Após um tempo, Sírius sentia confiança em Carmel e lhe contava todo o seu plano para fuga. O soldado apenas ouvia o rapaz, com seus olhos vidrados em Sírius e prestando atenção em cada palavra, cada detalhe da fuga, sem interromper.
– Sim, eu tenho a chave para o arrastador, mas você não sabe. Não depende só de mim, o soldado lá em cima do poço também deve acoplar sua chave e puxar no mesmo momento que eu puxar para a madeira subir para a superfície. – Sussurrava Carmel.
– Eu darei um jeito nisso. – Respondia Sírius, secamente.
Tinha sido uma longa tarde, Sírius voltava a perfurar sua parede de pedras brancas, Grazi rodopiava por todos os túneis com os carrinhos, Daniel carregava pedras ao lado de Jason até anoitecer.
Na noite, Sírius se encontrava com seus amigos habituais sobre a pedra e discutia o acontecimento.
– Mas Sírius, ele é de confiança? – Falava Jason.
– Aparentemente sim, ele estava muito abatido com a perda de sua filha,
O grande dia tinha chegado, entretanto amanhecia como todos os outros, os soldados acordavam os escravos a chicotadas, entregavam suas sopas matinais e, logo após, cada um se dirigia a seu trabalho. Sírius estava bastante tenso naquela manhã, mordia seus lábios, roía seus dedos e apertava seus dentes fortemente, não picaretava a parede fortemente como nos outros dias, deixando sua força para a noite. – O grande dia, rei Sírius. – Sussurrava um escravo ao lado de Sírius, enquanto também picaretava a parede de pedras brancas. – Quero todos em suas posições. – Falava Sírius secamente, sem demonstrar sua tensão. O tempo se passava lentamente, o Snake contava os minutos para anoitecer, mas a tarde passava mais devagar do que os outros dias. Carmel se aproximava constantemente e apenas concordava com a cabeça. &nb
Sírius, com seu exército, descia a ladeira íngreme de cascalho às pressas, entre escorregões e algumas quedas, mas nada preocupante, todos estavam bem animados, mas aos sussurros evitando ser reconhecidos por algum pelotão do exército da Águia Vermelha. Eles caminharam por longas horas durante a noite pelas matas secas, de gramas amareladas e de árvores tortas ressecadas, não era uma visão muito bela, mas era a liberdade daquele povo. Daniel e Sírius caminhavam na dianteira, o Snake carregava Grazi no seu colo, muito ensanguentada, mas ainda sorria para ele, enquanto lágrimas descia do rosto pálido do seu amado. – Vamos parar por aqui, estou reconhecendo o caminho até meu reino, mas será uma longa trajetória e precisamos descansar. – Falava Daniel, olhando o horizonte. O ambiente era seco, plano e com gramíneas amareladas, algumas poucas árvores estranhas aos arredores, um pequeno riacho a frente e cada vez
O sol estava radiante, as gramíneas ressecadas, mas balançavam um pouco com o ar quente do norte, alguns animais passavam pelo exército de Sírius, que estava cansado, suado e fedido a suor. Sírius estava cansado do esforço que tinha feito para matar o animal, com os pés doloridos sobre o chão fervendo e, além disso, o ar quente em sua bochecha retirava seu fôlego cada vez mais; suas costas ardiam como se pegassem fogo, seus olhos lacrimejavam e escorriam pequenas lágrimas aos poucos. – Sírius? Você está bem? – Perguntava Daniel, como se não se incomodasse com o calor. – Estou bem, relaxe. – Respondia Sírius, quase sem ar. – Vamos descansar, amanhã continuamos. – Falava Jason, preocupado com Sírius. Aos poucos, Daniel reunia o exército em baixo de uma árvore volumosa, de folhas grandes circulares como plaquetas amarelas. Sírius se sentava entre as raízes, com seu corpo totalmente dolorido e ardido em chamas. – Daniel e Jas
Após um abraço de curto período entre Sírius e Masalm, o rei Leonilos ordenou para seus guardas uma toalha para limpar o rei Snake. Um dos guardas caminhou rapidamente em direção a Sírius, com um grande pano, vermelho com detalhes do símbolo Leonilo, com tinta dourada nas bordas do tecido. – Limpe-o, homem! – Esbravejou Masalm, com um olhar tenebroso. O homem rapidamente desenrolou o pano e enrolou Sírius, chacoalhando o corpo ferido e limpando sua barba e os cabelos cobertos de sangue. – Opa, opa! Obrigado! – Falava Sírius, sem jeito, para o guarda. Quando Sírius finalmente se desenrolava do pano e quando parcialmente estava mais limpo, Masalm estava a poucos passos a sua frente, sentado sobre uma cadeira de ouro com almofadas vermelhas. Havia uma cadeira vazia idêntica ao seu lado, ambas conectadas por toras de madeiras douradas, esculpidas em formato de leão. –
Sírius e Nina caminhavam calmamente pelos corredores, brancos como a neve, com seus detalhes de ouro e com rosas de fogo espalhadas aleatoriamente pelos corredores do palácio. Caminhavam tendoseus braços enrolados entre si. – Você falou exatamente o que qualquer rei gosta de ouvir. Riqueza. – Comentou Nina seriamente, com um leve sorriso. – Sim. – Respondeu Sírius, coçando sua barba gigantesca. – Qual seu intuito, rei Sírius? – Questionava Nina, com sua sobrancelha erguida. – Você descobrirá com um tempo. – Respondia Sírius, em um tom sério. Entretanto, Nina sorria e debochava de sua resposta, soltando uma bela gargalhada, com seus olhos pequenos fechados, apenas seus dentes brancos à mostra, ao mesmo tempo em que seus cabelos cacheados balançavam. – Uau! Um homem de mistérios e sério. – Comentava Nina, aos risos. – O único mistério que não tenho é o meu fedor. – Comentava Síri
Império da Águia Vermelha Lucius estava deitado sobre sua grande cama de casal, com almofadas de linhos, com os tecidos mais finos e raros dos reinos ao redor de seu corpo nu, tendo suas partes íntimas escondidas com cobertas de couro de animais e de feras. O clima estava frio, quase congelando, as janelas de vidro do seu quarto estavam esbranquiçadas com a umidade, mas o imperador suava e se contorcia lentamente, murmurando palavras indecifráveis. – Ahhhhhhhh! – Berrava Lucius, saltando de sua cama. Por um tempo, o imperador respirava freneticamente, em pé em sua cama, todavia aos poucos sentava-se e puxava seu roupão de couro de leão da cabeceira de sua cama, vestia-se ainda sonolento, entretanto agitado como sempre, entortando seus lábios e mordendo-os. Ele se levantava, dava uma rápida olhada ao espelho, esfregava sua barba loira e puxava seu cabelo loiro para trás com as próprias mãos. <
Sírius estava deitado na cama; tendo seus cabelos e sua barba feita, parecia outro homem. Entretanto, suas marcas e cicatrizes, de lutas e de chicotadas, ainda permaneciam no seu corpo. Com seus braços cruzados, apertando o bico do corvocontra o seu peito, o rei Snake dormia e suspirava lentamente, como se assobiasse. No escuro do quarto, uma pequena luz azul surgia do bico do corvo. Rapidamente, ele acordava e sentia o queimo do bico sobre suas mãos. – Ai! O que é isso? – Sussurrava Sírius, pulando da cama e deixando o bico nos lençóis. – Puff! – Ecoava o som de penas sobre o quarto. Milhares de penas negras com detalhes azuis explodiam entre si, preenchendo todo o quarto. Sírius ficava sem reação. Aos poucos se posicionava para lutar e procurava sua espada, mas ele tinha deixado no salão enquanto estava com Nina. De repente, uma moça, com sua pele muito branca como a neve, com cabelos curtos negros, possui
Sírius se esticava, alongava-se, realizava movimentos rápidos e puxava sua espada no coldre de sua cintura. – Muito bonito, Sírius. – Falava Daniel, alisando sua armadura. O Snake levantava sua sobrancelha e apontava a ponta de sua espada prateada para seu amigo, enquanto Nina apenas admirava os dois e, nesse meio-tempo, Masalm pagava as armaduras. – Estou falando da sua espada. – Falava Daniel novamente. – O que achou, Nina? – Perguntava Sírius, enquanto guardava sua espada novamente. – Você já sabe a resposta, Sírius. – Respondia a Leonila, mordendo suas unhas. Masalm caminhava até os três e sorria, mostrando alguns dentes de ouro em sua boca. – Vamos beber? – Perguntava Daniel, com um sorriso largo. – Não, filho, tenho muitas coisas para cuidar do reino, inclusive com Sírius. – Comentava Masalm calmamente, caminhando até a porta. – Vam