2

 — Mora com quem? — pergunto e ele me encara.

— Sozinho, ué... Quer ou não? — sinto meu coração acelerar.

— Quase fui estuprada por seu amigo e quer mesmo que eu acredite que não tem más intenções? — ele ri e se levanta.

— Se eu quisesse comer você, garota, não teria te ajudado. Já teria te levado para um canto daquela festa assim que chegou. Tenho caráter, sou homem. — Ele me olha de cima a baixo — Então vai por mim, não tenho um pingo de interesse em você, ainda mais sem o seu consentimento 

Droga, droga. Lá estava eu fazendo papel de boba, me comportando como uma bela de uma mal agradecida.

— Ok então, boa sorte em pernoitar na rua. — Ele se vira e começa a andar. Não sei se é uma boa ideia aceitar sua oferta, mas talvez seja melhor que ficar na rua.

— Tá bom! — me levanto rápido e ele para subitamente — Mas me prometa que ao amanhecer vai me levar até a Manu — ele me olha, sem entender.

— Claro, não quero manter você presa... Não se preocupe — sorri — Minha casa não é longe, me siga — E assim o fiz.

***

Daniel abre o portão de sua residência e logo me surpreendo. O lugar é grande, dois andares e ainda haviam dois carros na garagem. O gramado bem verde e as paredes brancas limpíssimas.

— Casa bonita — falei seguindo-o até a porta da frente — Mas não é solitário aqui? Quer dizer, uma casa tão grande para apenas uma pessoa... — ele dá de ombros.

— Às vezes... — diz enquanto acende as luzes da sala de estar, me deixando de boca aberta! Se se o lado de fora era bonito, por dentro era ainda melhor: — Porém não me importo muito, gosto de ficar só — Diz por fim, e continua: — Os quartos ficam lá em cima, só que o banheiro do quarto de hóspede está quebrado, fique à vontade para usar o meu. Primeira porta à esquerda — encaro o rapaz, que revira os olhos jogando-se no sofá

— Espero você aqui — Finaliza.

Sigo suas orientações e chego ao cômodo. Seu quarto é bem arrumado e tem o cheiro forte de perfume masculino, uma delícia... 

Observo todo o ambiente e então me direciono ao banheiro, acendo a luz e fico ainda mais surpresa com a arrumação do local. Para um homem, até que ele é bem organizado.

Tiro toda a minha roupa ainda sentindo as mãos do filho da puta em meu corpo. Preciso urgentemente tomar um banho, me sinto suja... Entro no box e deixo a água morna escorrer pelo corpo. Era tudo o que precisava.

Volto a realidade ao ouvir uma batida na porta. Por instinto levo as mãos até as partes íntimas, escondendo-as.

— Você falou que ficaria lá embaixo! — digo, e só então me dou conta de que ele não abriu a porta, então relaxo.

— Apenas lembrei que você não tem o que vestir. Aqui tem roupa e toalha. Deixarei na porta.

— Obrigada! — respondi sem saber se ele já havia se retirado.

Olho ao meu redor e encontro o shampoo, que para minha decepção é feminino. Ou ele gosta desse tipo, ou ele não é tão sozinho como deixou parecer. De qualquer maneira, tento me convencer de que aquilo não me interessa.

Por fim, ainda toda molhada, abro um pouco a porta para pegar o que ele havia deixado ali para mim. Me seco, visto a mesma calcinha e noto a roupa que separou. Uma blusa preta com estampa de caveira com um short largo demais, precisarei de um cinto para que me sirva.

Visto a blusa que fica num comprimento abaixo da minha bunda, quase parecendo um vestido, assim abro mão do short e saio do banheiro com a toalha em meus cabelos. Logo o vejo sentado na cama, sem camisa, apenas com a calça preta que usava mais cedo. Encaro fixamente e ele também me olha.

— Como você está? — pergunta, e tenho que fazer um pequeno esforço para não olhar seu abdômen bem definido.

— Ficarei bem... Novamente, obrigada por hoje — ele apenas balança a cabeça. — Você gosta de shampoo feminino? — ele ergue uma sobrancelha e aponto para o banheiro — Você falou que vive sozinho, mas achei um shampoo feminino no banheiro... Sabe, não quero trazer problema para ninguém. — Ele ri e levanta-se da cama.

— Falei que vivo só, não que não recebia visitas — ele me olha de um jeito que faz meu coração disparar, e sinto minhas bochechas vermelhas na mesma hora.

— Entendi — dou um passo para trás — Onde posso dormir? 

— Vem... — concordo e abaixo a cabeça para tirar a toalha — Sua amiga está desacordada — Levo um minuto para entender do que se trata, então ele me mostra o celular, na tela uma imagem.

— Esse é o Eduardo, né? — Pergunto e ele concorda. Na foto Manuela aparece jogada nos braços do garoto — Ótima amiga. — Reviro os olhos e me sento na cama, aparentemente do quarto de hóspedes.

— Ela não avisou que geralmente bebe até cair? — nego com a cabeça — Manuela é a garota mais louca que conheço, precisa ver. Tenho várias fotos dela dando PT — ele ri, divertido.

A forma que fala dela, o sorriso em seu rosto e o carinho estampado na voz. Será que ele gosta da minha amiga?

— O que foi? — pergunta

— Eu estava pensando, você parece gostar da Manu — ele ri baixinho.

— Claro que gosto, quem não gosta daquela garota? — concordo com ele, que me encara fixamente conforme se aproxima — Tem uma coisa no seu... — estica a mão e mexe no meu cabelo.

Seu rosto ficou tão perto de mim que preciso prender a respiração. Encaro seus olhos e sua boca, que tem um formato de arco e um tom avermelhado.

— Gostou? — me assusto ao notar que ele percebeu — Quer saber que gosto tem? — o sorriso ladino... Puta merda, puta merda. Me levanto rápido, sem jeito.

— Eu não estava olhando para sua boca! — ele ri e se deita na cama.

— Você a comeu com os olhos ... — reviro os olhos com sua presunção.

— Porque olharia? Não tem nada de interessante — o seu sorriso fica ainda maior. Eu sou uma puta mentirosa e ele sabe disso. — Você nem é tão bonito assim... Nem atraente — ele senta-se na cama ainda sorrindo. Babaca.

— Não? Então por que me encarou lá no baile. Quase não tirou os olhos de mim... — foi minha vez de rir.

— Porque eu nunca vi nada tão feio na vida! — a brincadeira surtiu efeito, no mesmo momento Dan veio para cima de mim, segurando um dos meus pulsos e me prendendo contra a parede.

— Corajosa falar isso para um homem, sozinha na casa dele. — o rapaz aproxima a boca do meu pescoço. 

Ao sentir sua respiração na minha pele, me arrepio completamente e sinto algo crescendo dentro de mim. — Sabe o que pensei quando vi você? 

— Não quero saber. — Tento me desvencilhar, mas ele não sai do lugar.

— Parece interessante, mas não aguentaria a pressão — ele se afasta o suficiente para me encarar — Foi isso o que eu pensei.

— Não? — rio com desdém — Sabia que já foi comprovado que homem que se garante demais na hora do sexo, nunca fez mulher nenhuma gozar? — seu sorriso muda, ficou mais largo e, diferente do que pensei, malicioso.

— Ana Luiza — diz lentamente meu nome como se testasse como fica ao falar — Eu poderia facilmente provar a você que faço sim, uma mulher gozar... — sua boca está tão próxima da minha — Mas sou um homem de palavra. Não vou comer você, até que você me peça! — ele continua me encarando.

— Cuidado Daniel, eu sou como uma droga. Depois da primeira vez, você vai me procurar atrás de mais... — aproximo mais minha boca da sua. Olho para seus lábios e em seguida para seus olhos.

— Você fala muito, porque não me prova? — ao dizer isso ele sorri, e inverto as posições.

Ele b**e as costas na parede e nos encaramos por pelo menos dois segundos antes que possa me dar conta de que o estou beijando. Sim, eu! O que foi que aconteceu comigo? Ele é uma delícia, estamos sozinhos e eu fiquei com tesão, por que não? Afinal, é coisa de apenas uma noite, o que pode dar errado?

Nosso beijo fica mais selvagem a cada minuto, e nossos corpos já não se contentam apenas com isso. Ele agarra minhas pernas e me puxa para cima. Já em seu colo sinto sua mão apertando minha bunda enquanto sua boca desce para meu pescoço. Ele me deita na cama e fica por cima de mim, ainda me beijando. Sua mão fica cada vez mais curiosa, sobe por minhas pernas, barriga, até parar na blusa. 

Mordo seu lábio assim que ele coloca a mão por dentro da blusa e aperta meu seio. Um gemido sai da minha boca e se perde na sua. Parece que esse som o deixa ainda mais louco. Ele puxa minha perna para cima e b**e forte em minha bunda. Sinto-a queimar, mas adoro a sensação.

— Então é assim que você gosta? — pergunta com a voz rouca de tesão.

Sorrio maliciosamente enquanto olho em seus olhos, o provocando e mostrando todo meu desejo por ele. Eu preciso desse cara, preciso do seu membro dentro de mim, preciso sentir sua boca me chupando e saboreado cada parte do meu corpo.

Lentamente sua mão desce, primeiro passando por minha barriga até enfim entrar em meu short. Abro mais as pernas e suspiro alto quando seu dedo massageia meu clitóris. Sinto seus dedos molhados fazendo movimentos circulatórios.

— Peça — diz, me encarando — Peça para eu comer você! — ele sorri — Não farei nada a mais enquanto você não pedir — seu olhar, sua boca, seu corpo... Tudo, eu quero tudo!

— Me fode, agora — sussurro em seu ouvido, conforme puxo seu cabelo, seu sorriso fica ainda mais largo, maldoso.

Com um movimento rápido Dan me coloca de quatro e puxa meu short., ainda bem que escolhi a calcinha certa para esta noite. Sinto quando ele puxa a calcinha de lado e me chupa deliciosamente. Primeiro apenas a língua, mas depois sinto sua boca por toda minha parte. Gemo alto e me agarro ao lençol, empinando a bunda, olhando para trás para só para vê-lo tão cheio de tesão quanto eu.

O segundo tapa vem logo em seguida outro, e então mais outro, e outro... gemo e sorrio em simultâneo. Naquele momento eu senti que ele iria me provar o contrário do que falei, e por incrível que pareça, era isso mesmo que queria. Ele me chupa ainda mais, até que para, ficando de pé. Então me viro.

— Quero as suas mãos em mim — mordo os lábios ao ouvir isso.

Ele começou a abrir a calça com os olhos fixos em mim, entendo o que preciso fazer. Me ajoelho, segurando em seu pênis e massageando, admirada com o tamanho e a largura. Sua mão acaricia calmamente meus cabelos. Me inclino e passo lentamente a língua na ponta, ele geme, puxando meus fios com mais força.

A cada chupada e lambida, seus gemidos são mais estimulantes. Estou tão molhada e sedenta por ele! Seguro firme ainda massageando-o. Quando o encaro, o filho da puta me olha com uma puta cara de tesão que me deixa louca, descontrolada. Desço uma de minhas mãos por minha perna e me toco enquanto minha boca continua o trabalho.

Gemo e fecho os olhos ao sentir um tapa em meu rosto.

— Cachorra! — diz, e sorrio olhando para ele.

— Quero você dentro de mim agora... — digo e observo o puta sorriso em seus lábios.

— Seu pedido é uma ordem! 

Perdi qualquer que fosse o senso. Eu o queria, ali e agora.

Então quando o homem veio para cima de mim, apenas o agarro. Sinto todo meu corpo latejar, implorando por ele, que sabia e queria o mesmo. Por isso, não faço a mínima ideia de quando tudo termina. Só sei que exaustos, acabamos adormecendo.

***

Quis xingar qualquer um quando o Sol invadiu o ambiente, deixando a ideia de dormir mais, impossível. Abro meus olhos e observo o quarto, lençóis e roupas jogadas no chão. Me sento na cama, ainda nua e sinto dor por todo meu corpo, um sorriso surge em meus lábios com a lembrança da noite anterior.

Daniel não está ao meu lado e nem no banheiro. Levanto, pego uma blusa dele e visto, então começo a busca por meu celular. Desço as escadas bem devagar, meu coração acelerado por algum motivo que nem sei explicar. Talvez por ter transado com um cara que nunca vi na vida. 

Paro na porta ao ouvir vozes.

— Filho da puta, quer que eu resolva isso? — uma voz masculina familiar ecoa.

— Vou resolver de tarde. Leva ele pra cova — diz Daniel. 

Sem jeito entro na cozinha e os dois param de conversar na hora.

A outra voz masculina em questão é o Duda, penso em dar um oi, mas seus olhos arregalados me assustam. 

— Você quer dizer que a mina é a amiga da Manu? — perguntou olhando para Daniel e depois para mim — Você dormiu aqui?

Daniel está de boca cheia e encara Duda seriamente. Depois me olha:

— Acordou bem? — pergunta.

— Sim — respondo mesmo querendo dizer que não, já que meu corpo todo dói, mas cada segundo valeu a pena — Você viu meu celular? 

— Coloquei para carregar na sala...

— Obrigada — Duda me observa até eu sair do ambiente.

Meu coração b**e forte dentro do peito só ao ver Daniel, tento afastar os pensamentos que começam a surgir. Foi apenas uma transa e acabou...

Me sento no sofá e pego o celular, sinto meu corpo gelar ao olhar as horas. 11h da manhã, preciso entrar no trabalho as 12h. Digito rápido o número da vadia e ela atende no segundo toque.

— Onde você está, peste? — pergunta alto.

— Agora está preocupada? Você sumiu ontem, não voltou, me deixou só então não venha gritar comigo! — ouço seu resmungo — Estou na casa do Daniel, sabe onde é? 

— O QUÊ? — afasto o telefone do ouvido com seu grito.

— Manu, estou atrasada para o trabalho, traga minha bolsa em no máximo dez minutos! Eu preciso e você me deve!

— Chego em cinco. — ela desliga.

Pego o celular com já 100% de bateria e subo correndo em direção ao banheiro de Daniel. Não molho o cabelo, mesmo que ele esteja cheio de ondas por conta do vai e vem da noite passada. Me lavo rapidamente e saio no momento em que ouço a voz de Manuela.

— Puta que pariu — diz olhando o quarto — Você tem muita coisa para explicar! — pego a bolsa e jogo na cama.

— Assim como você! — visto a calça jeans e coloco o sutiã trazidos por minha amiga.

— Para quem falou que nunca na vida ficaria com Zé droguinha, parece que a noite foi bem agitada... — observo o sorriso em sua boca.

— Daniel não é Zé droguinha — visto a blusa e passo perfume.

— Tem razão! — diz sentando na cama e me olhando — Ele é o dono do morro! — acredito que arregalei tanto os olhos que ela riu da careta — Esqueci de dizer isso ontem...

Eu dormir com um traficante. Não um qualquer, mas o dono. Sinto o medo subindo por meu corpo.

— Sério? — pergunto e ela assente.

Levo alguns segundos para engolir o que ouvi, mas já não me importo mais. Aconteceu, não posso mudar o que rolou. Passo uma maquiagem leve para disfarçar a cara de sono e desço com Manu.

— Já estão de saída? — Dan pergunta.

— Sim, estou super atrasada para o trabalho — falo, empurrando Manuela quando ela começa a rir da minha falta de jeito.

— Entendi. Então até mais Luíza — respiro fundo para não me irritar ao ouvir meu segundo nome na boca dele. Se ele soubesse como odeio esse nome, mas deixo para lá, não importa.

— Adeus, Daniel — falo e ele dá um puta de um sorriso, desgraçadamente lindo.

Esse foi o começo de tudo! Chame como quiser. Destino, irresponsabilidade, ligação... Não importa, por que naquele simples adeus, eu não tinha planos para repetir a noite anterior, mas

mal sabíamos nós que algo já havia sido plantado. Algo capaz de nos ligar eternamente.

Seja como for, foi depois desse dia, dessa noite, desse momento e desse sorriso, nossa história realmente começou!

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo