– Estamos todos aqui reunidos essa noite, não para comemorar, mas unidos por uma alma turbulenta e cheia de pecados. De alguma forma essa pobre alma nos deixou, e mesmo com todos os erros que cometeu, eu ainda posso sentir que amava de verdade. – Madison Reese sentiu a voz embargar com violência. – Eu espero finalmente encontre a paz que buscava.O caixão estava ali, as pessoas ainda a encaravam como se a mulher tivesse mais que duas cabeças em cima do pescoço, mas ela já não pareceu mais se importar. Madison desceu os degraus e encontrou os dois filhos logo a baixo.– Mamãe? Para onde nós vamos?Mas ela parecera tão fria que nem mesmo podia responde-los. Havia de fato uma sincera dor da perda que ela não conseguia superar. Então Madison olhou para trás pela última vez e sentiu a onda eletrizante atingi-la quando finalmente a tocou nas mãos. O Cesare Santorini ainda tinha aquele mesmo ar sedutor e misterioso de sempre enquanto parecia indaga-la com o olhar. Ela sorriu gentilm
O carro parou subitamente, acordando as crianças que cochilavam ao fundo. Madison Reese direcionou um olhar questionador ao marido de rosto tácito e olhos perdidos. – Que raios está fazendo? Você vai machucar o bebê. Ele estava com o pé no acelerador, como se o tivesse travado propositalmente. Não foi. O homem parou ao encarar a mulher, e ele analisou cada aspecto nela. Os olhos vagaram pela barriga e as mãos nela como se a estivesse protegendo de qualquer dano naquele automóvel. Cesare engoliu em seco, sentindo o coração ser esmagado. De alguma forma, a sensação era boa. – Você diz, mais um bebê? Ela arqueou a sobrancelha ao olha-lo como se não o estivesse reconhecendo. – Amor, você está bem? Com uma agilidade estranha e um gesto ainda mais incomum, ele segurou-a nas laterais do rosto. Havia uma clara testa enrugada de preocupação e um rosto sério. Ele não gostara da notícia? Madison sentiu a decepção atingi-la como uma flecha direto no peito. Ele passou a analisa-l
Mais um casamento. O lago estava brilhante como a luz da lua que parecia flutuar sobre a água cristalina. A mulher de branco caminhou por entre flores brilhantes pelas luzes que as iluminavam logo em baixo. A barriga enorme indicava que ela talvez não devesse estar em uma festa, mas o Cesare Santorini acreditava que eles poderiam começar outra vez. Tudo, sem exceção.Ela andou como em um conto de mágica, e cada lugar em que pisava parecia mais brilhante que antes. Ele aumentou ainda mais os olhos como grandes refletores apenas para olha-la. A farda quase militar, mas de um corte tão rico e formal que não poderia ser usado por qualquer um. A forma como ele pareceu durão.... Não durou muito. Ele colocou os dedos na ponte do nariz e se pôs a tentar esconder as lágrimas enquanto a linda garota de gelo se aproximava em um vestido branco no meio da neve do inverno nada rigoroso. Era como presenciar um anjo. Madison tinha as faces coradas e os belos pés inchados que não ousou calçar s
Epilogo. – Mamãe, me conta de novo como o papai desmaiou quando eu nasci. Haviam mais oito pares de olhos a encarando na sala de natal. Cesare invadiu o cômodo e jogou a criança mais próxima para o alto. Duas meninas, mas a última ainda era um lindo bebê. – Não! – Cesare parecia envergonhar-se do acontecido. – Deixem a sua mãe. Madison Reese Santorini direcionou-lhe um olhar debochado. – Oh, senhor Santorini, as crianças não me incomodam. Ele meneou com a cabeça. – Senhora Santorini. Tem certeza? São cinco filhos. – Oh sim, senhor Santorini. São muitos, mas eu nunca me senti tão feliz. Ele pareceu induzi-la a algo, apontando-lhe para o andar de cima... – Muito bem, senhora Santorini. Deixe-me faze-la mais feliz ainda. Ela o encarou com curiosidade. – Como? Acho que isso é impossível. – Vamos fazer mais um! – pareceu uma conclusão óbvia, embora estivesse brincando. As crianças pareciam protestar. – Ah, papai! Mas a mamãe acabou de ter a Bianca. Quer mais? Char
Leitura não obrigatória para os enredos do livro.Esta parte tem como intuito esclarecer os enredos do livro, bem como os vilões. Uma volta ao passado. – Sara Reese, onde você esteve? O vento frio soprava com a mesma intensidade que o coração gelado da Sara Reese pulsava violento. Ela olhou para o pai, que jazia duro e imóvel no chão, como se sua morte tivesse acontecido há muito tempo. – Pai? Pai? Acorda! – Ela implorou. Não importava o quanto ela o sacudisse, o Amiro Reese havia ido embora definitivamente. Aquilo a deixou em um estado de pânico tão grande que ela, ainda sentada, se arrastou pelo chão em direção a parede imunda. Sara Reese recostou as costas e levou as mãos a cabeça que não pode ficar parada. Ela a bateu contra a madeira varias vezes, implorando a si mesma pela coragem o suficiente para morrer. Aquele era o único homem que ela realmente havia amado, mas agora ele estava morto, e o que ela deveria fazer? Ela não tinha mais ninguém no mundo além de si mesma.
Foram apenas dois meses morando com aquela mulher louca, até que ela se acostumasse com o nome. “Sara”, com certeza soava melhor que Benedict, e ela o usou deliberadamente como se fosse seu, para seduzir homens que haviam sabido da fama da garota agora tão magra quanto uma caveira. Sara Reese por muito havia ido embora, mas o seu nome perduraria naquele local como a garota de programa de rosto melancólico que chorava no palco, mas que ainda possuía uma malícia na cama, tal como uma Salomé do Egito antigo. Ela bebeu tanto e seus pulsos estavam feridos e roxos de tantas drogas injetáveis, mas nada pareceu importar-lhe, até que fora levada embora por policiais. Aquele seria o triste fim de uma mulher que fora enforcada erroneamente. Enquanto isso, Sara Reese passeava lado a lado com a Celsea, por pastos tão verdes de cheios de animais que ela jamais fora capaz de ver antes. O rio estava um pouco abaixo de onde costumavam nadar nuas, mas um homem a atacou na calada da noite, e não
Celsea acordou em um lugar branco e cheio de paz que a fez pensar no quanto havia morrido. Ela sentiu uma forte dor no peito ao imaginar que estava no céu. Ela o merecia? Não... Mas quando tentou levantar-se em direção ao paraíso, sentiu o corpo ser contido de uma forma tão sufocante que a fez ter uma terrível premonição. A garota desconfiada tentou mais uma vez, e suas sobrancelhas grossas franziram assim que seu corpo foi jogado para trás com violência. Ela gritou. – Mas... O que raios está acontecendo. – Então ela lembrou-se de um episódio de sua vida tão próximo do agora que a deixou perplexa. – Não, não, não... Como ela poderia estar em um hospício outra vez? E tudo que ela havia feito para escapar daquele lugar? E toda a dor que passara dormindo com um funcionário apenas para que ele a ajudasse. Ela tentou puxar o braço com tanta violência que eles quase se feriram com o atrito do tecido e seu pulso de pele fina e delicada. Ela gritou alto como de tudo aquilo fosse pio
Mais uma volta ao passado. A historia não contada da família Reese. Aurora Beatrice, a mãe. Tudo no passado pareceu mais Bonito. As rosas, as mulheres, até mesmo as casas pareciam mais belas que o normal. O homem em cima de um cavalo assemelhava-se a um verdadeiro nativo da região ainda pacata. Travestido de uma roupa de fazendeiro pareceu querer demonstrar o oposto do que de fato era: um magnata. O Amiro Reese sempre fora rico e estava acostumado a ter todas as mulheres para si. Até mesmo aquelas que não o queriam de volta. Ele faria qualquer coisa para suprir os próprios desejos. Aquela ruiva estonteante foi a primeira mulher que o encantou de verdade. Ele sentiu algo diferente como se a amasse de fato, embora soubesse que não havia coração capaz de qualquer sentimento puro dentro de si. O homem estava decidido, e a teve. Ele se casou com a Senhora Reese um pouco depois. E não importava o quanto ela parecesse mais interessada em conversar com um homem já casado e que tinha