A manhã estava nublada fria e úmida devido à chuva da noite anterior, mas, como prometido, o rei Cornélio começava a treinar Sírius com seu arco e flecha. Ao fundo do palácio, encontrava-se pai e filho em um momento familiar e amoroso.
Alguns alvos em verde à frente de Sírius e dois alforjes lotados de flechas ao seu lado.
– Afaste mais as pernas, Sírius, tente achar o ponto de equilíbrio do seu corpo. – Falava Cornélio, enquanto batia com a ponta de uma flecha entre as pernas do seu filho.
Sírius abria mais suas pernas, ficando o mais justo e firme possível, segurava grosseiramente o seu arco e acoplava a flecha na corda, puxando-o ao máximo.
– Não é força, Sírius, é dedicação. – Falava Cornélio, enquanto ajeitava o braço do seu filho delicadamente e reduzia o puxe da corda.
Rapidamente, Sírius soltava a corda e a flecha voava disparadamente em direção ao alvo, mas ela caía no chão a poucos metros do disparo, como um saco de estrume e a corda chacoalhava como se estivesse dançando.
– Os nossos soldados fazem isso parecer tão fácil... – Reclamava o príncipe Sírius.
– Eles passaram anos se dedicando, filho. – Respondia seu pai.
Sírius ignorava o argumento de seu pai, pegava sua flecha do chão e colocava novamente no arco. Sem formalidade, postura ou firmeza, ele acoplou a flecha na corda e puxou o quanto pôde e soltou rapidamente.
– Pá! – Ecoava o som da corda do arco.
– Aí! – Gritou Sírius.
– Eu falei pra você, não força a corda. – Falava Cornélio dando uma pequena risada, enquanto Sírius esfregava sua testa, avermelhada.
Após alguns minutos, Cornélio trocou a corda do arco de Sírius e devolveu novamente para seu filho, que agora estava com uma pequena ferida em linha vermelha na sua testa.
– Vamos, mais uma vez, Sírius. – Falava Cornélio.
Sírius se equilibrava, acoplava sua flecha, concentrava-se em seu alvo até decidir o momento certo e puxar a corda do arco, até seus instintos acharem bom e soltar rapidamente.
O som estridente da flecha ecoou pelos ouvidos do garoto, voando como uma águia, rápida e decidida, mas infelizmente não acertou o seu alvo desejado, acabou se inclinando para esquerda.
– Quase. – Falou Sírius com um sorriso.
Após algumas horas de treinamento, na décima segunda tentativa, Sírius finalmente acertou seu primeiro alvo.
– Parabéns, filho! É assim que começa! – Falava Cornélio animadamente.
Com a motivação do momento e os incentivos do seu pai, Sírius tentava cada vez mais.
Mais rápido e acertando os alvos com precisão, começando por um alvo, depois com dois, uma fileira de inimigos e os seus primeiros inimigos em movimento, mas não se saiu tão bem como esperava.
– Vamos, Sírius! Você é o príncipe Snake, consegue resultados melhores. – Falava Cornélio, animadamente.
– dois alvos e dois acertos. Três alvos e dois acertos. Sete alvos e cinco acertos. – Falava Sírius rapidamente enquanto disparava suas flechas em direção aos alvos, tentando orgulhar o seu pai.
As horas se passavam, Sírius e Cornélio se divertiam, acertando alvos grandes, pequenos e alguns em movimentos com ajuda dos serviçais devidamente equipados para não se ferirem.
– Um! Dois! Três! Quatro! – Berrava Sírius animadamente enquanto caminhava e disparava suas flechas para os alvos.
*******
Nos dias seguintes, Sírius passava todas as suas tardes treinando com seu arco, em alvos fixos, móveis, grandes e pequenos, com ajuda dos serviçais reais.
Era mais uma manhã como todas as outras, Sírius se levantava de sua cama confortável e acolhedora, pegava seu arco e corria para o quintal para treinar mais vezes, até ser interrompido pelo seu pai Cornélio.
– Opaaaa! Sírius! – Falava Cornélio pegando seu filho e levantando pelos seus braços.
– Diga, papai… – Falava Sírius constrangido, como se estivesse sendo pego fazendo algo errado.
– Hoje vamos caçar na floresta das cobras. – Falava Cornélio, colocando seu filho no chão.
– Ebaaaa! – Gritava Sírius.
– Vamos tomar café da manhã. – Falava o rei Snake, andando lentamente para a cozinha do palácio.
Sírius corria em disparada para a cozinha. As serviçais preparavam um pão de alho, enquanto sua mãe e irmãos estavam sentados ao lado da mesa com seus pijamas. Ele sentava-se em uma das cadeiras e sorria para sua família.
– Bom dia, Sírius. – Falava Belatriz, ao mesmo tempo em que seu irmão Niro.
– Hoje iremos passar um dia na floresta! – Berrava o rei Cornélio, animadamente.
– Não acho que Niro e Belatriz irão gostar, meu bem, eles têm atividades para fazer. Estou certa, crianças? Você também, Sírius. – Falava Beatriz, pegando um pão de alho que a serviçal servia.
– Um dia de folga, minha querida. – Falava Cornélio.
Uma tosse interrompia o momento familiar dos Snake, um soldado, com uma longa barba negra e cabeça raspada aparecia na porta com uma carta em suas mãos.
– Bom dia, Vossa Realeza. O imperador enviou uma carta para o senhor, rei Cornélio. – Falava o soldado.
Cornélio pegava a carta da mão de seu serviçal e sorria para o homem. Sentava sobre a mesa e abria a carta enquanto seus filhos comiam pães de alho ao queijo tostado.
Logo após a leitura, o rei ficou sem reação durante um tempo, depois ele dobrou a carta e depositou dentro de suas vestes.
– Vamos, meu bem, coma seu café da manhã. – Comentava Belatrice, com seu esposo paralisado segurando seus talheres.
Após todos se alimentarem e vestirem suas roupas, Cornélio e seus filhos saíram do palácio em direção à floresta. Sírius com seu arco e flecha nas costas, Beatriz com uma pequena faca sobre um coldre de sua perna e Niro com um pequeno machado em suas mãos.
A família caminhava entre os feirantes, com o comércio bem movimentado do seu reino, todos cumprimentavam Cornélio e sorriam para seus filhos, alguns até abraçavam e agradeciam por algo que o rei fez, poucas pessoas não cumprimentavam a família real. Após chegar ao pequeno monte à frente da floresta das cobras, Cornélio parava de andar e se abaixava para olhar seus filhos nos olhos.
– Não saiam de perto da mim. – Falava Cornélio, sério.
Todos confirmavam com a cabeça e pegavam suas armas, entrando na floresta lentamente.
*******
O som das folhas sendo amassadas ecoava embaixo dos passos de cada um. As três crianças estavam bem próximas de seu pai, na tentativa de reduzir o medo, entretanto a floresta não cooperava. As grandes árvores ocultavam a luz do sol, os monstros e animais rugiam, rosnavam e berravam aos arredores.
– Sírius… Preciso que acerte aquele rato. – Falava Cornélio baixinho para o príncipe, enquanto apontava para um pequeno rato cinza sobre umas raízes de árvores.
Sírius segurava o arco com suas mãos trêmulas, depositava lentamente sua flecha no arco e puxava a corda em direção ao animal.
– Ahhhhh! – Gritava Beatriz.
Sírius soltava a flecha rapidamente e acabava errando seu alvo, acertando uma árvore. No mesmo momento, as folhas sobre seus pés se mexiam, como se alguém se rastejasse entre elas. Com todo aquele alvoroço, o rato se assustava e corria, logo atrás, as folhas se mexiam euforicamente.
– Pegue, Sírius! – Berrava Cornélio, apontando para o ratinho.
Sírius corria em disparada, obedecendo às ordens do seu pai. Com o seu caminho repleto de folhas, algumas vezes ele se ajeitava para não cair e pulava sobre as raízes das árvores, o rato estava a sua frente euforicamente, enquanto as folhas ainda continuavam a se mexer atrás dos dois.
– Fique parada, sua criaturinha! – Gritava Sírius.
Sírius corria o mais rápido possível, perdendo seu pai e irmãos de vista, mas estava cumprindo a missão. Após uma distância considerável, suas pernas começavam a cansar, sua respiração ficava ofegante e a exaustão batia, mas ele continuava a correr atrás da pequena bolinha de pelo cinza com seu rabo magro e bege.
De repente, o rato subia em uma árvore da altura de uma casa e se sentava sobre um galho, sendo muito alto para Sírius escalar.
– Sírius, você é mais rápido que seus irmãos. – Falava Cornélio exausto enquanto carregava Belatriz e Niro em suas costas.
Com a respiração ofegante, Sírius apenas concordava com seu pai. Pegava seu arco novamente e encaixava mais uma flecha, apontando para o esquilo.
– Concentre-se, filho, use seu extinto superior… – Falava seu pai, baixinho.
Suas mãos ficavam frias, seus olhos endureciam como pedras que ardiam como o fogo e suas bochechas doíam como se rasgasse sua pele. Sua mira ficava estável e fixa sobre seu alvo, que rapidamente se assustava com o garoto lhe encarando, mas o príncipe era mais rápido e soltava sua flecha no momento exato. A lâmina cortava o ar, ecoando um pequeno e veloz som, cravando na barriga do rato e atravessando o corpo da criaturinha, ao mesmo tempo em que o sangue voava sobre o ar, caindo sobre o rosto de Sírius logo após.
– É meu! – Psixim!
Nesse momento, uma grande cobra negra surgia em baixo das folhas e abocanhava o rato de uma vez, ainda no ar.
– O quê?! – Berrava Sírius, assustado com a cobra a sua frente.
– Obrigado pela refeição, garoto. Psixim! – Falava a cobra, arrastando-se novamente para as folhas.
– Venha cá! – Berrava Sírius, pegando a cobra pela cabeça e a segurando.
– Sírius, a solte. – Falava Belatriz, que se assombrava com Sírius.
Os olhos de Sírius estavam verdes-esmeraldas brilhantes, com um farol, suas pálpebras pareciam escamas e suas mãos estavam repletas de veias enquanto segurava a cabeça da cobra.
– Gostei de você, garoto. Psixim! Corajoso! – Falava a cobra.
– Parabéns, filho, dê um nome para ela. – Falava seu pai orgulhoso.
– Rei Cornélio Snake? Psixim. – Falava a cobra.
–Desculpe-me por roubar a refeição do seu filho. Psixim! – Falava a cobra se enrolando no corpo de Sírius.
– Meu nome é Pi, e o seu? – Falava a cobra Pi, enrolada até o pescoço do garoto sem apertar.
– Eu sou Sírius Snake. – Falava o garoto, enquanto seus olhos voltavam ao normal.
*******
Os anos se passavam Sírius e Pi se tornavam melhores amigos, todos os dias a dupla caçava na floresta das cobras, ratos, pacas, mapinguaris, variados monstros, tesouros que nunca achavam e principalmente flores para vender à Florinda, a nova comerciante da cidade, que se tornava amiga dos dois.
16 anos depois O tempo estava nublado, com grande probabilidade de chuva. A atmosfera tenebrosa com o seu ar gélido e a brisa dos ventos ecoavam sobre as madeiras das muitas casas do reino Snake. No centro da vila, encontrava-se o tal palácio, feito de madeira real e couro de diversos animais ferozes. Sírius encontrava-se deitado em sua cama de palha e madeira, aparentemente muito aconchegante e agradável para o clima, espreguiçando-se e bocejando alto o suficiente ao ponto de acordar todo o palácio: – Pá! Pá! Pá! – Ecoava o estrondo por todo o ambiente. O som estridente levava a crer que, naquele momento, alguém tentava arrombar a porta, dando diversas marteladas. Sírius logo pulava de sua cama, acordando completamente assustado. – Quem está aí? – Perguntava Sírius em alto e bom som, enquanto corria aos tropeços em direção à porta principal. – Somos soldados do império da Águia Vermelha, abra a porta ou
Sírius entrava na floresta das cobras com os olhos serrilhados, mãos e braços abertos como se esperasse um ataque a qualquer momento; ouvidos apurados, demonstrando total atenção a cada ruído que a floresta reproduzia a sua volta. Os sons dos ventos entre as árvores ricocheteando entre os galhos e folhas, ruídos de animais e monstros nas profundezas, mas nada aparentava estar próximo o suficiente para atacá-lo de surpresa, talvez por isso ele se recusasse a pegar seu arco, dando apenas passos curtos, aprofundando-se cada vez mais na floresta. – Psixim! – Ecoava nas árvores próximas de Sírius. Nesse momento, vultos negros como fantasmas passavam entre as árvores rapidamente e Sírius tentava acompanha-los com os seus olhos. – Psixim! – Novamente rosnava o som amedrontador ao redor do príncipe. No escuro da floresta devido às grandes árvores a sua volta e às folhas escondendo o céu nublado, os olhos verdes-esmeraldas de Sírius brilhavam fortemente, suas
Era um dia claro, poucas nuvens no céu, os pássaros cantarolavam, o ar ainda permanecia gelado, mas com um clima bem mais agradável. Entretanto, o clima sendo ensolarado ou não, a vida de um prisioneiro de Bacu nunca seria agradável. O príncipe Sírius se encontrava em uma pequena cela de aço, deitado em seu interior, cercado pelas grades de aço, com a face no chão de madeira, sem sua capa e roupa de couro, com o seu peito à mostra, apenas com uma pequena massa de panos amarrados as suas costas – a qual escondia o corte da espada, enquanto era arrastado, por duas criaturas horripilantes, com suas cabeças emanando uma chama avermelhada, e um cavaleiro sobre cada animal. Eles subiam uma grande montanha de cascalhos e pedras, a carruagem trepidava e sacolejava todo o momento que passava por cima de qualquer pedra a sua frente. – Pum! – Ecoava o som da cabeça de Sírius, batendo com força contra o chão de madeira da jaula. Em seguida, ele abria seus
Os dias se passavam lentamente na prisão de Bacu. Em sua cela, Sírius permanecia deitado sobre sua cama dia e noite, levantando-se apenas para suas necessidades e para depositar a cuia na portinha de sua prisão, em busca de coletar as duas refeições diárias.– sopas que variavam de sabores com o tempo, às vezes era de abóbora, outra de batata, de carne, aleatoriamente ao passar do tempo. Quando ele completou uma semana em confinamento, a sua cela se abriu pela primeira vez e três homens entraram, olhando–o, mas ele permanecia imóvel, deitado, apenas observando com ar de desprezo. Um deles usava uma roupa branca com um símbolo da Águia Vermelha no ombro e os outros dois eram soldados com as tradicionais armaduras do império, sendo, um deles, Carmel. – Pelo visto, você já está bem melhor, rei Sírius. – Falava o senhor com um leve sorriso. Eu vim para observar o seu corte. – Completava o homem de roupa branca. – Rei? Me
Era mais uma noite para Sírius na prisão de Bacu, mas, para o mundo, aquela era noite de Ano Novo. Os quatros reinos e o império estavam em festas, aos fogos de artifícios, com muita comida e bebida para os nobres e mais algumas migalhas para os plebeus se animarem. Sírius estava sentado em sua cama, esfregando suas mãos, com o olhar pensativo para o chão de pedras ásperas. – Vai fazer dez anos que estou aqui, dez ou onze anos, mas acho que é na faixa de dez. – Falava Sírius, para si mesmo. – Hoje Tom entrará aqui bêbado, como todos os anos e essa é a minha chance de escapar. – Completava o Snake. Sírius se levantava da cama e amarrava seus cabelos, como um coque feminino e se posicionava ao lado da cela com o seu balde de madeira cheio de dejetos. – Pow! Pow! Pow! – Ecoavam os fogos de artifícios no lado de fora da prisão de Bacu. Ele suava frio, mas permanecia firme em sua posição. De repente, a cela abr
Sírius permanecia encolhido ao canto da parede de pedra ásperas de sua cela, escondendo seus olhos chorosos, enquanto grunhidos ecoavam altos a sua volta. Aos poucos, ele retirava suas mãos de seus olhos e se deparava com um homem de meia idade, com cabelos pretos, acompanhados com alguns fios grisalhos e uma barba mal feita, suas vestes também estavam rasgadas e manchadas com sangue como as dele. – Olá, meu rapaz. – Falava o homem. Nesse momento, Sírius se encolhia ainda mais na parede, com um medo irracional, escondendo seus olhos novamente e abrindo sua boca, enquanto chorava mais uma vez, como uma criança recebendo um estranho. – Isso não é real, não é real, acorda, Sírius, acorda, por favor. – Falava Sírius alto para si mesmo, engasgando-se com suas próprias lágrimas. O homem se aproximava de Sírius e passava sua mão suja, de pó de pedras, na cabeça do rapaz, em uma forma de afeto e se sentava ao lado dele. – Meu nome
Sírius abaixava a sua cabeça e olhava para o chão de pedras ásperas, demonstrando respeito, enquanto esperava alguma palavra do seu professor no silêncio absoluto do ambiente. Após alguns longos minutos, Notig olhava para Sírius de cabeça baixa, sem demonstrar nenhuma emoção em seu rosto. O Snake apertava seus punhos com ansiedade e raiva ao mesmo tempo. Devagar, ele levantava a sua cabeça, fixando seu olhar aos olhos de Notig, que eram tão escuros como o céu noturno sob a prisão de Bacu. Sírius analisava Notig por inteiro, mesmo em uma cela, ele ainda mantinha uma postura de general, professor ou algo do tipo, que impõe respeito. Suas pernas estavam aliadas, suas mãos se apertavam à frente do seu próprio peito e seus olhos o encaravam, como se fosse uma presa fácil de abater. – Eu pensei… Que depois da luta… Você iria ficar com a cabeça abaixada para mim. –Comentava Notig, lentamente. Sírius permanecia imóvel, com seus olhos vidrados e
Sírius caminhava apressadamente por toda a cela de Notig. De lá para cá, de cá para lá, sem rumo, apenas tentando passar a raiva. Notig estava de pé, à frente de sua cela, com suas unhas, ele pegava na porta da cela e tentava puxar um pouco da madeira. – Hmmmm! Pá! – A porta emitia o som. – Hmmmmmm! Pá! – Novamente o mesmo som. Notig encarava Sírius, com dois pedaços de madeira em suas mãos. Sírius parava a agitação e observava Notig. – Defina a economia. Perguntava Notig para Sírius. – É a ciência que estuda os meios relacionados para extração e utilização dos recursos e matérias necessários para o bem-estar de uma sociedade – Respondia Sírius, com a voz mais calma. Notig, após ouvir a resposta de Sírius, entregou um dos pedaços de madeira para o rapaz, que o segurou com força. – A arte do combate, quem triunfa? – Perguntava Notig, posicionando-se em forma de ataque. – Triunfam aqueles que sabem lutar e quando