Eu estou com medo, tom

Ela esperou do lado de fora daquele quarto durante todo o tempo em que o médico esteve com a senhora Carmem. Havia uma clara hesitação no olhar, e naquele ponto, a mulher passara a roer as próprias unhas também.

Aurora Beatrice Reese viu-se entre a cruz e a espada quando o coração conflituoso dividiu-se em culpa e rancor. Ela era mesmo a culpada por aquilo? Ela merecia tanto sofrimento? A mulher sabia que não. Mas e quanto a Carmem Lúcia? Ela também não merecia nada daquilo. Aquela mulher queria apenas ser mãe.

A porta se abriu, e ela rapidamente ajeitou a postura. A mulher secou as lágrimas e tomou coragem para enfrentar o casal que provavelmente estava bravo.

Ela esperou que o medico idoso saísse do quarto, carregado pela mesma carranca que sempre teve, desde que frequentara a mansão dos Beatrice pela primeira vez.

– Bom dia, senhora. Está tudo ajeitado. Acertarei mais tarde com o seu marido.

– Oh, não. Não se preocupe. Eu tenho tudo aqui.

– Tem certeza? Não quero tirar-
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