Embora fosse muito tarde, não havia ninguém no quarto que o Cesare entrou. Onde a Madison estava afinal? Não que ele tivesse realmente o direito de repreende-la considerando tudo que havia feito para ela, mas por que uma lady como ela não estava em sua cama naquele horário? O seu corpo se encheu com a tensão da preocupação, mas a paranoia era o que incomodava mais. O mais terrível de tudo foi não conseguir deixar de pensar que a sua esposa estava conseguindo ter toda a atenção que ele não deu durante a lua de mel do casal, por que estava ocupado demais com a irmã dela. Ele se sentou na poltrona e se martirizou por um longo tempo, até que não aguentou mais. O homem buscou o seu casaco e o jogou no banco do carro, e sequer se deu ao trabalho de abrir a porta do motorista para entrar por que preferiu pular por cima do conversível. Ele ligou o automóvel enquanto fazia fumaça com o fumo em sua boca. A sara saiu da mansão enrolada em um chalé branco. O vento batia com grande violência
– É exatamente o que você vê! Ele apenas se levantou, com alguns cacos nas mãos, enquanto a Madison colocou as suas para trás. Ela ainda usava luvas, mas elas não cobriam tudo como deveriam. A Sara nunca foi o tipo de mulher que buscava a compreensão de qualquer pessoa, tampouco praticava esse tipo de sentimento. Ela conhecia apenas o prazer, a felicidade e o ódio. E foi justamente no ultimo deles que ela focou. Com seu olhar tempestuoso, a mulher percorreu os dois, e a expressão assustada da sua irmã mais nova apenas a deixou mais desconfiada. O que eles estavam fazendo tão tarde? – É isso que você quer, não é? – Do que você esta falando, Sara? A mulher na escada sorriu com sarcasmo. – Aqui está a mulher de gelo novamente. Você gosta de bancar a sonsa, não é? Eu sei que você quer seduzir o... – O seu cunhado? Não, eu não quero seduzir o meu marido. Já entendi que ele não é para mim. O Cesare evitou olhar para ela naquele momento, mas de alguma forma, as palavras o atingiram d
Em um dia de tédio, o homem voltou para casa depois de resolver seus problemas no comércio da cidade. Sem se preocupar com a tórrida chuva que ainda não havia cessado desde a noite anterior. Ele deixou seu carro, entregando as chaves a um empregado que o levou para algum lugar que não fosse a frente da propriedade. Ele estava prestes a subir os degraus da escada quando o som dos cascos do cavalo chamaram a sua atenção. E lá estava sua ninfa mais uma vez, cavalgando no belo animal, sem se importar com o penteado desfeito, ou com as roupas encharcadas pela chuva. Ela desceu do seu cavalo e arrancou os sapatos dos pés.Foi a primeira vez que ele viu uma lady dançando na chuva, descalça. Porque ela se incomodava com os sapatos, mas não com as luvas? E porque ela parecia tão feliz? Sua mente se encheu de paranoia, mas ele não conseguiu ficar chateado enquanto via aquela bela criatura brincando na chuva como uma criança. Alguns funcionários pareciam concordar. Mas aquilo não o incomodou
Madison Reese se sentou no sofá, mas estava entediada demais. Sair para cavalgar novamente estava fora de cogitação com aquela chuva que nunca cessava. Ela se levantou, decidida a ajudar de alguma forma. As mulheres pareciam sempre tão atarefadas, que ela não viu motivos para não tentar ao menos aliviar um pouco a carga de trabalho, então, ela foi em direção a cozinha observando onde cada item se encontrava naquele lugar enorme. O tempo passou tão rápido, enquanto ela preparava o jantar, que sequer notou como já estava anoitecendo. As mulheres gratas, apenas a ajudaram a preparar a mesa. E embora a Madison Reese ainda amasse o Cesare profundamente, já havia deixado de sonhar com jantares românticos a algum tempo. Ela estava aprendendo a superar aquele sentimento um pouco mais a cada dia. Ela se sentou sozinha e esperou que as pessoas aparecessem para jantar, mas depois de dez minutos, ela resolveu que comeria sozinha. A Sara se sentou logo depois que a Madison Reese completou a s
A senhora Santorini sentiu o seu braço ser puxado de uma maneira tão bruta que quase jogou o seu corpo para trás. Ela tentou voltar ao seu ponto de equilíbrio antes de encarar a mulher atrás dela. Sendo muito mais alta, a Madison Reese pareceu ter um olhar de superioridade, embora ela não ousasse direcionar aquilo a qualquer ser vivo. A Sara, no entanto, não interpretava aquele gesto da mesma forma. Ela sempre tendeu a ter uma visão deturpada sobre os fatos, desde que ela parecesse a vitima ou fosse a favorecida. – O que você quer? – Porque você esta fazendo isso? Porque você quer o Cesare de volta? – Eu não quero o seu homem, minha irmã. Você pode ficar com ele todo para você. – Eu sei o que você esta fazendo, Madison. – A sabe? E o que eu estou fazendo, Sara? – Você está tentando apagar o meu brilho. – Oh, querida irmã. Ninguém consegue fazer isso, acredite. – Isso foi um elogio? A inteligência nunca foi o forte da Sara, e ela definitivamente não conseguia compreender uma
O homem morrendo de dor acenou para as pessoas que passaram por ele, mas as faces avermelhadas delatavam que havia algo de errado. Ele estava bem? Com certeza o Cesare Santorini estava irritado. E onde a sua esposa havia se metido depois daquilo? Porque ele precisou fazer aquilo? Porque o impulso de tentar beija-la? Haviam tantos questionamentos sem respostas que quase o deixaram louco. Ele finalmente se recuperou e endireitou sua postura, ainda sentindo um pouco da dor aguda que irradiava até o estômago, causando um mau estar terrível. Ele só precisou passar os seus olhos de uma maneira muito superficial para encontra-la dançando com o seu velho pai no meio daquela festa. Ele se aproximou um pouco dela, e analisou a forma como ela parecia. Qualquer mulher dançando com o pai se sentiria feliz ou acalentada. Mas aconchego era a última expressão que a Madison Reese transmitiria ao estar perto do pai. Na verdade, ela tinha uma expressão de dor impossível de disfarçar. E a forma com
Se a ida até a festa havia sido difícil, o Cesare definitivamente não previu como seria voltar com a mulher que havia ofendido profundamente mais de uma vez naquela noite, mesmo que ele não soubesse o por quê. Um raio cortou o céu, mas aquilo não foi uma surpresa para nenhum dos dois. O tempo estava realmente instável naquela época, e o caminho até a fazenda ainda seria longo, então ele apenas deu uma ordem ao motorista. A Madison se sentiu desconfortável no mesmo instante, mas não havia como protestar. Dentro do carro conversível, em uma chuva forte, rapidamente ela estava completamente molhada. O seu penteado no topo da cabeça começou a pingar no rosto e a pesar sobre o seu fino pescoço, e ela o contorceu. Aquele movimento jamais seria proposital, mas por alguma razão, o Cesare não conseguiu tirar os olhos dela enquanto os fazia. O carro parou em frente a um local suntuoso. E por mais que a Madison esperasse por dois quartos, ela sabia que estava fora de cogitação. Quando ele
A Madison deixou o seu cabelo bagunçado completamente solto quando saiu do quarto com seu vestido ainda úmido. Ela foi em direção ao Cesare Santorini. O dia já havia amanhecido a muito tempo, e ela só queria ir embora de lá o mais rápido possível, antes que a sua irmã fizesse uma cena ainda maior ao ir atrás deles onde quer que estivessem. O homem coberto estava dormindo no sofá da maneira mais desordenada e desleixada que a Madison já havia visto quando se tratava do Cesare. Hesitante, ela se aproximou e cutucou o peito nu do homem que roncava sutilmente. E quando ele se mexeu, ela se afastou. Mas ele ainda não havia acordado. “O que fazer?”, ela pensou por um instante, antes de tocar nele outra vez. E dessa vez, ela o puxou, e a manta caiu no chão, expondo mais do que a Madison não gostaria de ver. Mais do que ela já tinha visto antes em um quarto escuro enquanto faziam amor. Ela arregalou os olhos e colocou suas mãos na boca para não gritar. Mas ele já não estava dormindo mais