Na sala de estar com sua companhia e a de um feixe de nervos na boca do estômago, comecei a soltar tudo, sem reprimir uma única coisa da minha alma. Eu não o amava, não o amava do jeito que uma mulher quer que um homem passe o resto da vida ao seu lado. Minha coisa em relação a ele foi reduzida a um carinho que sempre visou, apenas, tornar-se Amizade. Além disso, eu não poderia dar a ela nada que pudesse ser chamado de amor. - ...Depois que engravidei, não contei nada para ele, ele tinha se casado, o que me impediu de contar o que estava acontecendo, sabe o resto. Aaron, obrigado por todo o tempo que você me deu, por ser tão bom comigo…O nó apertado em minha garganta se intensificou dolorosamente. Não contei a ela toda a história quando criança, com Ismail, resumi destacando os pontos mais importantes. Caso contrário, a conversa incômoda que eu mal segurava se espalharia. Com lágrimas nos olhos terminei de expressar para me perdoar. - Mariane, por que você está pedindo perdão? - e
Por mais que ele só me mostrasse seu lado bom, embora parecesse sincero, o homem que roubou meus suspiros e perturbou meu mundo, Eu não queria confiar em suas intenções que colocavam o bem-estar de Isaac em primeiro lugar. Que ele mudou de ideia da noite para o dia foi estranho. Não sei se ele estava tramando alguma coisa, se tinha algo em mãos, ou se realmente pensou nisso e depois chegou à conclusão de que nos atacar não era a coisa certa a se fazer, toda aquela papelada tediosa seria muito evitada ao fazê-lo. Eu não pude deixar de olhar para ele de perfil, enquanto ele ainda estava olhando com admiração para aquela enorme pintura na parede. De repente ela parou, para apreciá-lo de perto. Respirei fundo e me levantei, colocando-me ao lado dele. Ele me deu um olhar fugaz, eu suprimi um suspiro. - Você se lembra da pintura em que estava de costas? - de repente ele questionou. Como não me lembro; minhas bochechas estavam tingidas de carmesim, meu rosto estava queimando. Sorri nervo
- Não quero que você vá embora. - Eu vou logo, Isaac. - Por que não fica para jantar conosco? - ela perguntou com olhos de cachorrinho, já o lábio inferior dela estava saindo. - Prometi a Lizzy que jantaria com ela hoje, mas ficarei Encantado outro dia, filho. - Não quero que seja outro dia, Pai. - resmungou. "Por favor, Isaac, não seja rude", eu o repreendi, aproximando-me dele. Papai vai voltar, ele deve ir agora. Bufou. - Não posso ir com ele? Só vai ser hoje à noite, mãe-pediu, juntando as palmas das mãos a título de oração. Olhei para Ismael em busca de aprovação. Como não disse nada, o abraçou. - Pai, posso ficar com você? Ismael enfiou suas safiras em mim. - Enquanto sua mãe permitir, Não tenho problema. Vocês dois podem vir, se quiserem, Marian - ele se virou para a minha pessoa. - Não, obrigado. E você vai arrumar uma mochila, Isaac. - Ótimo! Obrigada, obrigada! - ele comemorou correndo escada acima. Cruzei os braços. Ismail sumiu o metro e meio que nos separava
Terça-feira bateu na minha janela com os raios febris do sol me acolhendo, eu me movi na cama, eu estava sozinho; não havia pequenino me acordando, apressando cada movimento da minha fisionomia sonolenta, depois de lembrar que ontem à noite ele saiu com Ismael, eu entendi o silêncio que estava mentindo. Abaixei os lençóis, ficando no chão frio, apressadamente fui ao banheiro.Escovei os dentes, depois tomei banho. Depois de colocar uma saia lápis, camisa branca com mangas bufantes e salto, resolvi me maquiar. Tentei fazer algo natural. O excesso de cosméticos não me agradou. No caminho para o trabalho, de repente pensei no que havia deixado para trás: Marina, Brenda, até Rabab, o que havia acontecido com eles? Queria vê-los, abraçá-los, eles, mais um do que outro, marcaram minha infância. A saudade se tornou transitória, quando liguei o rádio e mergulhei na voz do locutor. O dia na Magnani foi opaco, Beatriz até se dignou a me cumprimentar, que não tinha intenção de pedir desculpas
POV IsmailMeu nome estava nos tablóides, consequentemente, minha reputação pisoteada por uma enorme história distorcida, uma falácia que me colocou em um julgamento perigoso. Mas eu moveria céus e terra para encontrar uma solução. No topo, o nome da minha florzinha havia sido revelado, o que a expôs àquele mundo mordaz. Eu precisava proteger ela e nosso filho de tal desastre. - Eu quero que eles paguem, eles não vão se safar! - Joguei a revista com força na minha mesa. — Não é fácil... - disse meu advogado, parando de olhar o tablet em que Lia mais um artigo daquela farsa. - Claro que quero! - Eu refutei com raiva -. Não só mexeram com um homem, mas com Al-Murabarak, você não faz ideia do que eu sou capaz, Caden. - Eu sei do que você é capaz, Ismael, porém isso que acontecer não será apagado da mente de ninguém de um minuto para o outro. É uma notícia chocante, um escândalo que serve para a mídia negociar, você sabe que eu tenho falado. - É uma maldita difamação - fechei o punh
- Ela ficará mais do que encantada por você estar conosco. Nas últimas vezes que você procurou Isaac, ela me perguntou sobre você. - Eu mencionei. - Eu não podia ficar, você sabe disso. Vim do trabalho, e…- Você não queria entrar por mim, está se afastando, me fugindo o máximo que pode, Marian. Você não precisa se desculpar. - Não são desculpas. - ele refutou defensivamente. - Não me minta mais. Vens comigo ou não? - Questionei com um longo suspiro. - Não tenho outra escolha, além de você ter me deixado entre uma pedra e um lugar duro... - revirou os olhos. - Sabe quem inventou tudo isso? A raiva cruzou suas feições. - Valentina Stone e Beatriz Garccia Mitsuba, ambas colegas de trabalho, ambas Harpias absolutas. - O quê? - Eu franzia a testa, não entendia o motivo daquela má intenção vinda de um casal de estranhos —. Por que eles fizeram isso?- Valentina me odeia, ela acha que eu quero tomar o lugar dela na Magnani, ela está chateada por não fazer a entrevista, por descobrir
- Acho que não — ela caiu ao meu lado, forçada a vê-lo diretamente para suas safiras profundas, nos encontramos cara a cara. Nossos olhares não silenciavam o que sentíamos, era amor tácito em seus orbes profundos. Havia tanta obviedade minha em tê-lo por perto, que ele captou minha necessidade, o desejo, a pressa que existia, e reprimiu a raiva. Eu me despia com apenas um olhar, fazia, desfazendo num piscar de olhos -. Você é forte, nunca desistiu, nunca desistiu nos momentos mais difíceis. "Talvez sim, não se esqueça que uma vez tentei..."Engoli em seco, girando a palavra Mortal me tirou o fôlego. Tentei q-tirar a própria vida. Eu estava desistindo, desistindo porque não tinha a força, o desejo, a maturidade para aceitar a realidade, aquele presente que eu arruinei. Aflito, por reencontrar o grisalho de cabeça erguida, fiquei lutando contra a negatividade do passado murcho. Não aguentava mais. - Vivi esses anos suprimindo a dor causada pela perda de nossa filha —meus olhos se ench
Mandei o Marcus dirigir sozinho, ele não estava em condições, com essa embriaguez em cima não conseguia nem segurar as chaves do carro, mal conseguia se manter de pé. Vendo-me tropeçando, Sengei me ajudou a chegar ao interior do carro esportivo. Toda a viagem, a questão do Stone e do Garcia, rolou na minha cabeça. Eles já estavam presos, ficariam lá por alguns anos pagando por todo o estrago que nos fizeram. Acho que a decisão do juiz foi a mais correta; mas o alvoroço ainda não parou, então, depois de rotulá-lo demais, decidi que dar uma entrevista na televisão acalmaria o tornado de falsas acusações, invenções; eu estava pronto para me abrir para os outros, contaria o necessário, a verdade absoluta, mesmo que um míssil acabasse sendo o custo da sinceridade. - Senhor, tem certeza de que pode chegar ao seu apartamento sem nenhum inconveniente? - perguntou Romanov ao volante. Assenti. Já estávamos no meu estacionamento subterrâneo. Eu só teria que entrar no elevador que me levava d