Mais uma volta ao passado. A historia não contada da família Reese. Aurora Beatrice, a mãe. Tudo no passado pareceu mais Bonito. As rosas, as mulheres, até mesmo as casas pareciam mais belas que o normal. O homem em cima de um cavalo assemelhava-se a um verdadeiro nativo da região ainda pacata. Travestido de uma roupa de fazendeiro pareceu querer demonstrar o oposto do que de fato era: um magnata. O Amiro Reese sempre fora rico e estava acostumado a ter todas as mulheres para si. Até mesmo aquelas que não o queriam de volta. Ele faria qualquer coisa para suprir os próprios desejos. Aquela ruiva estonteante foi a primeira mulher que o encantou de verdade. Ele sentiu algo diferente como se a amasse de fato, embora soubesse que não havia coração capaz de qualquer sentimento puro dentro de si. O homem estava decidido, e a teve. Ele se casou com a Senhora Reese um pouco depois. E não importava o quanto ela parecesse mais interessada em conversar com um homem já casado e que tinha
Alguns dias se passaram, e tudo que a mulher precisou para salvar-se de cair em desgraça foram as boas ideias de uma enfermeira de loucos da região. Aquela mulher era conhecida por ajudar em partos, mas de certo a salvou do abandono do marido e de ser deserdada da fortuna de seu pai que tinha mais dois filhos. Ela estava com a barriga tão grande que mal podia abaixar-se com tranquilidade. E mesmo vivendo em um pesadelo com o homem tão grotesco e arrogante por dentro quanto parecia lindo e charmoso por fora. Para as pessoas, Amiro Reese era um deus, e aquela mulher a sua consorte. Ela o encarou, enquanto o pegava olhando fixamente para a barriga que escondia o bebe de outro homem, e aquilo a fez sorrir, embora ela não conseguisse entender por que não podia deixa-lo apesar de tudo. Eram os problemas da sociedade? O dinheiro que o seu amor não tinha? Os escândalos que se seguiriam ou o medo de que seu marido a matasse como havia ameaçado por diversas vezes? Ela não sabia responde
– Tem alguma coisa de errado com o bebê. – Não. Já chega. Eu estou cansado disso. Você sempre encontra desculpas! – Mas eu... – Já chega! O homem a abandonou quando ela mais precisava, assim como todos os outros. A senhora Reese não teve escolha além de arrastar-se pela sala. Ela sabia que não era inocente o bastante para merecer a confiança de seu amado, depois de usar aquela tática por tantas vezes seguidas, mas agora, de fato era serio. Ele a abandonaria daquela forma? O homem bateu a porta da sala com violência, deixando-a para trás como se tudo fosse um mero passado que ele simplesmente pudesse abrir mão sem culpa. A mulher gravida arrastou o corpo em direção ao quarto e gemeu sua dor do parto. – Ajuda! – Ela gritou. Algo não pareceu certo. A funcionária tocou o batente da porta ao frear os próprios passos largos e rápidos. – Ai meu deus. – O que? O que foi que você viu? – Senhora, eu não posso te ajudar. Mas a mulher estava a prestes a ter seu bebe, e agora
A mulher não sabia se deveria compadecer-se da senhora distinta ajoelhada na cama. Mas a realidade a atingiu como um soco violento. Ela rapidamente decidiu o que fazer. – Se o seu marido é realmente como você diz, então nós precisamos de um bebê. A senhora Reese a encarou como se fosse um demônio a sua frente. Havia algum tipo de pacto? O que ela ganharia a ajudando daquela forma? – Não... Não, isso não vai dar certo. Ele saberia. – Não vai saber. Eu garanto! Ela encarou, hesitante. Sentiu que podia aceitar a proposta, mas o quão aquilo podia parecer absurdo? – Não... – Ela gesticulou um gesto de não com o dedo indicador. – Não, a mãe dessa criança pode acabar aparecendo e pedindo ela de volta. Eu não quero esse tipo de problema. Ela pode acabar me chantageando. A enfermeira a encarou com um olhar surpreso. – Você não tem escolha, senhora Reese. Decida agora. Quer morrer ou quer um bebê nos seus braços? – Arranje um menino! – Ela afirmou como se nem mesmo desse importância
– Muito prazer, eu sou a enfermeira Carmem... Ele ignorou a mão suspensa no ar. Os olhos do homem rígido desceram em direção a cama ensanguentada. – O que aconteceu aqui? Por que esse sangue todo? – Meu marido, eu... Eu entrei em trabalho de parto e... – Se aconteceu algo com o... – Ele parou no segundo em que a viu. A bebê dormindo no colo da mãe aqueceu-lhe o coração. – É meu filho? – Amiro, eu... – A senhora Reese não sabia como contar que o bebê não era exatamente o que ele esperava que fosse. – É uma... Mas ele não esperou pela notícia. Em menos de dois segundos, ele a havia tirado dos braços de sua mãe, sem se importar que e agora ela estava chorando. O homem abriu a manta para verificar se de fato era como ele esperava que fosse. Não era. O sorriso morreu tão rápido quanto o olhar de ódio cresceu em seu rosto. – Uma menina? Eu esperei tudo isso por uma menina? Ela abaixou a cabeça de tanta tristeza. Foi a primeira vez que a enfermeira de fato sentiu pena daquela
A festa parecia tediosa, mas a senhora Reese havia acabado de chegar para abrilhantar a festa, cujo o motivo para a comemoração era o batizado de um dos garotos. Cesare Santorini tinha um rosto impassível como uma criança seria demais para a idade. A mulher chegou na casa usando saltos finos e delicados, e ele rapidamente notou como seu pai havia transformado o rosto de tédio para algo mais animado e cheio de vigor. Os olhos do senhor Santorini brilhavam de felicidade ao ver a mulher estonteante entrar no salão. Ela acabara de roubar a atenção de todos ali dentro, e naquele momento, o homem viril e mulherengo que havia nele, não pode conter-se. O senhor deixou o filho de lado e andou em direção a mulher. – Você está muito linda essa noite. – Ele disse sem qualquer pudor. Parecia haver uma clara intimidade entre os dois, mas o Amiro Reese não pareceu estar confortável com a troca de olhares. – Vocês são amigos? – O tom reprovador deixou claro para mulher. Ela teve um súbito
O casal pareceu assombrado ao olhar para trás. O homem de pé, com aquele terno caro emanava poder e punição a qualquer um que o contrariasse. Mesmo assim, o homem ainda estava ali, como um bom funcionário apaixonado, e pronto para defender sua amada do que quer que aquele senhor pudesse dizer. – Não vai sair daqui? Eu e a Aurora temos que conversar. – Senhora Reese! – Ele o corrigiu. – Senhor, Santorini. Se puder nos dar licença... Eu e ele estamos conversando. – O seu marido sabe disso? Você costuma ser assim tão fácil com todos, linda Aurora? – O que? – O homem praticamente rugiu, segurando na cintura delicada que acabara de murchar junto com a barriga outrora grande. – Tenha mais respeito por ela. Mas o senhor Santorini riu alto, exclamando a certeza das próprias palavras com uma certa arrogância. – Eu sabia que você dormia com qualquer um, mas o meu cavalariço? – Ele não é só um cavalariço para mim. Eu o amo muito e... – E o que? Pretende enrola-lo até quando?
O homem esbravejou enquanto a arrastava para dentro da mansão luxuosa, regada a bebidas guardadas em estantes de cristal e lustres de igualmente preciosidade. Ele a jogou no sofá com violência, sem temer que a estivesse machucando com brutalidade logo após um parto difícil e a morte do primogênito que ele desconhecia. – O que você estava fazendo na festa? – O que? – A mulher praticamente cuspiu as palavras assustadas. – Eu vi quando você saiu. Eu a vi levando aquele empregadinho para fora. O que você estava fazendo, Aurora. Eu juro que... A mulher o encarou com os olhos cheios de lágrimas. Ela estava tão assustada e havia um corpo debilitado incapaz de aguentar as torturas. – Eu só precisei de ajuda. Eu me senti mal. – Mentirosa! – O homem levantou a mão para golpeá-la no rosto. Algo o parou no ar. Enfurecido, Amiro Reese olhou em direção ao que o impedia de continuar sua cessão comum de tortura, quando seus olhos encontraram a mulher bonita e corpulenta que outrora havi