Sírius estava deitado na cama; tendo seus cabelos e sua barba feita, parecia outro homem. Entretanto, suas marcas e cicatrizes, de lutas e de chicotadas, ainda permaneciam no seu corpo. Com seus braços cruzados, apertando o bico do corvo contra o seu peito, o rei Snake dormia e suspirava lentamente, como se assobiasse.
No escuro do quarto, uma pequena luz azul surgia do bico do corvo. Rapidamente, ele acordava e sentia o queimo do bico sobre suas mãos.
– Ai! O que é isso? – Sussurrava Sírius, pulando da cama e deixando o bico nos lençóis.
– Puff! – Ecoava o som de penas sobre o quarto.
Milhares de penas negras com detalhes azuis explodiam entre si, preenchendo todo o quarto. Sírius ficava sem reação. Aos poucos se posicionava para lutar e procurava sua espada, mas ele tinha deixado no salão enquanto estava com Nina.
De repente, uma moça, com sua pele muito branca como a neve, com cabelos curtos negros, possui
Sírius se esticava, alongava-se, realizava movimentos rápidos e puxava sua espada no coldre de sua cintura. – Muito bonito, Sírius. – Falava Daniel, alisando sua armadura. O Snake levantava sua sobrancelha e apontava a ponta de sua espada prateada para seu amigo, enquanto Nina apenas admirava os dois e, nesse meio-tempo, Masalm pagava as armaduras. – Estou falando da sua espada. – Falava Daniel novamente. – O que achou, Nina? – Perguntava Sírius, enquanto guardava sua espada novamente. – Você já sabe a resposta, Sírius. – Respondia a Leonila, mordendo suas unhas. Masalm caminhava até os três e sorria, mostrando alguns dentes de ouro em sua boca. – Vamos beber? – Perguntava Daniel, com um sorriso largo. – Não, filho, tenho muitas coisas para cuidar do reino, inclusive com Sírius. – Comentava Masalm calmamente, caminhando até a porta. – Vam
Após uma caminhada com a família Leonila, Sírius chegava ao palácio. – Preciso do meu exército, rei Masalm. – Falava Sírius, pausadamente, de maneira calma. – Siga-me, Sírius. – Falava Masalm, erguendo sua mão. Sírius caminhava até Masalm e o rei o abraçava, enquanto caminhavam pelos corredores brancos com detalhes em ouro, sendo iluminados pelas rosas de fogo. – Sírius, acabamos de encontrar um espião no meio do meu reino. O que podemos esperar? Estou com receio de uma tragédia. – Sussurrava Masalm, preocupado, alisando sua barba. – Rei Leonilos, a guerra é inevitável. Jamais é desejada, mas sempre precavida. Não temos nada a fazer, apenas nos prevenir. – Sussurrava Sírius, observando as rosas de fogo nas paredes. – Sábias palavras, rei Snake. – Completava Masalm, com um leve sorriso em seu rosto. Os dois caminhavam por um tempo, ao silêncio do corredor, apenas com o
Sírius caminhava acompanhado de Masalm pelos corredores do palácio Leonilo. A noite se aproximava e o frio das planícies pairava sobre o reino. – Lá fora deve estar fazendo muito frio. – Comentava o rei Leonilos, dando pequenos passos. – Realmente, mas, quando você dorme com muitas pessoas ao seu redor, dá para se aquecer. – Comentava Sírius, perdido em seus pensamentos. Entre conversas e passos cansados, Sírius e Masalm caminhavam lentamente nos corredores, como se fossem velhos amigos e não reis distintos. Novamente eles se encontravam em mais uma porta negra, a qual dava para o salão principal do palácio e para o trono do reino, mas, antes de abrir a porta, Masalm apertou o braço de Sírius. – Sabe, Sírius, eu fico muito grato pelo que fez pelo meu filho. – Comentava Masalm, calmo. – Não precisa agradecer, seu filho foi muito valente. – Falava Sírius, empurrando a porta negra. &nbs
As horas se passavam, os raios do sol subiam as paredes do quarto. Aos poucos, o chão úmido de pedras brancas se esquentava e a movimentação do comércio nas ruas começava a ser ouvida no ambiente. Entretanto, Sírius continuava sentado sobre a cama, concentrado no livro A magia da natureza, com alguns objetos de madeira ao seu lado e diversos rabiscos no chão, com uma grande parte da madeira da janela destruída. – Pac! Pac! – Ecoava a porta do quarto. Sírius, por um momento, assustava-se e pulava da cama, rapidamente se escondia atrás da porta, apenas com lençóis escondendo suas partes íntimas. – Puff! – A porta se abria e batia em Sírius, que ficava calado e imóvel, com o rosto dolorido. – Sírius? Sou eu. – Falava Nina, procurando o Snake. Sírius saia de trás da porta e ra
O sol estava no centro do céu, o calor penetrava nas vestes de todas as pessoas, o chão ardia como se estivesse em chamas, Sírius caminhava pelas ruas movimentadas. Enquanto sua pele sensível voltava a doer e a se avermelhar novamente, ele se esbarrava em algumas pessoas e em feras, mas as ignorava, estava perdido em seus pensamentos. – Nina só está fazendo sexo comigo para ter um reino… – Sussurrava Sírius, tristemente. O bico do corvo brilhava uma pequena luz azul nesse momento, como se sentisse a sua tristeza e sua angústia. Ele apenas segurava o objeto e apertava com sua mão, a imagem de Grazi em seus braços surgia novamente em seus pensamentos, intrigando-o. – Preciso de silêncio, tenho que esquecer isso, focar no meu reino e no imperador. – Sussurrava Sírius, novamente. Ele caminhava lentamente entre as ruas, distanciando-se mais e mais dos comércios e de todos os barulhos incômodos.
Sírius corria em direção aos gritos de desespero das pessoas, com medo de alguma invasão inesperada do imperador. Rapidamente, alguns cavaleiros do reino Leonilo passavam galopando ao seu lado. – Ei! O que está acontecendo? – Berrava Sírius, correndo atrás dos homens. – O capitão Severo invadiu os portões de pedra! – Berrava um dos cavaleiros. Sírius se assustava, mas ignorava e continuava a correr atrás dos homens; sem a ajuda de um cavalo, ele ficava bem atrás dos seus companheiros, todavia ele os acompanhava. – Ahhhh!! – Berravam homens em combate à frente de Sírius. A areia branca do chão estava avermelhada coberta de sangue dos dois povos, guerreiros com armaduras de pratas lutavam ferozmente contra homens de armaduras avermelhadas com o símbolo da Águia Vermelha em seu peito, vendedores corriam para todos os lados com medo de morrerem, mulheres berravam como loucas, velhos e cri
O reino Leonilo estava em caos, civis corriam para as ruas mais próximas das muralhas em busca de se refugiarem entre casas antigas, fogo surgia por todas as direções, corpos queimavam, eram ouvidos gritos dos soldados Leonilos e de rivais, paralelamente à areia ensopada de sangue. O palácio do reino estava sendo atingido por flechas em chamas, alguns soldados lutavam na frente, mas um pelotão inimigo esmurrava a porta principal do palácio com grandes toras de madeira. – Ahhhh! Pufff! – Ecoava o som dos soldados enquanto tentavam arrombar a porta. No palácio, soldados Leonilos estavam de pé à frente da porta que estava sendo esmurrada, todos prontos para o ataque, com suas armaduras de prata reluzente e com suas espadas, acompanhados com escudos de leão. – Homens! Preparar... – Gritava o rei Masalm, enquanto colocava seu capacete cônico. Nina estava ao lado do seu pai, ambos com armad
A ponta metálica da flecha penetrava a coxa direita de Sírius, que rugia de dor como um monstro. Sua mão latejava, totalmente esfolada e ensanguentada, o sangue dos seus inimigos escorria por todo o seu rosto, seus olhos continuavam com o verde-esmeralda, brilhante e assustador, como uma fera, enquanto seu coração batia freneticamente, retirando seu ar. Os soldados Leonilos e da Águia Vermelha se mantinham paralisados, calados e assustados com os gritos de dor do rei Snake. Os dois lados seguravam seus escudos e apontavam suas espadas para o outro, entretanto nenhum dos dois exércitos movia um dedo. – Ahhhhh! – Esbravejava Sírius, enquanto com sua mão esfolada pegava no cabo da flecha e puxava rapidamente. – Eu irei matar cada um de vocês! – Gritava mais alto o rei Snake, enquanto jorrava sangue de sua coxa, com sua face coberta pelo líquido pastoso. – Vocês não sabem quem eu sou??? Eu sou o rei Sírius Snake! E todos você