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Capítulo I: Fotos Vazadas

360 dias até o casamento  

Fiorella  

—Oi, você realmente precisa conversar agora? É que estou tentando resolver algo urgente — Minha respiração saiu completamente ofegante e eu sabia que meu pai conseguia perceber isso do outro lado da linha.  

—Na verdade, querida, é bem importante.  

—Pode esperar um segundo? Eu já estou quase chegando no meu carro e é até bom que escute essa conversa, para que, se eu matar alguém hoje, haja uma testemunha de que foi legítima defesa.  

—Fiorella, está me deixando preocupado. O que está havendo? —Sua voz soou preocupada.

—É ele, não é? —Kyle falou alto, me segurando pelo braço — É o seu mais novo brinquedinho?  

—Eu acho melhor você me soltar! Eu não sou mais sua namorada, qual parte você não entendeu?  

—Filha, Kyle está te perturbando? — Ouvi de longe a voz do meu pai, mas não voltei a colocar o celular no ouvido. Primeiro, eu precisava me preocupar com a ameaça existente na minha frente, depois eu conversaria com o meu pai.

—O que eu não entendi? Quando eu te dei um fora, você passou dias chorando e me pedindo para voltar. Aí quando eu finalmente decidi fazer o favor de te dar uma chance, você me diz que não? Mais uma vez eu quero te ajudar e a desculpa é que você já está com outro?  

—Quem você pensa que eu sou, Kyle? Não sou sua posse, muito menos burra. Ter me dado um fora, foi a única e a melhor “ajuda” que já me deu.  

—Você é uma vadia, isso sim. E eu aposto que quem está do outro lado da linha é uma das suas amiguinhas, porque você não tem outro merda nenhuma. Sabe por quê? Porque ninguém te quer, você é insuportável, Fiorella, insuportável!  

—Nós namoramos por um mês, Kyle. Trinta e um dias, para ser mais específica! Foi o máximo de tempo em que consegui te suportar. E olha, graças a deus não demorou muito para eu enxergar o filho da puta machista que você é.  

—Mas sabe o que também não demorou para acontecer, sua vadia? Não demorou nada nada para meu celular lotar de fotos sua, daquelas bem divertidas que você adorava me mandar, se lembra?  

—Você pensa que vai me atingir falando coisas do passado? 

—Falando não, meu amor, agindo. Seu namoradinho não quer dar as caras e te assumir, para eu ver se ele é de verdade? Para eu ver se ele merece o meu respeito e a minha boca fechada? Tudo bem, logo todas as suas fotos circularão pela internet. Aí quero ver você encontrar outro que te queira, que não tenha nojo de você e da vadia que você é!

—Você está vendo que isso não faz merda de sentido nenhum? O que meu namorado iria mudar nessa história?  

—Se ele for de verdade, eu pego leve com você, por respeito a ele. Até porque sei que a internet vai se encarregar de te xingar de todos os nomes possíveis. Agora se você estiver mentindo para mim, acho melhor se preparar, porque o seu corpinho vai ser completamente exposto, para quem quiser ver. Quase em praça pública, sabe como é, né? Espalhar alguns cartazes por pontos de ônibus, murais da universidade. 

—Você é doente! Me deixe adivinhar, se eu voltar com você, nada disso acontece, certo?  

—Não é que você é menos burra do que eu pensava? É isso mesmo, docinho.  

—Então deixe-me te falar uma coisa: Minha mãe é a porra da melhor advogada do estado. Você acha mesmo que pode me intimidar?  

—A sua mãe é outra vadia que não me coloca medo! Acho que você já deveria saber que não há nada no mundo que eu odeie mais do que a mentira. Mas eu ainda vou ser bonzinho com você, vou te dar seis meses. Seis meses para você provar para mim e para a sociedade que está namorando, ou para encontrar alguém que aceite ser pago para ocupar o cargo, vou te dar a chance de me enganar. Mas é melhor você conseguir, ou voltar logo para mim, porque se não, já era para você!   

—Você é doido. 

—Tic-tac, o seu tempo está correndo e se, no fim desses seis meses, eu descobrir que você mentiu para mim, ou arranjou um namorado falso, eu não vou pensar duas vezes antes de dar dois cliques e ver a internet acabar com você!  

Respirei fundo e, enquanto tentava me proteger da chuva que começava a cair, com a pasta que tinha em mãos, me virei para trás e encarei a figura estúpida do meu ex namorado pela última vez:  

—Se você pensa que pode fazer isso comigo e sair dessa, você está muito enganado. Seu preço será cobrado NA CADEIA!  

—E VOCÊ SERÁ A PRÓXIMA KIM KARDASHIAN — ele gritou de volta.  

—Então quer dizer que o seu plano de vingança, por nunca ter me esquecido e não aceitar que eu te superei, inclui me fazer mais rica e mais famosa? Você é patético, Kyle!  

—O meu plano — Voltou a se aproximar de mim, fazendo meu corpo tremer de medo. Destravei o meu carro naquele momento — É mostrar para o mundo a sua verdadeira face: a porra de uma vadia!  

—Você sabe de uma coisa? Isso é só ciúmes porque não é você quem está na minha cama. Cresça, Kyle, cresça. Em 6 meses, vou te provar que não estou mentindo e, até lá, você vai ter perdido a coragem de postar uma foto se quer. 

—Isso é o que vamos ver, Fiorella!  

Não podia escutar mais daquela palhaçada, por isso, entrei no carro e rapidamente conectei o celular a ele, antes de começar a dirigir.  

—Pai, ainda está aí? —perguntei, com a voz cheia de receio.

—A sua mãe vai te matar!  

—Eu sei. Eu não estava esperando por isso e também, não é como se fosse culpa minha de Kyle ser um puta desequilibrado. Agora eu tenho que achar um cara querendo receber uma grana fácil o mais rápido possível, para esfregar na cara dele que eu não estava mentindo.  

—Acho que seria prudente contactar a polícia e ver se não há nada que possa ser feito, antes de... Dessas fotos serem divulgadas.  

—Eu não posso fazer isso, o pai de Kyle trabalha para o FBI e tem uma influência grande dentro da polícia. Mas vou ligar para o meu irmão e pedir para que ele hackeie o celular dele e apague as fotos. Mas mesmo assim, vou entrar no joguinho dele e ir até o final, porque sei que algo pode dar errado, ele pode ter as fotos em outro lugar, Filippo pode acabar demorando e não quero que Kyle desconfie de nada.  

—É bom ter um plano B mesmo. Porque, se Filippo conseguir apagar as fotos, o estrago vai ser menor. Agora, minha filha, eu fiquei tão nervoso com o escândalo de Kyle que esqueci de te informar que estava no viva-voz. 

—Quem está aí? Fanny?  

—Não, sua irmã está muito ocupada com os preparativos do casamento dela. Na verdade, estou em uma reunião com Thiago, Thalia e Thomas Cox, os donos do hotel que estou te comprando.  

—Oh, não pai. Me diga que tirou do viva-voz e ninguém mais escutou minha briga com o babaca do meu ex-namorado!  

—Infelizmente, fiquei nervoso demais para me lembrar disso. Estava com medo dele fazer mais uma loucura, atentar contra a sua vida, eu não sei...  

—Deus! Tudo bem, querem tratar da venda do hotel? Boa tarde, senhores e senhora Cox, peço desculpas pelo constrangimento.  

—Não se preocupe, querida! Espero que consiga se livrar dessa situação — A voz doce da mulher surgiu pela primeira vez. Apesar de parecer simpática, eu sabia que tinha jogado toda a minha credibilidade no lixo, com o showzinho.  

—Querida, os Cox são muito apegados ao hotel e decidiram fazer uma contraproposta. Eles pensaram bem e decidiram que o acordo inicial não estava suprindo as necessidades familiares dele. Thiago, por que não a explica melhor?  

—Gostaríamos de saber, se não é interessante para a senhorita, ocupar o cargo de gerencia do hotel durante seus primeiros anos de carreira. Enquanto isso, nossa empresa garantiria a construção de seu primeiro hotel próprio, com um grande desconto.  

Respirei fundo, antes de começar a responder: 

—Não é uma ideia que mereça um descarte imediato, senhor Cox. Mas honestamente, depois que me foi ofertada a venda integral do hotel, iniciar logo a minha empresa, como CEO, me pareceu mais lucrativo. Além do mais, penso em expandir os negócios da mesma forma que meus pais fazem, comprando hotéis à beira da falência e os colocando de pé. Trabalhar em novas construções, do zero, demandaria muito mais tempo e capital do que pequenas reformas.  

—Nós entendemos. Porém, esse hotel nos tem um valor sentimental muito grande, principalmente para nosso filho. Nós não pretendemos nos desfazer completamente dele, não por uma questão de autonomia, mas por apego. Não podemos acertar alguma outra proposta, que seja satisfatória para ambos os lados? Talvez te auxiliando na reforma de seus primeiros hotéis, se for comprá-los a beira da falência, como deseja, então? —Novamente ouvi a voz de Thalia.  

—Talvez uma sociedade não seria de todo ruim. Posso, abrindo minha empresa, vender algumas ações para os senhores, assim ainda se sentirão donos do hotel e serão sócios participativos, enquanto eu poderei ter o poder necessário para expandir em meus negócios da forma que desejar.  

—Pai, mãe, podemos conversar a sós por um segundo? Tenho uma proposta mais interessante, para ambos os lados — Ouvi uma voz, ainda desconhecida, na chamada.  

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