– Desculpa, mas eu não posso ficar aqui esperando. – Eu vou com você! – Não! Você fica. Eu não vou conseguir ir com você. Não vou me concentrar se eu achar que você esta correndo algum perigo. – Não importa o que você diga agora, Cesare. Nada no mundo vai conseguir me convencer de não ir buscar os meus filhos. – Por favor. Eu vou traze-los em segurança. Eu só preciso que espere! – Vocês vão vir ou não? Cesare encarou o policial com tanto ódio como se estivesse prestes a mata-lo. E ele realmente queria. Ele poderia fazer se pudesse. Então ele segurou nos ombros da esposa enquanto ainda olhava o rosto feio do policial com desdém. – Você pode aguardar só um segundo? Eu sei que pessoas como você não tem sentimentos, mas são os nossos filhos com aquela mulher. Então se você puder me dar um pouco de privacidade, eu adoraria que estivesse fora da minha casa agora. Aquelas palavras soaram exatamente como ele queria: um convite para sair dali. Então o homem se foi, embora ainda
Madison Reese encarou a senhora de rosto pálido e ela pareceu tão diferente da mulher que um dia ela tratou com tanto carinho, como alguém da família. E o quanto ela se arrependia por isso...Mas ela viu uma porta fechada e não viu os filhos em lugar nenhum. Madison estava assustada. Talvez o Cesare tivesse mesmo razão e só agora ela soube. Ela devia ter confiado nele. Mas se não estavam ali, então onde podiam estar? Ela tentou analisar o cômodo, mas havia apenas um quarto, e elas já estavam ali. Sem cama, sem móveis, exceto por uma simples cadeira de balanço, e sem baús. Apenas Madison Reese Santorini, uma velha lunática e uma arma de calibre doze apontada para ela. A senhora sentou-se ali e passou a se balançar com a arma no colo, ainda apontada para a mulher estonteante a frente dela.Mas a Madison Reese Santorini não pareceu preocupada com aquilo. Ela só queria os bebês e mais nada. Então ela enfarou a mulher com toda a coragem que tinha. – Onde os meus filhos estão. – E
A mulher atirou para o alto como uma Ameaça clara a vida da garota que ela tanto odiava. E mesmo com os olhos cheios de rancor, Madison percebeu que ela aquela mulher não podia mata-la. Não ainda. Mas ela ainda fechou os olhos esperando o cano da arma encostar na cabeça que ainda era acariciada por ela. E mesmo enquanto tentava lembrar-se de alguém como ela pela casa, na surgia. E a Madison Reese costumava lembrar-se de tudo. – Ela era a minha melhor amiga, mesmo eu sendo uma empregada... Eu pelo menos achei isso. Eu a amava desde a primeira vez que pisei os pés naquela casa. – Eu não me lembro de você. Como pode ter... – Xi. – Ela gesticulou com o dedo, embora soubesse que a mulher sentada ao lado não pudesse ver aquele gesto. – Eu ainda estou contando, querida... – Desculpe! – Madison Reese disse com uma dor grande dentro do peito. No fundo ela só queria sobreviver. Ela só queria a verdade, mesmo que aquilo doesse ainda mais. – Eu era casada, e eu era tão feliz. E ela
Ele invadiu o casebre e correu em direção a mulher que estava em estado de choque. – O que você fez? – ele esbravejou ao toca-la tão coberta por sangue. O sangue dela... O liquido ainda quente se espalhou pelos comodos e ele encarou o corpo debruçado no chão e a cabeça estourada. Ele não queria ver o que havia acontecido com a mulher... Ele nem mesmo ousou toca-la. Então ele buscou pela atenção da esposa que ainda escava aquilo como se fosse culpada. – Madison, o que você fez? Mas ela ainda não podia responder. E sem que o Cesare esperasse, ela o abraçou pelo pescoço sem a intenção de voltar a liberta-lo. Naquele momento havia tanta angústia e ele sentiu que deveria protege-la. Ele pensou que se a esposa tivesse matado aquela mulher, ele deveria assumir.. mesmo que não fosse verdade. Mesmo que todos do lado de fora soubessem. Mas quando ele tentou tocar na mulher, a esposa o segurou. Ela o abraçou ainda mais. E então encarou-lhe nos olhos assustados. – Não fui eu... Vo
– Estamos todos aqui reunidos essa noite, não para comemorar, mas unidos por uma alma turbulenta e cheia de pecados. De alguma forma essa pobre alma nos deixou, e mesmo com todos os erros que cometeu, eu ainda posso sentir que amava de verdade. – Madison Reese sentiu a voz embargar com violência. – Eu espero finalmente encontre a paz que buscava.O caixão estava ali, as pessoas ainda a encaravam como se a mulher tivesse mais que duas cabeças em cima do pescoço, mas ela já não pareceu mais se importar. Madison desceu os degraus e encontrou os dois filhos logo a baixo.– Mamãe? Para onde nós vamos?Mas ela parecera tão fria que nem mesmo podia responde-los. Havia de fato uma sincera dor da perda que ela não conseguia superar. Então Madison olhou para trás pela última vez e sentiu a onda eletrizante atingi-la quando finalmente a tocou nas mãos. O Cesare Santorini ainda tinha aquele mesmo ar sedutor e misterioso de sempre enquanto parecia indaga-la com o olhar. Ela sorriu gentilm
O carro parou subitamente, acordando as crianças que cochilavam ao fundo. Madison Reese direcionou um olhar questionador ao marido de rosto tácito e olhos perdidos. – Que raios está fazendo? Você vai machucar o bebê. Ele estava com o pé no acelerador, como se o tivesse travado propositalmente. Não foi. O homem parou ao encarar a mulher, e ele analisou cada aspecto nela. Os olhos vagaram pela barriga e as mãos nela como se a estivesse protegendo de qualquer dano naquele automóvel. Cesare engoliu em seco, sentindo o coração ser esmagado. De alguma forma, a sensação era boa. – Você diz, mais um bebê? Ela arqueou a sobrancelha ao olha-lo como se não o estivesse reconhecendo. – Amor, você está bem? Com uma agilidade estranha e um gesto ainda mais incomum, ele segurou-a nas laterais do rosto. Havia uma clara testa enrugada de preocupação e um rosto sério. Ele não gostara da notícia? Madison sentiu a decepção atingi-la como uma flecha direto no peito. Ele passou a analisa-l
Mais um casamento. O lago estava brilhante como a luz da lua que parecia flutuar sobre a água cristalina. A mulher de branco caminhou por entre flores brilhantes pelas luzes que as iluminavam logo em baixo. A barriga enorme indicava que ela talvez não devesse estar em uma festa, mas o Cesare Santorini acreditava que eles poderiam começar outra vez. Tudo, sem exceção.Ela andou como em um conto de mágica, e cada lugar em que pisava parecia mais brilhante que antes. Ele aumentou ainda mais os olhos como grandes refletores apenas para olha-la. A farda quase militar, mas de um corte tão rico e formal que não poderia ser usado por qualquer um. A forma como ele pareceu durão.... Não durou muito. Ele colocou os dedos na ponte do nariz e se pôs a tentar esconder as lágrimas enquanto a linda garota de gelo se aproximava em um vestido branco no meio da neve do inverno nada rigoroso. Era como presenciar um anjo. Madison tinha as faces coradas e os belos pés inchados que não ousou calçar s
Epilogo. – Mamãe, me conta de novo como o papai desmaiou quando eu nasci. Haviam mais oito pares de olhos a encarando na sala de natal. Cesare invadiu o cômodo e jogou a criança mais próxima para o alto. Duas meninas, mas a última ainda era um lindo bebê. – Não! – Cesare parecia envergonhar-se do acontecido. – Deixem a sua mãe. Madison Reese Santorini direcionou-lhe um olhar debochado. – Oh, senhor Santorini, as crianças não me incomodam. Ele meneou com a cabeça. – Senhora Santorini. Tem certeza? São cinco filhos. – Oh sim, senhor Santorini. São muitos, mas eu nunca me senti tão feliz. Ele pareceu induzi-la a algo, apontando-lhe para o andar de cima... – Muito bem, senhora Santorini. Deixe-me faze-la mais feliz ainda. Ela o encarou com curiosidade. – Como? Acho que isso é impossível. – Vamos fazer mais um! – pareceu uma conclusão óbvia, embora estivesse brincando. As crianças pareciam protestar. – Ah, papai! Mas a mamãe acabou de ter a Bianca. Quer mais? Char