360 dias até o casamento
Thomas
—Sei que não posso comprá-la com dinheiro e nem tenho essa intenção —Comecei a dizer, tentando formular cuidadosamente as minhas palavras— Mas acredito que seria uma oferta justa te oferecer metade do que tenho no fundo financeiro, assim que eu o receber.
Não falei tudo o que pensei em voz alta, mas já tinha feito as minhas contas. O dinheiro que estava lá era praticamente perdido, a não ser que eu corresse contra o tempo. Mesmo oferecendo a ela todo esse valor, eu ainda receberia mais do que investi e, mesmo que recebesse a mesma coisa, ainda era mais vantajoso do que simplesmente excluir aquele dinheiro da minha vida.
—Me soa controverso, se sabe que dinheiro não é o suficiente para conseguir o que quer de mim, então por que me ofereceu dinheiro? —ela me desafiou. Era justo, da mesma forma que eu não aceitaria um acordo daquele tipo, apenas por dinheiro, eu sabia que ela também não o faria.
—Porque acho que é justo que receba por isso, uma vez que meu retorno também será financeiro. Vou ser honesto, mesmo cedendo a você metade do que tenho para receber, vou ganhar bem mais dinheiro do que investi. Dinheiro pode não ser o suficiente para fechar um acordo, mas não sou injusto, se aceitar se casar comigo para conseguir me tornar um milionário pelos meus próprios meios, nada mais justo que você partilhe dos mesmos benefícios.— fui sincero, se eu queria fazê-la aceitar aquele acordo, precisava disso, mostrar a ela que eu não estava fazendo jogos e tirando vantagens indevidas ou desconhecidas.
—Sabe que a minha principal vantagem será evitar a divulgação das fotos, certo? Isso pode acabar com a carreira de uma mulher e, bem, não me deixar crescer profissionalmente, pelos meus próprios meios- debochou do jeito que eu havia falado. Me segurei para não revirar os olhos e respondi:
—Mais um motivo para te oferecer esse dinheiro. Pode ser que as suas fotos sejam divulgadas mesmo se você cumprir com o que seu ex decretou, nós dois sabemos disso. Se acontecer, o acordo não teria funcionado para você, mas ao menos você sairia dele com dinheiro suficiente para recomeçar e ter mais uma garantia. Sei também que as ameaças de seu ex não precisariam te levar até o altar, então acho justo que você tenha uma vantagem extra para, digamos que, estender o plano e levá-lo a um outro patamar.
—Me parece justo, ainda assim, talvez eu conseguisse resolver tudo isso de alguma maneira mais fácil. Mais dinheiro é sempre bom, ainda mais em grande quantia. De fato me ajudaria com meus projetos pessoais, mas não sei se vale o risco de me envolver em algo tão grande, quando posso resolver o meu problema com um namoro de algumas semanas, quando sei que tenho potencial para me estabelecer financeiramente sozinha, com a ajuda dos meus pais, é claro.
—E se ele divulgar as fotos, mesmo assim? Você disse que isso poderia acabar com a carreira de uma mulher, o dinheiro que você receberia de mim seria o suficiente para garantir uma vida boa—arrisquei dizer, era a minha última cartada, meu último argumento para tentar convencê-la de que se casar comigo seria duplamente vantajoso.
—Está tentando me convencer a me casar contigo ou a correr dessa ideia? Porque eu tenho certeza que você detestaria a possibilidade disso acontecer e de sua “querida esposa” ficar com a imagem manchada por aí— Eu não contava com isso, não contava que ela pensaria assim de mim.
Olhei em volta, seu pai roía as unhas, os meus me encaravam. Ninguém diria nada, estavam deixando que encontrássemos o nosso próprio acordo. E eu sabia o que pensavam: que sairíamos todos daquela sala sem nada acertado, que Fiorella desligaria a chamada e logo em seguida começaria a procurar por outro hotel para comprar.
Eu, porém, só podia usar da minha honestidade para tentar convencê-la de que não estava doido, de que a minha ideia seria boa para nós dois. E eu não era injusto, não iria sugerir algo que trouxesse somente (ou mais) vantagens a mim.
—Pelo contrário, Fiorella. Uma situação como essa seria muito ruim para você, sabemos disso. Se eu sei que vivemos em uma sociedade machista, tenho certeza que você pode me comprovar isso com as suas próprias experiências pessoais.
—Sim— respondeu apenas, sua voz fraquejou.
—Temo dizer que, pensando na hipótese das fotos serem divulgadas: se você estiver namorando e, logo após aparecer solteira, a mídia encontrará nisso um argumento para chamá-la de nomes que nem gosto de dizer em voz alta. Por mais injusto que seja, vão se basear nisso para dizer que você estava traindo o seu então parceiro e contarão histórias ainda mais baixas.
—Então, se eu estiver contigo, vou me livrar de todos os xingamentos, vou me desvincular da imagem de vadia? —ela me provocou, seu tom era de desafio, como vinha mantendo em toda a conversa. Parecia duvidar de mim, da verdade por trás das minhas palavras. Aquilo não me abalaria, entretanto, porque eu sabia que estava jogando de forma justa.
—Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer que não acho que a existência e o possível vazamento dessa foto te deslegitimam como pessoa. Poderia acontecer com qualquer um, não acho que seja uma vadia por isso. —Achei importante alinhar os meus pensamentos e expor a minha opinião pessoal.
—É o mínimo que eu esperaria do meu futuro marido— ainda manteve o tom, testando a minha paciência. Respirei fundo e tentei, mais uma vez, encontrar uma forma melhor de me expressar:
—O que quero dizer é que eu não me sentiria prejudicado, em nosso acordo, caso as suas fotos vazem. Posso até mesmo dizer que seria vantajoso para ambos os lados, porque para mim, afirmaria que estou em um relacionamento tão sólido e verdadeiro que nem mesmo um escândalo seria capaz de destruí-lo. E para você, estando com um aliança em seu dedo, tendo um marido que te apoiaria, você conseguiria se desvincular de qualquer imagem ruim. A permanencia do relacionamento comprovaria que não houve traição ou deslealdade, apenas um passado já superado.
—Então eu preciso de um homem ao meu lado para comprovar que eu não sou o erro que cometi? —Mais uma vez era uma provocação, um desafio. Sendo honesto, àquele ponto da conversa, eu já não esperava nada diferente, sabia que ela continuaria agindo daquela forma, até que estivesse convencida da minha proposta, ou de não aceitá-la.
—Não, não é como penso e como acredito que as coisas deveriam funcionar. Mas estou sendo realista sobre o mundo em que vivemos, facilitaria as coisas para você, se tivesse um homem ao seu lado, concordando com o que diz e levantando a voz para te defender das acusações que podem te atingir. Não é uma questão de mérito ou poder para mim, mas de demérito de uma sociedade que, nós dois sabemos, ainda não aprendeu a ouvir a voz das mulheres e respeitar a liberdade sexual feminina.
—E no fim culparíamos a mídia, durante o divórcio, por ter desgastado o nosso relacionamento? —Questionou.
—Talvez. Ainda não parei para pensar sobre o possível divórcio...
—Entre nós dois, se houver casamento, haverá divórcio, Thomas.
—Então haverá casamento? —pude sentir a minha voz criar vibrações em todo o meu corpo, conforme a curta frase saía dos meus lábios. Eu estava tentando resolver o meu problema, os nossos problemas, e sabia que estava o fazendo da maneira correta. Talvez não funcionasse, mas eu nunca saberia se iria, se não tivesse tentado.
—Ok, você passou no teste! —sua voz foi cortada pela ligação telefônica e por alguns segundos eu acreditei ter entendido errado, tanto que perguntei:
—O que? —franzi o cenho, ela era doida?
—Entendi o que quis dizer desde o início, Thomas. Eu precisava fazer um teste, ver como você me explicaria a situação, se em algum momento você tentaria me induzir ou me manipular a pensar que você estaria me fazendo um favor ou que a sociedade estaria certa com relação a mim, as fotos e a você sendo a minha "salvação".
Quem não entendia mais nada era eu. Ao mesmo tempo em que tinha a minha consciência limpa de ter sido sincero, eu me questionava se realmente tinha me expressado bem, se não tinha passado a impressão errada para Fiorella. Porque, no fim do dia, eu sabia que ela seria muito julgada e que eu podia ser uma barreira para esses julgamentos, mas eu também teria o poder de torná-los muito maiores, se esse fosse o meu desejo. Ela precisava confiar em mim, nós dois sabíamos disso, e eu faria de tudo para mostrar para ela que eu era confiável, que a minha intenção não era prejudicá-la.
—Então temos um acordo? —a perguntei. Vi, de canto de olho, o seu pai negar com a cabeça. Sabia que ele deveria estar se perguntando que merda a filha dele estava prestes a fazer, mas não retirei a minha pergunta. Meus pais pareciam igualmente confusos com o rumo daquela conversa, mas mais satisfeitos e confiantes que Luigi, de fato.
—Entende que, se as fotos não forem divulgadas, eu não vou ter motivos além do dinheiro para levar essa união até o altar? Entende que posso ser vista como a maior mercenária?—ela era boa em argumentar, muito boa.
—Entendo. E vejo que você tem quatro motivos para aceitar esse acordo, um que não o obrigaria a levá-lo até o altar, que seria barrar a divulgação das fotos, o outro o dinheiro, mas também, a chance de uma imagem menos manchada, caso tudo dê errado e as fotos sejam realmente vazadas e o último, o hotel que você tanto deseja, em suas mãos com mais facilidade. Eu, por outro lado, tenho dois motivos: o dinheiro e a chance de continuar sendo dono de uma parte do hotel. É injusto colocar em uma balança, porque sei que fui eu quem fiz a oferta e que a proposta pode pesar, pode parecer mais interessante para o meu lado, mas eu estou disposto ao que quiser, durante os anos que estivermos juntos, vou fazer o possível para tornar as coisas mais fáceis, para ampliar o seu leque de vantagens, dia após dia. E se não confia em minha palavra, podemos deixar tudo regulamentado por meio de contratos.
—Separação total de bens, então. Tudo que eu tenho continua sendo meu, tudo que eu construir durante o casamento também continua sendo meu. E vice e versa. Dividimos o hotel antes do casamento, metade meu e metade seu, isso não irá mudar durante o divórcio ou depois da criação da minha rede, porque diz respeito a uma unidade. Implementamos uma cláusula que me dá direito a metade do seu fundo financeiro. Nada mais justo do que você ficar responsável pelos custos do casamento, de moradia e despesas mensais básicas de nós dois, já que será o maior privilegiado com o casamento. Quando assinarmos o divórcio, a casa que construírmos é sua e eu vou poder continuar a frente da administração do hotel. Cada um segue a sua vida, mantendo apenas o hotel em comum. E mais uma coisa, como só vou ter direito a cinquenta por cento do hotel, só vou pagar o equivalente a metade de seu valor de mercado, para ser justo.
Entre ganhar e economizar dinheiro, dependendo de cada ponto específico, aquele acordo tinha acabado de se virar contra mim. Talvez, no fim das contas, fosse muito mais vantajoso para Fiorella do que para mim, mas ainda era a minha única opção de manter comigo dois dos meus bens mais valiosos: o hotel onde cresci e o dinheiro que pode me garantir uma vida tranquila.
—Me parece justo— falei, por fim— Quando acertaremos o nosso negócio?
—No casamento da minha irmã! Vamos nos conhecer e ver se ainda estamos de acordo com o plano, depois que estivermos cara a cara. —disse firme, do outro lado da linha, como se duvidasse que eu fosse manter a proposta de pé, depois de estar com ela.
—Precisamos de um roteiro, de uma data para o casamento e como vamos prosseguir até lá— falei, me adiantando, eu não desistiria.
—Antes disso, precisamos ter certeza se iremos querer mesmo a união. Mas teremos tempo suficiente para resolver toda a situação, em Aruba.
—Em Aruba?
—Fanny se casará no mês que vem, em Aruba— seu pai se pronunciou, pela primeira vez nos últimos minutos. Não deixei de notar a expressão de desgosto que ele fazia, enquanto os meus só pareciam assistir àquela loucura, como se estivessem em um circo.
—Tudo bem, acertaremos os detalhes em Aruba, então.
344 dias até o casamento Fiorella Quando cheguei em Aruba, os noivos já estavam aqui há uma semana. Nós iríamos aproveitar alguns dias em família, no paraíso, mas também havia muita coisa para ser feita, no que diz respeito ao casamento. Tudo isso me fazia pensar se era uma escolha consciente passar por todo esse processo sem estar perdidamente apaixonada, sabendo que um divórcio era certeiro. A minha família já estava ciente das ameaças de Kyle. Nós éramos unidos ao ponto de não escondermos as coisas um do outro, por isso, se eu e Thomas fossemos a frente em nossos planos, eu contaria para eles. Jamais conseguiria manter o teatro de família feliz e conseguir enganar os meus irmãos, a minha mãe. Enquanto ela e meu irmão tentavam resolver a situação, eu tentava encontrar uma forma para explicar como seria a minha relação com Thomas Cox. Era difícil, até para mim, administrar a proposta que recebi e o que me fez aceitá-la com mais facilidade do que eu deveria. Eles percebiam que al
344 dias até o casamentoThomasA minha respiração estava presa desde o momento em que entrei naquele quarto. Se não disse nada, é porque não tinha voz, não havia ar em meus pulmões, eu não encontrava uma gota de saliva em minha boca.E porra, ela era a merda de uma patricinha mimada, de quinta categoria. Tenho certeza de que, nesse exato momento, ela deve estar reclamando internamente por ter, sem querer, demonstrado uma “fraqueza” para um desconhecido. Eu conseguia enxergar em sua expressão, como ela foi pega desprevenida me vendo dentro de seu quarto, tendo falado que se sentia mal sem saber que eu estava aqui.Agora ela vestia uma capa de garota fria, metida e confiante, apenas porque não gosta de expor seu lado fraco para qualquer um. Eu não precisei de mais do que alguns segundos para entender que aquele era o jogo de Fiorella. —Eu sei que todos eles ficam lindos em mim, papai. Mas parece que nenhum deles se encaixa com o dia de hoje, fiz mas escolhas e deveria ter trago mais
344 dias até o casamento FiorellaOlhei, mais uma vez, para os três vestidos pendurados no cabide. Minha sincera vontade era de me aventurar pelas ruas de Aruba, faltando um pouco mais de uma hora até o casamento da minha irmã, para comprar outro vestido para utilizar durante a cerimônia.—Gosto do amarelo, apesar do tecido ser mais estruturado e menos confortável. A gravata que o seu irmão vai usar é exatamente dessa mesma cor— meu pai me disse, apontando para o vestido mais claro, que também tinha sido o meu favorito, no dia em que os comprei. —Por que você não experimenta e pergunta a Thomas o que ele acha?—Me pergunta? —Ele disse, de repente, parecendo meio assustado, surpreso com a direta que recebeu. Ouvi a voz dele e reparei nela, o tom rouco, sexy e formal, ele era um pedaço de mal caminho e com certeza poderia ser um interesse físico meu, se eu esbarrasse com ele em uma situação diferente da nossa.Eu e Thomas tivemos uma longa conversa, quando acertamos a proposta do contr
344 dias até o casamento Thomas Me perguntei, algumas vezes, onde estava me metendo e o que estava passando pela minha cabeça. Faz muito tempo desde que descobri e entendi que ideias no papel parecem bem menos trabalhosas do que na prática, é por isso que somente fazendo as coisas com nossas próprias mãos, por além de apenas teoria, que conseguimos adquirir confiança no conhecimento, porque só assim nós conseguimos vivenciar situações imprevistas e desgastantes, trabalhosas, mas que compensam no final, seja pelo aprendizado ou pela matéria.E bem, meus motivos com aquele acordo eram extremamente materiais. Dinheiro e um hotel, como isso poderia soar egoísta! Quando conheci Fiorella, entretanto, percebi que eu estava cara a cara com um desafio maior que o esperado. E quando digo maior, é em muitos sentidos, mais alta, mais bela, mais ardente, mais irônica e muito, muito, mais traiçoeira do que eu pensei que ela seria.Eu tirei duas fotos do tecido do seu vestido, como foi pedido. Ent
Fiorella Observar, do altar montado sob a areia da praia, a minha irmã caminhando até seu noivo, foi um dos momentos mais impactantes da minha vida. Mas também me fez entender uma realidade que, querendo ou não, se aproximava: o meu possível e provável acordo com Thomas Cox me levaria de volta ao altar, dessa vez não como madrinha ou irmã, mas ocupando o posto de noiva. —Ela está absolutamente linda— meu irmão falou, ao meu lado. Sorri fraco e sequei uma lágrima que escorreu pela minha bochecha. —Olhe para Henry, ele está completamente apaixonado— apontei com a cabeça, na direção de nosso cunhado —Fanny é muito sortuda de encontrar alguém que a ame do jeito que ele a ama! —Você também vai encontrar alguém que te ame dessa forma, Fiorella— Filippo me disse, sem que eu tivesse solicitado seu acalento ou demonstrado sentir falta de um relacionamento. —Não sei se estou procurando por isso, Pippo! —Se você diz... Fanny era linda, mas naquele dia, parecia mais radiante do que em
344 dias até o casamento ThomasEu reparei no momento em que Fanny havia jogado o buquê, prestei atenção quando ele ameaçou cair nos braços de um dos convidados e como ele o socou de volta para cima, como se não quisesse recebê-lo. Coloquei as mãos sobre os olhos, quando um vento forte correu, com medo que graus de areia atingissem os meus olhos. Mas quando eu os abri, só consegui ver as flores se aproximando de mim e abrir os braços a tempo para não deixar o buquê cair no chão. Eu não estava participando da busca, mas parece que as margaridas se interessaram por mim mesmo assim, como se tivessem sido capazes de prever a minha busca por uma noiva e o fato de ter encontrado alguém doido o suficiente para cogitar o meu plano. Eu estava conversando com Luigi, o pai da noiva e, bem, também da minha futura noiva, no momento em que tudo aconteceu. Não sei o explicar bem o que passou na minha cabeça na hora, ou o que qualquer um dos convidados pensou quando me viu segurando as delicadas
343 dias até o casamento FiorellaJá era madrugada, muito, muito tarde. Talvez o sol estivesse perto de nascer, mas as comidas e os drinks não paravam de chegar e eu deveria aproveitar a noite, afinal, era o casamento da minha irmã e nós esperávamos que ela se casasse apenas uma vez na vida.Talvez fosse também a última vez que eu participasse de um evento como aquele, antes de estar comprometida, casada e depois divorciada. As coisas já não faziam mais tanto sentido, poucas pessoas ainda estavam na festa e Thomas já tinha sumido do meu campo de visão há horas. Em algum momento, um dos convidados caiu na piscina e quem ainda estava por ali se jogou também, era uma pena pensar em quantos vestidos estavam sendo estragados pela água com cloro. Eu havia bebido o suficiente para sentir algum efeito do álcool, mas não posso ser hipócrita, odiava como a bebida era romantizada e como as pessoas glamourizavam a sensação de não estar no controle de seus corpos. Não gostava de encarar o álco
343 dias até o casamento Thomas Fiorella não estava bêbada, mas nitidamente havia bebido algo, além de aparentar estar muito sonolenta e cansada, apesar de eu não saber se ela tinha noção disso. E quando ela entrou no banho, eu logo tratei de abrir as janelas e deixar o quarto aquecer. Depois disso, peguei um energético dentro do frigobar, porque eu também estava cansado e com sono. Dormi por cerca de três horas, até Fiorella me interromper, com batidas na porta. Falando nela, conferi através do olho mágico, para ter certeza de que a mulher não estava mais ali, mas o meu campo de visão era muito limitado e não pude ter certeza. Eu ainda tentei ligar para a recepção, enquanto aguardava Fiorella sair do banho. Ninguém me atendeu e, alguns minutos depois, comecei a ouvir gritos distantes, o que me fez pensar que alguma confusão generalizada poderia estar acontecendo em algum dos salões de festa de festas, o que poderia justificar a ausência de funcionários na recepção. Apoiei o meu