Em um dia de tédio, o homem voltou para casa depois de resolver seus problemas no comércio da cidade. Sem se preocupar com a tórrida chuva que ainda não havia cessado desde a noite anterior. Ele deixou seu carro, entregando as chaves a um empregado que o levou para algum lugar que não fosse a frente da propriedade. Ele estava prestes a subir os degraus da escada quando o som dos cascos do cavalo chamaram a sua atenção. E lá estava sua ninfa mais uma vez, cavalgando no belo animal, sem se importar com o penteado desfeito, ou com as roupas encharcadas pela chuva. Ela desceu do seu cavalo e arrancou os sapatos dos pés.Foi a primeira vez que ele viu uma lady dançando na chuva, descalça. Porque ela se incomodava com os sapatos, mas não com as luvas? E porque ela parecia tão feliz? Sua mente se encheu de paranoia, mas ele não conseguiu ficar chateado enquanto via aquela bela criatura brincando na chuva como uma criança. Alguns funcionários pareciam concordar. Mas aquilo não o incomodou
Madison Reese se sentou no sofá, mas estava entediada demais. Sair para cavalgar novamente estava fora de cogitação com aquela chuva que nunca cessava. Ela se levantou, decidida a ajudar de alguma forma. As mulheres pareciam sempre tão atarefadas, que ela não viu motivos para não tentar ao menos aliviar um pouco a carga de trabalho, então, ela foi em direção a cozinha observando onde cada item se encontrava naquele lugar enorme. O tempo passou tão rápido, enquanto ela preparava o jantar, que sequer notou como já estava anoitecendo. As mulheres gratas, apenas a ajudaram a preparar a mesa. E embora a Madison Reese ainda amasse o Cesare profundamente, já havia deixado de sonhar com jantares românticos a algum tempo. Ela estava aprendendo a superar aquele sentimento um pouco mais a cada dia. Ela se sentou sozinha e esperou que as pessoas aparecessem para jantar, mas depois de dez minutos, ela resolveu que comeria sozinha. A Sara se sentou logo depois que a Madison Reese completou a s
A senhora Santorini sentiu o seu braço ser puxado de uma maneira tão bruta que quase jogou o seu corpo para trás. Ela tentou voltar ao seu ponto de equilíbrio antes de encarar a mulher atrás dela. Sendo muito mais alta, a Madison Reese pareceu ter um olhar de superioridade, embora ela não ousasse direcionar aquilo a qualquer ser vivo. A Sara, no entanto, não interpretava aquele gesto da mesma forma. Ela sempre tendeu a ter uma visão deturpada sobre os fatos, desde que ela parecesse a vitima ou fosse a favorecida. – O que você quer? – Porque você esta fazendo isso? Porque você quer o Cesare de volta? – Eu não quero o seu homem, minha irmã. Você pode ficar com ele todo para você. – Eu sei o que você esta fazendo, Madison. – A sabe? E o que eu estou fazendo, Sara? – Você está tentando apagar o meu brilho. – Oh, querida irmã. Ninguém consegue fazer isso, acredite. – Isso foi um elogio? A inteligência nunca foi o forte da Sara, e ela definitivamente não conseguia compreender uma
O homem morrendo de dor acenou para as pessoas que passaram por ele, mas as faces avermelhadas delatavam que havia algo de errado. Ele estava bem? Com certeza o Cesare Santorini estava irritado. E onde a sua esposa havia se metido depois daquilo? Porque ele precisou fazer aquilo? Porque o impulso de tentar beija-la? Haviam tantos questionamentos sem respostas que quase o deixaram louco. Ele finalmente se recuperou e endireitou sua postura, ainda sentindo um pouco da dor aguda que irradiava até o estômago, causando um mau estar terrível. Ele só precisou passar os seus olhos de uma maneira muito superficial para encontra-la dançando com o seu velho pai no meio daquela festa. Ele se aproximou um pouco dela, e analisou a forma como ela parecia. Qualquer mulher dançando com o pai se sentiria feliz ou acalentada. Mas aconchego era a última expressão que a Madison Reese transmitiria ao estar perto do pai. Na verdade, ela tinha uma expressão de dor impossível de disfarçar. E a forma com
Se a ida até a festa havia sido difícil, o Cesare definitivamente não previu como seria voltar com a mulher que havia ofendido profundamente mais de uma vez naquela noite, mesmo que ele não soubesse o por quê. Um raio cortou o céu, mas aquilo não foi uma surpresa para nenhum dos dois. O tempo estava realmente instável naquela época, e o caminho até a fazenda ainda seria longo, então ele apenas deu uma ordem ao motorista. A Madison se sentiu desconfortável no mesmo instante, mas não havia como protestar. Dentro do carro conversível, em uma chuva forte, rapidamente ela estava completamente molhada. O seu penteado no topo da cabeça começou a pingar no rosto e a pesar sobre o seu fino pescoço, e ela o contorceu. Aquele movimento jamais seria proposital, mas por alguma razão, o Cesare não conseguiu tirar os olhos dela enquanto os fazia. O carro parou em frente a um local suntuoso. E por mais que a Madison esperasse por dois quartos, ela sabia que estava fora de cogitação. Quando ele
A Madison deixou o seu cabelo bagunçado completamente solto quando saiu do quarto com seu vestido ainda úmido. Ela foi em direção ao Cesare Santorini. O dia já havia amanhecido a muito tempo, e ela só queria ir embora de lá o mais rápido possível, antes que a sua irmã fizesse uma cena ainda maior ao ir atrás deles onde quer que estivessem. O homem coberto estava dormindo no sofá da maneira mais desordenada e desleixada que a Madison já havia visto quando se tratava do Cesare. Hesitante, ela se aproximou e cutucou o peito nu do homem que roncava sutilmente. E quando ele se mexeu, ela se afastou. Mas ele ainda não havia acordado. “O que fazer?”, ela pensou por um instante, antes de tocar nele outra vez. E dessa vez, ela o puxou, e a manta caiu no chão, expondo mais do que a Madison não gostaria de ver. Mais do que ela já tinha visto antes em um quarto escuro enquanto faziam amor. Ela arregalou os olhos e colocou suas mãos na boca para não gritar. Mas ele já não estava dormindo mais
A Madison interrompeu o devaneio do homem pensativo que continuava dentro de uma poça de lama e estendeu a sua mão. Ele a encarou e a forma como ela o olhou, o fez sentir sem nenhum pecado na alma. Era como se ela o enxergasse de uma forma que ele não merecia. Ele segurou nas mãos da mulher, notando mais uma vez aquela luva, e se levantou do chão. Eles entraram na casa ainda rindo, mas aquilo foi uma péssima idéia que só perceberam quando chegaram na sala. Eles olharam um para o outro, e a Sara estava ali. Sentada com as curtas pernas perfeitas cruzadas, a mulher levantou uma sobrancelha bem feita e vislumbrou as vestes molhadas do falso casal a sua frente. – Onde vocês passaram a noite? A Madison não ousou responder. Pareceu irônico como ele era marido dela, mas ainda se sentia uma traidora por ter feito a irmã se sentir exatamente do mesmo modo como ela tem se sentido desde o dia do casamento. Por que, para alguém com tanto caráter como ela, fazer alguém sofrer tanto quanto el
Já havia anoitecido quando a Madison finalmente abriu os seus olhos. Por alguma razão, ela se sentiu segura e confortável ao descansar por algumas horas naquele quarto. Ela olhou ao redor e viu o bordado com sua inicial no travesseiro branco de babados. Aquilo pertencia ao seu enxoval, não havia duvidas. E quando ela finalmente percebeu onde estava, tentou se levantar bruscamente. Foi quando a dor de cabeça a atingiu com tanta violência que ela se deitou lentamente, gemendo baixinho. O homem apareceu no quarto, levando até ela uma bandeja, e a Madison Reese fez uma careta sincera de descontentamento. Ela nunca precisou que ninguém cuidasse dela, e não se tornaria dependente agora. – Você esta melhor?E quando ela abriu a boca para responder um sonoro sim, espirrou novamente. – Por que eu estou aqui, Cesare? – Eu preciso cuidar de você. – Você não precisa fazer nada! – É a minha obrigação. Eu sou o seu marido. – Você sabe que nada disso é verdade. E eu não quero ninguém cuidand