Sírius caminhava apressadamente por toda a cela de Notig. De lá para cá, de cá para lá, sem rumo, apenas tentando passar a raiva.
Notig estava de pé, à frente de sua cela, com suas unhas, ele pegava na porta da cela e tentava puxar um pouco da madeira.
– Hmmmm! Pá! – A porta emitia o som.
– Hmmmmmm! Pá! – Novamente o mesmo som.
Notig encarava Sírius, com dois pedaços de madeira em suas mãos. Sírius parava a agitação e observava Notig.
– Defina a economia. Perguntava Notig para Sírius.
– É a ciência que estuda os meios relacionados para extração e utilização dos recursos e matérias necessários para o bem-estar de uma sociedade – Respondia Sírius, com a voz mais calma.
Notig, após ouvir a resposta de Sírius, entregou um dos pedaços de madeira para o rapaz, que o segurou com força.
– A arte do combate, quem triunfa? – Perguntava Notig, posicionando-se em forma de ataque.
– Triunfam aqueles que sabem lutar e quando
– O que é isso? – Perguntava um dos soldados para Sírius, enquanto ele permanecia calado, segurando a cabeça ensanguentada do seu mestre. – Não está vendo? Precisamos falar com Severo. – Falava o segundo guarda para o primeiro. – Fique aqui, eu vou buscá-lo. – Completava o homem. Nesse momento, o primeiro guarda pegava Sírius pelos braços e o acorrentava. O prisioneiro não se incomodava, era como se o seu mundo tivesse sido destruído novamente, ele apenas observava seu mestre largado no chão e suas mãos sujas com o seu sangue. O segundo soldado corria entre os corredores da prisão de Bacu, passando por celas de diferentes andares, subindo vãos de escadas íngremes e, após alguns tropeços, ele chegava na torre mais alta da prisão, onde encontrava-se uma porta de madeira rústica, pregada com pregos deformados e brutos, além de ser rebitada com ferro. No topo da porta havia uma placa de madeira com aproximadamente trinta centímetro
– É ele? É Sírius? Sírius Snake? Sírius Snake está vivo? – Perguntava a multidão de escravos entre si aos sussurros. Sírius olhava para o céu com os olhos fechados, enquanto suas cicatrizes voltavam ao normal. Durante isso, a multidão de escravos estava parada, perplexa, com a presença de Sírius sobre o monte de areia branca. – Escravos! Peguem as picaretas e voltem ao trabalho! – Gritava um dos soldados do império com um chicote em suas mãos. Nesse momento, Sírius se virava e encarava o soldado que gritava, reconhecia o soldado Carmel, sua face continha mais rugas do que da última vez, seu cabelo estava mais ralo, mas ele ainda continha a aparecia de nobre soldado. – Desça, escravo! Quer uma surra? Logo agora?! – Perguntava Carmel. Sírius encarava novamente o soldado, os olhos verdes-esmeraldas do rapaz cintilavam sob a luz do sol, a multidão de escravos o encarava, com picaretas em suas mãos e os corpos co
Sírius e Daniel se mantinham de pé, os dois largavam suas mãos e se sentavam sobre a pedra, lado a lado, encarando o povo eufórico. – Gostaram do espetáculo?! – Berrava Daniel ao povo. – SIM! – Gritava o povo aos aplausos. Sírius esperava as palmas pararem para poder falar. – Vamos falar de algo mais sério. – Falava Sírius se levantando novamente. – Vocês querem sair deste inferno?! – Berrava Sírius, andando da esquerda para a direita, mantendo seus olhos vidrados nos escravos. – SIM! – Berravam todos. Daniel permanecia calado e sentado, apenas observando toda aquela multidão de diferentes povos, Leonilos, Snake, Repitales, Gols, pessoas de diferentes culturas, que conviviam entre si, mas não se davam muito bem devido a suas diferenças físicas, cores e costumes, mas todas estavam encantadas com Sírius. Os Snake eram mais pensativos e bondosos, os Leonilos mais gananciosos e valentes, os Repitales b
Sírius e Grazi continuavam sentados, lado a lado, como dois pássaros admirando a noite. Não era muito diferente para ambos, já que a única visão que tinham era a completa escuridão tenebrosa à frente. – Os guardas a essa hora estão dormindo, Grazi? – Perguntava Sírius. – Talvez sim, não posso concordar sem saber. – Respondia Grazi, mexendo nos seus cabelos azuis. Sírius se levantava e estendia suas mãos para a moça. – Você quer ir agora? Perdeu a noção do perigo? – Sussurrava Grazi. – Eu confio em mim, e você? Acredita em si mesma? – Questionava Sírius, com um ar sarcástico e um sorriso no rosto. – É meio que eu não enxergo… – Respondia Grazi, sem jeito. – Sem problemas, você conhece o caminho e eu enxergo. – Falava Sírius, segurando um riso. Grazi apertava a mão de Sírius e com um impulso se levantava. Os olhos de Sírius ficavam verdes-esmeralda, brilhantes como estrelas cadentes em um céu noturno. Para S
Por instinto, medo e tensão do momento, Sírius agia rapidamente e puxava Grazi pelos seus braços finos e delicados, agarrando-o à moça, muito mais baixa do que ele, curvava-se totalmente e a beijava, seus lábios se encostavam e os dois fechavam seus olhos. Ele não se lembrava da última vez que beijou alguém, a boca de Grazi era delicada como de um beija-flor, tão gostosa como mel e sensível como pétalas de rosas, ela apenas retribuía o ato e não repudiava, como se se entregasse aos braços de Sírius. – Hhhhmmm! – Berrava o soldado. Sírius rapidamente se soltava dos braços da moça e encarava o soldado, reconhecia o soldado Carmel e sua tensão aumentava. Grazi não sabia se respirava mais rápido devido ao beijo inesperado de Sírius ou devido ao soldado e sua encarada. – Ahhh… Não quero mais sangue derramado. Voltem para a gruta. – Falava Carmel, tristemente. – Boa noite, Carmel. – Sussurrava Sírius. Carmel dava um pequ
Após um tempo, Sírius sentia confiança em Carmel e lhe contava todo o seu plano para fuga. O soldado apenas ouvia o rapaz, com seus olhos vidrados em Sírius e prestando atenção em cada palavra, cada detalhe da fuga, sem interromper. – Sim, eu tenho a chave para o arrastador, mas você não sabe. Não depende só de mim, o soldado lá em cima do poço também deve acoplar sua chave e puxar no mesmo momento que eu puxar para a madeira subir para a superfície. – Sussurrava Carmel. – Eu darei um jeito nisso. – Respondia Sírius, secamente. Tinha sido uma longa tarde, Sírius voltava a perfurar sua parede de pedras brancas, Grazi rodopiava por todos os túneis com os carrinhos, Daniel carregava pedras ao lado de Jason até anoitecer. Na noite, Sírius se encontrava com seus amigos habituais sobre a pedra e discutia o acontecimento. – Mas Sírius, ele é de confiança? – Falava Jason. – Aparentemente sim, ele estava muito abatido com a perda de sua filha,
O grande dia tinha chegado, entretanto amanhecia como todos os outros, os soldados acordavam os escravos a chicotadas, entregavam suas sopas matinais e, logo após, cada um se dirigia a seu trabalho. Sírius estava bastante tenso naquela manhã, mordia seus lábios, roía seus dedos e apertava seus dentes fortemente, não picaretava a parede fortemente como nos outros dias, deixando sua força para a noite. – O grande dia, rei Sírius. – Sussurrava um escravo ao lado de Sírius, enquanto também picaretava a parede de pedras brancas. – Quero todos em suas posições. – Falava Sírius secamente, sem demonstrar sua tensão. O tempo se passava lentamente, o Snake contava os minutos para anoitecer, mas a tarde passava mais devagar do que os outros dias. Carmel se aproximava constantemente e apenas concordava com a cabeça. &nb
Sírius, com seu exército, descia a ladeira íngreme de cascalho às pressas, entre escorregões e algumas quedas, mas nada preocupante, todos estavam bem animados, mas aos sussurros evitando ser reconhecidos por algum pelotão do exército da Águia Vermelha. Eles caminharam por longas horas durante a noite pelas matas secas, de gramas amareladas e de árvores tortas ressecadas, não era uma visão muito bela, mas era a liberdade daquele povo. Daniel e Sírius caminhavam na dianteira, o Snake carregava Grazi no seu colo, muito ensanguentada, mas ainda sorria para ele, enquanto lágrimas descia do rosto pálido do seu amado. – Vamos parar por aqui, estou reconhecendo o caminho até meu reino, mas será uma longa trajetória e precisamos descansar. – Falava Daniel, olhando o horizonte. O ambiente era seco, plano e com gramíneas amareladas, algumas poucas árvores estranhas aos arredores, um pequeno riacho a frente e cada vez