ele virou a cabeça para o lado, observando a sombra esbelta que aproximava-se dele com cautela. Mesmo depois de mudar, a mulher ainda o tinha em grande medo, então, do que lhe adiantara ser gentil? –
Carmem Lúcia estava tão feliz em seu vestido branco e simplesmente que não parecia importar-se com nada além dos amigos que estavam do lado de fora da casa, esperando pelo momento em que entraria triunfante no altar. – Querida! – A Aurora Beatrice Reese gritou por ela, ainda da porta. – Oi, você conseguiu vir! – Ela exclamou a felicidade que parecia quase não poder conter. – Nossa, você está tão feliz. Quase não a reconheci assim. Você geralmente é mais séria. – Ah, eu sei... Eu pareço uma boba, não é? – Nunca! Inclusive, acho que você deveria sorrir assim sempre. – E quanto a você? A Aurora Reese liberou um sorriso largo enquanto era analisada da cabeça aos pés por suas roupas caras e elegantes. – Gostou? Me vesti só para você essa noite. – Claro! – Ela disse. – Gostou mesmo? – Você está simplesmente fantástica. – Ela disse num tom bem humorado.A Aurora Beatrice Reese sentiu-se finalmente envaidecida o suficiente para começar a se sentir mal com a própria aparên
Ela paralisou quando encarou aquele homem dos seus sonhos, mas que agora beijava outra mulher, no altar, em um casamento que ela definitivamente odiaria ter. Ele nem mesmo parecia enxerga-la ali, de tão extasiado que parecia estar pela paixão que o consumia por sua doce e sorridente esposa. Aurora Beatrice Reese tentou segurar as lagrimas que surgiram em seus olhos, mas todo esforço pareceu profundamente inútil. Ela limpou-as assim que notou a mulher andando em sua direção. – Aurora, esse aqui é o meu marido que eu tanto te falei. Ela ainda parecia embasbacada ao vê-lo ali, e quase não podia disfarçar a dor estampada no rosto. – Onde disse que o conheceu mesmo? – Quando fui a sua casa, lembra-se? Ela o encarou com um olhar reprovador. – Eu nunca vou conseguir esquecer esse dia. Você sabe... – É... – Ela pareceu brevemente distante. – Você esta bem? – Carmem a encarou nos olhos. – Estou... Eu estou muito bem, por que? – Eu não sei... Você parece estar chorando. Entã
– Isso vai ser um problema. Melhor mandar a sua amiga para casa. – Não! Deixa ela se divertir, amor. Eu acho que é só a liberdade. Ela nunca a teve assim antes, sem o Amiro por perto. – Ah é? – Ele tentou parecer completamente desinteressado, mas ainda havia uma pontada de ciúmes toda vez que ouvia o nome daquele senhor. – Sim. Acho que ele é um monstro para ela. Mas até que a tem tratado um pouco diferente nos últimos tempos. Ele balançou a cabeça, em afirmação, tentando manter os olhos fixos na esposa. Aquilo, no entanto, não era o que ele desejava ver. Não era a mulher que ele pretendia olhar. Mas ele se achava bom demais para machuca-la daquela forma. O homem a encarou com os olhos intrigantes por dois segundos, antes de desviar sua atenção para o lado. Sua esposa o havia deixado ali, sozinho, para divertir-se com as amigas do antigo trabalho. E enquanto parava diante da mesa de bebidas, não conseguiu resistir a tentação. Ele bebeu um copo do liquido ardido e observo