Madison Reese Santorini estava deitada naquela cama a exatos dois dias e se sentia cada vez pior. Era como se cada um dos remédios prescritos pelo médico surtissem como veneno em seu corpo enfraquecido pela queda. Ela sentiu uma grande angústia ao respirar fundo, como se soubesse que algo não estava certo. Mas ela tinha um grande problema. Ela não fazia ideia de como fazer a sensação ruim passar. Então ela se esgueirou pela cama e tentou levantar-se, mas a dor atingiu a parte de baixo do ventre quase reto, e ela se pôs a gemer enquanto fechava os olhos. – Droga! – Ela praguejou baixinho. A porta escancarou derrepente, e ela imediatamente sentiu como se estivesse fazendo algo ilegal. Naquele ponto, já não dava mais para voltar atrás, e a mulher não pôde disfarçar a própria teimosia.Cesare Santorini entrou no quarto tentando equilibrar uma bandeja pesada em com as mãos, enquanto os pés faziam o que aparentemente era um árduo trabalho: Manter a porta aberta o suficiente para qu
Madison Reese Santorini tomou o chá matinal e se levantou da cama. Ela estava perfeitamente bem a aquela altura, apesar de ainda sentir alguns sintomas da gravidez ainda no início. Sentindo um frio na barriga, ela foi em direção ao banheiro e tomou um longo e merecido banho, esperando que o Cesare Santorini chegasse naquele momento... ele sempre costumava tomar um banho com ela, mas naquele momento, ele parecia atrasado. Onde ele estava? E depois de quase vinte minutos na água, ela olhou para os próprios dedos enrugados. Que horas eram... Então ela lembrou-se de que naquele momento, ele provavelmente estava em algum lugar que ela não sabia, com alguém que ela não conhecia. E que aquela pessoa talvez estivesse dando-lhe a atenção que ela não tinha podido dar-lhe enquanto esteve de cama, dormindo mais que acordada durante os dias que se seguiram. Ela começou a chorar com a mesma paranoia que a fizera sofrer tanto no passado, mas logo desistiu. – Chega disso, Madison. – Ela d
– Volta aqui! – O Cesare tentou puxa-la pelo pulso... Mas a Madison Reese Santorini estava farta daquela cama. Ela já não aguentava mais ver aquelas paredes das mesmas cores de sempre, naquele ambiente escuro.– Nem pensar.O homem deitado com a camisa aberta a encarou com um olhar cheio de desejo enquanto ela apenas se vestia como se estivesse sozinha no quarto. Ele ainda estava sem roupas enquanto pensava que poderia passar o dia naquele inteiro naquele quarto. – Volta aqui. – Ele a puxou pela cintura, deixando-lhe beijos nos ombros expostos. A Madison Reese Santorini tombou a cabeça para o lado quando os calafrios percorreram-lhe a espinha, mas ela não podia mais ficar. Ela não queria viver presa naquele quarto, mesmo que fosse com o lindo marido. – Não, Cesare. Você não se cansa nunca? Ele sorriu. – Não! E se você voltar agora, eu vou te recompensar. Ela sorriu de volta, para logo depois fugir dele. E apesar de ter adorado, ela sabia que mais um pouco seria o basta
O vento estava tão gelado lá fora, e o pequeno garotinho estava passeando pelo vasto bosque da fazenda. Aquela mata fechada sempre pareceu-lhe muito convidativo, e ele era inocente demais para pensar que tentar se esconder ali seria um erro. A Amélia o viu seguir em direção a floresta, mas ao invés de impedi-lo, ela apenas comemorou a própria vitória. Perder-se, no entanto, não era o suficiente para ela. Ele precisava sumir para sempre. A garota de dezoito anos fez um sinal de luz muito estranho, e rapidamente o ambiente pareceu pesar. Ela olhava pela janela do segundo andar e o fechou assim que o Cesare Santorini entrou no ambiente. Ele não podia ver. Ele não deveria saber que o filho morreria naquela tarde até que estivesse tudo finalizado. O garotinho olhou para a paisagem. Ele parecia completamente hipnotizado pelo som da água. Esperar muito discernimento em um garoto de cerca de três anos de idade era algo que os pais descobririam depois do inferno que os esperava. Ele
– Era o seu trabalho cuidar dele! – Ela escarrou as palavras como se sentisse todo o ódio do mundo. O Cesare encarou a garota como se sentisse pena por ela, mas como podia defende-la? Era o filho do casal que estava desaparecido, e ele jamais repreenderia uma mulher sofrendo assim. – Me desculpa, senhora. Eu não sei como isso foi acontecer. Eu estava no andar de cima com a... – Não interessa, Amélia. Você nunca deveria ter deixado o meu Charles sozinho. Ele é a sua responsabilidade também. O Cesare ainda terminava de se equipar de armas e lanternas como se estivesse entrando em uma verdadeira guerra. Ele estava mesmo, embora não soubesse ainda. Ao encarar a aflição da Madison Reese Santorini, ele sabia que ela não perdoaria aquela menina jamais, e pouco importava para falar a verdade. Talvez se ela fosse embora, ele parasse de sentir que havia algo de erado. O clima... E aquilo o estava afetando de uma maneira estranha que ele pensou não sentir outra vez. – Me perdoa, se
– Pap... – O sussurro baixo como o vento fez com que cada pelo do Cesare Santorini se arrepiasse. Ele ainda não tinha certeza de que tinha escutado algo. Na verdade, o desespero e as lagrimas o deixaram ainda menos sensível aos barulhos do ambiente. Ele ficou num completo silêncio esperando que pudesse ouvir mais uma vez. Nada. Nem um único som foi ouvido, e ele não conseguiu segurar o choro. Então ele gritou tão alto que as lanternas ao longe o iluminaram no mesmo instante. Aqueles homens estavam indo até ele. Alguma coisa aconteceu? Talvez... Talvez o Cesare Santorini tenha sido ferido de morte pelo próprio coração. E ele não queria viver...ele não queria viver aquela dor que esmagava-lhe o peito de uma forma brutal. Mas os cavalos que chegavam cada vez mais próximos o ajudariam a voltar para casa. Ele ainda tinha dois filhos... Ele ainda precisava viver, mesmo que não quisesse mais. Então ele desceu do cavalo e se ajoelhou no chão, como se encostar-se na terra pudess
O medico havia acabado de chegar quando a Madison Santorini o encarou com olhar de quem o repugnava, mas ele ainda se manteve perfeitamente intacto diante dos olhares que não se esforçaram para esconder o ranço contido neles. – Interessante... – O medico disse enquanto analisava o pequeno garoto. Mas a Madison Reese Santorini sentiu-se de cabelo em pé, como se ele fosse falar algo de muito importante. E o fato dele voltar a ficar calado a deixou ainda mais irritada. Ela respirou fundo em uma tentativa de chamar atenção, mas ele a ignorou mais uma vez. – O que ele teve? O homem a olhou por cima do óculos como se ela o atrapalhasse. – Deixe-me terminar, por favor. Ela sempre fora tão cordial com todas as pessoas que conhecia, mas aquele homem parecia inspirar-lhe o pior que havia nela. A maneira como ele a ignorava a deixava tão incomodada quanto a forma com a qual ele olhava.Ele era lindo, mas pouco sedutor. O homem parecia um rocha sem qualquer sentimento que o tomasse.
Eles estavam dormindo quando ouviram o primeiro grito alto ecoar pela casa. Rapidamente o Cesare saiu do quarto, correndo. Enquanto a Madison Reese Santorini ainda vestia o robe habitual por cima da camisola levemente transparente. Ele abriu a porta do quarto daquela criança, mas ela estava sozinha. Parecia tão apavorada com algo e a maneira como ela correu para o pai e abraçou-lhe as pernas encheu o homem de preocupação. – Charles, o que foi? – Ele disse enquanto tentava se abaixar, mas a criança recusou-se a solta-lo. – Ela estava aqui! Ela estava no meu quarto! – Ele não parecia nada lógico em dizer aquelas coisas. A Madison Reese Santorini parou na porta e encarou a criança com incredulidade, embora ela soubesse de quem ele provavelmente estava falando. Naquele momento, o medo súbito a atingiu com tanta violência que ela preferiu estar louca. – Quem estava aqui? Foi a Amélia? Mas a Madison sabia que não. Ela sabia bem de quem o filho provavelmente estava falando. – N