– O senhor pode ir! – O policial abriu a cela como se estivesse desgostoso com a situação. – Porque? Ele ainda coçava os olhos tentando acordar de uma péssima noite de sono. – O senhor quer ir embora ou prefere continuar aqui fazendo perguntas. Cesare Santorini vestiu o sobretudo e saiu pelos portões daquele lugar asqueroso esperando que não precisasse voltar para lá nunca mais. – Eu vou embora. Mas você tem que me dizer se a Amélia retirou as acusações. – Não. Eu só posso dizer ao senhor que novas evidências surgiram. Mais nada. E então? Cesare desistiu de perguntar. Já era bom o suficiente o fato de estar em liberdade mais uma vez. Então ele andou pelos corredores de tons frios daquele lugar esperando ver um pouco de luz. Esperando ver algum rosto conhecido que não fosse da mulher lunática que o colocou ali. Ele andou, e andou... E andou mais um pouco. E a esperança nos olhos dele foram o deixando aos poucos, tão lentamente quanto ele pensou que o tempo passava. E el
Amélia ouviu rumores de que estavam a sua procura pela cidade. Ela nunca deixaria que apegassem, mas também não poderia fugir dali. Havia um bebe? Não havia? Apenas ela sabia. Uma coisa todos tinham certeza: não era do Cesare. Mesmo assim ela ainda insistia em dizer que sim. E ela voltou a afirmar aquilo enquanto ainda pode ter um segundo de liberdade. O hospital estava começando a parecer perigoso, e ela teve receio de que fosse cercada a qualquer momento. Mas ela ainda tinha que cuidar das próprias feridas ou acabaria caindo no meio da rua. E ser capturada assim era patético. Então ela tentou se acalmar reparando rápido. Mas quando mais ela fazia aquilo, mas sem ar ela ficava. Era uma crise? Naquele ponto ela sentiu que não podia dar-se ao luxo para tanto. Então ela fez mais uma tentativa de se acalmar– Senhora Amélia? – O médico a encarava com um certo medo que tentou esconder. Naquele momento, a garota entendeu que havia sido descoberta e não havia mais nada que pudesse fa
A modesta senhora passou pelos corredores com a cabeça baixa. Ela estava fazendo o de sempre, em uma jornada dupla e exaustiva até que pudesse pagar a divida. Um terço dela... Aquilo foi o que a Madison Reese Santorini julgou o necessário apenas para puni-la sem uma recompensa do perdão. Mas ela ainda sentia-se desconfortável ao vê-la pelos corredores. Madison Reese se jogou no sofá e sentou-se ao lado do Cesare Santorini esperando pelo almoço que demorou mais que o necessário. Mas ela pensou ter escutado um suave grito de criança vindo do andar de cima. – Estranho. Você ouviu isso? – Ela olhou para o teto pensando que deveria correr até lá. – Não. – O Cesare não poderia mesmo ouvir algo. Ele estava tão ocupado lendo papéis importantes de algo misterioso que costumava fazer. A Madison o abraçou apenas como uma estratégia para descobrir o que o marido tanto fazia quando saia de casa, e agora que estavam juntos outra vez, aquele segredo era o único que ainda não podia ser revela
– Vocês encontraram alguma coisa? – Não senhor. Eu sinto muito. – Por favor, continuem procurando. Não parem. Madison Reese olhou para o marido dando ordens, mas ela já sabia dentro do coração que ela não os acharia ali, naquela mansão. Então o coração doeu ainda mais. Ela arrancou as luvas das mãos e desceu do próprio cavalo como se estivesse realmente chateada. O homem desceu também e andou rápido atrás dela. – Amor, o que foi? Ela se virou para ele com um olhar reprovador. – Nós estamos perdendo tempo aqui!– Não. Nós vamos acha-los. Assim como na primeira vez. Eu sei que eles devem estar em algum da floresta. – Você acha mesmo? Sinceramente. Ele passou as mãos pelo cabelo suado. – Eu não sei. Sinceramente. Eu não sei o que fazer, eu não faço ideia de onde procurar. Eu não sei como agir e nem o que você quer de mim. – Eu só quero os meus filhos. Mais nada. Só eles de volta. Ela colocou as mãos nos olhos para esconder as lágrimas que molharam-na o rosto, e absor
– Desculpa, mas eu não posso ficar aqui esperando. – Eu vou com você! – Não! Você fica. Eu não vou conseguir ir com você. Não vou me concentrar se eu achar que você esta correndo algum perigo. – Não importa o que você diga agora, Cesare. Nada no mundo vai conseguir me convencer de não ir buscar os meus filhos. – Por favor. Eu vou traze-los em segurança. Eu só preciso que espere! – Vocês vão vir ou não? Cesare encarou o policial com tanto ódio como se estivesse prestes a mata-lo. E ele realmente queria. Ele poderia fazer se pudesse. Então ele segurou nos ombros da esposa enquanto ainda olhava o rosto feio do policial com desdém. – Você pode aguardar só um segundo? Eu sei que pessoas como você não tem sentimentos, mas são os nossos filhos com aquela mulher. Então se você puder me dar um pouco de privacidade, eu adoraria que estivesse fora da minha casa agora. Aquelas palavras soaram exatamente como ele queria: um convite para sair dali. Então o homem se foi, embora ainda
Madison Reese encarou a senhora de rosto pálido e ela pareceu tão diferente da mulher que um dia ela tratou com tanto carinho, como alguém da família. E o quanto ela se arrependia por isso...Mas ela viu uma porta fechada e não viu os filhos em lugar nenhum. Madison estava assustada. Talvez o Cesare tivesse mesmo razão e só agora ela soube. Ela devia ter confiado nele. Mas se não estavam ali, então onde podiam estar? Ela tentou analisar o cômodo, mas havia apenas um quarto, e elas já estavam ali. Sem cama, sem móveis, exceto por uma simples cadeira de balanço, e sem baús. Apenas Madison Reese Santorini, uma velha lunática e uma arma de calibre doze apontada para ela. A senhora sentou-se ali e passou a se balançar com a arma no colo, ainda apontada para a mulher estonteante a frente dela.Mas a Madison Reese Santorini não pareceu preocupada com aquilo. Ela só queria os bebês e mais nada. Então ela enfarou a mulher com toda a coragem que tinha. – Onde os meus filhos estão. – E
A mulher atirou para o alto como uma Ameaça clara a vida da garota que ela tanto odiava. E mesmo com os olhos cheios de rancor, Madison percebeu que ela aquela mulher não podia mata-la. Não ainda. Mas ela ainda fechou os olhos esperando o cano da arma encostar na cabeça que ainda era acariciada por ela. E mesmo enquanto tentava lembrar-se de alguém como ela pela casa, na surgia. E a Madison Reese costumava lembrar-se de tudo. – Ela era a minha melhor amiga, mesmo eu sendo uma empregada... Eu pelo menos achei isso. Eu a amava desde a primeira vez que pisei os pés naquela casa. – Eu não me lembro de você. Como pode ter... – Xi. – Ela gesticulou com o dedo, embora soubesse que a mulher sentada ao lado não pudesse ver aquele gesto. – Eu ainda estou contando, querida... – Desculpe! – Madison Reese disse com uma dor grande dentro do peito. No fundo ela só queria sobreviver. Ela só queria a verdade, mesmo que aquilo doesse ainda mais. – Eu era casada, e eu era tão feliz. E ela
Ele invadiu o casebre e correu em direção a mulher que estava em estado de choque. – O que você fez? – ele esbravejou ao toca-la tão coberta por sangue. O sangue dela... O liquido ainda quente se espalhou pelos comodos e ele encarou o corpo debruçado no chão e a cabeça estourada. Ele não queria ver o que havia acontecido com a mulher... Ele nem mesmo ousou toca-la. Então ele buscou pela atenção da esposa que ainda escava aquilo como se fosse culpada. – Madison, o que você fez? Mas ela ainda não podia responder. E sem que o Cesare esperasse, ela o abraçou pelo pescoço sem a intenção de voltar a liberta-lo. Naquele momento havia tanta angústia e ele sentiu que deveria protege-la. Ele pensou que se a esposa tivesse matado aquela mulher, ele deveria assumir.. mesmo que não fosse verdade. Mesmo que todos do lado de fora soubessem. Mas quando ele tentou tocar na mulher, a esposa o segurou. Ela o abraçou ainda mais. E então encarou-lhe nos olhos assustados. – Não fui eu... Vo