Cesare Santorini subiu as escadas tão rápido quanto havia descido. Tudo que ele podia ouvir além dos próprios pensamentos eram os sons dos seus passos rangendo na escada de maneira por baixo de um carpete de veludo muito sofisticado. Ele andou até a porta do próprio quarto e abriu de uma forma brusca. – Sara? Mas não importava o quanto ele procurasse por ela, a mulher havia sumido. Porquê, se eles sequer haviam brigado? Ele revirou os olhos. Tudo isso por que ele lhe disse que precisava ser acompanhado a um jantar, mas não por ela... O homem se olhou no espelho. Havia tão pouco tempo naquela situação, mas ele já se sentia exausto, então, como esperar que as pessoas acreditem nessa fachada se nem mesmo ele aguentava mais? Ele retirou suas roupas suadas do trabalho e entrou em uma banheira, sem se preocupar no trabalho que os seus funcionários tiveram para encher tudo aquilo com água morna. E quando terminou, ele apenas se vestiu e desceu as escadas. Então, ele acendeu um charuto e
Madison Reese Santorini sabia bem que aquele jantar estava fadado ao fracasso no momento em que soube que seria obrigada a ir com o Cesare até lá. A verdade é que eles haviam sido convidados não apenas por que o senhor Santorini era o homem mais rico da região. Havia um motivo oculto por trás daquilo. Algo que a pobre mulher só descobriu depois, quando as mulheres a encheram de perguntas indiscretas. E sinceramente, estar sentada em um sofá, segurando uma taça de vinho enquanto a sua irmã dança com ele não era a melhor escolha, mas o que ela poderia fazer? Não tinha controle algum sobre isso. Ela apenas observou como a música agitada composta por um piano e alguns outros instrumentos fazia tudo parecer tão alegre, exceto em seu coração silencioso em meio ao barulho do ambiente. A Sara lhe sorriu francamente por que estava se divertindo de verdade. Mas ela também queria se mostrar superior, e levantar um pouco a saia do seu vestido foi uma maneira rápida, mas definitivamente não era
A Madison pode ouvir quando o carro partiu logo cedo para algum lugar. Provavelmente a Sara já havia se cansado da monotonia na fazenda e preferiu fazer compras e passeios com o seu amado cunhado e amante. Ela vestiu uma roupa simples e saiu do quarto. Ainda era muito cedo e o Sol sequer havia chegado ao seu nascer completo quando ela abriu a porta da casa e se deparou com uma jovem mulher que caminhava para as lavouras que abasteciam alguns condimentos da casa. Mas não era naquilo que ela estava realmente interessada.Então, ela caminhou em direção aos estábulos analisando cada lindo animal de raça que o seu marido tinha. Mas havia uma criatura branca e tão magnífica que nada estava perto dela. A Madison andou até lá hipnotizada pelos olhos do animal e aquela pelagem selvagem e longa que pareceu nunca ter sido aparada. Ele não era manso e dava para ver de longe. Mas ela não se conteve em colocar as suas delicadas e calejadas mãos no animal arredio. Ele, no entanto, não recuou pela
Embora fosse muito tarde, não havia ninguém no quarto que o Cesare entrou. Onde a Madison estava afinal? Não que ele tivesse realmente o direito de repreende-la considerando tudo que havia feito para ela, mas por que uma lady como ela não estava em sua cama naquele horário? O seu corpo se encheu com a tensão da preocupação, mas a paranoia era o que incomodava mais. O mais terrível de tudo foi não conseguir deixar de pensar que a sua esposa estava conseguindo ter toda a atenção que ele não deu durante a lua de mel do casal, por que estava ocupado demais com a irmã dela. Ele se sentou na poltrona e se martirizou por um longo tempo, até que não aguentou mais. O homem buscou o seu casaco e o jogou no banco do carro, e sequer se deu ao trabalho de abrir a porta do motorista para entrar por que preferiu pular por cima do conversível. Ele ligou o automóvel enquanto fazia fumaça com o fumo em sua boca. A sara saiu da mansão enrolada em um chalé branco. O vento batia com grande violência
– É exatamente o que você vê! Ele apenas se levantou, com alguns cacos nas mãos, enquanto a Madison colocou as suas para trás. Ela ainda usava luvas, mas elas não cobriam tudo como deveriam. A Sara nunca foi o tipo de mulher que buscava a compreensão de qualquer pessoa, tampouco praticava esse tipo de sentimento. Ela conhecia apenas o prazer, a felicidade e o ódio. E foi justamente no ultimo deles que ela focou. Com seu olhar tempestuoso, a mulher percorreu os dois, e a expressão assustada da sua irmã mais nova apenas a deixou mais desconfiada. O que eles estavam fazendo tão tarde? – É isso que você quer, não é? – Do que você esta falando, Sara? A mulher na escada sorriu com sarcasmo. – Aqui está a mulher de gelo novamente. Você gosta de bancar a sonsa, não é? Eu sei que você quer seduzir o... – O seu cunhado? Não, eu não quero seduzir o meu marido. Já entendi que ele não é para mim. O Cesare evitou olhar para ela naquele momento, mas de alguma forma, as palavras o atingiram d
Em um dia de tédio, o homem voltou para casa depois de resolver seus problemas no comércio da cidade. Sem se preocupar com a tórrida chuva que ainda não havia cessado desde a noite anterior. Ele deixou seu carro, entregando as chaves a um empregado que o levou para algum lugar que não fosse a frente da propriedade. Ele estava prestes a subir os degraus da escada quando o som dos cascos do cavalo chamaram a sua atenção. E lá estava sua ninfa mais uma vez, cavalgando no belo animal, sem se importar com o penteado desfeito, ou com as roupas encharcadas pela chuva. Ela desceu do seu cavalo e arrancou os sapatos dos pés.Foi a primeira vez que ele viu uma lady dançando na chuva, descalça. Porque ela se incomodava com os sapatos, mas não com as luvas? E porque ela parecia tão feliz? Sua mente se encheu de paranoia, mas ele não conseguiu ficar chateado enquanto via aquela bela criatura brincando na chuva como uma criança. Alguns funcionários pareciam concordar. Mas aquilo não o incomodou
Madison Reese se sentou no sofá, mas estava entediada demais. Sair para cavalgar novamente estava fora de cogitação com aquela chuva que nunca cessava. Ela se levantou, decidida a ajudar de alguma forma. As mulheres pareciam sempre tão atarefadas, que ela não viu motivos para não tentar ao menos aliviar um pouco a carga de trabalho, então, ela foi em direção a cozinha observando onde cada item se encontrava naquele lugar enorme. O tempo passou tão rápido, enquanto ela preparava o jantar, que sequer notou como já estava anoitecendo. As mulheres gratas, apenas a ajudaram a preparar a mesa. E embora a Madison Reese ainda amasse o Cesare profundamente, já havia deixado de sonhar com jantares românticos a algum tempo. Ela estava aprendendo a superar aquele sentimento um pouco mais a cada dia. Ela se sentou sozinha e esperou que as pessoas aparecessem para jantar, mas depois de dez minutos, ela resolveu que comeria sozinha. A Sara se sentou logo depois que a Madison Reese completou a s
A senhora Santorini sentiu o seu braço ser puxado de uma maneira tão bruta que quase jogou o seu corpo para trás. Ela tentou voltar ao seu ponto de equilíbrio antes de encarar a mulher atrás dela. Sendo muito mais alta, a Madison Reese pareceu ter um olhar de superioridade, embora ela não ousasse direcionar aquilo a qualquer ser vivo. A Sara, no entanto, não interpretava aquele gesto da mesma forma. Ela sempre tendeu a ter uma visão deturpada sobre os fatos, desde que ela parecesse a vitima ou fosse a favorecida. – O que você quer? – Porque você esta fazendo isso? Porque você quer o Cesare de volta? – Eu não quero o seu homem, minha irmã. Você pode ficar com ele todo para você. – Eu sei o que você esta fazendo, Madison. – A sabe? E o que eu estou fazendo, Sara? – Você está tentando apagar o meu brilho. – Oh, querida irmã. Ninguém consegue fazer isso, acredite. – Isso foi um elogio? A inteligência nunca foi o forte da Sara, e ela definitivamente não conseguia compreender uma